Renault Mégane R.S. – Ensaio Teste
Renault Mégane R.S.
Menos rebelde, mais eficaz!
O Mégane R.S. está de regresso e no seu terceiro ciclo de vida está mais civilizado do que nunca! Quer isso dizer que deixou de espalhar emoções fortes? Nem por sombras! Apenas transformou rebeldia em eficácia… e isso só pode ser positivo!
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Comportamento dinâmico / Sistema 4Control / R.S. Monitor (telemetria)
Patilhas de troca de caixa fixas e curtas / Posicionamento de alguns comandos
Exterior
Se é apologista da discrição moderada, a última geração do Mégane R.S. encaixa no seu perfil. Os técnicos da Renault Sport conseguiram um equilíbrio muito perto da perfeição no que toca ao design, moldando o agora topo de gama da família Mégane com linhas agressivas q.b., mas sem os radicalismos de um Civic Type-R. Em francês, a língua materna deste Mégane, dir-se-ia: “au point”! As fotos falam por si, mas vale a pena dar maior atenção a alguns detalhes como ao novo desenho do para-choques dianteiro com padrão 3D em ninho de abelha, à lâmina F1 dianteira, ao sistema de iluminação LED multirrefletora R.S. Vision (na formula de bandeira quadriculada) ou aos painéis laterais mais “encorpados” (guarda-lamas mais largos 60 mm à frente e 40 mm atrás que o Mégane GT). As discretas saídas de ar laterais que ajudam à refrigeração e o para-choques traseiro com aberturas, sob o qual permanece um difusor (que ajuda a “colar” o carro ao chão) e uma saída de escape central, para além de um defletor traseiro (desenhado para melhorar a aerodinâmica), das jantes de 18 polegadas (capazes de realçar as pinças de travão Brembo) são tudo elementos que automaticamente nos transportam para o mundo da competição, onde esta terceira geração do Mégane R.S. foi, de facto, buscar a sua inspiração.
Um único pecado! Da segunda para a terceira geração, o compacto mais desportivo da Renault perdeu duas portas! Pelo caminho deixou uma imagem ligeiramente menos desportiva e feriu o ego dos apreciadores mais puristas deste tipo de carro. Mas compensou em termos de funcionalidade e praticabilidade de utilização no dia-a-dia, onde cinco portas assentam melhor que apenas três. Portanto e como “uma mão lava a outra”, é melhor contabilizar apenas “meio” pecado…
Interior
Se para os mais desatentos e menos conhecedores a estética exterior do Mégane R.S. pode até passar despercebida, será preciso ter sérios problemas de visão para repetir o erro do lado de dentro deste Renault. É que, neste caso, os apelos à “desportividade” são ainda mais fortes, com pormenores que se distinguem facilmente da versão “normal”. Se não reparou em nada de diferente, está na altura de marcar uma consulta no oftalmologista. Se ficou a “babar” com o volante de couro multifunções com a sigla “R.S”, posponto vermelho e lista vermelha no topo, com os pedais em alumínio, os bancos desportivos tipo “bacquet” com revestimentos em alcântara com inscrição “R.S.” (extra de 1.700 €), então é porque o sangue das suas veias corre mais depressa e isso coloca-o em sintonia com este R.S.!
De qualquer modo, todos estes pequenos apontamentos (a que se juntam também a inscrição “Renault Sport” no tablier e os pospontos vermelhos no fole da alavanca de velocidades automática, para além das patilhas de troca de caixa por detrás do volante) são apenas “mimos” quando comparados com as potencialidades do R.S. Monitor (evoluído face à última versão), verdadeira telemetria capaz de fazer concorrência a muitos carros de competição e a situar-se, sem qualquer favor, entre as melhores no que a veículos de produção em série diz respeito. Com as suas funcionalidades fica assegurada uma nova e ainda mais excitante experiência de condução, com 40 sensores a recolherem e passarem a informação de diversos parâmetros – como percentagens de uso do acelerador, do travão, do ângulo do volante, mas também da disponibilidade do binário, da atuação do sistema 4CONTROL, para além de diversas temperaturas e pressões – para o tablet tátil R-Link 2.
