Opel Grandland X – Ensaio
Opel Grandland X – Apresentação Internacional
Texto: João Tomé
leve, ágil e previsível
Concorrente de Seat Ateca, Nissan Qashqai e companhia, o primo do Peugeot 3008 é o terceiro e maior (até ao momento) SUV da Opel e promete espaço, tecnologia e elegância. Mas será suficiente para os muitos rivais? Chega no início de 2018 a Portugal e fomos conhecê-lo pelas estradas dos arredores de Frankfurt.
A moda dos SUV! Todos querem um pedaço deste (sub)segmento em crescimento e, para isso, os novos modelos nascem como cogumelos um pouco por todas as marcas. A Opel não é exceção e, depois do Mokka X (SUV do segmento B já com 4×4) e do mais recente Crossland X (lançado já em 2007 e também do segmento B, mas numa perspetiva mais barata e acessível), surge agora o primeiro SUV da marca alemã do segmento C.
O Grandland X completa a gama X, dos SUV da marca, e está ao nível do Astra, mas promete mais espaço e, claro, os benefícios (para quem gosta) em altura de um SUV. Para este modelo que partilha a plataforma com o Peugeot 3008 (é feito inclusive numa fábrica da PSA em França), a Opel promete um ‘Grand Excitment’ (um modelo excitante – já vemos se cumpre), espaço de sobra para cinco ocupantes num SUV para “pessoas ativas, especialmente homens com filhos”.
Feitas as apresentações iniciais, vamos ao que interessa. Poucos dias depois da sua estreia oficial no Salão de Frankfurt, fomos a… Frankfurt, à apresentação internacional do modelo que chega já este ano a vários países europeus, mas a Portugal, chega com atraso: só no primeiro trimestre do ano.
Design e interior de bom nível
O design mantém a mesma linha já vista nos outros SUV da Opel, embora consiga (felizmente) um aspeto mais sólido, largo, elegante e convincente do que o Crossland X – a traseira está particularmente convincente e tem como opcional um tejadilho panorâmico de grandes dimensões. Exibe, assim, uma grelha dianteira com duas barras salientes que ‘seguram’ o logótipo da Opel e alargam-se para os faróis para rematar em luzes diurnas LED que dão forma à tradicional assinatura de ‘dupla asa’ da Opel. Apesar de ter um ar mais pronto para a aventura, o fora de estrada não é a sua especialidade, já que é mais pensado para a cidade. A carroçaria pode assumir pintura a duas cores, com tejadilho em preto.
No interior não há muitas novidades face ao que já vimos noutros modelos da Opel. O tabliê e a consola central, com um ecrã tátil de 8 polegadas ao centro, permitem um uso fácil e a consola possui três níveis distintos de comandos, dispostos horizontalmente, para acesso rápido e intuitivo às principais funções de infoentretenimento, climatização e dinâmica. A posição de condução elevada é típica de SUV.
Espaço e conforto
Com mais cerca de 20 cm do que o Mokka X e o Crossland X (tem 4,47 metros) e uma boa distância entre eixos, o novo SUV compacto médio da Opel tem, diz a marca, uma mala das melhores do segmento, com 514 litros de bagageira (1652 litros com os bancos rebatidos). Não faltam ainda os muitos espaços de arrumação, como tem sido apanágio da marca que mantém a aposta em bancos ergonómicos, muito confortáveis, como já vimos noutros modelos, e ventilados (com quente e frio para todos os bancos, incluindo os de trás). Também há pára-brisas aquecido.
Tecnologia ao quadrado
A Opel tem apostado em dotar os seus modelos com o máximo de tecnologia possível. O Grandland X não é exceção e é compatível com Android Auto e Apple Car Play. No nosso teste pelas estradas alemãs chegámos a testar a navegação pelo Google Maps disponível no Android Auto e gostámos a rapidez de processos e clareza das direções. Há ainda o sistema OnStar, de apoio em viagem (com um assistente de carne e osso do outro lado pronto a nos ajudar ao toque de um botão) e que inclui também um hotspot 4G de ligação à internet. O OnStar inclui agora assistência na procura de estacionamento (com o apoio da Parkopedia) e reserva de hotéis direta pelo assistente (pelo booking.com).
Há ainda as tecnologias de assistência à condução: Alerta de Colisão Dianteira Iminente, com Travagem de Emergência Automática e Deteção de Peões, Alerta de Cansaço do Condutor, Assistência Avançada ao Estacionamento e Câmara 360 graus. Há ainda o sistema de Programador de Velocidade Automático com função de paragem, que mantém velocidade e distância constante para o veículo da frente e trava (até imobilizar) ou acelera o Grandland X quando necessário. A marca ostenta ainda com orgulho as cinco estrelas nos testes de segurança Euro NCAP.
Na iluminação não faltam os faróis dianteiros AFL (Adaptive Forward Lighting) integralmente compostos por LED.
Os telemóveis podem ser recarregados por indução, sem fio. Para os mais exigentes, a Opel desenvolveu, em parceria com a Denon, um conjunto de oito altifalantes e subwoofer, que é proposto em opção.
