RENAULT ARKANA 160 EDC R.S. Line – Ensaio Teste
O Renault Arkana era um carro que despertava alguma curiosidade. O primeiro SUV coupé de uma marca generalista, entrando num mundo que estava reservado a marcas premium. A forma e a “aura” do Arkana não deixam ninguém indiferente e pode ser daqueles casos em que se gosta ou se odeia.
O Novo Arkana é baseado na plataforma modular CMF-B, a mesma que serve as últimas gerações do Clio e Captur. Quanto a motores, todos beneficiam da mais recente tecnologia totalmente híbrida – E-TECH Híbrido 145 cv – e motores 1.3 TCe micro-híbridos (ou mild-hybrid) de 12V, para além das versões de 140 cv e 160 cv.
Este veículo irá apelar a um público muito específico. É para quem quer espaço para a família e a imponência de um SUV, sem abdicar de um comportamento mais desportivo. O certo é que o Arkana tenta unir dois mundos que parecem tão díspares que o exercício se assemelha a misturar água com azeite. A Renault tentou, com algum sucesso, mas o resultado não será para todos os clientes. Há pormenores interessantes, outros nem por isso. No geral, o Arkana é SUV do segmento C competente, mas que tenta algo difícil de fazer e que paga o preço por isso. A versão ensaiada é a 1.3 TCe 160 Mild Hybrid, na versão RS Line, com a caixa automática EDC 7 velocidades.
Linhas diferenciadas
Bom nível de equipamento
Comportamento dinâmico
Espaço generoso
Suspensão demasiado dura
Caixa hesitante
Espaço menos confortável nos bancos traseiros para pessoas mais altas
Exterior
O Arkana é um veículo com um ar grande. Não é muito maior que outros SUV, mas este tem um ar mais imponente que outros. As suas linhas destacam-se pela originalidade. Não é todos os dias que vemos um SUV Coupé com as marcas a apostarem em formatos (demasiado) semelhantes. Nota positiva para a Renault por tentar dar um produto diferenciado, para quem quer algo diferente. É um carro que facilmente pode provocar sentimentos antagónicos, mas tem um caráter vincado que é um ponto positivo nestes dias. Pessoalmente, não são linhas que agradem muito, mas a questão dos gostos é muito pessoal e subjetiva. Com uma distância ao solo pronunciada (200 mm), uma linha de cintura elevada e musculada e “ombros largos”, o Arkana não é o carro idela para enfrentar ruas estreitas. As placas de proteções inferiores dianteiras e traseiras e as proteções do arco da roda reforçam a aparência de SUV, enquanto a linha do teto e das janelas em declive criam um design curvo, que se estende à janela traseira e aprimora a aparência dinâmica do automóvel, captando, assim, os genes dos modelos SUV-coupé. A dianteira tem as linhas Renault facilmente reconhecíveis, mas os clientes à procura de um “look” mais fresco poderão ter hesitações, especialmente depois de ver outras propostas, como o Austral. Os faróis totalmente LED apresentam a assinatura de iluminação em C, específica dos modelos Renault. A traseira do automóvel também exibe a assinatura de iluminação em forma de C, com uma faixa que se estende por toda a largura do portão traseiro, enfatizando as linhas retas. O perfil do Novo Arkana é uma das suas características mais marcantes. As linhas dinâmicas do SUV são facilmente reconhecíveis, misturando um ar robusto com uma pinta de caráter desportivo. Com rodas grandes de 690 mm de diâmetro, o Novo Arkana mede 4.568 mm de comprimento, 1.571 mm de altura, tendo uma distância entre eixos de 2.720 mm. Nesta versão R.S. Line, os para-choques dianteiro e traseiro e as embaladeiras laterais são pintadas na cor da carroçaria, ao passo que o teto e o spoiler traseiro passam a ser negros, neste último caso, com aspeto brilhante. Não é um carro para todos os gostos, mas tem caráter e não passa despercebido.
