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Bosch testa gasóleo renovável para reduzir emissões de CO2

By on 11 Dezembro, 2018

Chama-se “C.A.R.E diesel” e é sintetizado a partir de produtos derivados e materiais residuais, sendo fornecido pela Neste, a gasolineira finlandesa.

Esta empresa afirma que este novo combustível reduz as emissões de CO2 em cerca de 65%, ou seja, dois terços desde o poço até ás rodas. Segundo Volkmar Denner, CEO da Robert Bosch GmbH, “combustíveis renováveis ​​e sintéticos podem contribuir muito para limitar o aquecimento global. A sua utilização tem um impacto ecológico muito mais rápido do que a substituição dos veículos e das infraestruturas, uma vez que as estações de abastecimento existentes podem permanecer em operação.”

Ainda segundo este responsável da Bosch, “os combustíveis sintéticos e renováveis ​​devem ser considerados na regulamentação da frota de CO2 para veículos de passageiros, comerciais e camiões.”

A Bosch está a testar este gasóleo nos carros dos membros do Conselho de Administração, não podendo ser ainda disponibilizado ao público porque ainda não está incluído na lei alemã relativa à prevenção da poluição do ar. Mas a Bosch pretende que os seus testes possam provar que o “C.A.R.E Diesel” é seguro e eficaz.

O “C.A.R.E. Diesel” é feito com produtos derivados e resíduos, óleos reciclados e gordura, não contendo combustível fóssil.

Sendo um combustível parafínico, tem uma densidade ligeiramente inferior, mas uma maior capacidade de ignição, que o gasóleo convencional. Não há nenhuma alteração específica a fazer nos carros, mas os testes que estão a ser feitos neste momento vão dizer se há disrupções nos materiais e mecanismos e se é necessário introduzir alguma alteração. O preço deste combustível, devido aos custos de produção, é mais caro por litro que o gasóleo tradicional.

Mas a Bosch não se limita aos testes com gasóleo, pois a casa alemã disponibiliza nos seus postos de abastecimento para os veículos de administração em três locais diferentes (Feuerbach, Schwieberdingen e Hildesheim) a gasolina R33 Blue, produzida pela Shell. Este combustível contém até 33% de energia renovável, o que permite que os cerca de mil veículos da Bosch que reabastecem, regularmente, naqueles postos, reduzam a pegada de carbono até 20% do poço à roda.

Uma vez que representa 18% das emissões globais de CO2, o tráfego rodoviário também contribui para o efeito estufa. O lado positivo mostra que tem existido algum progresso. Do lado negativo, o CO2emitido pelo tráfego nas estradas europeias está novamente a aumentar. Uma das razões para isso está relacionada com a queda abrupta da venda dos modelos a gasóleo que funcionam como que contrapeso nas emissões de CO2. Em comparação com o modelo a gasolina, a pegada de carbono de um modelo a gasóleo é, em média, 15% menor.

“Além da eletromobilidade, precisamos de diesel e de outras soluções, como combustíveis renováveis ​​e sintéticos, para reduzir ainda mais as emissões de gases de efeito estufa”, lembra o CEO da Bosch, Volkmar Denner. Se os combustíveis renováveis ​​e sintéticos fossem amplamente utilizados pelos carros de passageiros europeus, isso por si só poderia economizar até 2,8 gigatoneladas de Co2 até 2050. Isto sem que a eletrificação entre na equação. Fica claro que a luta por um melhor ambiente não necessita de radicalismos, mas sim de soluções integradas.

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