Um diesel, um gasolina
No lançamento vão estar disponíveis dois motores. O 1.2 Turbo de injeção direta de gasolina de três cilindros, debita 130 cv e vem com caixa manual de seis velocidades; e o 1.6 Turbodiesel, com 120 cv e quatro cilindros.
A nossa preferida acabou por ser a versão a gasóleo, com recuperações mais convincentes e boa resposta mesmo em rotações mais baixas. Os consumos também parecerem comedidos ao longo dos cerca de 100 km que fizemos, com médias em circuito misto de 6l/100 km (a marca anuncia valores de 4,6 l/100 km). Conduzimos a versão a gasolina em poucos quilómetros, mas o suficiente para poder elogiar a insonorização do motor, que tem uma boa resposta em rotações mais elevadas e é razoável nas recuperações.
A Opel promete ainda lançar algures em 2018 uma versão com motor 2.0 de 180 cv e caixa automática de oito velocidades.
Ao volante
As sensações da condução são mistas. Gostámos da facilidade de uso, do conforto em andamento e do lado previsível do Grandland X. À semelhança de outras caraterísticas do SUV, está ao nível de vários dos players do segmento, incluindo do Nissan Qashqai mas, por outro lado, parece não oferecer nada de novo ou distintivo num segmento repleto de opções. Com o peso a oscilar entre 1350 e 1400 kg, é um SUV leve mas sólido em andamento, que nos dá confiança e transmite segurança e, consegue, exatamente por não ser pesado, ser ágil e agradável nas curvas, com a carroçaria a oscilar pouco. Por outro lado, a direção, embora seja relativamente direta, transmite muito pouco da estrada e a caixa manual de seis velocidades nunca convence por aí além.
Ou seja, como já vimos noutras caraterísticas, é previsível e seguro, mas não chega a entusiasmar verdadeiramente. A promessa de ‘Grand Excitment’ – ou modelo excitante – não se verificou por aí além no Grandland X. Apesar disso, a nível de espaço (especialmente da mala), conforto, insonorização e tecnologias em geral tem bastante para oferecer.
Em resumo
É mais um SUV, convincente q.b. a chegar (com atraso no caso de Portugal) ao mercado. Preços? Para já não se sabe, até porque a data de lançamento no nosso país também ainda não está fechada. Classe 1 ou Classe 2? Também ainda não se sabe, embora se não conseguir ser classificado como Classe 1 nas autoestradas vai ter poucas ou nenhumas hipóteses de vingar em Portugal.
FICHA TÉCNICA (1.6 Turbo D)
Motor
Tipo – 4 cilindros, turbodiesel, intercooler
Cilindrada (cm3) – 1560
Diâmetro x curso (mm) – 75,0 x 88,3
Taxa de compressão – 17,0:1
Potência máxima (cv/rpm) – 120/3500
Binário máximo (Nm/rpm) – 300/1750
Transmissão, direcção, suspensão e travões
Transmissão – Tracção dianteira, caixa manual de 6 velocidades
Direcção – Direcção assistida eléctrica
Suspensão (fr/tr) – Tipo MacPheron/eixo de torção
Travões (fr/tr) – Discos ventilados/discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s) – 11,8
Velocidade máxima (km/h) – 189
Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) – 3,9/4,7/4,3
Emissões de CO2 (g/km) – 104
Dimensões e pesos
Comp./largura/altura (mm) – 4477/1906/1609
Distância entre eixos (mm) – 2675
Largura de vias (fr/tr) (mm) – 1595/1610
Peso (kg) – 1373
Capacidade da bagageira (l) – 514
Depósito de combustível (l) – 53
Pneus – 215/70 R16
Preço base (€) – nd
Preço versão ensaiada (€) – nd
FICHA TÉCNICA (1.2 Gasolina)
Motor
Tipo – 3 cilindros, turbo intercooler, injecção directa
Cilindrada (cm3) – 1119
Diâmetro x curso (mm) – 75,0 x 90,5
Taxa de compressão – 10,5:1
Potência máxima (cv/rpm) – 130/5500
Binário máximo (Nm/rpm) – 230/1750
Transmissão, direcção, suspensão e travões
Transmissão – Tracção dianteira, caixa manual de 6 velocidades
Direcção – Direcção assistida eléctrica
Suspensão (fr/tr) – Tipo MacPheron/eixo de torção
Travões (fr/tr) – Discos ventilados/discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s) – 11,1
Velocidade máxima (km/h) – 188
Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) – 4,9/6,4/5,4
Emissões de CO2 (g/km) – 117
Dimensões e pesos
Comp./largura/altura (mm) – 4477/1906/1609
Distância entre eixos (mm) – 2675
Largura de vias (fr/tr) (mm) – 1595/1610
Peso (kg) – 1373
Capacidade da bagageira (l) – 514
Depósito de combustível (l) – 53
Pneus – 215/70 R16
Preço base (€) – nd
Preço versão ensaiada (€) – nd
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