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As origens da “ducktail” do Porsche 911 e porque ficou inscrita na sua história

By on 12 Novembro, 2022

Na altura do lançamento do Porsche 911 Carrera RS 2.7, a decisão de adicionar uma asa traseira de formato peculiar não foi muito bem aceite, principalmente pelos designers. Mas o resultado prático mudou essa opinião.

A asa traseira do Porsche 911 é um dos seus traços mais icónicos. Foi apresentada com a versão mais desportiva deste modelo, no início dos anos 70, mas não foi muito bem vista pela equipa de design da marca, que sempre quis manter a pureza das linhas do 911 e estava totalmente contra a adição de uma “cauda de pato” na traseira deste modelo. Na altura, os próprios vendedores da marca encarregues de vender as 500 unidades que estariam disponíveis, afirmaram que esta ideia ia fazer com que não fossem vendidas mais de 100.

No entanto, a “ducktail” do Porsche 911, além de se ter transformado num dos seus traços mais característicos, revelou ser de uma utilidade extrema no objetivo do projeto Carrera RS 2.7, que era o de tornar o Porsche 911 ainda mais desportivo, rápido e eficaz. Segundo Tilman Brodbeck, o engenheiro aeroespacial que se juntou à equipa de Hermann Burst em outubro de 1970 para desenvolver este componente, “na altura, o 911 e muitos outros carros tinham essencialmente a forma de uma asa: plana por baixo, curva por cima, e afunilada até determinado ponto na parte de trás, sendo que este tipo de formato criar um movimento ascendente“.

Isto era algo que uma versão mais desportiva do Porsche 911 não precisava, uma vez que a sua velocidade em curva já era bastante inferior aos valores prometidos pelo motor e pelo chassis. Neste momento, os engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento deste modelo perceberam que uma força ascendente excessiva iria afetar consideravelmente o desempenho deste modelo, o argumento que, finalmente, iria convencer os especialistas em design e vendas.

O túnel de vento acabou por eliminar todas as dúvidas que ainda poderiam existir, uma vez que a presença da “ducktail” melhorou o coeficiente aerodinâmico do 911 e a velocidade máxima deste modelo aumentou cerca de 4,5 km/h, suficientes para alcançar a meta dos 240 km/h, algo que era simplesmente incrível nesta altura.

Os 500 veículos necessários para homologar o 911 Carrera RS 2.7 do Grupo 4 acabaram por ser vendidos em menos tempo do que os nossos representantes de vendas levaram para contar até 500“, recorda Brodbeck, que tem agora 79 anos de idade.

Depois da patente ter sido registada a 5 de agosto de 1972, a “ducktail” da Porsche passou a ser um dos traços mais icónicos do Porsche 911, que dura até aos dias de hoje, ainda que com um formato ligeiramente diferente.

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