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ACAP fez balanço ao ano de 2018, antecipou 2019 e deixou duras críticas ao Governo

By on 7 Fevereiro, 2019

“Não há pensamento estratégico para desenhar um plano a dez anos, situação que é mais grave neste momento em que se cumpre a transição energética.” Esta foi a mensagem mais forte que Hélder Pedro, secretário geral da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), deixou na reunião realizada na sede da associação com os jornalistas.

Numa resenha sobre o que foi o ano de 2018 para o setor, Hélder Pedro mostrou que Portugal é um país com produção automóvel, pois ultrapassamos as 250 mil unidades produzidas com um total de 294 mil unidades, mais 68% que em 2017 e, sobretudo, mais que o número de veículos novos vendidos em Portugal, que foi de 273 252 unidades. Dessa produção, naturalmente, 97% segue para exportação, ou seja, exportámos 285 673 unidades e retivemos 8 693 unidades.

O facto de exportarmos 10,7% da produção para o Reino Unido adiciona preocupação devido ao Brexit, embora o maior mercado que recebe os nossos veículos seja a Alemanha (com 21,4% das exportações) estando a Espanha em quinto lugar com 9,7%.

Contas feitas, a produção automóvel, reboques, semi-reboques e componentes para veículos gera um volume de negócios de 13,4 mil milhões de euros. Já o comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos gerou, em 2018, 20,3 mil milhões de euros de volume de negócio.

Como o AUTOMAIS já tinha noticiado, o ano de 2018 fechou com 238 327 unidades de veículos ligeiros (mais 2,8%), 39 282 unidades de comerciais ligeiros (mais 2,0%) e 5 643 veículos pesados (menos 1,6%), o que se traduz num total geral de 273 252 unidades, mais 2,6% que em 2018.

Decompondo em canais de vendas, o “rent a car” continua a deter uma fatia enorme das vendas com 55 536 unidades (24% do mercado), seguido do AOV (aluguer operacional) com 29 767 unidades (13%) e, claro, a maior fatia a vir dos clientes individuais e empresas que não optam pelo aluguer operacional, 143 024 unidades, 63% do mercado. De referir que o Aluguer Operacional avançou um por cento face a 2017.

Os modelos mais vendidos foram o Renault Clio, seguido pelo Nissan Qashqai, Peugeot 208, Renault Captur, Renault Megane, Mercedes Classe A, Citroen C3, Peugeot 2008, Peugeot 308 e, finalmente, o VW Polo. Já no que toca aos segmentos, o dos citadinos (A) cresceu 0,2% para 7,1% do mercado, os utilitários (B) cresceram 1,8% para 42% do mercado, sendo os modelos mais vendidos em Portugal, seguidos dos familiares médios (segmento C) que recuou 0,2% para uma quota de 37,6%. Os executivos (segmento D) também contraíram, 1,6% para 10% do mercado, os do segmento superior (E) recuaram 0,3% para 2,9% e os de luxo (F) ficaram na mesma com 0,4% do mercado.

Quanto á tipologia dos veículos mais vendidos, a berlina de cinco portas assumiu 44% do mercado, recuando 3% face a 2017, os SUV 4×2 crescera 6% dominando agora 25% das vendas (era de 19% em 2017), seguindo-se as carrinhas com 14% (era 18% em 2017). O resto é dividido entre berlina 3 portas (2%), SUV 4×4 (3%), MPV (3%), Sedan 4 portas (4%) e Coupé (2%).

Continuando a tendência de 2017, o ano de 2018 viu o gasóleo perder terreno face á gasolina, mesmo que tenha mantido a liderança com 53% do mercado, menos 8% que no ano anterior e distante de 2013, ano em que o mercado era 72% a gasóleo. Os modelos a gasolina ganharam 5%, sendo o resto ganho dos modelos elétricos e híbridos, que com 7,4% do mercado, cresceram 2,7% face a 2017.

É curioso notar que dentro dos automóveis ligeiros de passageiros vendidos em Portugal em 2018, 3,2% são de híbridos convencionais, 1,8% são elétricos, 08% andam a gás natural ou gás de petróleo liquefeito e 1,7% são híbridos Plug In.

Dizer, também, que as emissões de CO2 média em Portugal é de 105 gr/km, um valor muito interessante que poderia ser ainda melhor se existissem planos para abate de veículos com idade acima dos 10 anos.

Isto porque dos 6 280 milhões de veículos que fazem parte do parque automóvel nacional, 5 015 milhões são veículos ligeiros de passageiros, estando com uma idade média de 12,6 anos. E onde lidera a gasolina com 50% desse parque, 49% para o gasóleo e 1% para outos tipos de combustível.

Hélder Pedro deu especial ênfase a esta questão, destacando que o Governo recusa-se a implementar um programa de apoio ao abate de viaturas antigas. Lembra o secretário geral da ACAP que para abater um ano á idade média do parque automóvel, seria necessário abater 330 mil unidades, que valorizadas e retiradas das estradas permitiria uma poupança de 164 milhões de litros de combustível e 230 milhões de euros por ano.

O que mais choca nesta situação é que o Governo de Portugal não quer utilizar os recursos do Fundo Ambiental – ou seja, não iria ao orçamento de Estado – para ajudar a descarbonizar o país. Algo que só é explicável pela tal falta de planeamento estratégico a longo prazo.

Para 2019, a ACAP acredita que o mercado vá estabilizar com uma variação que não andará longe dos 1 a 1,5% seja positivos sejam negativos, mesmo olhando ao mês de janeiro que disparou face a 2018 e que mostra a tendência atual: no primeiro mês de 2019, foram vendidos mais modelos a gasolina que a gasóleo. Finalmente, sobre a saturação do mercado, diz Helder Pedro, que um país como Portugal que vende 48 carros por mil habitantes, ainda tem espaço para crescer, pois estamos abaixo da média europeia.

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