Alfa Romeo celebra os aniversários do Quadrifoglio e da Autodelta
É impossível falar em Quadrifoglio ou Autodelta sem falarmos em Alfa Romeo, pois são nomes que estão ligados há algumas décadas. E agora, em 2023, é o momento de celebrar aniversários, com dois novos logos.
A Alfa Romeo está a celebrar os 100 anos do Quadrifoglio e os 60 anos da Autodelta, dois nomes que estão ligados à história da marca do Scudetto. O primeiro por identificar as versões mais desportivas da marca e o segundo por ser o departamento de competição da marca desde 1963 e também o mítico departamento de competição de Settimo Milanese e a equipa de Carlo Chiti.
De forma a celebrar estes aniversários da melhor forma, a Alfa Romeo pediu ao seu Centro Stile para criar dois novos logótipos comemorativos, destinados a apoiar as diversas atividades de comunicação da marca e duas novidades de elevada importância que vamos conhecer ainda este ano.
Estes dois novos logótipos são uma espécie de interpretação moderna das versões originais, fazendo a ligação de ambos entre o seu passado mais histórico e um futuro bastante ambicioso. No caso do Quadrifoglio há apenas uma atualização ao nível da cor e uma moldura triangular com as datas de início e a atual, enquanto no logo da Autodelta, foi usado o tipo de letra que a Alfa Romeo usa atualmente e adicionado o algarismo ‘6’ do lado esquerdo, compondo o número 60.
Quadrifoglio: um símbolo da desportividade Made in Italy desde 1923
A procura constante da excelência aplicada primeiro às corridas e depois transferida, inteiramente, para os automóveis de produção: esta, em resumo, é a filosofia Alfa Romeo enraizada no Quadrifoglio, o lendário símbolo que identificou as criações Alfa Romeo de maior performance, não só as utilizadas nas pistas de todo o mundo, mas também em alguns modelos especiais de produção, desde 15 de abril de 1923.
O primeiro automóvel Alfa Romeo adornado com o Quadrifoglio foi o RL “Corsa” do piloto Ugo Sivocci, vencedor da 14ª edição da Targa Florio em 1923, ganhando assim o primeiro dos dez galardões da marca nesta prestigiada competição. E o mesmo símbolo de boa sorte foi destacado no “P2” de Brilli Peri quando ganhou o primeiro “World Car Racing Championship” em Monza, em 1925, o primeiro dos cinco títulos mundiais conquistados pela Alfa Romeo. No final dos anos 20, foi, uma vez mais, o Quadrifoglio que distinguiu, durante as corridas, os automóveis Alfa Romeo de fábrica dos inscritos pela Scuderia Ferrari, que tinham como emblema o “cavallino rampante”.
Em 1950 e 1951, Giuseppe “Nino” Farina e Juan Manuel Fangio conduziram os Alfa Romeo 158 e 159, o icónico “Alfetta”, à vitória nos dois primeiros Campeonatos do Mundo de Fórmula 1. Depois, nos anos 60, o Quadrifoglio distingue a versão “ready-to-race” do Giulia, o TI Super, juntando-se, depois, ao logótipo do triângulo azul da Autodelta durante várias décadas: desde o GTA ao 33, até aos dois Campeonatos do Mundo do 33 TT 12 (1975) e do 33 SC 12 (1977).
A atividade da Alfa Romeo no mundo das corridas continuou nos anos 80 quando, após o seu regresso à F1 em 1980, voltou a triunfar nas corridas de automóveis de turismo (com o GTV 6 2.5), seguido do triunfo no campeonato DTM com o 155 V6 Ti em 1993 e da muito longa série de vitórias do 156 Superturismo (1998-2004).
Os automóveis de produção da Alfa Romeo também apresentavam o Quadrifoglio, em particular os modelos de elevada performance fabricados entre os anos 60 e 80. Alguns exibiam o símbolo na carroçaria, sem qualquer menção no nome oficial – como o Giulia Sprint GT Veloce ou o 1750 GT Veloce – enquanto outros, a partir dos anos 80, tinham o Quadrifoglio no seu nome oficial, como as várias versões do 33 Quadrifoglio Verde ou o 164 Quadrifoglio Verde. Vale também a pena mencionar que, entre os anos 70 e 80, o Quadrifoglio também evoluiu e esteve disponível em duas versões: “Verde” para veículos mais desportivos e “Oro” para configurações mais refinadas e luxuosas.