Interior
O interior do Arkana na versão R.S. Line é agradável à primeira vista. Quem conhece a gama Renault não vai ficar surpreendido com o que vai encontrar, com uma consola central bem pensada, com uma mistura de botões físicos e um ecrã tátil onde toda a informação é mostrada. O painel de instrumentos é completamente digital e apresenta todas as informações de forma clara. Encontrar a informação desejada irá requerer alguma habituação, o que começa a ser habitual nos novos modelos, mas é com facilidade que chegamos ao que queremos. A utilização torna-se intuitiva o suficiente para não ser causadora de distrações. A consola central oferece vários espaços de arrumação, incorporando um carregador sem fios para o smartphone, além de uma rede para guardar objetos do lado do passageiro. Também acomoda travão de mão elétrico e automático, com função “auto hold”, que está disponível desde o nível de equipamento de entrada. O ecrã vertical de 9.3’’, disponível nesta versão, sensível ao toque incorpora toda a informação e todos os menus. A posição de condução é confortável, elevada, mas não exageradamente e com muitos ajustes possíveis ao volante e no banco do condutor, é apenas uma questão de tempo até encontrar uma configuração que vai ao encontro do que procura. A qualidade de construção é boa e nesta versão o interior torna-se mais agradável, com mais pele e plásticos menos duros à vista e com apliques a fazer lembrar a fibra de carbono. O espaço interior é um dos pontos fortes do carro. Nos lugares da frente há espaço para os passageiros viajarem de forma confortável e espaço mais que suficiente para arrumação. No banco traseiro há espaço para dois passageiros viagem de forma muito confortável. É possível levar três pessoas, mas o conforto não é o mesmo. Com o metro e oitenta como referência, a distância da cabeça ao tejadilho é algo curta, pagando-se o preço da linha descendente do tejadilho. Mas não há sensação de claustrofobia no banco traseiro, com boa visibilidade e toda a comodidade que os bancos traseiros podem ter. A mala é muito generosa, com 513 litros, com kit de reparação de pneus. Também conta com um fundo amovível que pode ser colocado na zona inferior para aumentar a capacidade de carga, ou no topo para suportar objetos ou bagagem mais pesada. Nesta configuração, o banco traseiro rebatível em 1/3 e 2/3, pode ser recolhido de forma a oferecer um piso totalmente plano. No geral, o interior é agradável, o espaço é generoso, mas não muito amigo de indivíduos mais altos e a mala é grande e temos espaço para levar muita coisa. Nota positiva ao interior, nesta versão específica. O espaço no banco de trás paga pelas linhas e quem for mais alto não estará tão à vontade.
Equipamento
O nível de equipamento na versão R.S. Line é completo, com todos os equipamentos de segurança, assistência à condução e estacionamento, e conforto que se pode esperar num carro desta gama. Incluem-se também sistemas de travagem de urgência, alerta de excesso de velocidade com reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de distância de segurança (que funcionou de forma algo errática), alerta de obstáculo traseiro, alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem, alerta de ângulo morto, regulador de velocidade adaptativo, alerta de ângulo morto. Temos também ar condicionado automático e purificador de ar, câmara de marcha-atrás, alerta de distância de segurança, comutação automática das luzes de estrada/cruzamento, retrovisores exteriores reguláveis e rebatíveis eletricamente com sistema de desembaciamento. Há equipamento para todos os gostos e fica-se com a sensação que ficamos bem servidos no que a “gadgets” diz respeito. O equipamento, especialmente o de segurança, é um dos pontos fortes deste carro.
Consumos
Numa utilização mista, em autoestradas e estradas nacionais, alternando a condução cuidadosa com uma utilização mais vigorosa, o Arkana devolveu consumos de 7L/100km, depois de quase 300km feitos. O nível de consumo é muito interessante para um carro com estas proporções e a ajuda do sistema Mild Hybrid deve ser tida em conta. Os consumos acabou por ser positivo, olhando a tudo o que o Arkana permite fazer e para o seu tamanho.
