Aqui está o novo Ineos Grenadier, o Defender moderno que a Land Rover não quis ou não pode fazer
As semelhanças são mais que evidentes e a Ineos pegou no conceito abandonado pela Land Rover e criou um Defender para o futuro.
A Ineos não é um construtor automóvel, mas sim um gigante do setor químico fundado por Jim Ratcliffe. Este, amante dos 4×4 e do todo o terreno, foi movido pela decisão da Land Rover em acabar com o Defender original e trocá-lo por uma versão moderna, a tomar o assunto nas suas mãos. Decidiu, assim, contruir aquilo que é a sua visão do Land Rover Defender original, mas do século XXI. O carro recebeu o nome de Grenadier, pois era o nome do bar onde Ratcliff estava quando teve a ideia.
Como dissemos, as semelhanças entre o Grenadier e o Land Rover Defender são mais que evidentes, ou seja, o mesmo estilo de linhas retas, mas com os detalhes próprios de um carro feito de raiz: uma enorme frente onde pontificam os faróis redondos, um para choques de dimensões alargadas e um par de luzes secundárias encastradas na grelha. Seguindo o conceito do Defender, o Grenadier é um carro pensado para andar por cima de toda a folha e por isso as proteções inferiores são robustas, a frente enorme, os guarda lamas dianteiros foram feitos para suportar o peso de uma pessoa em pé, há uma escada para o tejadilho que tem barras e almofadas de carga que tornam desnecessário a instalação de um porta bagagens de tejadilho para que se possam transportar objetos no tejadilho do Grenadier.
Atrás, lá está a roda suplente pendurada no portão traseiro, os farolins são redondos e lá está a escada que referimos acima e uma enorme proteção inferior. O chassis do Grenadier é convencional com longarinas e a carroçaria aparafusada ao chassis, utilizando eixos rígidos à frente e atrás num desenho e produção da Magna Steyr, na Áustria.
Porque ainda não está finalizado, a Ineos não mostrou detalhes do interior, mas como o carro utiliza o moderno motor 3.0 litros turbodiesel com seis cilindros da BMW, muito do habitáculo será feito com peças e material da casa de Munique. Naturalmente que será muito mais acolhedor que era o Defender e em matéria de segurança, terá aquilo que o modelo original da Land Rover não tinha. Mas isso só saberemos lá mais para perto da hora da comercialização.
Voltando ao motor, o bloco de seis cilindros em linha da BMW será acompanhado por uma caixa ZF automática de 8 velocidades, desconhecendo-se, para já, quais as especificações do motor, embora a Ineos tenha destacado o facto do propulsor alemão receber afinações e especificações especificas para o Grenadier, feitas pela Ineos. De série terá um diferencial central mecânico com autoblocante oferecido como opcional.
O carro já iniciou um programa de testes que vai levar o Grenadier a cumprir mais de 1.8 milhões de quilómetros nos próximos 12 meses, para que o carro esteja pronto para ser produzido no final de 2021 e começar as vendas na madrugada de 2022.
O projeto Grenadier tem sido muito acompanhado em Portugal porque em Estarreja, perto de Aveiro, vai existir uma fábrica que produzirá componentes do chassis e da carroçaria e que poderá, ao longo do tempo, criar 500 postos de trabalho. A fabricação do Grenadier será numa fábrica que está a ser construída em Bridgend, no País de Gales. O carro será vendido em todo o mundo, embora a Ineos tenha como mercados alvo os EUA, Reino Unido, Austrália, África do Sul e Alemanha, sendo esperado um preço final acima do que é comum nos atuais 4×4 á venda no mercado. E, claro está, a Ineos vai apostar no mercado das celebridades para dar o empurrão necessário à marca.
Para Toby Ecuyer, responsável pelo estilo da Ineos, “o guião foi simples. Partimos para a conceção de um veículo 4×4 moderno, funcional e altamente competente, com total sentido prático no seu âmago. Um design de ‘leitura fácil’, sem ambiguidades quanto ao papel destinado ao Grenadier. Que estará pronto para fazer tudo o que necessita, e nada do que não precisa. Nada é supérfluo. Modernas técnicas de engenharia e de produção garantem que o Grenadier é altamente competente, mas conseguimos mantermo-nos fiéis à essência de criar um veículo utilitário que resistirá à prova da passagem do tempo”.
Já Dirk Heilmann, presidente da INEOS Automotive, sustentou que “estamos encantados por podermos partilhar o design do Grenadier tão precocemente no processo. A maioria dos construtores reteria essa informação, mas somos uma empresa nova, a construir uma marca nova, e queremos que as pessoas se juntem a nós nesta empolgante viagem. Apresentar agora o design do veículo permite focarmo-nos na próxima fase crítica do seu desenvolvimento, que é testar as suas aptidões e durabilidade. Temos pela frente um programa desafiador, ao colocarmos à prova os protótipos em todas e quaisquer condições, para acumularmos cerca de 1,8 milhões de quilómetros de ensaios ao longo do próximo ano. A partir de hoje, tudo está à vista. Ensaiar ‘à vista de todos’, sem necessidade de camuflagem, blocos de espuma ou painéis falsos, é uma vantagem adicional”.
Finalmente, Jim Ratcliffe, o presidente da INEOS, destacou que “o projeto Grenadier começou pela identificação de uma lacuna no mercado, abandonada por diversos construtores, relativamente a um veículo de todo-o-terreno utilitário. Isto conferiu-nos a nossa matriz para um 4×4 capaz, fiável e duradouro, construído para lidar com os mais agrestes ambientes do mundo. Mas também tinha de ter estilo. O Toby e a sua equipa fizeram um excelente trabalho, ao criarem um design que é tão diferenciador quanto intencional”.
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