Clássicos, Fiat 131 Abarth: O carro preferido de Markku Alen
Nascido com o propósito de substituir o 124, o Fiat 131 está longe de se parecer com uma máquina com capacidades para a competição automóvel. Inicialmente com versões de duas e quatro portas e carrinha e motores de 1.3 e 1.6 litros com, respetivamente, 65 e 75 CV e tração traseira. Decidida a vencer o Mundial de Ralis, a Fiat entregou ao departamento de competição da Abarth a responsabilidade
de fazer do 131 uma máquina vencedora. Tarefa que não parecia possível olhando às características do modelo. Porém, os homens da Abarth não viraram a cara ao desafio e comandados por Nani Russo, deitaram mãos à obra. Primeiro ato foi pegar na carroçaria de duas portas e colocar-lhe uns vistosos alargamentos de cavas das rodas para permitir vias bem mais largas que as do modelo de série, aproveitando as liberdades regulamentares do grupo 4. Depois, cuidaram da aerodinâmica, colocando uma cunha a servir de spoiler dianteiro – com muitas entradas de ar – e um aileron traseiro unificado com a tampa da mala.
Tudo a cargo da Bertone, que tentou dar um estilo agressivo e agradável a este conjunto de modificações. A carroçaria era feita em fibra, exceção feita ao tejadilho, portas e zona traseira que ligava os farolins. Depois, pegaram em muitas partes do 124 Abarth e transladaram-nas para o 131 Abarth, nomeadamente, o motor de 2.0 litros com cabeça de 16 válvulas e injeção, suspensão independente nas rodas traseiras e carroçaria aligeirada.
Tudo isto deu origem ao Fiat 131 Abarth, versão de estrada que era muito similar ao modelo que pouco mais tarde surgiu nos ralis mundiais a dominar provas como o Monte Carlo, Portugal, RAC, Acrópole, etc.
O modelo foi produzido entre 1976 e 1978 em pouco mais de 600 unidades, das quais mais de 60 foram parar à linha de produção dos carros de competição. Com as alterações regulamentares, esteve prevista a produção de cinco mil unidades, mas a Fiat nunca chegou a esse número desconhecendo-se qual a verdadeira produção do carro em 1978.
Confirmadas estão as pouco mais de 600 unidades, pelo que hoje este é um carro raro e difícil de comprar. O motor da versão de estrada era diferente do carro de competição pois tinha carburadores ao invés da injecção, pelo que a potência não ia além dos 140 cv. O peso, graças as partes da carroçaria em fibra, não ia além dos 980 quilogramas, pelo que o 131 Abarth chegava aos 200 km/h e acelerava dos 0-100 km/h em 8,3 segundos. A caixa era uma unidade de 5 velocidades com relações mais aproximadas e um comando tipo competição. O interior era mais desportivo, com bancos com apoio lateral, conta-rotações e termómetro e manómetro do óleo do motor. As jantes eram as belíssimas Cromodora de 15 polegadas com pneus Pirelli P7 195/50 VR 15.
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