Renault Espace E-Tech Full Hybrid 200 – Ensaio Teste

By on 10 Junho, 2023

Já guiamos o Renault Espace, o novo D-SUV da marca francesa. Com a mesma plataforma CMF-CD que suporta três automóveis diferentes, o Espace, Austral (C-SUV) e futuramente o novo Rafale (SUV Coupé) este familiar insere-se na recente ‘ofensiva’ da marca nestes segmentos C e D. Adeus MPV, olá SUV, mercado ‘oblige’…

Desde 1984, mais de 1.3 milhões de Renault Espace foram vendidos em todo o mundo, foi o primeiro MPV, na altura, e o seu ADN, em termos de espaço, modularidade, e ‘farta’ bagageira, mantém-se. É, como não podia deixar de ser, o maior Renault disponível…

Tem sete lugares, mas pode ser vendido com apenas cinco, o motor é o já conhecido e eficiente, E-Tech Full Hybrid 200, três cilindros, 1.2 litros de 130 cv, a que se junta a unidade motriz híbrida E-Tech, que não precisa de ser carregada, e que eleva a potência do conjunto para 200 cv de potência, permitindo, ainda assim, consumos, por exemplo em estrada sinuosa e de montanha, de 6.3l/Km e uma autonomia que pode chegar aos 1.100 km se a maior percentagem dessa quilometragem for feita em ambiente urbano.

Há quase 40 anos o Espace deu início a uma revolução, mas hoje o mercado ‘obriga’ a alinhar no bem sucedido ‘line-up’ dos SUV. Seja como for, este Espace é muito mais que isso, pois não lhe faltam as virtudes que teve, no seu contexto, desde que foi apresentado, ainda em 1983.

Pode contar com 32 sistemas de ajuda à condução, por exemplo o Multi-Sense e o 4Control Advanced, o sistema de quatro rodas direcionais da Renault, que tornam bem ágil, no contexto, este automóvel. Ganhou no consumo, pode em determinados contextos, rodar muito tempo em modo elétrico, o grupo propulsor pesa menos 50 Kg, a carroçaria menos 38, tem um coeficiente de 0.812 e por exemplo 39 litros de arrumação no habitáculo, isto num carro 14 cm mais curto. Chega em setembro e os preços começam nos 45.499€, versão base, o Esprit Alpine começa nos 50.299€. Tendo em conta a motorização que tem e o que este novo carro oferece, tem um preço competitivo, face ao que ‘oferece’. A concorrência não vai ter vida fácil…

Exterior

7/10

É bem diferente do modelo anterior, e muito naturalmente tem o mesmo ‘ar’ do Austral, o que só por si é muito positivo. Tem, como seria de esperar, grande ‘porte atlético’, mas é atraente q.b, sem ser de enorme esplendor. Apesar de ser 14 cm mais curto que o modelo anterior, é um automóvel elegante, ganhando também em termos estéticos com o detalhe das versões ‘acima’. É um automóvel imponente.
Os três níveis disponíveis de equipamento dão-lhe características diferenciadas no interior e os detalhes de design específicos no exterior acrescentam estilo. Por exemplo, a lâmina frontal do nível Techno é pintada na mesma cor da carroçaria. As molduras das janelas são cromadas e polidas, e as barras do tejadilho são em alumínio acetinado liso.
A grelha, as molduras das janelas, a lâmina frontal e as barras de tejadilho do nível Iconic são em negro e as jantes são maiores (20 polegadas).
Logicamente, o novo Espace Esprit Alpine tem um aspeto mais desportivo. As molduras das janelas, as barras de tejadilho e os logótipos dianteiro e traseiro são escuros (os logótipos são Ice Black, as molduras das janelas são pretas brilhantes e as barras de tejadilho são pretas acetinadas). O pára-choques dianteiro, a faixa horizontal e a lâmina são cinzentos-acetinados.

