Renault Grand Scénic Blue dCi – Ensaio Teste
Renault Grand Scénic Blue dCi EDC BOSE
Texto: Francisco Cruz
Família feliz
Referência no segmento dos monovolumes de sete lugares, o francês Renault Grand Scénic acaba de ver actualizados os seus motores, a começar num moderno 1.7 dCi de 150 cv. E que, representando uma clara evolução face ao anterior 1.6 dCi, é proposta para deixar qualquer família mais numerosa, feliz.
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Habitabilidade; Motor; Equipamento
Insonorização do habitáculo; Visibilidade traseira; Excesso de plástico em redor do ecrã táctil
Exterior
Pontuação: 8/10
Numa época em que apenas a carroçaria e posicionamento SUV parece granjear adeptos, monovolumes como o Renault Grand Scénic justificam a sua existência através da afirmação e renovação daqueles que são os seus maiores atributos – os argumentos familiares. Com o modelo francês a procurar acrescentar a estes predicados, na presente geração, uma estética moderna e sofisticada, pontuada por um certo ar tecnológico.
Em destaque no Grand Scénic por nós ensaiado, valorizado com o nível de equipamento mais completo, BOSE Edition, elementos exteriores como os personalizados faróis diurnos em LED e, principalmente, as atraentes jantes em liga leve de 20 polegadas. Isto, num corpo de dimensões generosas, extensa superfície vidrada, além de um enorme portão traseiro para melhor acesso ao interior – tudo, com o propósito de fazer qualquer família (mais) feliz!
Interior
Pontuação: 10/10
Mas se o exterior agrada, a verdade é que o interior do Grand Scénic deslumbra! Desde logo, devido ao imenso espaço interior, marcado não somente por uma óptima qualidade de construção e de materiais, mas também e principalmente por uma habitabilidade capaz de agradar ao mais exigente dos ocupantes – são os óptimos bancos dianteiros com os necessários ajustes e algum apoio lateral, uma segunda fila com três bancos individuais e reguláveis separadamente também em profundidade, além de todos eles com muito espaço para pernas, mas também uma terceira fila de apenas dois bancos individuais, à partida perfeitamente integrados no solo, mas quando necessário de montagem fácil, a partir da bagageira – basta tão só puxar a fita que se encontra nas costas, “et voilá!”.
Único senão: o pouco espaço disponível para pernas e até em altura, na terceira fila de bancos. O que faz destes dois lugares uma solução preferencialmente para crianças. As quais, além de acharem bem mais piada ao facto de terem de viajar “na bagageira”, nem sequer terão dificuldade em, uma vez chegado à frente ou rebatido o banco lateral da segunda fila, transpor o “obstáculo” que é o acesso aos lugares de trás.
Num habitáculo onde a ergonomia e a funcionalidade estão em alta, graças também ao correcto posicionamento de comandos e aos muitos e bons espaços de arrumação, elogios ainda para o conforto e agradabilidade da posição de condução, ligeiramente alta, aproveitando igualmente a possibilidade de ajuste em altura e profundidade do volante de boa pega. Argumento a que se junta, de resto, um painel de instrumentos 100% digital e o Head-Up Display, ambos muito completos em termos de informação, além de um bom apoio de pé esquerdo. Mas também um enorme pára-brisas colocado mais na perpendicular, que, em conjunto com o profundo tablier, contribui para uma ainda maior sensação de espaço interior.
