Peugeot 108 1.0 VTi TOP Collection – Ensaio

By on 13 Novembro, 2017

Peugeot 108 1.0 VTi TOP Collection 5 portas

Texto: Francisco Cruz

Alegria na cidade

Pequeno citadino de leão ao peito, o Peugeot 108 tem nova série especial, denominada Collection. A qual, fruto da extensa lista de equipamento que propõe, é uma verdadeira alegria no trânsito citadino. Não apenas para quem o vê passar, mas também para quem nele viaja!

Proposta de entrada na gama Peugeot, que tem no Citroën C1 e Toyota Aygo irmãos quase gémeos, o 108 continua sendo o citadino por excelência na marca do leão. Sendo que, depois de um percurso iniciado há mais de três anos, a actual geração ganha novo encanto, com a introdução de uma nova série especial, denominada “Collection”. E que, apesar de um preço quase inalterado face ao topo de gama Allure, oferece um acréscimo de equipamento tal, que apetece disfrutar!

Exterior

Mantendo as linhas exteriores já conhecidas e que passam por um visual irreverente e cativante, fruto também daqueles que são alguns dos elementos identitários dos actuais modelos Peugeot, como é o caso da grelha frontal com moldura metalizada, das ópticas recortadas ou dos farolins com design interior a fazer lembrar três garras de luz, em 3D, o novo Peugeot 108 Collection afirma a diferença através do acréscimo de outras mais-valias. Como, por exemplo, as luzes diurnas em LED, o óculo e vidros laterais escurecidos, os puxadores das portas e contornos dos vidros traseiros em cromado, as jantes em liga leve de 15″ Thorren ou ainda as listas de cor contrastante, ao longo da linha de cintura.

No caso da variante descapotável, o TOP, equipamento a que há ainda que somar um tecto de abrir em lona, de duas camadas, que, abrangendo toda a dimensão do tejadilho, conta com accionamento totalmente eléctrico. Podendo ser operado a qualquer velocidade, até para aproveitar os muitos momentos de Sol que o actual Outono tem oferecido!…

Interior

Já no interior, ao qual se acede de forma mais fácil através das portas dianteiras, que pelas de trás, já que estas não só abrem pouco, como o banco traseiro em posição elevada obriga a baixar a cabeça ao entrar, para não bater no recorte do tejadilho, um espaço para quatro ocupantes. Ainda que, nos lugares de trás e mais uma vez culpa da disposição das filas de banco tipo anfiteatro, a aconselhar passageiros com não mais que um 1,75 m. Sob pena de viajarem com a cabeça encostada ao tejadilho ou, em caso de maior altura, sob o risco de apanharem um torcicolo no pescoço!

Num habitáculo de aspecto jovem e funcional, com vários espaços de arrumação, ainda que só o porta-luvas com tampa, elogios para a simplicidade das linhas e escassez de botões, com praticamente tudo o que é sistemas acessórios integrados num ecrã táctil não muito grande mas bem posicionado, além de intuitivo no funcionamento. E, em termos de funcionalidade, bem mais convincente do que, por exemplo, a solução encontrada para os vidros das portas traseiras, que nem sequer têm direito a sistema elevatório, manual ou eléctrico. Mas apenas a abertura tipo asa de borboleta.

Melhor está, no entanto, o condutor, que não só beneficia de vidro de accionamento eléctrico, como de uma posição de condução agradável. Isto, apesar de um volante que, com revestimento em couro tal como o fole da caixa de velocidades, apenas regula em altura. Condicionalismo atenuado por um banco ajustável tanto em altura como em profundidade, além de com algum apoio lateral e encosto de cabeça integrado, a oferecer igualmente uma boa visibilidade. Não somente em redor do automóvel (para trás, requer apenas um curto período de habituação), como também da instrumentação interior – basicamente, resumida a um alegre painel de instrumentos, inclusivamente com conta-rotações, que procura conjugar o analógico com o digital.

Também por se tratar de um puro citadino, a bagageira pouco mais é do que um alçapão para onde é possível “atirar” dois ou três sacos de compras, graças a uma capacidade de carga inicial de não mais que 196 litros. Sendo que, para mais, só mesmo rebatendo as costas dos bancos traseiros 50:50, forma de garantir um aumento da capacidade para os 780 litros, embora sem poder beneficiar de um piso plano; é que, mesmo rebatidas, a costas ficam sempre mais altas que o piso.