Com o passar do tempo, o próprio “Q” inicial tornou-se parte do vocabulário da Alfa Romeo, identificando eventualmente as soluções técnicas mais avançadas: a mais famosa de todas é a tração integral Q4, mas havia também o diferencial autoblocante Q2, as transmissões automáticas Q-System e Q-Tronic, só para mencionar alguns.
O símbolo do Quadrifoglio regressou tanto no Mito (2008), como no Giulietta (2010) e ainda quando a nova geração Alfa Romeo nasceu em 2015, com o lançamento do Giulia na sua versão Quadrifoglio, alimentado pelo novo motor a gasolina 2.9 Biturbo com 510 cv e com um desempenho notável, tanto que bateu o recorde da sua categoria com o tempo de 7’32” no traçado de Nordschleife no famoso circuito de Nürburgring. O Stelvio, o primeiro SUV produzido pela Alfa Romeo, está também disponível na sua versão topo da gama Quadrifoglio.
Autodelta: O lendário departamento de competição da Alfa Romeo
A 5 de março de 1963, Carlo Chiti e os irmãos Chizzola fundaram uma pequena empresa com sede em Feletto Umberto, perto de Udine, com o objetivo de colaborar com a Alfa Romeo na construção do Giulia TZ, um gran turismo compacto concebido pela Zagato que utilizava o motor e restante mecânica do Giulia, equipado com um chassis tubular exclusivo, justificando a sigla para Tubolare Zagato. Isto marcou o início de um dos mais belos capítulos do desporto automóvel internacional, tanto que a empresa rapidamente se tornou o departamento de competição da Alfa Romeo. De facto, em 1965, foi comprada pela marca do Biscione com o objetivo de assumir o regresso oficial às competições, após a sua retirada do Campeonato Mundial de F1 em 1951, quando conquistou o seu segundo título com o “Alfetta”.
Por esta razão, a empresa fabricante de automóveis decidiu criar uma organização de corridas ad hoc, fisicamente separada das instalações de produção e com suficiente descrição e rapidez na tomada de decisões técnicas e desportivas. O General Manager desta nova realidade industrial e desportiva foi o carismático engenheiro Carlo Chiti, que relocalizou a Autodelta em alguns armazéns anónimos em Settimo Milanese, não muito longe de Arese. Aqui viriam a nascer alguns dos mais famosos automóveis de corrida da Alfa Romeo, incluindo o lendário Giulia Sprint GTA de 1965, que venceu três “Challenge Europeo Marche” consecutivos, dezenas de campeonatos nacionais e centenas de corridas individuais em todo o mundo. Facto curioso: o Giulia Sprint GTA foi o primeiro automóvel de turismo a completar o traçado de Nordschleife do circuito de Nürburgring em menos de 10 minutos.
Em 1967, a Alfa Romeo decidiu dar o grande passo para a categoria de protótipos, o grande palco internacional do automobilismo da época, com o modelo 33/2-liter a ganhar o seu primeiro troféu logo na sua estreia em Fléron, Bélgica. No ano seguinte, os protótipos da Autodelta conquistaram a vitória na sua categoria nas 24 horas de Daytona, nos 1000 km de Nürburgring, nos 500 km de Imola e nas 24 horas de Le Mans. O 33 TT 12 de 1975 (provavelmente o ano mais bem-sucedido para a Autodelta) foi também notável. O modelo levou a Autodelta a vencer o “World Championship of Marche”, repetindo a vitória dois anos mais tarde com o 33 SC 12. Depois disso, a Autodelta assumiu a gestão de todos os programas desportivos da Alfa Romeo, desde o troféu Alfasud até à Fórmula 1. Em 1984, Carlo Chiti deixou a empresa e no ano seguinte a Autodelta foi extinta. Para concluir, deve recordar-se que a Autodelta foi também um formidável centro de formação para muitos pilotos italianos, incluindo Andrea De Adamich, Arturo Merzario, Andrea De Cesaris, Bruno Giacomelli, Giorgio Francia, apenas para citar alguns, e igual número de campeões estrangeiros: de Jochen Rindt a Jacky Ickx, de Jean Pierre Jarier a Mario Andretti.
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