E já que o tema do cockpit é a “experiência de condução” otimizada, vale a pena dizer que a Renault também dotou o Mégane R.S. com o sistema MULTI-SENSE, permitindo parametrizar cinco tipos de condução diferentes – Comfort (a pensar nos consumos e conforto), Normal (a pensar no equilíbrio entre conforto, acústica e segurança), Sport (a pensar num comportamento mais desportivo, retardando o funcionamento do ESP), Race (para utilização em circuito, com ESP totalmente desativado e sistema 4CONTROL ainda mais ágil) e Perso (para o condutor personalizar à sua medida) -, que fazem variar a resposta do motor, a cartografia do pedal do acelerador, a rapidez das passagens de caixa e a rigidez da direção.
O botão R.S. Drive oferece um atalho para os modos Sport (após leve pressão) e Race (após pressão prolongada). Com todos estes argumentos, quem se atrever a pôr em causa o espírito desportivo deste Mégane R.S. só pode ter perdido o bom-senso!
Equipamento
Algumas das melhores “mordomias” desta Mégane R.S. estão, infelizmente, contempladas apenas como “equipamento extra”. É o caso do R.S. Monitor (250 €), volante em couro Alcântara R.S. (300 €), jantes em liga leve 19’’ R.S. ou R.S. Full Black (990 €), Sistema R-Link 2 & Sistema de som BOSE, com écran 8,7’’, navegação e ligação à internet (com comando de voz e cartografia Europa) (500 €), estofos em couro Alcântara R.S. (1700 €) e teto de abrir elétrico panorâmico (990 €). De fora também ficam os diversos tipos de pintura disponíveis (metalizada ou nacarada, 530 €; metalizada especial – branco nacarado ou vermelho flamme 750 €; ou laranja tonic e amarelo sirius, 1600 €), tal como o Pack Easy Parking (Easy Park Assist + Alerta de ângulo morto) (680 €) e o Pack Safety (Sist. de travagem de emergência ativa + Alerta de distância de segurança + regulador adaptativo de velocidade (680 €).
Mas, tudo o que é realmente essencial, entre dispositivos de segurança e conforto, está garantido sem acréscimo de valor, o que acontece, por exemplo, com o Head Up display, muito útil para não tirar os olhos da estrada.
Consumos
Os consumos podem ser surpreendentes! Mas, ao contrário do que estamos habituados neste tipo de carros, pela vertente positiva! Se resistir à tentação de sentir o “pé pesado”, é possível pôr o computador de bordo a registar médias de 8 l/100 km. Claro, que ao “abrir a goela”, o bloco 1.8 facilmente ultrapassa os 12 l/100 km, mas se tivermos em conta que com o bloco 2.0 litros que equipava a anterior geração do Mégane R.S. era difícil, mesmo com alguma contenção, baixar dos 13 l/100 km, não há dúvidas que o progresso foi assinalável!
Ao Volante
A herança do anterior Mégane R.S. é pesada. Não se espera que um carro, com motor 2 litros, que chegou a ser recordista na pista de Nürburgring na sua categoria, venda barata a “passagem de testemunho”, mesmo que ela seja para o irmão mais novo! O novo Mégane R.S., parte desde logo, com a desvantagem do motor, com menos 200 cm3, o que lhe traz a inegável vantagem dos consumos, mas o torna bastante mais suave e progressivo, logo menos apelativo para quem procura constantes injeções de adrenalina. A própria afinação do chassis, mesmo no modo “Race” é menos radical, tornando o atual Mégane R.S. mais civilizado e mais propenso a erros de quem sonha em ser piloto, mas não nasceu com as luvas calçadas. Dir-se-ia, que os engenheiros da Renault Sport souberam fazer uma nova interpretação dos tempos modernos, onde a performance pura e dura deixou de valer tudo e foi necessário fazer algumas concessões.