Equipamento

Mais do que qualquer outro argumento, é o equipamento que justifica a opção por esta versão Collection. A qual, além de todos os elementos já referidos, conta ainda com vários outros aliciantes, tradicionalmente propostos neste segmento apenas como opcionais. Como é o caso, por exemplo, dos faróis de nevoeiro dianteiros, dos retrovisores exteriores com regulação eléctrica e aquecidos, do fecho central das portas com comando à distância, do limitador de velocidade, do computador de bordo, do ar condicionado manual e do já referido TouchScreen de 7″ com 4 altifalantes, Bluetooth, função Mirror Screen, tomada USB/Jack e comandos no volante. Sem esquecer o pack decorativo Collection.

Já no domínio da segurança, ABS com repartidor electrónico da travagem, ajuda ao arranque em subida, airbags frontais, laterais e de cortina, Programa Electrónico de Estabilidade (ESP), sensor de pressão nos pneus ou furo, kit anti-furo e fixações Isofix no banco traseiro.

Ao volante

Equipado com uma única motorização à disposição no modelo, um pequeno tricilíndrico a gasolina de apenas 68 cv, no caso da unidade por nós ensaiada, acoplada a uma caixa manual de cinco velocidades, gostámos, particularmente, da agilidade no trânsito citadino. Com o 108 a exibir subidas de regime lineares, com um pouco mais de pujança acima das 3.500 rpm. Marca a partir da qual também se começa a fazer ouvir mais a sonoridade característica do três cilindros. Igualmente mais presente a partir do momento em que decidimos aventurar-nos em estrada aberta, onde também melhor se notam as limitações do pequeno bloco a gasolina.

Igualmente a tentar apoiar a desenvoltura do conjunto, uma caixa de accionamento não muito precisa, mas ainda assim agradável, que na tentativa de ajudar a espicaçar o motor, acaba por não conseguir manter os consumos tão baixos quanto à partida seria desejável – no nosso caso, em que optámos por uma utilização maioritariamente citadina, mas médias ficaram-se pelos 6,4 l/100 km. Valor que, sinceramente, esperávamos um pouco mais baixo.

Em linha com este tipo de proposta, surge também a direcção, leve e sem muita precisão ou feedback, isto, num modelo que, para a já referida condução fácil e ágil, beneficia ainda de uma suspensão reveladora de um bom compromisso entre estabilidade e conforto. Não deslustrando sequer em pisos mais degradados, onde, de uma forma geral, consegue manter a salvo os ocupantes.

Resumindo…

Pequeno, irrequieto e com um equipamento que quase consegue fazer inveja a alguns grandes, o novo Peugeot 108 TOP! com motor 1.0 VTi de 68 cv e nível de equipamento Collection, é uma lufada de alegria e boa disposição que irrompe pelo trânsito citadino. Destacando-se não somente pela imagem jovem e irreverente, mas também pela riqueza de argumentos e um desempenho que nos dá vontade de nos atirarmos de cabeça para as ruas mais sinuosas e apertadas de nossas cidades. Mesmo que, chegados ao final do dia, a sonoridade do motor, assim como uma ligeira leveza na carteira, não deixem de perdurar por mais algum tempo…

FICHA TÉCNICA

 Motor

Tipo – Três cilindros em linha, injecção electrónica multiponto

Cilindrada (cm3) – 998

Diâmetro x curso (mm) – 71.0×84.0

Taxa compressão – 11.5:1

Potência máxima (cv/rpm) – 69/6.000

Binário máximo (Nm/rpm) – 95/4.300

Transmissão, direcção, suspensão e travões

Transmissão e direcção – Dianteira, com caixa manual de cinco velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr) – Tipo McPherson; Eixo de torção

Travões (fr/tr) – Discos ventilados/Tambor

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s) – 13

Velocidade máxima (km/h) – 160

Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) – 3,6/5,0/4,1

Emissões de CO2 (g/km) – 95

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm) – 3,475/1,615/1,460

Distância entre eixos (mm) – 2,340

Largura das vias (fr/tr) (mm) – 1.425/1.420

Peso (kg) – 935

Capacidade da bagageira (l) – 196/780

Depósito de combustível (l) – 35

Pneus (fr/tr) – 165/60 R15/165/60 R15

(Preço com apoio à retoma de 2.750€)

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 12250€

Preço da versão base (Euros): €