Ao Volante
É aqui que a questão do Arkana se complica. Pensado para ser um SUV desportivo, a suspensão acabou por ser afinada para esse propósito e, com isso, o comportamento dinâmico do carro melhorou. Mas a vida dos ocupantes em estradas mais acidentadas piorou com isso. A rigidez da suspensão torna-se menos agradável, apesar de não causar demasiados constrangimentos a quem ocupa o carro. Era expectável, tendo em conta a filosofia seguida pela Renault, que isso fosse acontecer. Mas levanta a questão da necessidade de um SUV desportivo, quando as proporções e o peso do veículo comprometem o comportamento pretendido. É um dos pontos negativos neste Arkana. Ao volante, temos todos os controlos ao alcance de forma rápida e podemos trocar a informação de forma simples. O Arkana vem com o sistema Multi-Sense com diferentes configurações de condução. A configuração económica aposta mais na eficiência, enquanto a configuração Sport torna a resposta do acelerador muito mais pronta (às vezes demais). A direção é algo pesada, desnecessário para o dia a dia, mas numa condução mais desportiva faz algum sentido. Numa utilização em cidade, notamos alguma hesitação na resposta da caixa, especialmente a baixa velocidade. Dependendo do modo de condução escolhido, a resposta do acelerador é ou demasiado pronta ou algo lenta, se quisermos despachar a entrada num cruzamento ou rotunda, o que torna a condução mais brusca e mais dada a solavancos. O sistema Mild Hybrid deveria ajudar nas transições (sentiu-se pouco), mas esse acabou por se tornar num pormenor algo aborrecido. Nem sempre foi fácil fazer uma condução suave. O Arkana vem com um sistema “Roda Livre” que desde os 30 aos 140 km/h, que se aciona quando tiramos o pé do acelerador, em certas circunstâncias. É como se desengatássemos o carro, o que permite poupança de combustível, com o motor a ficar em ponto morto. Quando acionamos qualquer dos pedais esse sistema é desligado, com o mild-Hybrido encarregado de fazer a transição e dar uma ajuda inicial ao motor. A ideia é muito interessante, mas no nosso ensaio notamos que em certas situações a transição era feita de modo brusca, o que comprometia o conforto de condução. A visibilidade é também limitada, especialmente em manobras. Olhar para trás é um exercício inútil, o que é minimizado com as câmaras que dão uma ajuda fundamental. É também outro dos pontos negativos, apesar de ser facilmente contornável. Em suma, numa condução desportiva, o Arkana é um SUV interessante, com uma direção precisa e direta o suficiente, que não se nega a traçados mais sinuosos e com um comportamento dinâmico bom para um veículo com as suas dimensões. No dia a dia, há argumentos que deixam de fazer sentido. Em caminhos mais acidentados, onde queremos tirar mais partido da altura ao solo, o Arkana não é uma boa solução, dada a rigidez da suspensão.
Motor
O motor ensaiado nesta versão é o 1.3 TCe 160 Mild Hybrid. Esta é a uma motorização implementada recentemente. O motor tem um som agradável e tem força suficiente para resolver a maioria das situações em que o Arkana se possa ver envolvido. As hesitações da caixa fazem com que por vezes o motor entre em todo o seu esplendor de forma repentina. Apesar de não nos colar ao banco, é um bom compromisso.
Balanço Final
O Arkana faz o que se propõe fazer. Como SUV desportivo, devolve boas sensações e, apesar de não ser um carro muito divertido de conduzir, não se nega a uma estrada mais sinuosa. A Renault disponibiliza um SUV Coupé com preços a partir dos 36.500 €, um género que costuma estar apenas disponível a preços mais elevados. Esta versão R.S. Line apresenta interiores agradáveis, com bom nível de equipamento. Mas o Arkana só faz sentido se quiser mesmo um SUV desportivo. Se gostar de comportamento mais dinâmicos, mesmo que isso lhe custe algum conforto em estradas mais acidentadas e quando enfrentar lombas e solavancos, pode avançar. Mas se pretende um SUV familiar e não liga muito ao comportamento desportivo do carro, talvez seja boa ideia ponderar outras opções (que a Renault tem). O Arkana é uma proposta original e distinta, o que se louva. Mas os potenciais compradores têm de estar atentos ao que o carro dá e o que não dá antes de tomarem a opção de adquiri um. Se ficar apaixonado pelo aspeto visual, faça pelo menos um test-drive e sinta por si. É a melhor forma de perceber o carro.
