Nissan Ariya 87kWh Evolve e-4ORCE – Ensaio Teste

Ao volante

Antes de nos referimos às prestações, o Ariya é muito confortável, suave, um automóvel para se rodar muito bem em estrada, silencioso, potente, performante.
Tem um grande desempenho, muita potência, o binário, como se sabe é instantâneo, e mesmo em estradas mais sinuosas como as que fizemos, o carro nunca deixa de ser bom de guiar, embora se a suspensão fosse um pouco mais suave não se perdesse muito.
Não dá o mesmo prazer de guiar quando as estradas são mais ‘tortuosas’, porque é um automóvel muito grande que não foi feito para estradas assim, mas quando se tratam de percursos rolantes, sem falar de autoestradas, é fantástico conduzir o Ariya.
A experiência de condução é suave, tranquila, o carro responde bem, e se bem que o sistema e-4ORCE dá mais ‘poder’ ao carro, talvez até seja mais do que suficiente, as duas rodas motrizes. Com o sistema 4X4, temos mais confiança em curva, mas para o estilo de carro talvez não seja preciso. E a Nissan até o assume em parte porque o próprio sistema e-4ORCE desliga o motor traseiro quando o carro roda em situações de muito trânsito, pára-arranca, ou quando rola em autoestrada em velocidade linear.
O conforto nunca muda e até as travagens mais fortes foram pensadas pelos engenheiros da Nissan, que minimizam o desconforto ao atribuírem travagem regenerativa diferenciada entre o motor dianteiro e traseiro, quando o automóvel está em desaceleração.
A direção poderia ser mais informativa, e nota-se o peso do conjunto na dinâmica do carro, pois há um sensível rolamento da carroçaria, especialmente se abusarmos mais em curva.
Neste contexto, nota-se ainda que a traseira ganha mais força e o software está afinado para ‘perceber’ que o carro precisa de mais potência atrás para fazer melhor as curvas.
É muito ‘suave’, mas nota-se.
Como se pode calcular para um carro deste tamanho, não foi feito para grandes andamentos, mas sim para desfrutar da condução em passeio, mesmo que responda bem se precisarmos de andar mais depressa.
Por outro lado, quis sair um pouco do asfalto para perceber como se sai o carro em pisos de terra não muito dura e aí sim, nota-se bem a tração total, pelo que imagino que, em chuva, o e-4ORCE faça maior diferença. Temos ainda a possibilidade de usar o sistema e-Pedal, que confesso, não sou grande adepto embora perceba a utilidade em determinado contexto.
Já em cidade, o carro, apesar de grande, ‘mexe-se’ bem em ruas mais estreitas e sinuosas, mas com uma condução um pouco mais rápida em cidade a direção fica mais ‘dura’.
Os travões não são um portento de suavidade, mas nada que complique muito, até porque este é dos melhores automóveis do estilo a lidar com a travagem regenerativa.