Mais difícil, a visibilidade traseira, devido ao óculo traseiro algo pequeno, mas também muito distante do condutor. Dificuldade que, no entanto, a garantia da presença de sensores e de uma câmara, rapidamente se encarregam de ultrapassar…
Finalmente e no que diz respeito ao espaço destinado às bagagens, uma capacidade que facilmente pode variar entre os 233 e os 533 litros, consoante estejam em utilização sete ou cinco bancos. Sendo que, para os momentos em que seja necessário transportar objectos verdadeiramente grandes, existe a possibilidade de integrar totalmente as duas últimas filas no piso, fazendo desta Grand Scénic (quase) uma carrinha de carga!…
Equipamento
Pontuação: 9/10
Enriquecida com o nível de equipamento mais completo à disposição na gama, a que a Renault deu o nome de BOSE Edition, fruto da sua parceria com o conhecido fabricante de sistemas de som, a Grand Scénic ostenta, de série, praticamente tudo o que é possível ter de equipamentos, neste monovolume. Com destaque para os já referidos faróis diurnos em LED e jantes em liga leve de 20 polegadas com pneus 195/55, além do ar condicionado automático bi-zona, o sistema R-Link 2, com ecrã táctil de 8,7″ e sistema de som Premium BOSE, Head-Up Display, travão de estacionamento assistido, iluminação ambiente personalizável, consola central deslizante Easy Life com apoio de braço e cortinas de sol na 2.ª fila de bancos.
Já no domínio da condução e segurança, garantido fica o sistema de modos de condução Multi-Sense, assim como o sistema de travagem de emergência activa com detecção de peões, alerta de transposição involuntária de faixa, alerta de excesso de velocidade com reconhecimento dos sinais de trânsito, alerta de colisão frontal, câmara de marcha-atrás com sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e sensores de chuva e de luminosidade com comutação automática de luzes em estrada e nos cruzamentos.
Assim, opcionais, pouco mais que a pintura metalizada ou nacarada bi-tom (750€), os faróis Full LED Pure Vision (800€), o tecto panorâmico em vidro (990€), o pneu sobressalente de pequenas dimensões (100€) e os estofos em couro (1700€). Estes últimos, disponíveis apenas com o Pack Conforto Premium (800€), que inclui ainda apoios de cabeça Premium e sistema de aquecimento e regulação elétrica dos bancos dianteiros.
Consumos
Pontuação: 8/10
Melhor que o 1.6 dCi de 130 cv nas prestações e desempenho, o novo 1.7 dCi de 150 cv também consome um pouco mais que este último; ainda que, diga-se, nada de preocupante!
De resto, submetido a uma utilização intensiva maioritariamente em cidade, e com jantes de 20″ a penalizarem (não só) os consumos, o “nosso” Renault Grand Scénic acabou este teste com uma média de 7 l/100 km. Valor que, fruto também da despreocupação na condução, não deixa de ser aceitável; e isto, mesmo contando com a ajuda de um sistema Stop&Start algo lento na entrada em acção, assim como de um modo Eco que é também, de entre as várias opções que estão à disposição através do sistema Multi-Sense, o que mais limita o motor… e, por isso, não tão utilizado.
Ao Volante
Pontuação: 9/10
Sem evoluções técnicas de base, face àquilo que já conhecíamos da altura em que “passeámos” com o 1.6 dCi de 130 cv, o Renault Grand Scénic continua, assim, a assumir-se como uma excelente proposta familiar, também no desempenho dinâmico. Marcado, desde logo, por um conforto e facilidade de condução, de que poucos se podem gabar.
Ostentando uma direcção também ela mais vocacionada para as exigências do dia-a-dia, ainda que com o tacto necessário para não desagradar nas viagens mais longas, por exemplo, por auto-estrada – onde, aliás, o Grand Scénic não paga mais que Classe 1, mesmo sem Via Verde…-, é caso para dizer que a satisfação estende-se, mesmo, àqueles trajectos um pouco mais sinuosos. Onde o monovolume francês não consegue evitar alguns adornos de carroçaria… embora sem exageros.
De resto e apesar das dimensões XXL, continua a ser em cidade, ou nas tais viagens mais longas em família, que o Grand Scénic melhor se expressa, descontraído e competente. Mas também com alguma relutância relativamente a lombas e buracos; até porque as jantes de 20″ a isso recomendam!