Mas… alto e para o baile! Então o Mégane R.S. perdeu a tão viciante “fibra” de que era feito? Nada disso! Simplesmente viu o diamante em bruto de que era feito, lapidado até à última aresta! Por outras palavras, está definitivamente mais filtrado, mas sem perder o seu ADN. O motor, agora com 280 cv, tem força mais do que suficiente para nos empurrar contra as bacquets, sobretudo, com o sistema Lauch Control ativado, mesmo se impressiona menos do que a facilidade e agilidade com que o chassis Sport (o Cup, mais duro, só estará disponível mais tarde) lida e é capaz de devorar qualquer tipo de curva. O “culpado” é o sistema 4CONTROL (com afinação específica na versão R.S.) que ajuda a “rodar” a traseira para a inserção mais rápida do trem dianteiro e a colocar o Mégane na linha de trajetória ideal mais cedo e de forma mais precisa, num trabalho que noutro carro, teria que ser feito artificialmente com um toque de pé esquerdo no pedal do travão. Claro, que para usufruir deste trunfo em curva, torna-se necessário curvar já bem depressa, mas nem é necessário fazê-lo no modo “Race” (onde ficamos num trapézio sem rede ou seja, sem ajudas eletrónicas, e onde o motor chega às 7000 rpm em vez de 6500 rpm), pois no modo “Sport” o comportamento do Mégane R.S. já se torna verdadeiramente acutilante, auferindo até de uma acústica vibrante a cada passagem de caixa.
Só é pena que a caixa automática EDC, suficientemente rápida para acompanhar o ritmo imposto pelo chassis e que até disponibiliza um eficaz sistema de redução múltipla, não ofereça patilhas de maiores dimensões, que ajudariam a trabalhar com a caixa a meio de qualquer curva, se preciso fosse, dando maior confiança ao piloto… perdão, condutor.
Confiança, de resto, é algo que não vai perder devido ao sistema de travagem, tão eficiente como resistente, e que peca apenas por ser demasiado forte no ataque inicial, numa condução despreocupada e em ritmos mais lentos.
Aliás, este tipo de ritmos passou agora a ser também bastante “bem recebido” pelo Mégane R.S., que pode ser conduzido (quase) como um convencional Mégane, sem excessiva dureza da suspensão ou consumos exorbitantes, sendo perfeitamente utilizável quotidianamente. E esse trunfo é forte, muito forte, talvez até decisivo se precisar de convencer a sua cara metade que não comprou um “carro de corrida”, mas antes um automóvel que lhe permite levar, descontraidamente, os filhos à escola!
Balanço Final
À terceira geração, o Mégane R.S. está mais civilizado e pode ser usado diariamente sem problemas para as “costas” (mostrando-se minimamente confortável) ou “bolsa” (efetuando consumos moderados), num claro trunfo de versatilidade. Os 280 cv do motor podem não assustar a concorrência, mas a afinação do chassis e a eficácia do sistema de quatro rodas direcionais 4CONTROL, voltam a colocar o Mégane R.S. entre os melhores compactos desportivos da atualidade.
Concorrentes
Audi A3 Sportback Quattro S3 2.0 TFSI com 310 cv a partir de 57.660 €
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ford Focus RS 2.3 Ecoboost com 350 cv a partir de 50.393 €
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Honda Civic 2.0 i-VTEC Type-R S com 320 cv a partir de 46.890 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Hyundai i30 N com 275 cv a partir de 44.250 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Opel Astra OPC 2.0 Turbo com 280 cv a partir de 41.420 €
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf 2.0 TSI GTI com 245 cv a partir de 49.974 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf 2.0 TSI R com 310 cv a partir de 54.995 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo
Cilindrada (cm3): 1798
Diâmetro x curso (mm): 79,7 x 90,1
Taxa de Compressão: n.d.