Interior

8/10

O Espace tem um comprimento de 4,72 metros, e 140 mm mais curto do que a geração anterior, mas a nova plataforma permite uma melhor arrumação do interior pelo que o compartimento de passageiros é ainda mais longo (2,48 metros até à terceira fila).
Como se calcula, espaço é algo que não falta. Confesso que, com 1,82m não viajo confortável na terceira fila, mas o simples facto de lá caber já diz muito do que são o sexto e o sétimo lugares do Espace, na 3ª fila.
Claro que não se aconselham viagens mais longas na terceira fila para pessoas deste tamanho, mas o Espace acomoda bem sete pessoas.
Onde se nota maior diferença de espaço é na fila do meio, cujos passageiros têm espaço para os joelhos até 321 mm. Os bancos desta 2ª fila reclinam-se até aos 31 graus, o que ajuda um bom bocado no conforto. Como detalhe o facto de, se o assento do meio não estiver ocupado, os passageiros podem usar um apoio de braços central.
Os passageiros da terceira têm 128 mm espaço para os joelhos, o acesso aos bancos não é muito difícil, pois pode-se deslizar os bancos da segunda fila 220 mm para a frente e rebater as costas. O teto panorâmico, em vidro, para quem o quiser ou puder ter, é fantástico, dá muita luz ao habitáculo.
Os bancos são confortáveis e com a versão de 5 lugares do Espace ficará com uma capacidade de 777 litros (VDA) na mala. 1.818 litros na versão de 5 lugares com a segunda fila de bancos rebatidos, 777 litros na versão de 5 lugares com a segunda fila corrida para a frente e 159 litros na configuração de 7 lugares com a terceira fila colocada. A porta traseira é motorizada e pode abrir ou fechar a partir do habitáculo.
Há ainda diversos compartimentos de arrumação, num total de 39 litros, 20 litros à frente incluindo um porta-luvas com cerca de 6 litros de capacidade e duas bolsas laterais nas portas com mais de 4 litros cada. A consola central está livre de instrumentos de condução e aí temos compartimentos de arrumação.

 

Equipamento

8/10

O equipamento é generoso, tal como já sucedia nas versões anteriores. O nível de entrada, a versão Techno, vem de série com um ecrã OpenR de 24 polegadas, porta traseira elétrica, carregador de smartphone por indução, jantes em liga leve de 19 polegadas, sistemas Isofix nos bancos esquerdo e direito da segunda fila e um conjunto de dispositivos de segurança que inclui o sistema de alerta de ângulo morto.
O nível Esprit Alpine, que é uma novidade no Espace, acrescenta, como se calcula, um ambiente mais desportivo ao interior. Os encostos de cabeça apresentam o icónico logótipo da marca francesa, o tablier em Alcântara tem pespontos azuis e, nos bancos, o mesmo material (Alcântara). O nível Iconic eleva o interior a outro patamar, com as aplicações em madeira de freixo genuína no tablier e os estofos em pele almofadada num tom de cinza areia claro, combinados com o piso Mokka Brown. É possível ajustar os bancos eletricamente (para a frente e para trás, para cima e para baixo, bem como em inclinação) e estes são aquecidos, tal como o volante. O banco do condutor também inclui a função de massagem lombar.
Como se pode calcular, os elementos de segurança passiva e ativa são inúmeros, mais precisamente… 32, dividindo-se entre segurança, condução e estacionamento.
O Active driver assist só está integrado nos níveis Iconic e Esprit Alpine, o reconhecimento de sinais de trânsito e a prevenção de excesso de velocidade estão incorporados no active driver assist, mas também podem ser utilizados de forma independente, pois exibe o limite de velocidade no painel de instrumentos e no ecrã de navegação. Se o automóvel estiver a circular acima do limite que o sistema identificou, aparece um aviso visual.
O head-up display é novo e bem maior (9,3 polegadas), a câmara de visão 360° está ligada a quatro câmaras e exibe imagens 3D, modeladas por computador, do meio do ambiente que rodeia o carro. Seja com a vista panorâmica, ou “olho de pássaro” da área, é bem mais fácil fazer manobras. O sistema ELKA (Emergency Lane Keep Assist) mostra no painel um modelo da faixa em que o carro está e da posição do Espace em relação ao que o rodeia.
No que à segurança diz respeito pode pode contar com o Sistema de Travagem Ativa de Emergência (AEBS, AEB em manobras de marcha-atrás)/Alerta de ângulo-Morto (BSW)/Sistema de Assistência de Centralização na Via, LDW/Alerta de Mudança de Faixa de Rodagem, LCW/Alerta de Fadiga do Condutor, DAA/Assistente de Estabilidade do Atrelado TSA
Quanto à experiência de condução, o Regulador de Velocidade Adaptativo (ACC) com Stop & Go/Aviso de Distância de Segurança (DW)/Assistente ao Arranque em Subidas (HSA) e por fim no estacionamento, tem sistemas de ajuda ao estacionamento dianteiro, traseiro e lateral, Alerta de Obstáculo Traseiro/Saída Segura de Ocupantes (OSE).
Na conectividade e multimédia o sistema OpenR Link é simples de operar e intuitivo. Tem 12,3 polegadas no painel e um ecrã tátil vertical de 12 polegadas no meio da consola, ligeiramente virado para o condutor, o que é bom. Cada fila de bancos tem duas tomadas USB-C, além de um carregador sem fios e de duas tomadas de 12 V (uma para passageiros e a outra no porta-bagagens).

