Renault Grand Scenic DCI – Ensaio
RENAULT GRAND SCENIC DCI 160 AUTO e DCI 130 MANUAL
Texto: José Luís Abreu ([email protected])
Sete Noivas… para sete irmãos
Não é todas as semanas que ensaiamos 14 lugares, ainda mais o modelo que marcou a invenção do monovolume médio, a Renaul Scénic. Uma Grand, Grand escolha…
Bem jeito que tinha dado aos sete irmãos Pontipee que em 1954 já existisse a Renault Grand Scénic, para levarem todos as suas sete noivas, mas o modelo francês só viu a luz do dia em 1996 e as versões de sete lugares só chegaram depois de 2003. Hoje em dia, a Grand Scénic quase faz esquecer que ainda existe a Renault Espace, mesmo que se tenha desligado por completo do epíteto de monovolume. Agora, a verdadeira ‘batalha’ está nos Crossover, e a Scénic ‘armou-se’ da melhor forma com argumentos suficientemente convincentes para a dura luta do segmento.
Os tempos mudaram e esta Grande Scénic de hoje é apenas dois centímetros mais curta que a Espace que se fabricou até 2014. Por aqui se vê o que mudou este automóvel, que ainda assim bebe muita da inspiração na Espace.
De qualquer forma, esta Grand Scénic está claramente maior, espaço a bordo não falta, continua muito versátil mas não há bela sem senão e todo este aumento de tamanho e peso, tem reflexos, mas nestas duas versões que testámos, a 1.6 dCi biturbo de 160 cv de caixa automática e a 1.6 dCi de 130 cv e caixa manual, há diferenças claras a esse nível, pois naturalmente o modelo de 160 cv sai-se melhor nos ‘transportes’ com muita gente dentro do carro que a versão de 130 cv, naturalmente, mas de qualquer forma, mesmo os 130 cv são bem mais que suficientes para uma condução dinâmica e agradável. Nota-se mais vivacidade no motor Diesel Energy dCi 160 EDC e a fluidez de condução é bem ajudada pela caixa automática EDC de dupla embraiagem e seis relações. Ao fim de umas horas a guiar faz diferença no cansaço. Por outro lado, o motor Energy dCi 130 é igualmente eficaz. Na aceleração de 0 a 100 Km/h, os dois carros têm uma diferença de apenas 0.7s, favorável ao modelo de 160 cv. Os consumos médios são semelhantes, ligeiramente mais elevados na versão biturbo, que pesa mais 59 kg
Corte com o passado
É um grande salto esta nova Grand Scénic IV face à geração anterior em termos estéticos. Até aqui houve sempre uma linha guia que a acompanhava de série para série, mas esta Grand Scénic quebrou-a por completo. O seu design segue claramente o que já era conhecido da nova Espace, destacando-se agora pela fluidez da silhueta, carroçaria bicolor e as enormes rodas de 20 polegadas. Bem mais sedutora que a anterior Grand Scénic. Continua a oferecer grande capacidade de arrumação, uma bagageira com um volume de carga a toda a prova e viu ser muito reforçada a componente tecnológica, com uma boa diversidade de dispositivos de ajuda à condução, ou de segurança.
Ganhou em largura 20 mm face a Grand Scénic 3, a distância ao solo é 4 cm mais elevada, tendo aumentado também a distância entre eixos e a largura das vias à frente e atrás. Tudo isso se nota bem dentro do carro.
A posição de condução é muito elevada e ajuda a uma condução mais desenvolta, pois percebemos bem melhor onde estão todos os obstáculos. Nota-se que a ligação ao solo foi bem estudada, pois a Grand Scénic agarra-se bastante bem à estrada, apesar do volume que tem, e o rolamento de carroçaria é bem menos sonoro que noutros carros deste tamanho e estilo. Sendo apenas um detalhe, outra boa surpresa foi este diálogo: “Tira o teu telemóvel porque preciso de carregar o meu. Mas ó pai isto tem duas entradas USB…” Porreiro, um problema a menos.
Pôr muita coisa dentro do carro também não é grande problema, pois os bancos traseiros rebatem-se com um só gesto, curiosamente a partir da bagageira mas também do sistema R-Link 2. A Grand Scénic está também bastante bem equipada de novas tecnologias – o R-Link 2 disponível no imponente ecrã tátil de 8.7 polegadas já permite o Apple CarPlay e Android Auto. Outro pormenor muito interessante é o sistema de som Bose. Se for bom apreciador de música, é um portento a sonoridade dentro deste carro.
As três novidades ‘tecnológicas’ são o sistema de travagem de emergência ativa com deteção de peões, sistema de assistência na transposição involuntária de faixa e alerta de deteção de fadiga. Outro detalhe interessante é que apesar do aumento da altura, a Grand Scénic, fruto dos sete lugares, contorna as regras de categorias de portagens e é Classe 1 desde que tenha Via Verde. Por fim, e não menos importante, o sistema de massagem. Pode parecer estranho no minuto inicial, mas depois é um luxo e faz a diferença…
MAIS – Design, espaço e conforto.
MENOS – Preço.
Ficha Técnica – Energy DCI 130cv
Motor – Turbodiesel, 4 cilindros, injeção direta common rail, turbo intercooler
Cilindrada – 1598 cm3
Transmissão – Dianteira
Cx Vel – 6 vel. manual
Potência – 131 cv/4000 rpm
Binário – 320 Nm/1750 rpm
Vel máx – 190 km/h
Aceleração – 11,4 s (0-100 km/h)
Consumo – Médio 4,6 l/100 km, AutoSport 6,1 l/100 km
Suspensão dianteira – Tipo McPherson
Suspensão traseira – Eixo de torção
Travões dianteiros – Discos ventilados
Travões traseiros – Discos
Peso – 1601 kg
Depósito – 53 l
Mala – 189-533 l
Emissões – 119 g/km CO2
Preço da versão base (Euros): 36810€
Ficha Técnica – Energy DCI 160 cv Twin Turbo
Motor – Turbodiesel, 4 cilindros, injeção direta common rail, turbo intercooler
Cilindrada – 1598 cm3
Transmissão – Dianteira
Cx Vel – 6 vel. automática
Potência – 160 cv/4000 rpm
Binário – 380 Nm/1750 rpm
Vel máx – 200 km/h
Aceleração – 10,7 s (0-100 km/h)
Consumo – Médio 4,7 l/100 km, AutoSport 6,3 l/100 km
Suspensão dianteira – Tipo McPherson
Suspensão traseira – Eixo de torção
Travões dianteiros – Discos ventilados
Travões traseiros – Discos
Peso – 1660 kg
Depósito – 53 l
Mala – 189-533 l
Emissões – 122 g/km CO2
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