Apresentação nacional: Kia Niro PHEV e Kia Optima PHEV
Kia Niro PHEV e Optima PHEV – Apresentação Nacional
Texto: Francisco Cruz
Fabricante automóvel com um dos crescimentos mais acentuados, nos últimos anos, na Europa, a sul-coreana Kia tem procurado fazer essa afirmação, também através das energias alternativas. Motivo pelo qual lança agora, em Portugal, as versões híbridas plug-in (PHEV), tanto do crossover Niro, como do familiar Optima. Ainda que, por motivos vários, apontando-as maioritariamente às empresas.
Marca ainda jovem, nascida apenas em 1944, embora hoje em dia já com uma presença bastante forte nos principais mercados mundiais, a Kia é, também e actualmente, um dos bons exemplos do sucesso alcançado pelos fabricantes automóveis sul-coreanos, no Velho Continente. Somando não apenas sucessivas subidas nas vendas (é o oitavo ano que o consegue!), mas também um reconhecimento cada vez maior da parte dos consumidores – confirmado, aliás e entre outros aspectos, na crescente valorização da marca, a qual, segundo um estudo da Interbrand, vale já qualquer coisa como sete mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros). Mais, por exemplo e segundo a mesma tabela, que a Land Rover, a Mini ou até mesmo que a Ferrari ou a Tesla!
Já em Portugal, o sucesso da Kia não tem sido menor, com a marca a apresentar, actualmente, uma quota de mercado de 2,5%, depois de ter terminado 2016 com um crescimento nas vendas de 40%. Algo que, reconhecem os seus responsáveis, será difícil de repetir este ano, mas que, ainda assim, prometem tentar. Também com o contributo dos sistemas de propulsão hoje em dia tão na moda e colocando em prática aquele que é objectivo declarado do fabricante, até 2020: lançar um total de 14 modelos diferentes de híbridos, híbridos plug-in e eléctricos, além de uma proposta a pilha de combustível a hidrogénio. Sendo que, entre nós, o passo seguinte é dado agora, com o lançamento das versões híbridas plug-in (PHEV) do Niro e do Optima!
Exterior
Destinados a um mercado que, no caso português, o próprio importador descreve como marginal, e que terminou 2016 com não mais que 1.023 unidades vendidas, embora existindo a expectativa de um crescimento na ordem dos 95% (cerca de 2.000 unidades) para 2017, Kia Niro PHEV e Kia Optima PHEV apresentam-se não apenas como as variantes mais ecológicas de modelos já conhecidos e comercializados, mas principalmente como resposta à medida daquelas que são algumas das preocupações da sociedade actual: exibem motores menos poluentes e que, como tal, estão na moda; estão a salvo das restrições que progressivamente começam a ser impostas aos veículos com motores de combustão, nas grandes cidades; consomem menos que os veículos tradicionais; e, ainda por cima e especialmente para as empresas, beneficiam de importantes incentivos fiscais.
Cumprindo estes requisitos, importa dizer que, tanto o Niro, como o Optima sedan e SW, versão Híbrido Plug-In, poucas alterações registam, em termos estéticos, face às versões já conhecidas. Distinguindo-se, exteriormente, apenas pelos badge “EcoPlugin” na traseira, o compartimento da ficha de carregamento sobre o friso da roda dianteira esquerda e pelas soluções destinadas a melhorar a aerodinâmica – no caso do crossover, entradas de ar na parte inferior do pára-choques e nas laterais do mesmo, uma curvatura do tejadilho optimizada e um spoiler traseiro de escoamento do ar. O mesmo acontecendo no Optima, sedan e carrinha, que passam assim a ostentar uma nova grelha frontal de lamelas activas, cortinas de ar no pára-choques dianteiro e frisos laterais. Soluções que, ainda nestas últimas propostas destinadas ao segmento D, acabam contribuindo para um coeficiente de aerodinâmica melhorado de 0.28 Cd, contra os 0.30 da versão com apenas motor de combustão.
