Lexus LC 500h Sport+ – Ensaio Teste
Lexus LC 500h Sport+
Texto: Francisco Cruz
Único
Há quem o diga exagerado, há quem o considere demasiado oriental; certo, porém, é que marca a paisagem, por onde quer que passe. Eis o Lexus LC 500h, um Gran Turismo híbrido de identidade única. Mas, também por isso, apenas para alguns.
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Equipamento / Comportamento / Sistema híbrido
Funcionalidade / Bagageira / Consumos
Exterior
É caso para dizermos que não podíamos começar melhor, já que, em nossa opinião, esta é mesma a faceta mais marcante deste Lexus LC500h: a imagem exterior.
Numa marca cujo nome é, na verdade, o acrónimo da expressão “Luxury Experience for the US”, qualquer coisa como “Uma experiência de Luxo para os EUA”, o LC 500h é, inquestionavelmente, uma das mais puras interpretações desse mesmo princípio. Assumindo-se claramente como uma proposta de luxo, desde logo, nas linhas, concebidas sem quaisquer amarras ou limites.
Aliás, a confirmar essa liberdade criativa, o facto do modelo traduzir fielmente a estética dada a conhecer com o concept que lhe está na base, o LF-LC. A começar naquela que tem vindo a tornar-se a grelha emblemática dos modelos Lexus, passando pelos personalizados e particularmente expressivos grupos ópticos (dianteios e traseiros), pelo perfil assumidamente coupé e materializado num corpo com quase cinco metros, para terminar nas enormes jantes de 21 polegadas, com pneus Michelin Pilot SuperSport 245/40 R21 à frente e 275/35 R21 atrás.
Imponente, deslumbrante, arrebatador, são apenas alguns adjectivos que facilmente se aplicam a este Grand Turismo assumidamente destinado ao mercado americano, mas que também procura afirmação na Europa. Mesmo que, até pela estética do tipo “amem-me, ou odeiem-me!”, este seja um coupé ao gosto apenas de alguns…
Interior
Se existe aspecto em que o Lexus LC500h manifesta a sua faceta americana, este é um deles. Desde logo, fruto de linhas que se apresentam bem mais conservadoras que as exteriores, e que inclusivamente até poderiam roçar o cinzentismo, não fora a excelência dos materiais e de algumas soluções, no mínimo, imaginativas: como é o caso dos botões rotativos que permitem escolher os modos de condução, a saírem, tipo hastes, da cúpula do painel de instrumentos; do próprio painel de instrumentos, totalmente digital, mas cujo conta-rotações, em posição central como deve ser num desportivo, se desloca para a direita, sempre que “pedimos” para ver o computador de bordo; ou até mesmo do touchpad que permite interagir com o sistema de info-entretenimento, pouco funcional e preciso, com a agravante do ecrã de 10,3″ a cores, também não ser táctil. Embora esta última solução seja já algo quase genético, nos Lexus…
Excelentes, pelo contrário, os bancos dianteiros em pele e Alcantara, envolventes e confortáveis. No caso do condutor, a proporcionar uma integração quase perfeita no cockpit, graças também a um volante multiregulável e com melhor pega que comandos, culpa de um revestimento em plástico que fica a léguas da qualidade da maior parte dos revestimentos. Além de oferecendo tão bom acesso à generalidade dos comandos, quanto má visibilidade em redor – o que, refira-se, não deixa de ser preocupante, numa proposta em que, qualquer toque, é garantia de marca indelével na carroçaria. Já para não falar nas exuberantes jantes…
Mas se o condutor vive, de certa forma, com o coração nas mãos, com medo dos mais pequenos toques (felizmente, tantos os sensores, à frente e atrás, como as câmaras, são de série), já os passageiros, e nomeadamente os dos dois bancos de trás, vivem com medo das viagens em si! Isto porque, além da dificuldade em acederem (saírem, então…) aos dois lugares, individuais (lugar ao meio, esqueça; simplesmente, não existe!), uma vez sentados em assentos fortemente escavados, embora com espaço razoável para pernas, debater-se-ão com problemas em altura, caso tenham mais 1,70 m. Sendo, com esse tamanho, é viajar com a cabeça encostada ao enorme vidro traseiro e num espaço que não deixa de ser claustrofóbico! Resumindo: viaje com a namorada ou mulher, mas deixe as crianças ou os amigos em casa!…
Aliás, a mesma recomendação é possível retirar da bagageira, a qual, apesar das dimensões do carro, não vai além de um alçapão, com capacidade para pouco mais do que duas malas de fim-de-semana. Oferecendo muito menos do que, por exemplo, um BMW Série 6 Gran Coupé (460 litros) ou que um Audi A7 (535 litros)…
Equipamento
São mais de 130 mil euros de carro, mas , ainda assim, reconheça-se o esforço da marca de luxo da Toyota – traz praticamente tudo! Excepção, só mesmo a pintura metalizada (1.400€), uma vulgar caixa de arrumação (65,31€) e o kit de primeiros socorros (9,07€)… a sério!