Consumos

8/10

Não esperava que o carro, tendo em conta os percursos entre o Porto e a Serra de Montemuro, a ‘descer’ para o Douro, com imensas estradas sinuosas o consumo se quedasse pelos 6.3l/100 Km. O grupo motopropulsor E-Tech Full Hybrid de 200 cv que já conhecíamos do Austral, devido ao peso do carro, esperava maior consumo, mas o sistema híbrido, se tivermos algum cuidado com o pé direito, e na brusquidão com que usamos o pedal, é possível este consumo, ainda que sem o carro totalmente cheio de gente.
A Renault anuncia 4,6 litros aos 100 km no ciclo WLTP, mas 6.3 foi o que conseguimos neste teste, se bem que na fase inicial, totalmente citadino, pela zona da Foz e Baixa do Porto, o modo elétrico poucas vezes dá lugar ao motor de combustão.

Ao Volante

8/10

O primeiro ponto que destaco é a mudança da forma de regeneração e o que afeta a condução. Nota-se muito as diferenças ao volante conforme o modo de regeneração da bateria que escolhemos. Aqui é mesmo uma questão de opção.
Outro ponto importante é que nunca guiei nenhum Espace, nomeadamente a geração anterior, como sucedeu com este carro. Mesmo muito pouco a ver com o antecessor.
No contexto, o carro é ágil, e não se deu nada mal nas sinuosas estradas da Serra de Montemuro, sim, porque nas curtas ligações de auto-estrada, nada a dizer, talvez mesmo só um pouco de som a mais no habitáculo proveniente do exterior.
O facto deste Espace ser 215 kg mais leve do que o seu antecessor, em termos dinâmicos faz uma diferença enorme ao volante.
Impressiona, tão grande e tão ágil, para o carro que é.
O grupo motopropulsor está comprovado, são muito poucas as vezes que a caixa de velocidades ‘soluça’, a transmissão automática tem um bom sistema de gestão, que se nota bem na estrada e nas zonas mais sinuosas o sistema 4Control dá uma agilidade ao carro que não pensava ser possível ter.
Explorando o Multi Sense, o modo Sport reduz o tempo de resposta do motor de combustão interna, melhora a agilidade do chassis e endurece, visivelmente, a direção para melhorar a sua ligação à estrada. Nota-se de imediato uma grande diferença. Há quatro configurações de travagem regenerativa, e muda-se nas patilhas do volante.
De referir que o Multi Sense permite personalizar o esforço da direção, resposta do motor, agilidade do chassis. O mostrador do painel de instrumentos, dispõe de quatro modos: Eco, Sport, Confort e Perso.
Antes, na cidade, muitos quilómetros foram feitos em modo totalmente elétrico, pois como se sabe o carro passa para o modo elétrico ou híbrido sempre que é possível. O arranque é sempre em modo elétrico e confirma-se ser possível conduzir em modo elétrico bastante tempo, e até em autoestrada, em determinadas condições, especialmente se a velocidade não for muito elevada e for constante.
Com o sistema 4Control Advanced, o raio de viragem é impressionante. Um ‘engasganço’ do GPS no meio da serra levou-me ao engano e fazer inversão de marcha em estrada de montanha não é fácil. Mas foi…
O conforto na condução é grande, não consegui comprar como é viajar lá atrás, mas o pouco que andei, nada a dizer, a suspensão amortece bem as irregularidades da estrada.