Concorrentes
Mazda CX-30 – Desde 34 mil euros
Volkswagen T-Roc – Desde 27 mil euros
Audi Q3 – Desde 42 000 euros
Toyota CH-R – Desde 32 mil euros
Cupra Formentor – 36 mil euros
BMW X2 – 42 mil euros
Ficha Técnica
Equipamento de Série
Personalização exterior:
o Antena shark
o Vidros laterais e traseiros sobreescurecidos com filtro de proteção UV
Segurança:
o Deteção da pressão dos pneus
o Chamada de emergência Renault
o Assistência à travagem de emergência
o Sistema de assistência na transposição involuntária de via
o Sistema de travagem de emergência ativa com deteção de peões e ciclistas
o Alerta de excesso de velocidade c/reconhecimento de sinais de trânsito
o Aviso e prevenção de saída da faixa de rodagem
o Alerta de ângulo morto
o Alerta de obstáculo lateral
Condução
o Sistema de ajuda ao estacionamento Easy Park Assist
o Regulador de velocidade adaptativo
o Sensores de chuva e de luminosidade
o MULTI-SENSE (personalização da condução)
o ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)
o Retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente c/função de desembaciamento e iluminação
Iluminação
o Luzes diurnas em LED
o Faróis de nevoeiro em LED
o Comutação automática de luzes de estrada/cruzamento
Climatização
o Ar condicionado com regulação manual
Conforto
o Retrovisor interior electrocromático
o Iluminação dos espelhos de cortesia condutor e passageiro
o Sistema de aquecimento dos bancos dianteiros – implica Couro Elevadores elétricos dos vidros traseiros com sistema antientalamento
o Elevadores elétricos dos vidros dianteiros com função de impulso do lado do condutor
o Cartão Renault “Mãos-Livres”
o Banco traseiro rebatível 1/3-2/3 com apoio de braço
o Fluido de refrigeração do AC
o Volante em couro
o Compatível com Android Auto™ e/ou Apple CarPlay™
o 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros
o Carregador de smartphone por indução
Detalhes Técnicos
Consumos e Emissões
o Consumo em WLTP ciclo combinado: 5.8
o CO2 em WLTP ciclo combinado: 132
Performances
o Velocidade máxima (Km/h): 205
o Aceleração 0-100 Km/h (s): 9.8
Travagem
o Travagem traseira: Discos Plenos
o Travagem dianteira: Discos Ventilados
Pneus
o Referência: 215/55 R18
Dimensões
o Comprimento total (mm): 4568
o Largura exterior (mm): 2034
o Altura ao solo (mm): 1576
o Volume mínimo da bagageira (dm3): 513
o Volume máximo da bagageira (dm3): 1296
o Reservatório de Combustível (L): 50
PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA 39.596.34€
Mais/Menos
Mais
Linhas diferenciadas
Bom nível de equipamento
Comportamento dinâmico
Espaço generoso
Menos
Suspensão demasiado dura
Caixa hesitante
Espaço menos confortável nos bancos traseiros para pessoas mais altas
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 39.596€
Preço da versão base (Euros): 35.000€
Exterior
O Arkana é um veículo com um ar grande. Não é muito maior que outros SUV, mas este tem um ar mais imponente que outros. As suas linhas destacam-se pela originalidade. Não é todos os dias que vemos um SUV Coupé com as marcas a apostarem em formatos (demasiado) semelhantes. Nota positiva para a Renault por tentar dar um produto diferenciado, para quem quer algo diferente. É um carro que facilmente pode provocar sentimentos antagónicos, mas tem um caráter vincado que é um ponto positivo nestes dias. Pessoalmente, não são linhas que agradem muito, mas a questão dos gostos é muito pessoal e subjetiva. Com uma distância ao solo pronunciada (200 mm), uma linha de cintura elevada e musculada e “ombros largos”, o Arkana não é o carro idela para enfrentar ruas estreitas. As placas de proteções inferiores dianteiras e traseiras e as proteções do arco da roda reforçam a aparência de SUV, enquanto a linha do teto e das janelas em declive criam um design curvo, que se estende à janela traseira e aprimora a aparência dinâmica do automóvel, captando, assim, os genes dos modelos SUV-coupé. A dianteira tem as linhas Renault facilmente reconhecíveis, mas os clientes à procura de um “look” mais fresco poderão ter hesitações, especialmente depois de ver outras propostas, como o Austral. Os faróis totalmente LED apresentam a assinatura de iluminação em C, específica dos modelos Renault. A traseira do automóvel também exibe a assinatura de iluminação em forma de C, com uma faixa que se estende por toda a largura do portão traseiro, enfatizando as linhas retas. O perfil do Novo Arkana é uma das suas características mais marcantes. As linhas dinâmicas do SUV são facilmente reconhecíveis, misturando um ar robusto com uma pinta de caráter desportivo. Com rodas grandes de 690 mm de diâmetro, o Novo Arkana mede 4.568 mm de comprimento, 1.571 mm de altura, tendo uma distância entre eixos de 2.720 mm. Nesta versão R.S. Line, os para-choques dianteiro e traseiro e as embaladeiras laterais são pintadas na cor da carroçaria, ao passo que o teto e o spoiler traseiro passam a ser negros, neste último caso, com aspeto brilhante. Não é um carro para todos os gostos, mas tem caráter e não passa despercebido.