Assim, de série e sem quaisquer custos acrescidos, são as jantes em liga leve de 21″, o tejadilho e embaladeiras em carbono, as luzes LED dianteiras e traseiras, o spoiler traseiro retrátil, os bancos em Alcantara Preto (os dianteiros, desportivo, aquecidos, ventilados e com 10 posições de ajuste elétrico, além de memória), forro do tejadilho também em Alcantara, sistema de áudio Pioneer com 12 colunas, relógio analógico, Head-Up Display e Lexus Navegação Premium com Lexus Media Display de 10,3″. Além do Lexus Safety System+, sistema de Direcção com Relação Variável (VGRS), Suspensão Variável Adaptativa e Eixo Traseiro Direccional.
Destaque, pela invulgaridade, o Climate Concierge com tecnologia Nanoe. Nada mais, nada menos, que a regulação automática das temperaturas do habitáculo, bancos e volante, ao mesmo tempo que a referida tecnologia liberta partículas com carga negativa, as quais purificam o ar, desodorizam os bancos, além de proporcionarem “um agradável efeito de hidratação na sua pele e cabelo”. Di-lo a Lexus…
Consumos
Igualmente disponível em versão com motor exclusivamente de combustão, sinónimo de um V8 5.0 litros com 477 cv e 540 Nm, o LC 500 que tivemos oportunidade de ensaiar era, contudo, a bem mais atractiva versão 500h, ou seja, híbrida. E que, fazendo uso do primeiro Sistema Híbrido Multifases, conjuga um motor V6 a gasolina de 3.5 litros, com um avançado motor elétrico, apoiado por uma bateria híbrida de iões de lítio. Esta última, colocada entre as costas dos bancos traseiros e a bagageira.
Apoiado por uma inovadora transmissão CVT elétrica (e-CVT) de 10 velocidades, com controlo AI-SHIFT (Inteligência Artificial), deste “casamento”, à partida complexo, resulta, principalmente, uma elevada suavidade na utilização, mais até do que rapidez nos processos, além de uma meritória progressividade na disponibilização dos 359 cv de potência, até às 6.600 rpm. Mesmo se com maior impetuosidade a partir, sensivelmente, das 3.500 rpm, altura a partir da qual se nota igualmente uma sonoridade mais rouca e funda. Sendo que, o arranque, é feito sempre em modo eléctrico.
Quanto aos consumos, pouco ou nada a fazer, com as médias a ficarem, mesmo com o apoio do sistema elétrico, desagradavelmente altas; mais precisamente, a rondar os 11 litros. Muito, sem dúvida…
Ao Volante
Mesmo que o aspecto exterior tal possa indicar, ou até mesmo que o sistema de propulsão híbrida a anunciar 359 cv deixe transparecer essa ideia, esqueça: o Lexus LC 500h não é um desportivo “puro & duro”, tal como não é e ao contrário do que Lexus poderá querer alegar, já que utilizou o modelo alemão como referência, um rival directo do Porsche 911! Muito longe disso…
A verdade, caro leitor, é que o Lexus LC 500h é de uma estirpe diferente, de uma raça distinta. Quanto muito, será um Gran Coupé, um Gran Turismo, um tracção traseira de acelerações potentes e rápidas (5 segundos dos 0 aos 100 km/h, chega?…), para disfrutar em estrada aberta. Lugares onde seja possível manter velocidades de cruzeiro elevadas (250 km/h, velocidade limitada eletronicamente, é o limite…), preservando igualmente o conforto. Características que resto, este coupé de luxo sabe manifestar e exaltar…
Bem apetrechado em termos de motor, com uma direcção de excelente desempenho, Suspensão Variável Adaptativa e Eixo Traseiro Direccional, sem esquecer a utilização daquele que é o chassis mais rígido na história da Lexus, não faltam argumentos ao LC 500h para poder andar depressa, oferecendo, ao mesmo tempo, um desempenho preciso, estável e invariavelmente seguro. Além de permanentemente aveludado, qualidade que, ainda assim, não o impede de eliminar quaisquer transferências acentuadas de massas ou o mais pequeno ataque à estabilidade do conjunto.
