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Condução Autónoma Nível 4: ultrapassada a ‘barreira’ das portagens

By on 14 Julho, 2017

Os testes a veículos autónomos não param e os resultados práticos estão cada vez mais à vista. Quase que impera a pergunta: quantos anos irá levar até que passem a ser a realidade do nosso quotidiano?

Por mais prognósticos que possamos fazer, a resposta ainda dá que pensar, mas o que importa são os passos que têm vindo a ser dados, como foi o caso esta semana.

O feito foi o seguinte: um veículo autónomo passou um corredor de portagem pela primeira vez, sem qualquer intervenção do condutor.

Este é o resultado de um programa de colaboração entre o Grupo PSA e a Vinci Autoroutes (líder europeia entre os operadores de autoestradas e infraestruturas ) que se iniciou em 2016. O modelo utilizado foi um Citroën C4 Picasso e o local não foi ‘um qualquer’. O carro francês cruzou a portagem de Saint-Arnoult-en-Yvelines, a maior da Europa, algo só possível graças à comunicação integral e específica entre o veículo e aquela infraestrutura, tendo ocorrido em condições reais de tráfego. Um teste que reflete mais um avanço rumo ao futuro e um desenvolvimento capital em termos de Nível 4 de condução autónoma (clique aqui e confira o que são os 5 níveis).

Teste: os cuidados a ter

Atravessar o corredor de uma portagem pode parecer uma tarefa mundana, mas adquire contornos bem diferentes quando falamos de um veículo autónomo. Se para o ser humano a ação é feita intuitivamente, um veículo tem de ser tecnologicamente dotado de todo esse grau de intuição.

Aqui fica o que o veículo, na base, tem de conseguir fazer:

  • ter uma capacidade adicional de gestão dos fluxos transversais de veículos, os quais se movem aleatoriamente na aproximação a uma zona de portagens
  • ser capaz de lidar com qualquer emergência que possa surgir aquando da passagem dessa barreira.

O que é necessário fazer:

  • direcionar a trajetória do veículo autónomo, a fim de o habilitar a inserir-se automaticamente no corredor da portagem, o qual tem uma largura de apenas 3 metros, equipado com o sistema adequado.
  • uma correta orientação do veículo autónomo nesta área, muitas vezes caracterizada pela ausência de marcações no alcatrão.

Condições de teste: comunicação entre a infraestrutura e o veículo autónomo

Para que os requisitos acima fossem garantidos, a experiência levou à implementação de um protocolo específico entre a infraestrutura da portagem, operada pela VINCI Autoroutes, e o veículo autónomo, do Grupo PSA.

Aqui ficam os requisitos necessários para a elaboração do teste, divulgados em comunicado:

  • “Um sistema de orientação é implantado 500 metros a montante da barreira de Saint-Arnoult, na direção de Paris. Ele permite que o veículo autónomo siga para uma faixa pré-registada, direcionando-o até ao corredor de portagem selecionado e equipado para o receber. Diz-lhe depois o caminho a seguir à saída da barreira, para que regresse à faixa da autoestrada, podendo depois o veículo continuar a orientar-se através das linhas brancas colocadas no piso.
  • É dada uma autorização de passagem ao veículo, indicando se a barreira está aberta. A infraestrutura passa essas informações ao veículo autónomo através de uma antena RSU (Road Side Unit) posicionada 300 metros antes da portagem, no rebordo da estrada e conectada ao sistema de portagem.
  • Por seu turno, este recorre ao protocolo ITS G5 para a emissão de dados, referência na comunicação com veículos conectados. São 3 os corredores de portagem de Saint-Arnoult que estão equipados para uma rápida e segura transmissão das informações de autorização, feitas via antena RSU, recebendo os veículos conectados e autónomos, como o veículo autónomo Citroën C4 Picasso do Grupo PSA.
  • O sistema de informação da portagem foi modificado para garantir a passagem de veículos autónomos. Ele analisa em tempo real a disponibilidade do corredor e certifica-se de que estão reunidas as condições para permitir uma passagem segura. A autorização entretanto calculada é então enviada ao veículo autónomo através da antena RSU.
  • Para este teste, o C4 Picasso autónomo foi equipado com um equipamento eletrónico de portagem, permitindo-lhe atravessar os corredores em total autonomia.”

André Duarte

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