Interior
Já no interior, à mesma qualidade de construção e de materiais, habitabilidade (óptima para albergar até cinco adultos) e capacidade de carga na bagageira (324 litros no Niro, 307 l no Optima sedan e 440 l na SW), juntam-se, nestas versões, soluções específicas, como é o caso do painel de instrumentos com indicador das três fases de funcionamento do sistema de propulsão – Charge, ou seja, altura em que o sistema de propulsão está a aproveitar a energia despendida na travagem ou na desaceleração, para carregar a bateria; Eco, ou a fase em sistema está a funcionar de forma mais eficaz; e Power, ou seja, aquele em que a aceleração esta a ser feita com ambos os motores a trabalharem nesse sentido.
A par desta especificidade, destaque ainda para um inovador modo de funcionamento da parte do ar condicionado, que garante ar fresco apenas nas saídas destinadas ao condutor, poupando assim energia; uma base de carregamento wireless na consola central, para smartphones que suportem esta funcionalidade; além do característico (destas versões PHEV) botão HEV que, colocado junto à manete da caixa de velocidades, permite seleccionar tanto o modo de funcionamento híbrido, como uma utilização exclusivamente eléctrica. Neste caso, mediante um pressionar mais demorado do mesmo botão.
Finalmente e para uma utilização mais “desportiva” do sistema de propulsão, basta puxar a manche da caixa de velocidades para esquerda e colocar em modo de funcionamento semi-automático.
Equipamento
E já que falamos de equipamentos, oportunidade para elogiar, desde já, o equipamento de série que é específico destas versões PHEV, e que contempla, basicamente, tudo! O que, no caso, por exemplo, do crossover, significa não ter de pagar mais por argumentos como os bancos em tecido e pele, sistema de navegação com monitor de 7”, bluetooth, carregador de telefone wireless, câmara traseira de auxilio do estacionamento, sensores de chuva, chave inteligente, ajuste eléctrico e lombar do banco do condutor, ou os serviços conectados Kia. Assim como, no domínio das tecnologias de segurança e ajuda à condução, por mais-valias como o airbag de joelhos, o assistente à manutenção na faixa de rodagem e o cruise control com limitador de velocidade.
Opcional e, como tal, pago à parte, só mesmo a pintura metalizada (390€) e o Pack Safety (1.250€). Este último, recomendável, por garantir travagem autónoma de emergência, cruise control adaptativo, detector de ângulo morto e alerta de tráfego na retaguarda.
Quanto ao Optima PHEV, surge de série com grande parte do equipamento já conhecido das versões com motores de combustão, mais sistema de som premium com oito colunas de alta performance Harman Clari-Fi, vidros escurecidos, porta-bagagens automático (na SW) e serviços conectados Kia. Além de, no domínio da segurança e ajuda à condução, 7 airbags, travagem autónoma de emergência, câmara de estacionamento de 360 graus, sistema de manutenção na faixa de rodagem e detector de ângulo morto
Não menos importante, é o facto de ambos os modelos beneficiarem da já conhecida garantia de 7 anos ou 150.000 km, inclusive, para as baterias. Isto, apesar do fabricante prever que a durabilidade destas seja muito superior, afirmando mesmo e desde já que, ao fim de 15 anos de utilização, as baterias deverão manter ainda cerca de 70% da sua capacidade!
Motorizações
Mais do que equipamento ou qualquer outro aspecto, é neste capítulo que estas versões PHEV apresentam – compreensivelmente – as maiores diferenças; não só face às variantes com motores de combustão, mas até mesmo entre si!
Começando, mais uma vez, pelo crossover, na base do sistema de propulsão está um quatro cilindros 1,6 litros GDI a gasolina, a anunciar uma potência máxima de 105 cv às 5.700, a que depois se junta um sistema eléctrico, composto por um novo motor a debitar 61 cv de potência e apoiado por um conjunto de baterias de iões de lítio com uma capacidade de 8,9 kW. Casamento que acaba por permitir ao Niro não só anunciar uma potência máxima combinada de 141 cv e um binário de 265 Nm, mas também e em conjunto com uma caixa automática de dupla embraiagem e seis velocidades, uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em 10,8 segundos. Ou seja, menos 0,7 segundos que a versão híbrida convencional. Tudo isto, com emissões de CO2 não mais que 29 g/km e uma autonomia em modo exclusivamente eléctrico de 58 quilómetros.
