ACEA revela estudo que destaca falta de infraestruturas e incentivos para elétricos (c/vídeo)
A Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) aproveitou o início de um novo ciclo de governo na União Europeia, para lembrar que é urgente desenhar um plano de incentivos para permitir a transição para a mobilidade zero emissões no Velho Continente.
A ACEA lançou a primeira edição do seu relatório anual onde fica claro que não tem havido suficiente incentivo à compra de veículos de mobilidade alternativa e menos ainda numa infraestrutura europeia de carregamento. O estudo não deixa margem para dúvidas: se a União Europeia quer manter as extremamente ambiciosas metas de emissões de CO2 em 2025 e 2030, as vendas destes veículos terão de crescer, muito e muito depressa!
Carlos Tavares, CEO do PSA Group e Presidente da ACEA, referiu em comunicado da associação que, “a nossa indústria está ansiosa para caminhar o mais depressa possível rumo à mobilidade zero emissões. Mas a transição é uma responsabilidade partilhada, requer uma abordagem 360 graus.”
Segundo o português, “do nosso lado, estamos a oferecer uma cada vez mais ampla escolha em termos de mobilidade alternativa aos nossos clientes. Paralelamente, governos de toda a Europa necessitam de igualar o ritmo dos nossos lançamentos, incrementando dramaticamente os investimentos em infraestruturas. Além disso, têm de implementar planos sustentáveis de incentivos, consistentes, em toda a União Europeia.”
O relatório da ACEA mostra que há menos de 145 mil pontos de recarga para veículos elétricos em toda a União Europeia, três vezes mais que há cinco anos. Porém, estamos muito, muito longe daquilo que é exigível para cumprir com as regras de emissões e com as necessidades em 2030: 2,8 milhões de postos de recarregamento. O que se traduz num aumento de implementação 20 vezes superior ao atual na próxima década.
Além dessa aceleração, a União Europeia vai ter de resolver a assimetria existente no Velho Continente. A ACEA, no seu relatório, diz que quatro países (Holanda, Alemanha, França e Reino Unido) cobrem um quarto do território europeu e só eles têm 75% de todas as estações de carregamento. Um desequilíbrio brutal que tem de ser resolvido urgentemente. Mas há mais questões.
Quase todos os países que têm menos de um carregador por cada 100 km de estrada têm uma quota de mercado de modelos de mobilidade alternativa inferior a 1%. Finalmente, a acessibilidade ao veículo elétrico no que toca ao preço. O estudo da ACEA mostra de forma evidente que o crescimento da quota de mercados de modelos com motorização alternativa está intimamente ligado ao nível de vida do país: todos os estados membros da União Europeia que têm um PIB (Produto interno Bruto) individual abaixo dos 29 mil euros, têm uma quota de mercado daqueles veículos abaixo do 1%. Tal sucede em muitos países do centro da Europa, bem como a Grécia, Itália e Espanha.
Por isto tudo, Carlos Tavares lança o aviso. “Tenos de salvaguardar o direito à mobilidade das pessoas, independentemente de como vivem e onde vivem ou pela sua capacidade financeira. A Mobilidade deve ser limpa, segura e acessível!”
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