Motor

8/10

Esta versão da Espace com o motor E-Tech híbrido (fullhybrid) a gasolina com 200 cv, é comandado por uma caixa de velocidades multimodo automática, como já referimos os consumos são menores do que se poderia esperar de um carro deste porte, e tendo em conta que o motor a gasolina ‘casado’ com o sistema híbrido não carece de carregamentos, permite uma autonomia que tem termos realistas não fica muito abaixo dos 1.100 km anunciados pela Renault, pelo que como se percebe, a autonomia nada tem a ver com qualquer ‘full’-elétrico que para aí ande. É óbvio que os elétricos ainda mantêm nas pessoas o ‘stress’ da autonomia, mas este motor dá-nos muitas das vantagens de um automóvel elétrico, mas sem as paragens para recarregar.
O motor E-Tech a gasolina híbrido com 200 cv (no total) deste Espace combina muito bem o motor a gasolina turbo de 3 cilindros com 1,2 litros de 130 cv (96 kW) que disponibiliza 205 Nm de binário, com os dois motores elétricos, a unidade principal (50 kW, 70 cv, 205 Nm), e a unidade secundária, um motor de arranque/gerador de alta voltagem (25cv, 50 Nm) que assegura o arranque do motor de combustão (ICE) e opera as trocas de relações.
A regeneração entra em ação automaticamente assim que se abranda ou trava, o painel de instrumentos digital está sempre a mostrar os fluxos de energia do propulsor híbrido.

Balanço Final

8/10

Chamemos-lhe um Austral com distância entre eixos maior, se quisermos, mas isso não é depreciativo, bem antes pelo contrário. A Renault Espace como a conhecíamos, acabou.
É mais curto do que o seu antecessor, mas espaço interior não lhe falta, embora o conforto pudesse ser um pouco melhor. O que difere bem os carros está do pilar B para trás. O interior é espaçoso, o painel de instrumentos é o mesmo do Austral, está disponível em versões de cinco ou sete lugares, sem diferença de preço. 

Uma das suas grandes mais valias é o grupo motopropulsor híbrido, com um sistema híbrido auto-alimentado em que não é necessário carregar baterias pois o sistema assume quando pode rodar em modo elétrico ou não. Nas patilhas atrás do volante pode mudar a forma de regeneração das baterias, o que muda fortemente as sensações no carro. 

O grupo propulsor é eficiente, o consumo que conseguimos, 6.3l/100 não é alto para o carro que é, mas depois tudo dependerá dos percursos e da ‘pressa’. Para viajar, é um carro fantástico.

O conforto é alto, só não é perfeito, isso não existe nos automóveis, a ligação à estrada é boa, e para uma família grande é quase um automóvel sem defeitos…

Concorrentes

Concorrentes
Hyundai Tucson PHEV 1.6T.GDI (67 Kw) Elétrico/Gasolina, desde 51.860€
KIA Sorento PHEV 1.6 T-GDI Híbrido plug-in 7L 4WD, desde 64.448€
Nissan X-Trail 1.5 e-Power 213 CV e-power N-Connecta, a partir de 52.050€

Ficha Técnica

Versão E-TECH Full Hybrid 200 Auto
Motor Gasolina + Elétrico auto recarregável
Tipo de motor 3 cilindros, 12 válvulas
Cilindrada (cc) 1.199, injeção direta/turbo
Potência máxima kW (CV) às rpm
ICE = 96 (130) às 4500 + E-MOTOR = 50 + HSG = 25
Binário máximo (Nm) às rpm ICE =205 às 1 750 + E-MOTOR = 205 + HSG = 50
Bateria
Tipo Iões de lítio, voltagem (V) 400, Capacidade em kWh, 2
Caixa Automática
Pneus standard, 205 55 R19 (19”) ou 235 45 R20 (20”)
Prestações
Velocidade máxima (km/h) 175
0 – 100 km/h (s) 8,8
Consumo
CO2 WLTP (g/km) 104 – 111
Ciclo combinado WLTP (I/100km) 4,6 –4,8
Consumo AutoSport/Auto+ 6,3
Capacidade do depósito, 55 litros
Direção assistida eletricamente,
Diâmetro de viragem sem/com sistema 4Control Advance: 11,6 / 10,4
Suspensão Pseudo McPherson à frente
Eixo traseiro /com 4Control Advance Eixo Semi-rígido/ Eixo multibraços atrás
Peso-bruto (kg) (5 lugares/7 lugares) 2055/2255/2155/2360
Dimensões
Comprimento 4722 mm
Distância entre-eixos 2738 mm
Largura (retrovisores recolhidos/colocados) 1843/2083 mm
Altura 1645 mm
Espaço para os joelhos, 2ª fila 321
Espaço ao nível dos cotovelos, frente 1,497
Espaço ao nível dos cotovelos, atrás 1,480
Largura ao nível dos ombros, frente 1,445
Largura ao nível dos ombros, atrás 1,431
Espaço em altura, 1ª fila 958 (TVF)/923 (TN)
Espaço em altura, 2º fila 919 (TVF)/892 (TN)
Largura máxima de abertura da mala 1,125
Largura interior entre as cavas das rodas 1,096
Comprimento da mala com a 2ª fila recolhida 1,870