Já com melhor piso, oportunidade para disfrutar do sistema de modos de condução Multi-Sense e das suas cinco opções – Eco, Comfort, Sport, Perso e Neutral -, cada uma delas com uma cor específica na iluminação ambiente. Ainda que, depois, apenas o Eco e o Sport consigam afirmar, efectivamente, a sua personalidade distinta…
Realidade que diga-se de passagem e face à postura assumidamente familiar deste Renault Grand Scénic 1.7 dCi, também não é um problema por aí além…
Motor
Pontuação: 9/10
Até aqui com o 1.6 dCi como ponta de lança Diesel, o Grand Scénic foi, no entanto, um dos primeiros modelos da Renault a receber aquela que é mais recente criação do departamento de motores da marca do losango: um quatro cilindros 1,7 litros turbo, desenvolvido já segundo o novo protocolo de homologação WLTP, e que surge disponível com dois níveis de potência – 120 e 150 cv.
Membro de uma família mais alargada, a que foi dado o nome de Blue dCi, em virtude dos avanços alcançados em termos de desempenho, consumos e emissões, este 1.7 dCi acaba resultando, em particular naquela que é a sua versão mais potente – e que foi a que nós tivemos oportunidade de colocar à prova neste ensaio -, numa proposta, desde logo, com uma outra “alma” e disponibilidade – algo bem patente, de resto, nos 11s que promete nos 0 aos 100 km/h… -, graças também a um binário de 340 Nm, disponível logo a partir das 1750 rpm. E que, basicamente, assegura uma presença, da parte do bloco, pouco menos que permanente.
Ajudada por uma caixa automática EDC de dupla embraiagem e “apenas” seis velocidades, na qual só não gostámos particularmente da forma como, por vezes, faz subir o regime do motor, isto com naturais repercussões (sonoras) na desejada tranquilidade dentro do habitáculo – ainda que a culpa nos pareça mais da fraca insonorização deste último, que propriamente do bloco… -, não deixou, ainda assim, de nos agradar a subida de regime muito linear que o 1.7 evidencia numa utilização mais descontraída, a que depois acresce velocidades de cruzeiro elevadas. Altura em que se nota, no entanto e mais uma vez, uma sonoridade algo exagerada resultante do vento exterior, no interior do habitáculo…
Balanço Final
Pontuação: 9
Numa altura em que o segmento dos monovolumes parece em risco de ser engolido pelos SUV e crossovers, os quais vão progressivamente fazendo seus os principais argumentos deste tipo de propostas, a Renault revitaliza o seu Scénic de 7 lugares, atribuindo-lhe um mais moderno turbodiesel 1,7 litros de 150 cv – mais potente, mas também mais limpo e, dessa forma, menos penalizado fiscalmente. E se a isto juntarmos a já proverbial excelente habitabilidade e funcionalidade, o conforto e espaço de carga… haverá mesmo alguma família que não fique feliz?
Concorrentes
Ford C-Max 1.5 TDCi Auto. Titanium, 120cv, 13,4s 0-100 km/h, 178 km/h, 5,2 l/100 km, 167 g/km CO2, 40 212€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Kia Carens 1.7 CRDi ISG TX, 141cv, 10,4s 0-100 km/h, 191 km/h, 4,5 l/100 km, 118 g/km CO2, 32 066€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Opel Zafira Tourer 1.6 CDTi Dynamic, 136cv, 11,2s 0-100 km/h, 195 km/h, 4,9 l/100 km, 130 g/km CO2, 31 070€
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: quatro cilindros em linha a gasóleo, com injecção directa common-rail, turbocompressor de geometria variável e intercooler
Cilindrada (cm3): 1.749
Diâmetro x curso (mm): 80 x 87
Taxa compressão: 15,3 : 1
Potência máxima (cv/rpm): 150/3.500
Binário máximo (Nm/rpm): 340/1.750-2.750
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa automática de dupla embraiagem e seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica
Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson com molas helicoidais; Multi-link com molas helicoidais
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 11
Velocidade máxima (km/h): 208
Consumo ciclo misto (l/100 km WLTP): 6,0
Emissões de CO2 (g/km WLTP): 159-160
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,634/1,866/1,655
Distância entre eixos (mm): 2,804
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.602/1.596
Peso (kg): 1.784
Capacidade da bagageira (l): 533 (233 l com três filas de bancos)
Depósito de combustível (l): 53
Pneus (fr/tr): 195/55 R20 / 195/55 R20
Mais/Menos
Mais
Habitabilidade; Motor; Equipamento
Menos
Insonorização do habitáculo; Visibilidade traseira; Excesso de plástico em redor do ecrã táctil
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 40840€
Preço da versão base (Euros): 40840€
Exterior
Pontuação: 8/10
Numa época em que apenas a carroçaria e posicionamento SUV parece granjear adeptos, monovolumes como o Renault Grand Scénic justificam a sua existência através da afirmação e renovação daqueles que são os seus maiores atributos – os argumentos familiares. Com o modelo francês a procurar acrescentar a estes predicados, na presente geração, uma estética moderna e sofisticada, pontuada por um certo ar tecnológico.