Quanto ao Optima PHEV, tem por base um mais substancial quatro cilindros 2,0 litros GDI a gasolina com 156 cv às 6.000 rpm, conjugado com um motor eléctrico a debitar mais 68 cv entre as 2.300 e 3.300 rpm e uma bateria de polímeros de iões de lítio de 11,26 kW, colocada por baixo da bagageira. Conjunto que garante uma potência máxima de 205 cv às 6.000 rpm e 375 Nm de binário às 2.330 rpm, mas também uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 9,7 segundos, com um consumo médio oficial de não mais que 1,4 l/100 km e emissões de tão-só 33 gramas de CO2 por quilómetro. Já para não falar na capacidade de fazer até 62 quilómetros em modo 100% eléctrico, desde que a velocidades até 120 km/h.
Relativamente ao carregamento das baterias, as previsões do fabricante são de que, quando realizadas num posto público, uma carga completa possa demorar, em média, cerca de 3 horas. Ao passo que, numa vulgar tomada doméstica, poderá rondar entre as 6 e 7 horas.
De salientar ainda que, a par destas soluções tecnológicas, ambos os modelos estreiam ainda outras importantes novidades neste mesmo domínio, destinadas a contribuírem para uma maior eficácia dos sistemas de propulsão. Falamos, mais concretamente, o sistema Coasting Guide, que, recorrendo à navegação, consegue antecipar situações que podem interferir nos consumos, como a chegada a cruzamentos ou entroncamentos, promovendo, por isso e de forma antecipada, uma desaceleração, ou até mesmo a travagem, capaz de garantir poupança na ordem dos 3%. Ou, ainda, o Predictive Control, tecnologia que consegue antecipar a aproximação, por exemplo, de uma subida, levando o carro a ganhar velocidade, de forma a ter de fazer menos esforço na subida. Tal como promove a desaceleração, à medida que se aproxima uma descida.
Preços e campanhas
Mas se a garantia de poupança nos consumos agrada a qualquer cliente, seja ele particular ou empresa, a verdade é que, segundo contas já feitas pelo importador nacional, estes são veículos que acabam encontrando plena razão de ser, principalmente, enquanto parte de frotas. Desde logo, devido aos benefícios fiscais dados pelo Estado a este tipo de propostas, e que passam por uma redução de 75% no ISV (contra apenas um máximo de 572€ para os particulares), possibilidade de amortização da totalidade do valor do veículo (desde que este tenha custado até 50 mil euros), dedução total do IVA, além da isenção do pagamento da tributação autónoma. Permitindo, ao mesmo tempo, custos de utilização muito baixos.
Ainda assim e porque o cliente particular não deixa de ter o seu peso, a Kia Portugal decidiu arrancar com a comercialização destas versões no mercado nacional, com uma campanha de lançamento que permite, por exemplo, adquirir um sedan Optima PHEV por 41.250€, graças ao desconto de 5.000€ oferecido pelo importador, aplicado àquele que é o preço real do carro: 46.250€. Sendo que, no caso da carrinha, cujo preço é à partida de 48.750€, pode ser encomendada, graças ao mesmo desconto de lançamento de 5.000€, por 43.750€.
Quanto ao Niro PHEV, apresenta como preço de venda ao público 39.740€, embora e também graças a um desconto de 2.500€, que o fabricante oferece nesta fase de lançamento, possa ficar por 37.240€.
Já para as empresas, preços ainda mais atractivos, desde logo, graças à possibilidade dedução do IVA, com o Optima sedan a custar 31.600€, mais IVA, enquanto a carrinha fica por 33.200€, mais IVA. Finalmente, o Niro, está disponível por 29.100€, mais IVA.
A terminar, referir ainda que ambos os modelos entram em comercialização no imediato, sendo que as expectativas da Kia Portugal é que, num ano completo, seja possível vender entre 50 a 80 unidades Optima SW (o sedan será pouco mais que residual), e cerca de 100 unidades do crossover Niro.
Os próximos tempos dirão se estas previsões se aproximam, ou não, daquilo que será a realidade…
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