Preço base:
Versão techno a partir de 45.500€
Versão esprit Alpine a partir de 48.300€
Versão iconic a partir de 50.300€

 

 

Mais/Menos


Mais

Motor E-Tech Full Hybrid
Consumos

Menos

Conforto bom menos

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 50.300€

Preço da versão base (Euros): 45.500€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

É bem diferente do modelo anterior, e muito naturalmente tem o mesmo ‘ar’ do Austral, o que só por si é muito positivo. Tem, como seria de esperar, grande ‘porte atlético’, mas é atraente q.b, sem ser de enorme esplendor. Apesar de ser 14 cm mais curto que o modelo anterior, é um automóvel elegante, ganhando também em termos estéticos com o detalhe das versões ‘acima’. É um automóvel imponente.
Os três níveis disponíveis de equipamento dão-lhe características diferenciadas no interior e os detalhes de design específicos no exterior acrescentam estilo. Por exemplo, a lâmina frontal do nível Techno é pintada na mesma cor da carroçaria. As molduras das janelas são cromadas e polidas, e as barras do tejadilho são em alumínio acetinado liso.
A grelha, as molduras das janelas, a lâmina frontal e as barras de tejadilho do nível Iconic são em negro e as jantes são maiores (20 polegadas).
Logicamente, o novo Espace Esprit Alpine tem um aspeto mais desportivo. As molduras das janelas, as barras de tejadilho e os logótipos dianteiro e traseiro são escuros (os logótipos são Ice Black, as molduras das janelas são pretas brilhantes e as barras de tejadilho são pretas acetinadas). O pára-choques dianteiro, a faixa horizontal e a lâmina são cinzentos-acetinados.

Interior

O Espace tem um comprimento de 4,72 metros, e 140 mm mais curto do que a geração anterior, mas a nova plataforma permite uma melhor arrumação do interior pelo que o compartimento de passageiros é ainda mais longo (2,48 metros até à terceira fila).
Como se calcula, espaço é algo que não falta. Confesso que, com 1,82m não viajo confortável na terceira fila, mas o simples facto de lá caber já diz muito do que são o sexto e o sétimo lugares do Espace, na 3ª fila.
Claro que não se aconselham viagens mais longas na terceira fila para pessoas deste tamanho, mas o Espace acomoda bem sete pessoas.
Onde se nota maior diferença de espaço é na fila do meio, cujos passageiros têm espaço para os joelhos até 321 mm. Os bancos desta 2ª fila reclinam-se até aos 31 graus, o que ajuda um bom bocado no conforto. Como detalhe o facto de, se o assento do meio não estiver ocupado, os passageiros podem usar um apoio de braços central.
Os passageiros da terceira têm 128 mm espaço para os joelhos, o acesso aos bancos não é muito difícil, pois pode-se deslizar os bancos da segunda fila 220 mm para a frente e rebater as costas. O teto panorâmico, em vidro, para quem o quiser ou puder ter, é fantástico, dá muita luz ao habitáculo.
Os bancos são confortáveis e com a versão de 5 lugares do Espace ficará com uma capacidade de 777 litros (VDA) na mala. 1.818 litros na versão de 5 lugares com a segunda fila de bancos rebatidos, 777 litros na versão de 5 lugares com a segunda fila corrida para a frente e 159 litros na configuração de 7 lugares com a terceira fila colocada. A porta traseira é motorizada e pode abrir ou fechar a partir do habitáculo.
Há ainda diversos compartimentos de arrumação, num total de 39 litros, 20 litros à frente incluindo um porta-luvas com cerca de 6 litros de capacidade e duas bolsas laterais nas portas com mais de 4 litros cada. A consola central está livre de instrumentos de condução e aí temos compartimentos de arrumação.