Em destaque no Grand Scénic por nós ensaiado, valorizado com o nível de equipamento mais completo, BOSE Edition, elementos exteriores como os personalizados faróis diurnos em LED e, principalmente, as atraentes jantes em liga leve de 20 polegadas. Isto, num corpo de dimensões generosas, extensa superfície vidrada, além de um enorme portão traseiro para melhor acesso ao interior – tudo, com o propósito de fazer qualquer família (mais) feliz!
Interior
Pontuação: 10/10
Mas se o exterior agrada, a verdade é que o interior do Grand Scénic deslumbra! Desde logo, devido ao imenso espaço interior, marcado não somente por uma óptima qualidade de construção e de materiais, mas também e principalmente por uma habitabilidade capaz de agradar ao mais exigente dos ocupantes – são os óptimos bancos dianteiros com os necessários ajustes e algum apoio lateral, uma segunda fila com três bancos individuais e reguláveis separadamente também em profundidade, além de todos eles com muito espaço para pernas, mas também uma terceira fila de apenas dois bancos individuais, à partida perfeitamente integrados no solo, mas quando necessário de montagem fácil, a partir da bagageira – basta tão só puxar a fita que se encontra nas costas, “et voilá!”.
Único senão: o pouco espaço disponível para pernas e até em altura, na terceira fila de bancos. O que faz destes dois lugares uma solução preferencialmente para crianças. As quais, além de acharem bem mais piada ao facto de terem de viajar “na bagageira”, nem sequer terão dificuldade em, uma vez chegado à frente ou rebatido o banco lateral da segunda fila, transpor o “obstáculo” que é o acesso aos lugares de trás.
Num habitáculo onde a ergonomia e a funcionalidade estão em alta, graças também ao correcto posicionamento de comandos e aos muitos e bons espaços de arrumação, elogios ainda para o conforto e agradabilidade da posição de condução, ligeiramente alta, aproveitando igualmente a possibilidade de ajuste em altura e profundidade do volante de boa pega. Argumento a que se junta, de resto, um painel de instrumentos 100% digital e o Head-Up Display, ambos muito completos em termos de informação, além de um bom apoio de pé esquerdo. Mas também um enorme pára-brisas colocado mais na perpendicular, que, em conjunto com o profundo tablier, contribui para uma ainda maior sensação de espaço interior.
Mais difícil, a visibilidade traseira, devido ao óculo traseiro algo pequeno, mas também muito distante do condutor. Dificuldade que, no entanto, a garantia da presença de sensores e de uma câmara, rapidamente se encarregam de ultrapassar…
Finalmente e no que diz respeito ao espaço destinado às bagagens, uma capacidade que facilmente pode variar entre os 233 e os 533 litros, consoante estejam em utilização sete ou cinco bancos. Sendo que, para os momentos em que seja necessário transportar objectos verdadeiramente grandes, existe a possibilidade de integrar totalmente as duas últimas filas no piso, fazendo desta Grand Scénic (quase) uma carrinha de carga!…
Equipamento
Pontuação: 9/10
Enriquecida com o nível de equipamento mais completo à disposição na gama, a que a Renault deu o nome de BOSE Edition, fruto da sua parceria com o conhecido fabricante de sistemas de som, a Grand Scénic ostenta, de série, praticamente tudo o que é possível ter de equipamentos, neste monovolume. Com destaque para os já referidos faróis diurnos em LED e jantes em liga leve de 20 polegadas com pneus 195/55, além do ar condicionado automático bi-zona, o sistema R-Link 2, com ecrã táctil de 8,7″ e sistema de som Premium BOSE, Head-Up Display, travão de estacionamento assistido, iluminação ambiente personalizável, consola central deslizante Easy Life com apoio de braço e cortinas de sol na 2.ª fila de bancos.
