“A velocidade é a mãe de todos os problemas na segurança rodoviária”
De acordo com declarações do diretor da Unidade de Prevenção e Segurança Rodoviária, Carlos Lopes à SIC Notícias: “a velocidade é a mãe de todos os problemas na segurança rodoviária”. A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia de Segurança Pública (PSP) lançaram ontem a campanha de prevenção “Viajar sem pressa”, cujo principal objetivo é alertar para os riscos do excesso de velocidade, que é uma das principais causas dos acidentes nas estradas, e de longe o maior responsável (mais de 60%) das infrações registadas: “a velocidade está presente em quase todos os acidentes graves. E porquê? A velocidade tem quatro grandes questões fundamentais: Primeiro, quanto maior a velocidade, maior o impacto. O campo de visão diminui com a velocidade e as pessoas têm menos capacidade de antecipar. Por outro lado, no tempo de reação até que se detete o perigo, o espaço percorrido pelo veículo é muito superior. Por último, para travar ou ensaiar alguma manobra evasiva, o condutor também vai levar mais tempo.
Por tudo isto é que há quem diga que a velocidade é a mãe de todos os problemas na segurança rodoviária”, destaca o responsável da Unidade de Prevenção e Segurança Rodoviária, que admite haver uma fraca perceção dos condutores em relação ao que é verdadeiramente a velocidade segura: “Temos de ter a consciência de que não se mudam mentalidades de um dia para o outro e tem de ser a própria sociedade a mudar e ter consciência de que de facto a velocidade é um perigo”, acrescenta Carlos Lopes.
Historicamente, nos acidentes com vítimas, feridos e/ou mortos, o pico da mortalidade na estrada em Portugal foi em 1975, com 2.676 mortos, os números caíram durante uma década, com pequenas exceções, até voltarem a subir atingindo-se novo pico em 1988 com 2.534 mortes. A partir daí com raras exceções as mortes na estrada vieram sempre a cair, desde 1996 que o número 2.000 não é ultrapassado, em 2006 caiu para baixo das 1.000 mortes anuais, em 2014 caiu para baixo das 500 (482), em 2020 e 2021, ambos com 390 (anos de pandemia), com 460 a morrerem no ano passado. 460 mortes a mais…
Como se percebe, há ainda um longo caminho a percorrer, mas Portugal tem a quarta pior taxa de mortes na estrada da União Europeia: registou 63 mortes por milhão de habitantes, um valor acima da média da União Europeia (46), só superado pela Croácia (71), Bulgária (78) e Roménia (86).
Sabe-se que em breve será divulgada a nova estratégia pelo ministro da Administração Interna. A redução da velocidade “será uma prioridade, pois qualquer que seja a causa do acidente, as consequências serão mais graves”, havendo mais dois problemas para combater: a condução sob efeito do álcool e com o telemóvel.
Vamos ver o que vai ser feito, pois há quem assegure faltar aos números divulgados, as mortes nas estradas a 30 dias, pois não se sabe quantos feridos graves não sobreviveram.
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