 

Equipamento

O equipamento é generoso, tal como já sucedia nas versões anteriores. O nível de entrada, a versão Techno, vem de série com um ecrã OpenR de 24 polegadas, porta traseira elétrica, carregador de smartphone por indução, jantes em liga leve de 19 polegadas, sistemas Isofix nos bancos esquerdo e direito da segunda fila e um conjunto de dispositivos de segurança que inclui o sistema de alerta de ângulo morto.
O nível Esprit Alpine, que é uma novidade no Espace, acrescenta, como se calcula, um ambiente mais desportivo ao interior. Os encostos de cabeça apresentam o icónico logótipo da marca francesa, o tablier em Alcântara tem pespontos azuis e, nos bancos, o mesmo material (Alcântara). O nível Iconic eleva o interior a outro patamar, com as aplicações em madeira de freixo genuína no tablier e os estofos em pele almofadada num tom de cinza areia claro, combinados com o piso Mokka Brown. É possível ajustar os bancos eletricamente (para a frente e para trás, para cima e para baixo, bem como em inclinação) e estes são aquecidos, tal como o volante. O banco do condutor também inclui a função de massagem lombar.
Como se pode calcular, os elementos de segurança passiva e ativa são inúmeros, mais precisamente… 32, dividindo-se entre segurança, condução e estacionamento.
O Active driver assist só está integrado nos níveis Iconic e Esprit Alpine, o reconhecimento de sinais de trânsito e a prevenção de excesso de velocidade estão incorporados no active driver assist, mas também podem ser utilizados de forma independente, pois exibe o limite de velocidade no painel de instrumentos e no ecrã de navegação. Se o automóvel estiver a circular acima do limite que o sistema identificou, aparece um aviso visual.
O head-up display é novo e bem maior (9,3 polegadas), a câmara de visão 360° está ligada a quatro câmaras e exibe imagens 3D, modeladas por computador, do meio do ambiente que rodeia o carro. Seja com a vista panorâmica, ou “olho de pássaro” da área, é bem mais fácil fazer manobras. O sistema ELKA (Emergency Lane Keep Assist) mostra no painel um modelo da faixa em que o carro está e da posição do Espace em relação ao que o rodeia.
No que à segurança diz respeito pode pode contar com o Sistema de Travagem Ativa de Emergência (AEBS, AEB em manobras de marcha-atrás)/Alerta de ângulo-Morto (BSW)/Sistema de Assistência de Centralização na Via, LDW/Alerta de Mudança de Faixa de Rodagem, LCW/Alerta de Fadiga do Condutor, DAA/Assistente de Estabilidade do Atrelado TSA
Quanto à experiência de condução, o Regulador de Velocidade Adaptativo (ACC) com Stop & Go/Aviso de Distância de Segurança (DW)/Assistente ao Arranque em Subidas (HSA) e por fim no estacionamento, tem sistemas de ajuda ao estacionamento dianteiro, traseiro e lateral, Alerta de Obstáculo Traseiro/Saída Segura de Ocupantes (OSE).
Na conectividade e multimédia o sistema OpenR Link é simples de operar e intuitivo. Tem 12,3 polegadas no painel e um ecrã tátil vertical de 12 polegadas no meio da consola, ligeiramente virado para o condutor, o que é bom. Cada fila de bancos tem duas tomadas USB-C, além de um carregador sem fios e de duas tomadas de 12 V (uma para passageiros e a outra no porta-bagagens).