Potência máxima (cv): 280/6000
Binário máximo (Nm/rpm): 390/2400-4800
Transmissão, direção, suspensão e travões
Transmissão e direção: Dianteira, com automática 6 velocidades EDC; direção elétrica, assistida
Suspensão (fr/tr): Pivot independente/Eixo de torção
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e Consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 5,8
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 8,5/6,1/7,0
Emissões de CO2 (g/km): 155
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4364/1875/1435
Distância entre eixos (mm): 2669
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1615/1596
Peso (kg): 1505
Capacidade da bagageira (l): 384 (1247 com segunda fila de bancos rebatida)
Depósito de combustível (l): 50
Pneus (fr/tr): 235/40 R18 / 235/40 R18
Mais/Menos
Mais
Comportamento dinâmico / Sistema 4Control / R.S. Monitor (telemetria)
Menos
Patilhas de troca de caixa fixas e curtas / Posicionamento de alguns comandos
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 42330€
Preço da versão base (Euros): 40480€
Exterior
Se é apologista da discrição moderada, a última geração do Mégane R.S. encaixa no seu perfil. Os técnicos da Renault Sport conseguiram um equilíbrio muito perto da perfeição no que toca ao design, moldando o agora topo de gama da família Mégane com linhas agressivas q.b., mas sem os radicalismos de um Civic Type-R. Em francês, a língua materna deste Mégane, dir-se-ia: “au point”! As fotos falam por si, mas vale a pena dar maior atenção a alguns detalhes como ao novo desenho do para-choques dianteiro com padrão 3D em ninho de abelha, à lâmina F1 dianteira, ao sistema de iluminação LED multirrefletora R.S. Vision (na formula de bandeira quadriculada) ou aos painéis laterais mais “encorpados” (guarda-lamas mais largos 60 mm à frente e 40 mm atrás que o Mégane GT). As discretas saídas de ar laterais que ajudam à refrigeração e o para-choques traseiro com aberturas, sob o qual permanece um difusor (que ajuda a “colar” o carro ao chão) e uma saída de escape central, para além de um defletor traseiro (desenhado para melhorar a aerodinâmica), das jantes de 18 polegadas (capazes de realçar as pinças de travão Brembo) são tudo elementos que automaticamente nos transportam para o mundo da competição, onde esta terceira geração do Mégane R.S. foi, de facto, buscar a sua inspiração.
Um único pecado! Da segunda para a terceira geração, o compacto mais desportivo da Renault perdeu duas portas! Pelo caminho deixou uma imagem ligeiramente menos desportiva e feriu o ego dos apreciadores mais puristas deste tipo de carro. Mas compensou em termos de funcionalidade e praticabilidade de utilização no dia-a-dia, onde cinco portas assentam melhor que apenas três. Portanto e como “uma mão lava a outra”, é melhor contabilizar apenas “meio” pecado…
Interior
Se para os mais desatentos e menos conhecedores a estética exterior do Mégane R.S. pode até passar despercebida, será preciso ter sérios problemas de visão para repetir o erro do lado de dentro deste Renault. É que, neste caso, os apelos à “desportividade” são ainda mais fortes, com pormenores que se distinguem facilmente da versão “normal”. Se não reparou em nada de diferente, está na altura de marcar uma consulta no oftalmologista. Se ficou a “babar” com o volante de couro multifunções com a sigla “R.S”, posponto vermelho e lista vermelha no topo, com os pedais em alumínio, os bancos desportivos tipo “bacquet” com revestimentos em alcântara com inscrição “R.S.” (extra de 1.700 €), então é porque o sangue das suas veias corre mais depressa e isso coloca-o em sintonia com este R.S.!
De qualquer modo, todos estes pequenos apontamentos (a que se juntam também a inscrição “Renault Sport” no tablier e os pospontos vermelhos no fole da alavanca de velocidades automática, para além das patilhas de troca de caixa por detrás do volante) são apenas “mimos” quando comparados com as potencialidades do R.S. Monitor (evoluído face à última versão), verdadeira telemetria capaz de fazer concorrência a muitos carros de competição e a situar-se, sem qualquer favor, entre as melhores no que a veículos de produção em série diz respeito. Com as suas funcionalidades fica assegurada uma nova e ainda mais excitante experiência de condução, com 40 sensores a recolherem e passarem a informação de diversos parâmetros – como percentagens de uso do acelerador, do travão, do ângulo do volante, mas também da disponibilidade do binário, da atuação do sistema 4CONTROL, para além de diversas temperaturas e pressões – para o tablet tátil R-Link 2.