Interior
O interior do Arkana na versão R.S. Line é agradável à primeira vista. Quem conhece a gama Renault não vai ficar surpreendido com o que vai encontrar, com uma consola central bem pensada, com uma mistura de botões físicos e um ecrã tátil onde toda a informação é mostrada. O painel de instrumentos é completamente digital e apresenta todas as informações de forma clara. Encontrar a informação desejada irá requerer alguma habituação, o que começa a ser habitual nos novos modelos, mas é com facilidade que chegamos ao que queremos. A utilização torna-se intuitiva o suficiente para não ser causadora de distrações. A consola central oferece vários espaços de arrumação, incorporando um carregador sem fios para o smartphone, além de uma rede para guardar objetos do lado do passageiro. Também acomoda travão de mão elétrico e automático, com função “auto hold”, que está disponível desde o nível de equipamento de entrada. O ecrã vertical de 9.3’’, disponível nesta versão, sensível ao toque incorpora toda a informação e todos os menus. A posição de condução é confortável, elevada, mas não exageradamente e com muitos ajustes possíveis ao volante e no banco do condutor, é apenas uma questão de tempo até encontrar uma configuração que vai ao encontro do que procura. A qualidade de construção é boa e nesta versão o interior torna-se mais agradável, com mais pele e plásticos menos duros à vista e com apliques a fazer lembrar a fibra de carbono. O espaço interior é um dos pontos fortes do carro. Nos lugares da frente há espaço para os passageiros viajarem de forma confortável e espaço mais que suficiente para arrumação. No banco traseiro há espaço para dois passageiros viagem de forma muito confortável. É possível levar três pessoas, mas o conforto não é o mesmo. Com o metro e oitenta como referência, a distância da cabeça ao tejadilho é algo curta, pagando-se o preço da linha descendente do tejadilho. Mas não há sensação de claustrofobia no banco traseiro, com boa visibilidade e toda a comodidade que os bancos traseiros podem ter. A mala é muito generosa, com 513 litros, com kit de reparação de pneus. Também conta com um fundo amovível que pode ser colocado na zona inferior para aumentar a capacidade de carga, ou no topo para suportar objetos ou bagagem mais pesada. Nesta configuração, o banco traseiro rebatível em 1/3 e 2/3, pode ser recolhido de forma a oferecer um piso totalmente plano. No geral, o interior é agradável, o espaço é generoso, mas não muito amigo de indivíduos mais altos e a mala é grande e temos espaço para levar muita coisa. Nota positiva ao interior, nesta versão específica. O espaço no banco de trás paga pelas linhas e quem for mais alto não estará tão à vontade.
Equipamento
O nível de equipamento na versão R.S. Line é completo, com todos os equipamentos de segurança, assistência à condução e estacionamento, e conforto que se pode esperar num carro desta gama. Incluem-se também sistemas de travagem de urgência, alerta de excesso de velocidade com reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de distância de segurança (que funcionou de forma algo errática), alerta de obstáculo traseiro, alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem, alerta de ângulo morto, regulador de velocidade adaptativo, alerta de ângulo morto. Temos também ar condicionado automático e purificador de ar, câmara de marcha-atrás, alerta de distância de segurança, comutação automática das luzes de estrada/cruzamento, retrovisores exteriores reguláveis e rebatíveis eletricamente com sistema de desembaciamento. Há equipamento para todos os gostos e fica-se com a sensação que ficamos bem servidos no que a “gadgets” diz respeito. O equipamento, especialmente o de segurança, é um dos pontos fortes deste carro.