Consumos

Não esperava que o carro, tendo em conta os percursos entre o Porto e a Serra de Montemuro, a ‘descer’ para o Douro, com imensas estradas sinuosas o consumo se quedasse pelos 6.3l/100 Km. O grupo motopropulsor E-Tech Full Hybrid de 200 cv que já conhecíamos do Austral, devido ao peso do carro, esperava maior consumo, mas o sistema híbrido, se tivermos algum cuidado com o pé direito, e na brusquidão com que usamos o pedal, é possível este consumo, ainda que sem o carro totalmente cheio de gente.
A Renault anuncia 4,6 litros aos 100 km no ciclo WLTP, mas 6.3 foi o que conseguimos neste teste, se bem que na fase inicial, totalmente citadino, pela zona da Foz e Baixa do Porto, o modo elétrico poucas vezes dá lugar ao motor de combustão.

Ao volante

O primeiro ponto que destaco é a mudança da forma de regeneração e o que afeta a condução. Nota-se muito as diferenças ao volante conforme o modo de regeneração da bateria que escolhemos. Aqui é mesmo uma questão de opção.
Outro ponto importante é que nunca guiei nenhum Espace, nomeadamente a geração anterior, como sucedeu com este carro. Mesmo muito pouco a ver com o antecessor.
No contexto, o carro é ágil, e não se deu nada mal nas sinuosas estradas da Serra de Montemuro, sim, porque nas curtas ligações de auto-estrada, nada a dizer, talvez mesmo só um pouco de som a mais no habitáculo proveniente do exterior.
O facto deste Espace ser 215 kg mais leve do que o seu antecessor, em termos dinâmicos faz uma diferença enorme ao volante.
Impressiona, tão grande e tão ágil, para o carro que é.
O grupo motopropulsor está comprovado, são muito poucas as vezes que a caixa de velocidades ‘soluça’, a transmissão automática tem um bom sistema de gestão, que se nota bem na estrada e nas zonas mais sinuosas o sistema 4Control dá uma agilidade ao carro que não pensava ser possível ter.
Explorando o Multi Sense, o modo Sport reduz o tempo de resposta do motor de combustão interna, melhora a agilidade do chassis e endurece, visivelmente, a direção para melhorar a sua ligação à estrada. Nota-se de imediato uma grande diferença. Há quatro configurações de travagem regenerativa, e muda-se nas patilhas do volante.
De referir que o Multi Sense permite personalizar o esforço da direção, resposta do motor, agilidade do chassis. O mostrador do painel de instrumentos, dispõe de quatro modos: Eco, Sport, Confort e Perso.
Antes, na cidade, muitos quilómetros foram feitos em modo totalmente elétrico, pois como se sabe o carro passa para o modo elétrico ou híbrido sempre que é possível. O arranque é sempre em modo elétrico e confirma-se ser possível conduzir em modo elétrico bastante tempo, e até em autoestrada, em determinadas condições, especialmente se a velocidade não for muito elevada e for constante.
Com o sistema 4Control Advanced, o raio de viragem é impressionante. Um ‘engasganço’ do GPS no meio da serra levou-me ao engano e fazer inversão de marcha em estrada de montanha não é fácil. Mas foi…
O conforto na condução é grande, não consegui comprar como é viajar lá atrás, mas o pouco que andei, nada a dizer, a suspensão amortece bem as irregularidades da estrada.

Concorrentes

Concorrentes
Hyundai Tucson PHEV 1.6T.GDI (67 Kw) Elétrico/Gasolina, desde 51.860€
KIA Sorento PHEV 1.6 T-GDI Híbrido plug-in 7L 4WD, desde 64.448€
Nissan X-Trail 1.5 e-Power 213 CV e-power N-Connecta, a partir de 52.050€

Motor

Esta versão da Espace com o motor E-Tech híbrido (fullhybrid) a gasolina com 200 cv, é comandado por uma caixa de velocidades multimodo automática, como já referimos os consumos são menores do que se poderia esperar de um carro deste porte, e tendo em conta que o motor a gasolina ‘casado’ com o sistema híbrido não carece de carregamentos, permite uma autonomia que tem termos realistas não fica muito abaixo dos 1.100 km anunciados pela Renault, pelo que como se percebe, a autonomia nada tem a ver com qualquer ‘full’-elétrico que para aí ande. É óbvio que os elétricos ainda mantêm nas pessoas o ‘stress’ da autonomia, mas este motor dá-nos muitas das vantagens de um automóvel elétrico, mas sem as paragens para recarregar.
O motor E-Tech a gasolina híbrido com 200 cv (no total) deste Espace combina muito bem o motor a gasolina turbo de 3 cilindros com 1,2 litros de 130 cv (96 kW) que disponibiliza 205 Nm de binário, com os dois motores elétricos, a unidade principal (50 kW, 70 cv, 205 Nm), e a unidade secundária, um motor de arranque/gerador de alta voltagem (25cv, 50 Nm) que assegura o arranque do motor de combustão (ICE) e opera as trocas de relações.
A regeneração entra em ação automaticamente assim que se abranda ou trava, o painel de instrumentos digital está sempre a mostrar os fluxos de energia do propulsor híbrido.

