Volvo V40 Cross Country D2 Summum – Ensaio

O Volvo V40 alia como poucos uma coerência entre exterior e interior, num veículo em que a sobriedade é marca dominante.

Requintada elegância, linhas modernas e detalhes que dão prazer ao olhar. Tudo está pensado ‘ergonomicamente’ no V40 Cross Country – do volante ao cómodo assento – com a nossa mão a percorrer com facilidade o painel de instrumentos, seletor de velocidades e travão de mão, apenas com um ligeiro ‘desvio’ entre cada caminho. De imediato surge uma empatia entre condutor e carro, somos tentados a um affair. A sensação adensa-se ao sentarmos-nos. À imaculada posição de condução, acresce um habitáculo sem adornos estilísticos exuberantes, mas com materiais delicados, agradáveis à vista e ao toque. Os manómetros digitais dão-nos a escolher três temas – eco elegance e performance – à medida do ‘apetite’, que dão charme ao conjunto e ajudam ao romance.

Face à versão ‘normal’, este Cross Country traduz-se por uma maior altura ao solo e, segundo a marca, um ‘body kit’, para proteção das extremidades traseira e dianteira da projeção de gravilha, grelha dianteira em formato de favos de mel e luzes diurnas verticais, que lhe conferem um laivo de descontração e uma tónica de aventureiro. A versão Summum conta com aplicações em alumínio, estofos em couro, jantes de liga leve Larenta de 17 polegadas, luzes diurnas LED, manípulo da caixa de velocidades iluminado e mostrador digital do condutor.

É assim um carro ideal para o dia-a-dia, que marca pontos em qualquer parque de estacionamento. Compacto, está dotado com um motor 2.0 TDI de 120 cv, progressivo, com uma resposta válida, que não para grandes euforias. Também dá para se ‘puxar’ por ele, mas essa não é a sua génese. Conseguem-se consumos de 5,6 l/100 km numa condução dentro da legalidade. Se abusarmos  iremos para os nada alarmantes 6,1 l. Em curva é bastante eficiente e o comportamento dinâmico proporciona um grande prazer de condução, fazendo-nos querer acelerar em percursos encadeados. Podemos levá-lo ao limite, mas este é-nos ‘avisado’. A traseira desliza de forma suave, acompanhada pelo chiar dos pneus que nos dá a escolher o desfecho final.

O único pesar deste V40 acontece na ‘hora da despedida’, quando sentimos que a relação acabou, não porque algo de errado tenha acontecido, mas simplesmente porque a vida segue cursos diferentes e o caminho do nosso ensaio terminou. Com pesar, temos que o devolver… e à chave. Mas este é um relacionamento que pode ter um segunda oportunidade, a troco de 30 393€. Custam, mas dão que pensar…

 

Preço (de entrada) 30 393€

 

MOTOR 4 cil., Diesel, turbo, common-rail de 1969 cm3

POTÊNCIA 120 cv/3750 rpm

BINÁRIO 280 N.m./1500-2250 rpm

TRANSMISSÃO Dianteira, cx man. De 5 vel.

SUSPENSÃO MacPherson com molas helicoidais à frente e eixo de torção com molas helicoidais atrás

TRAVAGEM DV/D

MALA 335 l

DEPÓSITO 62 l

VEL. MÁX. 190 km/h

André Duarte