Aston Martin tenta convencer investidores que vai igualar sucesso da Ferrari
Andy Palmer, CEO da Aston Martin tem pago o seu salário em suor e em quilómetros palmilhados, na tentativa de convencer os investidores que a marca britânica pode replicar o sucesso da Ferrari.
Infelizmente, as coisas não têm corrido da melhor forma á Aston Martin. A entrada na bolsa foi desastrosa – o preço caiu a pique e a empresa perdeu, praticamente, metade do seu valor desde outubro de 2018 – e os investidores mundiais estão renitentes em apostar numa marca que continua a ser de nicho. Ainda por cima quando apostou forte em comparar-se com a Ferrari. A verdade é que uma desvalorização bolsista de 45 % face ao preço inicial não ajuda nada.
Por isso, a Aston Martin esteve em força em Goodwood, tentando mostrar a sua herança, o seu passado e o que poderá ser o futuro, aproveitando Andy Palmer um ambiente mais descontraído para revelar os seus projetos e ambições a investidores que queiram ajudar.
“O Festival de Velocidade de Goodwood reúne, sempre, um importante grupo de pessoas da comunidade financeira, como banqueiros e investidores” referiu Palmer antes do evento, justificando assim o enorme investimento que lhe deu a oportunidade de revelar o plano “Second Century Plan”, que tem como ambição lançar sete novos modelos em sete anos, mas que precisa de forte investimento.
Modelo chave para o crescimento das vendas para lá das 15 mil unidades por ano será o novo SUV, o DBX. “Na narrativa do nosso plano, o DBX é um produto que não pode ser explicado através de notícias, pelo que precisamos de todos os momentos para falar com os investidores e explicar o sentido que o DBX faz numa marca tradicional, desportiva e de luxo como a nossa” referiu Andy Palmer.
A verdade é que a Aston Martin deposita enormes esperança no DBX e o seu CEO acredita que a marca vai dar um enorme salto nas vendas a partir de 2020 e que o valor da empresa em bolsa vai recuperar. Mas os últimos sinais não são positivos: a Aston Martin foi duramente atingida com uma recomendação de venda (a primeira em oito meses) no mês de junho por parte do banco de investimento Panmure Gordon. O banco justificou esta recomendação, pois a oferta pública de venda só beneficiou os acionistas vendedores, deixando a empresa sem fundos para materializar o objetivo de se equiparar á Ferrari. E fez a recomendação de venda por um valor 24% abaixo do já péssimo valor bolsista de cada ação. Recordamos que a Aston Martin prevê vender entre 7100 e 7300 unidades em 2019 e que o plano “Second Century Plan” mostra o dobro das vendas a partir de 2022.
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