Clássicos, Ford A: Verdadeiro ícone
Comprar carros Clássicos: Investimento ou dor de cabeça?

Clássicos: Opel Rekord: Qualidade acima de tudo

By on 1 Setembro, 2023

Recuamos até aos anos 50, época em que a indústria automóvel alemã tentava ressurgir após a segunda guerra mundial. Já integrada na enorme esfera de influência da General Motors, a Opel criou alguns dos seus carros mais emblemáticos nesta época. Um deles é o Rekord, nome que iria acompanhar a marca durante várias décadas. O primeiro Rekord chamava-se Olympia Rekord e era o sucessor do Olympia, modelo antes da guerra e que funcionava como o modelo intermédio antes do Kapitan. O desenho do modelo datava da década de 30, mas foi aproveitado pela urgência da Opel em colocar à venda um automóvel. Apresentado em 1953, o Olympia Rekord esteve em produção até 1957 tendo a marca alemã comercializado cerca de 580 mil unidades. O motor de 1.5 litros e 40 ou 45 cv, era extremamente robusto e o carro exibia uma qualidade à prova de bala, deixando para segundo plano pormenores como a estética e a funcionalidade.

Algumas influências americanas eram claras no estilo do Rekord, para um veículo que sendo leve (menos de 1 tonelada) não ia além dos 121 km/h. O Rekord P 1 surgiu em 1958 com um estilo ainda mais americanizado: párabrisas envolvente com os pilares A ao contrário, mais cromados e uma grelha ainda maior. O motor continuava o mesmo 1.5 litros a gasolina com 45 cv, mas a Opel comercializava um motor opcional com 1.6 litros e 55 cv. A versão Caravan tinha apenas 3 portas, existindo versões de 2 e 4 portas. Para os menos abonados, a Opel vendia um Rekord – que por acaso se chamava Olympia – com motor de 1.2 litros e 40 cv.

Em 1960, nova geração do Rekord, o P2. O modelo cresceu em tamanho – apenas a carroçaria, pois o chassis era o mesmo – encerrou o capítulo dos horríveis pilares inclinados ao contrário e tentou suavizar as formas. Além disso, alargou a oferta com modelos de 2 e 4 portas,uma carrinha de 3 portas, um comercial, um cabriolet e até uma pick-up! O motor era o mesmo de sempre, mas para dar um toque de luxo a Opel lançou um Rekord L com um bloco de 1.7 litros e duas versões: 55 e 60 cv, este último tendo disponível uma caixa de velocidades automática de 4 velocidades.

Esta geração do Rekord durou muito pouco, pois em 1963 a Opel lançou o Rekord A. Na base era o Rekord P2, mas com uma carroçaria muito mais agradável, feita de linhas rectas e fluidas e uma distância entre eixos maior, para maior comodidade dos passageiros. Equipado com os motores de 1.5, 1.7 e 1.7S (40, 55 e 60 cv, respectivamente), o Rekord A viu a Opel introduzir o bloco de 2.6 litros do Kapitan com massivos 100 cv! Assim equipado o Rekord chegava aos 167 km/h. As versões eram quase as mesmas do Rekord P2, ou seja, 2 e 4 portas, carrinha de 2 portas, comercial e coupé de 2 portas, desaparecendo a pick-up e o cabriolet, embora este tenha aparecido pelas mãos de um concessionário de Colónia.

Um”facelift” deste modelo surgiu em 1966 com o nome de Rekord B, sendo que as alterações se limitaram a pormenores estéticos e aos novos motores da marca. O1.5 e 1.7S receberam várias alterações que passaram as potências para 60 e 75 cv, surgindo um novo 1.9 litros com 90 cv. Estes motores eram tão apreciados e modernos que a Opel utilizou-os até ao fim da vida do Rekord em 1986!

O seis cilindros de 2.6 litros manteve- se inalterado. No final dos anos 60 (1967) a Opel lançou aquele que foi o melhor e mais bem sucedido Rekord de sempre, o modelo C. Com uma carroçaria novamente inspirada nos modelos desportivos americanos, foi um sucesso imediato. Além disso, era fiável, espaçoso e conferia algum estatuto. Estavam disponíveis versões berlina de 2 e 4 portas, carrinhas de duas e, finalmente, 4 portas, um coupé muito bonito – e que viria a dar origem às versões Comodore utilizadas na competição – e um comercial. Quanto aos motores, a escolha era ampla: 1500, 1700, 1700 S, 1900 S e 2200, este um seis cilindros. Daqui para a frente, o nome Rekord começou a perder força e as versões seguintes foram menos bem sucedidas. Destacamos apenas

o Rekord D e a versão Commodore B que muitos recordam nas mãos de pilotos consagrados nacionais e internacionais, equipado com o seis cilindros. O último Rekord surgiu em 1977 e durou até ser substituído em 1986 pelo Opel Omega. Em Portugal era conhecido como Opel 1904.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)