Carros elétricos: 5 situações que podem ser um pesadelo
No futuro e no limite a junção dos conceitos de mobilidade autónoma e elétrica será um paraíso no qual se prevê que iremos habitar, com os meios de transporte a levarem-nos comodamente onde queremos, sem que tenhamos quaisquer problemas. A condução passará a ser algo do passado, pelo menos a que implique mão humana.
Claro que, para já, isso é ainda um imaginário que faz parte de “uma galáxia muito distante”. Hoje ainda estamos a perceber e a desenvolver os seus alicerces, que são parte do caminho. Nesse percurso, a realidade não é perfeita e os carros elétricos com que já contactamos são muito úteis, mas também têm os seus “ses”.
Aqui deixamos por isso uma lista que consideramos poder contemplar algumas situações em que um carro elétrico se pode revelar um autêntico pesadelo e que não são tão difíceis de acontecer quanto isso:
Obstruções na via: ter autonomia para uma determinada viagem, mas depararmo-nos com o trajeto obstruído, devido, por exemplo, a obras ou a um acidente de viação, que nos obriga a mudar o percurso à última hora. Quando o fazemos, reparamos que a opção B tem mais subidas ou é um percurso mais sinuoso que exige bem mais da bateria que não temos. Sentimo-nos impotentes, o stress aumenta e à primeira vista pouco podemos fazer.
Ficar reduzidos ao essencial: na sequência do ponto anterior, podemos tomar algumas medidas para minimizar os ‘danos’. Entre elas contam-se a redução imediata da velocidade, a aposta numa condução o mais otimizada possível, através do pisar cuidado e progressivo do acelerador, aproveitando ao máximo todas as situações para rodar em modo roda livre ou, se possível, seguir por caminhos com descidas para recarregar as baterias, acompanhando o processo com o desligar do ar condicionado, rádio e até do ecrã na consola central. Tudo junto acreditem que pode fazer a diferença entre chegar ao destino e, simplesmente, não chegar. Claro que o processo é desgastante, porque ver o ‘Mundo’ a ultrapassar-nos e nós a penar na estrada, sem termos total certeza se chegaremos ao destino, com calor e sem música ambiente, pode bem revelar-se uma mini odisseia.
Potência de Carregamento: deixarmos o nosso veículo a carregar na garagem durante a noite. Acordar de manhã e ver que o quadro disparou e não chegou a carregar. Temos que ir para o trabalho e não temos carro.
Postos de carregamento rápido: à beira do nosso local de trabalho temos um lugar de estacionamento para carros elétricos. Somos os únicos na zona com um e todos os dias o estacionamos descansadamente lá e deixamo-lo a carregar. Certo dia chegamos e está ocupado com um carro convencional. Sem sabermos de quem é, somos obrigados a procurar um estacionamento ‘normal’ e impedidos de recarregar o carro com energia que nos fará falta mais tarde, para regressarmos.
Adaptador: Termos um veículo elétrico com cerca de 300 km de autonomia. Fomos passar um fim de semana fora a 200 km de casa e chegamos com autonomia de 40 km, dado ter gasto mais em situação de utilização normal. Quando chegamos vemos que nos esquecemos do adaptador para carregar o veículo numa tomada doméstica e o posto de carregamento rápido mais próximo está a 50 km. O pânico instala-se.
Obviamente que todas as situações anteriormente descritas podem ser refutadas atendendo a certas premissas óbvias: temos de nos precaver antes; há que pensar primeiro em tudo isso, ou claro que com um elétrico não podemos andar tão descansados. De facto é verdade e as situações mencionadas cruzam-se no princípio comum de precisarmos de baterias carregadas e por qualquer motivo não as termos com carga suficiente, mas os imprevistos fazem parte da vida e o ser humano, na sua génese, não difere assim tanto ‘só’ por mudar de um modelo movido a combustíveis fósseis para elétrico, até porque, quem nunca andou na reserva? Arriscamo-nos a dizer, já aconteceu a todos…
André Duarte
Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)
0 comentários