Igualmente com sistema de modos de condução cujo sistema de accionamento, em hastes “espetadas” na cobertura do painel de instrumentos, não deixa de causar, ao início, alguns sorrisos, para um pouco mais de emoção é preciso, contudo, seleccionar um dos modos mais desportivos, Sport ou Sport+. Momentos em que, ainda assim, o coupé de luxo nipónico se destaca, mais pela facilidade de condução, que pela irreverência. Até porque essa é uma caracteristica que não faz parte do seu ser…
Balanço Final
Diferente de tudo à sua volta, singular na forma como se posiciona face à concorrência, o Lexus LC 500h é, muito provavelmente, a interpretação mais livre e sem limites de um coupé de luxo, concebido para as longas viagens a velocidades elevadas. Bem construído, repleto de excelentes materiais e equipamento, mas também com muitas soluções claramente direccionadas para o mercado americano, é proposta para se disfrutar a dois, sentindo o prazer da potência, da exuberância, mas também da facilidade e suavidade na condução. Tudo aspectos que contribuem, afinal, para fazer deste coupé topo de gama, uma proposta única…
Concorrentes
Mercedes CLS 450 4MATIC EQ BOOST, 367 cv, 7,8 – 7,5 l/100 km, 83.700€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Audi A7 5.0 TDI, 286 cv, 5,8 – 5,0 l/100 km, 94.300€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
BMW 640i Gran Coupé, 320 cv, 7,8 – 7,5 l/100 km, 109.470€
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor de combustão
Tipo: seis cilindros em V, com injecção directa + Síncrono, de corrente alterna
Cilindrada (cm3): 3.456
Diâmetro x curso (mm): 94×83
Taxa compressão: 13:1
Potência máxima (cv/rpm): 299/6.600
Binário máximo (Nm/rpm): 348/4.900
Motor eléctrico
Tipo: síncrono, de corrente alterna
Bateria/Voltagem: de iões de lítio/230
Potência máxima (cv/kW): 179/132
Binário máximo (Nm): 300
Potência combinada (cv/kW): 359/264
Transmissão e direcção: Traseira, com caixa automática de oito velocidades; eléctrica
Suspensão (fr/tr): Multi-link/Multi-link
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 5
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 7,3/6,0/6,5
Emissões de CO2 (g/km): 148
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,770/1,920/1,345
Distância entre eixos (mm): 2,870
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.630/1.635
Peso (kg): 2.060
Capacidade da bagageira (l): 172
Depósito de combustível (l): 82
Pneus (fr/tr): 245/40 R21 / 275/35 R21
Preço da versão ensaiada (Euros): 132.140€ (sem opcionais)
Mais/Menos
Mais
Equipamento / Comportamento / Sistema híbrido
Menos
Funcionalidade / Bagageira / Consumos
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 133540€
Preço da versão base (Euros): €
Exterior
É caso para dizermos que não podíamos começar melhor, já que, em nossa opinião, esta é mesma a faceta mais marcante deste Lexus LC500h: a imagem exterior.
Numa marca cujo nome é, na verdade, o acrónimo da expressão “Luxury Experience for the US”, qualquer coisa como “Uma experiência de Luxo para os EUA”, o LC 500h é, inquestionavelmente, uma das mais puras interpretações desse mesmo princípio. Assumindo-se claramente como uma proposta de luxo, desde logo, nas linhas, concebidas sem quaisquer amarras ou limites.
Aliás, a confirmar essa liberdade criativa, o facto do modelo traduzir fielmente a estética dada a conhecer com o concept que lhe está na base, o LF-LC. A começar naquela que tem vindo a tornar-se a grelha emblemática dos modelos Lexus, passando pelos personalizados e particularmente expressivos grupos ópticos (dianteios e traseiros), pelo perfil assumidamente coupé e materializado num corpo com quase cinco metros, para terminar nas enormes jantes de 21 polegadas, com pneus Michelin Pilot SuperSport 245/40 R21 à frente e 275/35 R21 atrás.