Balanço final

Chamemos-lhe um Austral com distância entre eixos maior, se quisermos, mas isso não é depreciativo, bem antes pelo contrário. A Renault Espace como a conhecíamos, acabou.
É mais curto do que o seu antecessor, mas espaço interior não lhe falta, embora o conforto pudesse ser um pouco melhor. O que difere bem os carros está do pilar B para trás. O interior é espaçoso, o painel de instrumentos é o mesmo do Austral, está disponível em versões de cinco ou sete lugares, sem diferença de preço. 

Uma das suas grandes mais valias é o grupo motopropulsor híbrido, com um sistema híbrido auto-alimentado em que não é necessário carregar baterias pois o sistema assume quando pode rodar em modo elétrico ou não. Nas patilhas atrás do volante pode mudar a forma de regeneração das baterias, o que muda fortemente as sensações no carro. 

O grupo propulsor é eficiente, o consumo que conseguimos, 6.3l/100 não é alto para o carro que é, mas depois tudo dependerá dos percursos e da ‘pressa’. Para viajar, é um carro fantástico.

O conforto é alto, só não é perfeito, isso não existe nos automóveis, a ligação à estrada é boa, e para uma família grande é quase um automóvel sem defeitos…

Mais

Motor E-Tech Full Hybrid
Consumos

Menos

Conforto bom menos

Ficha técnica

Versão E-TECH Full Hybrid 200 Auto
Motor Gasolina + Elétrico auto recarregável
Tipo de motor 3 cilindros, 12 válvulas
Cilindrada (cc) 1.199, injeção direta/turbo
Potência máxima kW (CV) às rpm
ICE = 96 (130) às 4500 + E-MOTOR = 50 + HSG = 25
Binário máximo (Nm) às rpm ICE =205 às 1 750 + E-MOTOR = 205 + HSG = 50
Bateria
Tipo Iões de lítio, voltagem (V) 400, Capacidade em kWh, 2
Caixa Automática
Pneus standard, 205 55 R19 (19”) ou 235 45 R20 (20”)
Prestações
Velocidade máxima (km/h) 175
0 – 100 km/h (s) 8,8
Consumo
CO2 WLTP (g/km) 104 – 111
Ciclo combinado WLTP (I/100km) 4,6 –4,8
Consumo AutoSport/Auto+ 6,3
Capacidade do depósito, 55 litros
Direção assistida eletricamente,
Diâmetro de viragem sem/com sistema 4Control Advance: 11,6 / 10,4
Suspensão Pseudo McPherson à frente
Eixo traseiro /com 4Control Advance Eixo Semi-rígido/ Eixo multibraços atrás
Peso-bruto (kg) (5 lugares/7 lugares) 2055/2255/2155/2360
Dimensões
Comprimento 4722 mm
Distância entre-eixos 2738 mm
Largura (retrovisores recolhidos/colocados) 1843/2083 mm
Altura 1645 mm
Espaço para os joelhos, 2ª fila 321
Espaço ao nível dos cotovelos, frente 1,497
Espaço ao nível dos cotovelos, atrás 1,480
Largura ao nível dos ombros, frente 1,445
Largura ao nível dos ombros, atrás 1,431
Espaço em altura, 1ª fila 958 (TVF)/923 (TN)
Espaço em altura, 2º fila 919 (TVF)/892 (TN)
Largura máxima de abertura da mala 1,125
Largura interior entre as cavas das rodas 1,096
Comprimento da mala com a 2ª fila recolhida 1,870

Preço base:
Versão techno a partir de 45.500€
Versão esprit Alpine a partir de 48.300€
Versão iconic a partir de 50.300€

 

 

Preço da versão ensaiada (Euros): 50.300€
Preço da versão base (Euros): 45.500€