E já que o tema do cockpit é a “experiência de condução” otimizada, vale a pena dizer que a Renault também dotou o Mégane R.S. com o sistema MULTI-SENSE, permitindo parametrizar cinco tipos de condução diferentes – Comfort (a pensar nos consumos e conforto), Normal (a pensar no equilíbrio entre conforto, acústica e segurança), Sport (a pensar num comportamento mais desportivo, retardando o funcionamento do ESP), Race (para utilização em circuito, com ESP totalmente desativado e sistema 4CONTROL ainda mais ágil) e Perso (para o condutor personalizar à sua medida) -, que fazem variar a resposta do motor, a cartografia do pedal do acelerador, a rapidez das passagens de caixa e a rigidez da direção.
O botão R.S. Drive oferece um atalho para os modos Sport (após leve pressão) e Race (após pressão prolongada). Com todos estes argumentos, quem se atrever a pôr em causa o espírito desportivo deste Mégane R.S. só pode ter perdido o bom-senso!
Equipamento
Algumas das melhores “mordomias” desta Mégane R.S. estão, infelizmente, contempladas apenas como “equipamento extra”. É o caso do R.S. Monitor (250 €), volante em couro Alcântara R.S. (300 €), jantes em liga leve 19’’ R.S. ou R.S. Full Black (990 €), Sistema R-Link 2 & Sistema de som BOSE, com écran 8,7’’, navegação e ligação à internet (com comando de voz e cartografia Europa) (500 €), estofos em couro Alcântara R.S. (1700 €) e teto de abrir elétrico panorâmico (990 €). De fora também ficam os diversos tipos de pintura disponíveis (metalizada ou nacarada, 530 €; metalizada especial – branco nacarado ou vermelho flamme 750 €; ou laranja tonic e amarelo sirius, 1600 €), tal como o Pack Easy Parking (Easy Park Assist + Alerta de ângulo morto) (680 €) e o Pack Safety (Sist. de travagem de emergência ativa + Alerta de distância de segurança + regulador adaptativo de velocidade (680 €).
Mas, tudo o que é realmente essencial, entre dispositivos de segurança e conforto, está garantido sem acréscimo de valor, o que acontece, por exemplo, com o Head Up display, muito útil para não tirar os olhos da estrada.
Consumos
Os consumos podem ser surpreendentes! Mas, ao contrário do que estamos habituados neste tipo de carros, pela vertente positiva! Se resistir à tentação de sentir o “pé pesado”, é possível pôr o computador de bordo a registar médias de 8 l/100 km. Claro, que ao “abrir a goela”, o bloco 1.8 facilmente ultrapassa os 12 l/100 km, mas se tivermos em conta que com o bloco 2.0 litros que equipava a anterior geração do Mégane R.S. era difícil, mesmo com alguma contenção, baixar dos 13 l/100 km, não há dúvidas que o progresso foi assinalável!
Ao volante
A herança do anterior Mégane R.S. é pesada. Não se espera que um carro, com motor 2 litros, que chegou a ser recordista na pista de Nürburgring na sua categoria, venda barata a “passagem de testemunho”, mesmo que ela seja para o irmão mais novo! O novo Mégane R.S., parte desde logo, com a desvantagem do motor, com menos 200 cm3, o que lhe traz a inegável vantagem dos consumos, mas o torna bastante mais suave e progressivo, logo menos apelativo para quem procura constantes injeções de adrenalina. A própria afinação do chassis, mesmo no modo “Race” é menos radical, tornando o atual Mégane R.S. mais civilizado e mais propenso a erros de quem sonha em ser piloto, mas não nasceu com as luvas calçadas. Dir-se-ia, que os engenheiros da Renault Sport souberam fazer uma nova interpretação dos tempos modernos, onde a performance pura e dura deixou de valer tudo e foi necessário fazer algumas concessões.
