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Adamastor Furia: Excelência Made in Portugal

By on 15 Maio, 2024

A Adamastor apresentou o primeiro supercarro português. Uma montra de tecnologia e a prova que Portugal pode estar ao nível dos melhores.

Impossível é uma palavra que frequentemente foi desafiada pelos portugueses. A história relembra-nos dos feitos de um intrépido povo que ousava desafiar o destino em busca de mais. Foi esse espírito aventureiro que fez de Portugal um império, dando novos mundos ao mundo, mesmo enfrentando oceanos de dificuldades.

O Adamastor, figura da mitologia que entrou na história portuguesa pela pena de Luís de Camões, n´Os Lusíadas, era o símbolo das dificuldades e dos perigos que os valentes portugueses tiveram de enfrentar ao longo das suas viagens pelos mares nem sempre clementes. O Adamastor, que dificultava a passagem pelo Cabo das Tormentas, foi enfrentado por um povo que queria mais e conseguiu chegar onde mais ninguém chegou. O Cabo das Tormentas passou a ser Cabo da Boa Esperança, e o Adamastor, deixou de simbolizar medo, mas sim a capacidade e a coragem portuguesa.

Infelizmente, o povo português foi-se esquecendo da sua capacidade de fazer tanto ou mais que os outros, resignando-se e por vezes minando o seu próprio caminho. Mas ainda há “valentes marinheiros” com coragem para navegar por mares que muitos consideram impossíveis. A empresa Adamastor serve esse propósito. Mostrar que Portugal pode estar na vanguarda, mostrando capacidade técnica dos melhores do mundo. A Adamastor quer ser também símbolo de coragem lusitana e a sua mais recente proposta mostra isso mesmo.

Como surge a Adamastor?

A Adamastor surgiu em 2010, quando os fundadores Ricardo Quintas e Nuno Faria decidiram unir empresas e universidades em torno da paixão por automóveis. O seu objetivo era aproximar o mundo académico e empresarial através do desenvolvimento de um projeto de um veículo de competição, em colaboração com universidades nacionais.

Apesar das dificuldades iniciais, a empresa viu a oportunidade de construir os seus próprios automóveis e começou a ganhar experiência, atraindo engenheiros para sua equipa. Frederico Ribeiro juntou-se à equipa para trabalhar num novo automóvel, com potencial para servir de base para competições universitárias. A Adamastor buscou lançar uma colaboração entre empresas e meio académico, definindo os pilares para seu futuro. Os trabalhos começaram com a construção de maquetas e posteriormente num atelier no Porto.

O primeiro passo foi o P001, desenhado por Ricardo Ribeiro e mais tarde redesenhado com a contribuição de Frederico Ribeiro para proporcionar mais espaço ao condutor e passageiro, evoluindo para o P002, que usava mecânica Volkswagen/Skoda. Com a aprendizagem e erros valorizados, surgiu o P003, integralmente concebido pela Adamastor, reduzindo a dependência de fornecedores externos.

O P003 foi equipado com mecânica Toyota e teve o seu desempenho dinâmico aprimorado por Alfredo Matos, reduzindo o tempo da melhor volta em 4 segundos no circuito de Braga. A empresa desenvolveu uma rede de parceiros, incluindo profissionais com experiência em competições, como Fórmula 1 e M-Sport, tornando-se a espinha dorsal da empresa. Apesar de alcançar os seus objetivos iniciais, a Adamastor enfrentava um momento crucial no seu crescimento, impulsionada pela ambição e paixão da sua equipa.

Seguiu-se uma decisão crucial. Continuar a evoluir o P003 para entrar no mercado de kit cars ou dar um salto ambicioso para o desenvolvimento de um novo automóvel de competição GT. Em 19 de junho de 2019, decidem avançar para a produção do veículo de competição GT. Com a contribuição de Alfredo Matos e Frederico Ribeiro, são elaborados estudos de engenharia e de mercado.

A empresa cresce, mudando-se para instalações maiores em Perafita. Inicia-se o desenvolvimento do novo automóvel em fibra de carbono, focado no desempenho aerodinâmico e a máxima competição, com base numa mecânica Ford. O projeto evoluiu e cresceu de forma a poder dar corpo ao primeiro supercarro português.

Furia tecnológica

O Furia que ontem foi apresentado na Alfândega do Porto é um tratado científico com recurso às melhores técnicas e ferramentas do mundo. Tal como na competição de topo, a fibra de carbono é o material preferencial, pela sua leveza e resistência. O design é 100% focado na performance, recorrendo a softwares de simulação de topo, tal como as grandes equipas de F1.

A mecânica é toda pela pensada e feita dentro de portas, com soluções inovadoras, tal como a suspensão do Furia, que foi patenteada a nível mundial, mostrando uma abordagem diferente. O Furia não é apenas o melhor que se faz em Portugal. O Furia é do melhor que se faz no mundo, com engenheiros portugueses a mostrarem todo o seu talento e capacidade. Muitos dos engenheiros envolvidos no projeto trabalham para grandes equipas do mundo da competição e trouxeram essa experiência para o Furia. Desde a F1, passando pelo WRC e pelos GT´s, a Adamastor conseguiu reunir um conjunto de talentos habituados ao alto rendimento, trazendo as melhores técnicas.

Mas não só. A Adamastor também serviu de exemplo e algumas equipas de topo começaram a trabalhar com os mesmo métodos da Adamastor. A conhecida Prema, que compete em F2 e F3, passou a usar o mesmo software de simulação de tempo por volta, por influência do trabalho desenvolvido na Adamastor.

O culminar de um trabalho meticuloso, aconteceu ontem com o primeiro chassis a ser mostrado ao mundo. A Adamastor tem planos ambiciosos e está determinada em chegar longe. Como os navegadores que enfrentaram e venceram o cabo das tormentas.

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