Já no domínio da condução e segurança, garantido fica o sistema de modos de condução Multi-Sense, assim como o sistema de travagem de emergência activa com detecção de peões, alerta de transposição involuntária de faixa, alerta de excesso de velocidade com reconhecimento dos sinais de trânsito, alerta de colisão frontal, câmara de marcha-atrás com sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e sensores de chuva e de luminosidade com comutação automática de luzes em estrada e nos cruzamentos.
Assim, opcionais, pouco mais que a pintura metalizada ou nacarada bi-tom (750€), os faróis Full LED Pure Vision (800€), o tecto panorâmico em vidro (990€), o pneu sobressalente de pequenas dimensões (100€) e os estofos em couro (1700€). Estes últimos, disponíveis apenas com o Pack Conforto Premium (800€), que inclui ainda apoios de cabeça Premium e sistema de aquecimento e regulação elétrica dos bancos dianteiros.
Consumos
Pontuação: 8/10
Melhor que o 1.6 dCi de 130 cv nas prestações e desempenho, o novo 1.7 dCi de 150 cv também consome um pouco mais que este último; ainda que, diga-se, nada de preocupante!
De resto, submetido a uma utilização intensiva maioritariamente em cidade, e com jantes de 20″ a penalizarem (não só) os consumos, o “nosso” Renault Grand Scénic acabou este teste com uma média de 7 l/100 km. Valor que, fruto também da despreocupação na condução, não deixa de ser aceitável; e isto, mesmo contando com a ajuda de um sistema Stop&Start algo lento na entrada em acção, assim como de um modo Eco que é também, de entre as várias opções que estão à disposição através do sistema Multi-Sense, o que mais limita o motor… e, por isso, não tão utilizado.
Ao volante
Pontuação: 9/10
Sem evoluções técnicas de base, face àquilo que já conhecíamos da altura em que “passeámos” com o 1.6 dCi de 130 cv, o Renault Grand Scénic continua, assim, a assumir-se como uma excelente proposta familiar, também no desempenho dinâmico. Marcado, desde logo, por um conforto e facilidade de condução, de que poucos se podem gabar.
Ostentando uma direcção também ela mais vocacionada para as exigências do dia-a-dia, ainda que com o tacto necessário para não desagradar nas viagens mais longas, por exemplo, por auto-estrada – onde, aliás, o Grand Scénic não paga mais que Classe 1, mesmo sem Via Verde…-, é caso para dizer que a satisfação estende-se, mesmo, àqueles trajectos um pouco mais sinuosos. Onde o monovolume francês não consegue evitar alguns adornos de carroçaria… embora sem exageros.
De resto e apesar das dimensões XXL, continua a ser em cidade, ou nas tais viagens mais longas em família, que o Grand Scénic melhor se expressa, descontraído e competente. Mas também com alguma relutância relativamente a lombas e buracos; até porque as jantes de 20″ a isso recomendam!