Imponente, deslumbrante, arrebatador, são apenas alguns adjectivos que facilmente se aplicam a este Grand Turismo assumidamente destinado ao mercado americano, mas que também procura afirmação na Europa. Mesmo que, até pela estética do tipo “amem-me, ou odeiem-me!”, este seja um coupé ao gosto apenas de alguns…
Interior
Se existe aspecto em que o Lexus LC500h manifesta a sua faceta americana, este é um deles. Desde logo, fruto de linhas que se apresentam bem mais conservadoras que as exteriores, e que inclusivamente até poderiam roçar o cinzentismo, não fora a excelência dos materiais e de algumas soluções, no mínimo, imaginativas: como é o caso dos botões rotativos que permitem escolher os modos de condução, a saírem, tipo hastes, da cúpula do painel de instrumentos; do próprio painel de instrumentos, totalmente digital, mas cujo conta-rotações, em posição central como deve ser num desportivo, se desloca para a direita, sempre que “pedimos” para ver o computador de bordo; ou até mesmo do touchpad que permite interagir com o sistema de info-entretenimento, pouco funcional e preciso, com a agravante do ecrã de 10,3″ a cores, também não ser táctil. Embora esta última solução seja já algo quase genético, nos Lexus…
Excelentes, pelo contrário, os bancos dianteiros em pele e Alcantara, envolventes e confortáveis. No caso do condutor, a proporcionar uma integração quase perfeita no cockpit, graças também a um volante multiregulável e com melhor pega que comandos, culpa de um revestimento em plástico que fica a léguas da qualidade da maior parte dos revestimentos. Além de oferecendo tão bom acesso à generalidade dos comandos, quanto má visibilidade em redor – o que, refira-se, não deixa de ser preocupante, numa proposta em que, qualquer toque, é garantia de marca indelével na carroçaria. Já para não falar nas exuberantes jantes…
Mas se o condutor vive, de certa forma, com o coração nas mãos, com medo dos mais pequenos toques (felizmente, tantos os sensores, à frente e atrás, como as câmaras, são de série), já os passageiros, e nomeadamente os dos dois bancos de trás, vivem com medo das viagens em si! Isto porque, além da dificuldade em acederem (saírem, então…) aos dois lugares, individuais (lugar ao meio, esqueça; simplesmente, não existe!), uma vez sentados em assentos fortemente escavados, embora com espaço razoável para pernas, debater-se-ão com problemas em altura, caso tenham mais 1,70 m. Sendo, com esse tamanho, é viajar com a cabeça encostada ao enorme vidro traseiro e num espaço que não deixa de ser claustrofóbico! Resumindo: viaje com a namorada ou mulher, mas deixe as crianças ou os amigos em casa!…
Aliás, a mesma recomendação é possível retirar da bagageira, a qual, apesar das dimensões do carro, não vai além de um alçapão, com capacidade para pouco mais do que duas malas de fim-de-semana. Oferecendo muito menos do que, por exemplo, um BMW Série 6 Gran Coupé (460 litros) ou que um Audi A7 (535 litros)…
Equipamento
São mais de 130 mil euros de carro, mas , ainda assim, reconheça-se o esforço da marca de luxo da Toyota – traz praticamente tudo! Excepção, só mesmo a pintura metalizada (1.400€), uma vulgar caixa de arrumação (65,31€) e o kit de primeiros socorros (9,07€)… a sério!
Assim, de série e sem quaisquer custos acrescidos, são as jantes em liga leve de 21″, o tejadilho e embaladeiras em carbono, as luzes LED dianteiras e traseiras, o spoiler traseiro retrátil, os bancos em Alcantara Preto (os dianteiros, desportivo, aquecidos, ventilados e com 10 posições de ajuste elétrico, além de memória), forro do tejadilho também em Alcantara, sistema de áudio Pioneer com 12 colunas, relógio analógico, Head-Up Display e Lexus Navegação Premium com Lexus Media Display de 10,3″. Além do Lexus Safety System+, sistema de Direcção com Relação Variável (VGRS), Suspensão Variável Adaptativa e Eixo Traseiro Direccional.
