Ciberataques: A nova dor de cabeça da indústria automóvel
À medida que a tecnologia se vai instalando nos novos veículos, com novas funcionalidades e uma integração em rede cada vez maior, surgem novos desafios. Os ciberataques são um deles.
Os software-defined cars ou, traduzido à letra, carros definidos pelo software vão ser o novo caminho a explorar por parte das marcas. Prevê-se que os fabricantes de automóveis registem um aumento substancial (dez vezes mais) nas receitas provenientes de serviços digitais nas próximas duas décadas. Este aumento será impulsionado pela introdução de veículos definidos por software (SDVs), que oferecem vários fluxos de receitas potenciais que ultrapassam os da venda de veículos. Os Software Defined Vehicle (SDV) representam uma abordagem que permite atualizações contínuas e a integração de novas aplicações ao longo da vida de um automóvel. Podemos comparar com o que fazemos com os smartphones, com apps pagas, para fornecer determinado serviço.
Se o potencial de retorno é grande, o potencial de risco aumenta. Os ciberataques podem ser o maior pesadelo de uma marca. Imagine que um ataque é feito a uma marca, comprometendo determinado modelo. Os dados dos utilizadores podem ser comprometidos ou, ainda pior, a sua segurança. É por isso que a indústria automóvel está a investir de forma vincada na segurança, com produtos feitos à medida para cada caso. Neste caso, é uma postura proativa em vez do que se faz atualmente, com níveis de proteção mais abrangente. Com esta filosofia, as marcas pretendem sistemas robustos, imunes a ataques e que, aumentam a performance dos sistemas. Ou seja, as marcas querem estar sempre um passo à frente dos hackers.
No entanto, se a segurança nos novos veículos está a ser aprimorada, outros ataques ainda são possíveis, quer ao nível dos atuais sistemas de infotainment, quer na cadeia de fornecimento da indústria. Um estudo recente da Kaspersky, baseado em entrevistas com 200 executivos de grandes empresas do sector automóvel com pelo menos 1000 empregados, descobriu que quase dois terços (64%) dos líderes da indústria expressam preocupações sobre a vulnerabilidade das suas cadeias de fornecimento a ciberataques. Vão sendo mais frequentes as notícias de ataques cibernéticos a marcas, o que muitas vezes atrasa ou paralisa a produção.
A investigação indica que muitas empresas do sector automóvel estão mal preparadas para os desafios colocados pela era do automóvel conectado. Destaca uma vasta gama de ciberataques sofridos pelas empresas do sector automóvel, que vão desde os vendedores aos fornecedores e ocorrem em várias fases da produção.
Há já regulamentação a ser preparada e posta em prática, mas ainda há muito trabalho pela frente e as fragilidades poderão ser exploradas. É mais um desafio que construtores terão de enfrentar doravante.
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