Consumos
Numa utilização mista, em autoestradas e estradas nacionais, alternando a condução cuidadosa com uma utilização mais vigorosa, o Arkana devolveu consumos de 7L/100km, depois de quase 300km feitos. O nível de consumo é muito interessante para um carro com estas proporções e a ajuda do sistema Mild Hybrid deve ser tida em conta. Os consumos acabou por ser positivo, olhando a tudo o que o Arkana permite fazer e para o seu tamanho.
Ao volante
É aqui que a questão do Arkana se complica. Pensado para ser um SUV desportivo, a suspensão acabou por ser afinada para esse propósito e, com isso, o comportamento dinâmico do carro melhorou. Mas a vida dos ocupantes em estradas mais acidentadas piorou com isso. A rigidez da suspensão torna-se menos agradável, apesar de não causar demasiados constrangimentos a quem ocupa o carro. Era expectável, tendo em conta a filosofia seguida pela Renault, que isso fosse acontecer. Mas levanta a questão da necessidade de um SUV desportivo, quando as proporções e o peso do veículo comprometem o comportamento pretendido. É um dos pontos negativos neste Arkana. Ao volante, temos todos os controlos ao alcance de forma rápida e podemos trocar a informação de forma simples. O Arkana vem com o sistema Multi-Sense com diferentes configurações de condução. A configuração económica aposta mais na eficiência, enquanto a configuração Sport torna a resposta do acelerador muito mais pronta (às vezes demais). A direção é algo pesada, desnecessário para o dia a dia, mas numa condução mais desportiva faz algum sentido. Numa utilização em cidade, notamos alguma hesitação na resposta da caixa, especialmente a baixa velocidade. Dependendo do modo de condução escolhido, a resposta do acelerador é ou demasiado pronta ou algo lenta, se quisermos despachar a entrada num cruzamento ou rotunda, o que torna a condução mais brusca e mais dada a solavancos. O sistema Mild Hybrid deveria ajudar nas transições (sentiu-se pouco), mas esse acabou por se tornar num pormenor algo aborrecido. Nem sempre foi fácil fazer uma condução suave. O Arkana vem com um sistema “Roda Livre” que desde os 30 aos 140 km/h, que se aciona quando tiramos o pé do acelerador, em certas circunstâncias. É como se desengatássemos o carro, o que permite poupança de combustível, com o motor a ficar em ponto morto. Quando acionamos qualquer dos pedais esse sistema é desligado, com o mild-Hybrido encarregado de fazer a transição e dar uma ajuda inicial ao motor. A ideia é muito interessante, mas no nosso ensaio notamos que em certas situações a transição era feita de modo brusca, o que comprometia o conforto de condução. A visibilidade é também limitada, especialmente em manobras. Olhar para trás é um exercício inútil, o que é minimizado com as câmaras que dão uma ajuda fundamental. É também outro dos pontos negativos, apesar de ser facilmente contornável. Em suma, numa condução desportiva, o Arkana é um SUV interessante, com uma direção precisa e direta o suficiente, que não se nega a traçados mais sinuosos e com um comportamento dinâmico bom para um veículo com as suas dimensões. No dia a dia, há argumentos que deixam de fazer sentido. Em caminhos mais acidentados, onde queremos tirar mais partido da altura ao solo, o Arkana não é uma boa solução, dada a rigidez da suspensão.
Concorrentes
Mazda CX-30 – Desde 34 mil euros
Volkswagen T-Roc – Desde 27 mil euros
Audi Q3 – Desde 42 000 euros
Toyota CH-R – Desde 32 mil euros
Cupra Formentor – 36 mil euros
BMW X2 – 42 mil euros
Motor
O motor ensaiado nesta versão é o 1.3 TCe 160 Mild Hybrid. Esta é a uma motorização implementada recentemente. O motor tem um som agradável e tem força suficiente para resolver a maioria das situações em que o Arkana se possa ver envolvido. As hesitações da caixa fazem com que por vezes o motor entre em todo o seu esplendor de forma repentina. Apesar de não nos colar ao banco, é um bom compromisso.
