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Conduzimos o novo Toyota Yaris. Primeiro teste da versão híbrida, aquela que importa

By on 6 Novembro, 2020

Depois de termos assistido, em formato virtual, à apresentação do novo Toyota Yaris, tivemos já oportunidade de tomar contacto com o todo novo citadino da marca japonesa.

Começando pelas diferenças mais óbvias, como está diferente o Yaris! Muito mais moderno e arrojado, porém conseguindo também um interessante compromisso entre um citadino de aspeto simpático e divertido mas que também não esconde uma veia mais dinâmica e desportiva, esta última, neste caso, beneficiada pela carroçaria de dois tons e pelas bonitas jantes de 17 polegadas.

Nesta primeira experiência ao volante do novo Yaris, ficámos imediatamente agradados com a posição de condução, agora beneficiada por uma colocação mais baixa do banco e por um ajuste muito melhor do volante, colocando o condutor no centro da ação e em superior conforto. Nesse aspeto é também importante mencionar os excelentes bancos da unidade que conduzimos, de nível de topo, Premier Edition. Atrás, no entanto, não ficámos com tão boas impressões. O Yaris cumpre, mas transportar passageiros com mais de 1,8 metros de altura no banco traseiro pode ser complicado, principalmente devido ao teto panorâmico, presente no exemplar que guiámos. O espaço para os joelhos e em largura também nos pareceu justo. Por outro lado, e tal como noutras opções do segmento, a utilização maioritariamente citadina do Yaris poderá justificar esta opção, o que, confirmando-se, se aceita.

Ainda no habitáculo, há efetivamente “muita coisa a acontecer”

no tablier, zona dominada pelo ecrã central e elevado do infotainment, bem como

pelo original painel de instrumentos, mas de uma maneira geral, o seu design acaba

por resultar bastante harmonioso, destacando-se as muitas superfícies curvas e as

muito úteis zonas de arrumação para os objetos que levamos para todo o lado. Há

também uma zona para carregar o smartphone e ao centro da consola, como é

hábito, estão os botões para dar prioridade ao modo elétrico da motorização

híbrida que conduzimos, bem como aquele que permite alternar entre os modos de

condução Eco, Normal e Power. Quanto à capacidade da bagageira, longe de ser

uma referência no segmento, com 286 litros de volume está também longe de comprometer.

Porém, tratando-se de uma versão de topo, sentimos falta do fundo amovível que

permite criar um plano de carga ininterrupto com o rebater do encosto do banco

traseiro.

E passando para a análise dinâmica, é importante mencionar,

desde já, a boa evolução sentida neste aspeto. O Yaris beneficia agora da nova plataforma

GA-B, tendo, na verdade, a honra de a estrear. Com um centro de gravidade mais

baixo, o Yaris revelou-se muito ágil, boas sensações complementadas também pela

rápida resposta da direção. Na cidade, está como peixe na água, e fora dela,

nunca desiludiu, mostrando igualmente que, apesar da sua leveza e dinamismo,

consegue ser também confortável. O motor térmico do Yaris híbrido é agora um de

três cilindros, o que, à partida, deixa logo alguns potenciais clientes meio

desconfiados. Mas atenção, não há razões isso. Quando sob forte aceleração,

faz-se ouvir, logicamente, com o som habitual da configuração tricilíndrica,

mas nunca em demasia. Ou pelo menos, não é por ter um cilindro a menos que se

ouve mais. Ouve-se, sim, mas só em situações de muita carga no acelerador, como

sempre foi na motorização eletrificada do Yaris. E nessas situações, a voz mais

grave deste novo 1.5 litros chega a ser menos desagradável do que o funcionamento

algo mais “áspero” da unidade anterior.

Resta-nos abordar a questão, certamente, mais importante de uma proposta como o Yaris Hybrid, os consumos, valores que são, na verdade, muito bons. No total, fizemos três circuitos distintos para avaliar a “sede” desta versão cujo objetivo é ter pouca. Arrancámos do centro de Lisboa e realizámos cerca de 15 quilómetros no meio da cidade, levando de seguida o Yaris para a autoestrada, onde realizámos distância idêntica ao ritmo mais elevado que se exige. Chegámos ao fim dos quase 35 quilómetros com o computador de bordo a indicar 4,5 l/100 km de média. Depois do reset feito, lançámo-nos a novo circuito, desta vez puramente citadino, ambiente onde o sistema híbrido da Toyota tem o melhor desempenho, bem patente nos 3,9 l/100 km de média final. E porque o Yaris é agora uma proposta mais dinâmica, não o privámos de um teste, logo à partida, menos eficiente e atirámo-lo para uma estrada mais envolvente, sem grandes exageros pelo meio, mas mantendo o ritmo despachado. Ainda assim, depois de percorridos cerca de 50 quilómetros com muita serra pelo caminho, o computador de bordo ficou-se pelos 4,9 l/100 km.

O novo Toyota Yaris voltará ao Automais para um ensaio mais

prolongado e conclusivo. Até lá, bastou este primeiro teste para ficarmos

agradados com a postura mais dinâmica desta quarta geração, bem como convencidos

com a eficiência da sua motorização. Esta combinação de agilidade e consumos

baixos fazem do Yaris Hybrid uma das propostas mais apelativas do segmento, mas

o pouco espaço no banco traseiro – ainda que se aceite por se tratar de uma

proposta assumidamente citadina – poderá dificultar o seu desempenho comercial,

principalmente agora que, neste segmento, o Yaris já não está sozinho na oferta

de motorizações full hybrid.

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