Já com melhor piso, oportunidade para disfrutar do sistema de modos de condução Multi-Sense e das suas cinco opções – Eco, Comfort, Sport, Perso e Neutral -, cada uma delas com uma cor específica na iluminação ambiente. Ainda que, depois, apenas o Eco e o Sport consigam afirmar, efectivamente, a sua personalidade distinta…
Realidade que diga-se de passagem e face à postura assumidamente familiar deste Renault Grand Scénic 1.7 dCi, também não é um problema por aí além…
Concorrentes
Ford C-Max 1.5 TDCi Auto. Titanium, 120cv, 13,4s 0-100 km/h, 178 km/h, 5,2 l/100 km, 167 g/km CO2, 40 212€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Kia Carens 1.7 CRDi ISG TX, 141cv, 10,4s 0-100 km/h, 191 km/h, 4,5 l/100 km, 118 g/km CO2, 32 066€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Opel Zafira Tourer 1.6 CDTi Dynamic, 136cv, 11,2s 0-100 km/h, 195 km/h, 4,9 l/100 km, 130 g/km CO2, 31 070€
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Pontuação: 9/10
Até aqui com o 1.6 dCi como ponta de lança Diesel, o Grand Scénic foi, no entanto, um dos primeiros modelos da Renault a receber aquela que é mais recente criação do departamento de motores da marca do losango: um quatro cilindros 1,7 litros turbo, desenvolvido já segundo o novo protocolo de homologação WLTP, e que surge disponível com dois níveis de potência – 120 e 150 cv.
Membro de uma família mais alargada, a que foi dado o nome de Blue dCi, em virtude dos avanços alcançados em termos de desempenho, consumos e emissões, este 1.7 dCi acaba resultando, em particular naquela que é a sua versão mais potente – e que foi a que nós tivemos oportunidade de colocar à prova neste ensaio -, numa proposta, desde logo, com uma outra “alma” e disponibilidade – algo bem patente, de resto, nos 11s que promete nos 0 aos 100 km/h… -, graças também a um binário de 340 Nm, disponível logo a partir das 1750 rpm. E que, basicamente, assegura uma presença, da parte do bloco, pouco menos que permanente.
Ajudada por uma caixa automática EDC de dupla embraiagem e “apenas” seis velocidades, na qual só não gostámos particularmente da forma como, por vezes, faz subir o regime do motor, isto com naturais repercussões (sonoras) na desejada tranquilidade dentro do habitáculo – ainda que a culpa nos pareça mais da fraca insonorização deste último, que propriamente do bloco… -, não deixou, ainda assim, de nos agradar a subida de regime muito linear que o 1.7 evidencia numa utilização mais descontraída, a que depois acresce velocidades de cruzeiro elevadas. Altura em que se nota, no entanto e mais uma vez, uma sonoridade algo exagerada resultante do vento exterior, no interior do habitáculo…
Balanço final
Pontuação: 9
Numa altura em que o segmento dos monovolumes parece em risco de ser engolido pelos SUV e crossovers, os quais vão progressivamente fazendo seus os principais argumentos deste tipo de propostas, a Renault revitaliza o seu Scénic de 7 lugares, atribuindo-lhe um mais moderno turbodiesel 1,7 litros de 150 cv – mais potente, mas também mais limpo e, dessa forma, menos penalizado fiscalmente. E se a isto juntarmos a já proverbial excelente habitabilidade e funcionalidade, o conforto e espaço de carga… haverá mesmo alguma família que não fique feliz?
Habitabilidade; Motor; Equipamento
Menos
Insonorização do habitáculo; Visibilidade traseira; Excesso de plástico em redor do ecrã táctil
Ficha técnica
Motor
Tipo: quatro cilindros em linha a gasóleo, com injecção directa common-rail, turbocompressor de geometria variável e intercooler
Cilindrada (cm3): 1.749
Diâmetro x curso (mm): 80 x 87
Taxa compressão: 15,3 : 1
Potência máxima (cv/rpm): 150/3.500
Binário máximo (Nm/rpm): 340/1.750-2.750
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa automática de dupla embraiagem e seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica
Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson com molas helicoidais; Multi-link com molas helicoidais
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 11
Velocidade máxima (km/h): 208
Consumo ciclo misto (l/100 km WLTP): 6,0
Emissões de CO2 (g/km WLTP): 159-160
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,634/1,866/1,655
Distância entre eixos (mm): 2,804
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.602/1.596
Peso (kg): 1.784
Capacidade da bagageira (l): 533 (233 l com três filas de bancos)
Depósito de combustível (l): 53
Pneus (fr/tr): 195/55 R20 / 195/55 R20
Preço da versão base (Euros): 40840€
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