Aston Martin Vulcan, Erupção Contínua
Só pode ser conduzido em pista, o que desde logo afasta a possibilidade de nos cruzarmos na rua com ele. Mas esse é também um sinal que confirma a sua exclusividade, não fosse um automóvel limitado a apenas 24 exemplares.
Bruto e imprevisível, o hipercarro da Aston Martin é o modelo mais visceral que alguma vez saiu das suas oficinas, num sinal de modernidade e tecnologia que não víamos desde o One-77. A movê-lo está um impressionante V12 de 7.0 litros, naturalmente aspirado, colocado em posição central e capaz de entregar às rodas traseiras incríveis 800 cv de potência. Já o corpo integralmente construído em fibra de carbono assenta numa estrutura monocoque da autoria da Multimatic – a mesma empresa canadiana que construiu o novo Ford GT.
“O Aston Martin Vulcan é, pela sua própria natureza, um supercarro raro e entusiasmante. Desenhado e construído para entregar uma experiência de condução única que respeita a rica história da marca, este automóvel adapta a potência e comportamento às características do piloto e do circuito em que será conduzido. Um carro desportivo para os fãs do género, acredito que o Aston martin Vulcan – e o programa único que desenvolvemos para os seus proprietários – define um novo padrão no segmento dos supercarros ultra luxuosos”, revela Andy Palmer, presidente da companhia. A estética é assombrosa, com os LED da traseira e os finos grupos ópticos dianteiros a tornarem o Vulcan num carro muitíssimo atual, mas sem perder a sua identidade, já que a icónica grelha mantém-se com o seu formato inalterado.
Desenhado pelo britânico Marek Reichman, responsável criativo pelo One-77, DBS ou Rapide, mas também pelo Rolls-Royce Phantom, o Aston Martin Vulcan deixa ainda várias pistas de como serão os futuros desportivos da insígnia. Ou seja, que linhas ‘conduzirão’ os próximos ‘DB’, destinados a concorrer com o Ferrari 488 GTB, o Jaguar F-Type, o McLaren 650S e o Porsche 911.
MELHOR QUE UM GTE
Recorrendo às técnicas e ao engenho utilizado no desporto motorizado, a relação peso/potência do Vulcan ultrapassa a anunciada pelos Vantage GTE que competem no Campeonato do Mundo de Endurance (WEC). Além do chassis monobloco, o ‘vulcão’ da Aston conta ainda com um diferencial autoblocante de deslizamento limitado (DLS), um veio de transmissão ‘torque tube’ (que entrega o binário às rodas) em magnésio e outro em fibra de carbono, e pinças de competição da Brembo, assentes em discos de carbocerâmica de 380 mm à frente e 360 mm atrás. A potência é canalizada pelos enormes pneus da Michelin, no tamanho 345/30 R19, e distribuída por uma caixa sequencial de seis velocidades da Xtrac. O esquema de suspensão ‘pushrod’, como na Fórmula 1, é complementada pelo ajuste dos amortecedores e das barras estabilizadoras que se encontram à frente e atrás. Também o controlo de tração pode ser regulado de modo a ser adaptado ao nível de experiência do condutor.
David King, Diretor dos Projetos Especiais e de Motorsport da Aston Martin, revelou a dificuldade do projeto: “Pegar em tudo o que aprendemos dos diversos programas de motorsport da autoria da Aston Martin e aplicá-lo neste automóvel de exceção foi um desafio entusiasmante e muito exigente para a nossa equipa aqui em Gaydon. A nossa experiência no desporto motorizado, em conjunto com o conhecimento que temos na produção de carros em série, permitiu-nos tornar o Aston Martin Vulcan numa proposta altamente atrativa”.
Antes de poderem conduzir o Vulcan, os seus 24 proprietários tiveram que cumprir um extenso programa de treino em pista, que incluiu não só os melhores carros da Aston Martin, como o V12 Vantage S, o One-77 e o Vantage GT4, mas também os conselhos preciosos de um vencedor de Le Mans na figura de Darren Turner. Só depois é que este lote de felizardos pôde começar a descortinar o enorme potencial da nova coqueluche da marca – estatuto que se irá manter, pelo menos, até 2018, enquanto o AM-RB 001 desenhado pela Red Bull e por Adrian Newey não chega ao mercado.
“Os track day exclusivos permitiram que estes clientes possam explorar as suas capacidades ao nível da condução, bem como o potencial do carro, em alguns dos mais famosos e glamorosos circuitos do mundo”, adiantou David King, revelando também que os clientes poderão refinar as suas qualidades ao volante de forma virtual, recorrendo para o efeito a um dos simuladores da Darren Turner Base Performance Simulators.
O sonho de conduzi-lo está à distância de 2,5 milhões de euros, sendo que surgiram recentemente alguns rumores de que a marca poderá apostar num pacote técnico que permitirá ao Vulcan ser homologado para andar em estrada. Tudo para satisfazer o desejo de alguns proprietários em escaparem-se dos corretores das pistas de corrida e pavonear, assim, um automóvel que se assume como objeto de culto.
0 comentários