Balanço final
O Arkana faz o que se propõe fazer. Como SUV desportivo, devolve boas sensações e, apesar de não ser um carro muito divertido de conduzir, não se nega a uma estrada mais sinuosa. A Renault disponibiliza um SUV Coupé com preços a partir dos 36.500 €, um género que costuma estar apenas disponível a preços mais elevados. Esta versão R.S. Line apresenta interiores agradáveis, com bom nível de equipamento. Mas o Arkana só faz sentido se quiser mesmo um SUV desportivo. Se gostar de comportamento mais dinâmicos, mesmo que isso lhe custe algum conforto em estradas mais acidentadas e quando enfrentar lombas e solavancos, pode avançar. Mas se pretende um SUV familiar e não liga muito ao comportamento desportivo do carro, talvez seja boa ideia ponderar outras opções (que a Renault tem). O Arkana é uma proposta original e distinta, o que se louva. Mas os potenciais compradores têm de estar atentos ao que o carro dá e o que não dá antes de tomarem a opção de adquiri um. Se ficar apaixonado pelo aspeto visual, faça pelo menos um test-drive e sinta por si. É a melhor forma de perceber o carro.
Linhas diferenciadas
Bom nível de equipamento
Comportamento dinâmico
Espaço generoso
MenosSuspensão demasiado dura
Caixa hesitante
Espaço menos confortável nos bancos traseiros para pessoas mais altas
Ficha técnica
Equipamento de Série
Personalização exterior:
o Antena shark
o Vidros laterais e traseiros sobreescurecidos com filtro de proteção UV
Segurança:
o Deteção da pressão dos pneus
o Chamada de emergência Renault
o Assistência à travagem de emergência
o Sistema de assistência na transposição involuntária de via
o Sistema de travagem de emergência ativa com deteção de peões e ciclistas
o Alerta de excesso de velocidade c/reconhecimento de sinais de trânsito
o Aviso e prevenção de saída da faixa de rodagem
o Alerta de ângulo morto
o Alerta de obstáculo lateral
Condução
o Sistema de ajuda ao estacionamento Easy Park Assist
o Regulador de velocidade adaptativo
o Sensores de chuva e de luminosidade
o MULTI-SENSE (personalização da condução)
o ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)
o Retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente c/função de desembaciamento e iluminação
Iluminação
o Luzes diurnas em LED
o Faróis de nevoeiro em LED
o Comutação automática de luzes de estrada/cruzamento
Climatização
o Ar condicionado com regulação manual
Conforto
o Retrovisor interior electrocromático
o Iluminação dos espelhos de cortesia condutor e passageiro
o Sistema de aquecimento dos bancos dianteiros – implica Couro Elevadores elétricos dos vidros traseiros com sistema antientalamento
o Elevadores elétricos dos vidros dianteiros com função de impulso do lado do condutor
o Cartão Renault “Mãos-Livres”
o Banco traseiro rebatível 1/3-2/3 com apoio de braço
o Fluido de refrigeração do AC
o Volante em couro
o Compatível com Android Auto™ e/ou Apple CarPlay™
o 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros
o Carregador de smartphone por indução
Detalhes Técnicos
Consumos e Emissões
o Consumo em WLTP ciclo combinado: 5.8
o CO2 em WLTP ciclo combinado: 132
Performances
o Velocidade máxima (Km/h): 205
o Aceleração 0-100 Km/h (s): 9.8
Travagem
o Travagem traseira: Discos Plenos
o Travagem dianteira: Discos Ventilados
Pneus
o Referência: 215/55 R18
Dimensões
o Comprimento total (mm): 4568
o Largura exterior (mm): 2034
o Altura ao solo (mm): 1576
o Volume mínimo da bagageira (dm3): 513
o Volume máximo da bagageira (dm3): 1296
o Reservatório de Combustível (L): 50
PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA 39.596.34€
Preço da versão base (Euros): 35.000€
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