Mas… alto e para o baile! Então o Mégane R.S. perdeu a tão viciante “fibra” de que era feito? Nada disso! Simplesmente viu o diamante em bruto de que era feito, lapidado até à última aresta! Por outras palavras, está definitivamente mais filtrado, mas sem perder o seu ADN. O motor, agora com 280 cv, tem força mais do que suficiente para nos empurrar contra as bacquets, sobretudo, com o sistema Lauch Control ativado, mesmo se impressiona menos do que a facilidade e agilidade com que o chassis Sport (o Cup, mais duro, só estará disponível mais tarde) lida e é capaz de devorar qualquer tipo de curva. O “culpado” é o sistema 4CONTROL (com afinação específica na versão R.S.) que ajuda a “rodar” a traseira para a inserção mais rápida do trem dianteiro e a colocar o Mégane na linha de trajetória ideal mais cedo e de forma mais precisa, num trabalho que noutro carro, teria que ser feito artificialmente com um toque de pé esquerdo no pedal do travão. Claro, que para usufruir deste trunfo em curva, torna-se necessário curvar já bem depressa, mas nem é necessário fazê-lo no modo “Race” (onde ficamos num trapézio sem rede ou seja, sem ajudas eletrónicas, e onde o motor chega às 7000 rpm em vez de 6500 rpm), pois no modo “Sport” o comportamento do Mégane R.S. já se torna verdadeiramente acutilante, auferindo até de uma acústica vibrante a cada passagem de caixa.
Só é pena que a caixa automática EDC, suficientemente rápida para acompanhar o ritmo imposto pelo chassis e que até disponibiliza um eficaz sistema de redução múltipla, não ofereça patilhas de maiores dimensões, que ajudariam a trabalhar com a caixa a meio de qualquer curva, se preciso fosse, dando maior confiança ao piloto… perdão, condutor.
Confiança, de resto, é algo que não vai perder devido ao sistema de travagem, tão eficiente como resistente, e que peca apenas por ser demasiado forte no ataque inicial, numa condução despreocupada e em ritmos mais lentos.
Aliás, este tipo de ritmos passou agora a ser também bastante “bem recebido” pelo Mégane R.S., que pode ser conduzido (quase) como um convencional Mégane, sem excessiva dureza da suspensão ou consumos exorbitantes, sendo perfeitamente utilizável quotidianamente. E esse trunfo é forte, muito forte, talvez até decisivo se precisar de convencer a sua cara metade que não comprou um “carro de corrida”, mas antes um automóvel que lhe permite levar, descontraidamente, os filhos à escola!
Concorrentes
Audi A3 Sportback Quattro S3 2.0 TFSI com 310 cv a partir de 57.660 €
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ford Focus RS 2.3 Ecoboost com 350 cv a partir de 50.393 €
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Honda Civic 2.0 i-VTEC Type-R S com 320 cv a partir de 46.890 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Hyundai i30 N com 275 cv a partir de 44.250 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Opel Astra OPC 2.0 Turbo com 280 cv a partir de 41.420 €
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf 2.0 TSI GTI com 245 cv a partir de 49.974 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf 2.0 TSI R com 310 cv a partir de 54.995 €
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Balanço final
À terceira geração, o Mégane R.S. está mais civilizado e pode ser usado diariamente sem problemas para as “costas” (mostrando-se minimamente confortável) ou “bolsa” (efetuando consumos moderados), num claro trunfo de versatilidade. Os 280 cv do motor podem não assustar a concorrência, mas a afinação do chassis e a eficácia do sistema de quatro rodas direcionais 4CONTROL, voltam a colocar o Mégane R.S. entre os melhores compactos desportivos da atualidade.
Comportamento dinâmico / Sistema 4Control / R.S. Monitor (telemetria)
Menos
Patilhas de troca de caixa fixas e curtas / Posicionamento de alguns comandos
Ficha técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo
Cilindrada (cm3): 1798
Diâmetro x curso (mm): 79,7 x 90,1
Taxa de Compressão: n.d.
Potência máxima (cv): 280/6000
Binário máximo (Nm/rpm): 390/2400-4800
Transmissão, direção, suspensão e travões
Transmissão e direção: Dianteira, com automática 6 velocidades EDC; direção elétrica, assistida
Suspensão (fr/tr): Pivot independente/Eixo de torção
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e Consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 5,8
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 8,5/6,1/7,0
Emissões de CO2 (g/km): 155
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4364/1875/1435
Distância entre eixos (mm): 2669
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1615/1596
Peso (kg): 1505
Capacidade da bagageira (l): 384 (1247 com segunda fila de bancos rebatida)
Depósito de combustível (l): 50
Pneus (fr/tr): 235/40 R18 / 235/40 R18
Preço da versão base (Euros): 40480€
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