Destaque, pela invulgaridade, o Climate Concierge com tecnologia Nanoe. Nada mais, nada menos, que a regulação automática das temperaturas do habitáculo, bancos e volante, ao mesmo tempo que a referida tecnologia liberta partículas com carga negativa, as quais purificam o ar, desodorizam os bancos, além de proporcionarem “um agradável efeito de hidratação na sua pele e cabelo”. Di-lo a Lexus…
Consumos
Igualmente disponível em versão com motor exclusivamente de combustão, sinónimo de um V8 5.0 litros com 477 cv e 540 Nm, o LC 500 que tivemos oportunidade de ensaiar era, contudo, a bem mais atractiva versão 500h, ou seja, híbrida. E que, fazendo uso do primeiro Sistema Híbrido Multifases, conjuga um motor V6 a gasolina de 3.5 litros, com um avançado motor elétrico, apoiado por uma bateria híbrida de iões de lítio. Esta última, colocada entre as costas dos bancos traseiros e a bagageira.
Apoiado por uma inovadora transmissão CVT elétrica (e-CVT) de 10 velocidades, com controlo AI-SHIFT (Inteligência Artificial), deste “casamento”, à partida complexo, resulta, principalmente, uma elevada suavidade na utilização, mais até do que rapidez nos processos, além de uma meritória progressividade na disponibilização dos 359 cv de potência, até às 6.600 rpm. Mesmo se com maior impetuosidade a partir, sensivelmente, das 3.500 rpm, altura a partir da qual se nota igualmente uma sonoridade mais rouca e funda. Sendo que, o arranque, é feito sempre em modo eléctrico.
Quanto aos consumos, pouco ou nada a fazer, com as médias a ficarem, mesmo com o apoio do sistema elétrico, desagradavelmente altas; mais precisamente, a rondar os 11 litros. Muito, sem dúvida…
Ao volante
Mesmo que o aspecto exterior tal possa indicar, ou até mesmo que o sistema de propulsão híbrida a anunciar 359 cv deixe transparecer essa ideia, esqueça: o Lexus LC 500h não é um desportivo “puro & duro”, tal como não é e ao contrário do que Lexus poderá querer alegar, já que utilizou o modelo alemão como referência, um rival directo do Porsche 911! Muito longe disso…
A verdade, caro leitor, é que o Lexus LC 500h é de uma estirpe diferente, de uma raça distinta. Quanto muito, será um Gran Coupé, um Gran Turismo, um tracção traseira de acelerações potentes e rápidas (5 segundos dos 0 aos 100 km/h, chega?…), para disfrutar em estrada aberta. Lugares onde seja possível manter velocidades de cruzeiro elevadas (250 km/h, velocidade limitada eletronicamente, é o limite…), preservando igualmente o conforto. Características que resto, este coupé de luxo sabe manifestar e exaltar…
Bem apetrechado em termos de motor, com uma direcção de excelente desempenho, Suspensão Variável Adaptativa e Eixo Traseiro Direccional, sem esquecer a utilização daquele que é o chassis mais rígido na história da Lexus, não faltam argumentos ao LC 500h para poder andar depressa, oferecendo, ao mesmo tempo, um desempenho preciso, estável e invariavelmente seguro. Além de permanentemente aveludado, qualidade que, ainda assim, não o impede de eliminar quaisquer transferências acentuadas de massas ou o mais pequeno ataque à estabilidade do conjunto.
Igualmente com sistema de modos de condução cujo sistema de accionamento, em hastes “espetadas” na cobertura do painel de instrumentos, não deixa de causar, ao início, alguns sorrisos, para um pouco mais de emoção é preciso, contudo, seleccionar um dos modos mais desportivos, Sport ou Sport+. Momentos em que, ainda assim, o coupé de luxo nipónico se destaca, mais pela facilidade de condução, que pela irreverência. Até porque essa é uma caracteristica que não faz parte do seu ser…
Concorrentes
Mercedes CLS 450 4MATIC EQ BOOST, 367 cv, 7,8 – 7,5 l/100 km, 83.700€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Audi A7 5.0 TDI, 286 cv, 5,8 – 5,0 l/100 km, 94.300€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
BMW 640i Gran Coupé, 320 cv, 7,8 – 7,5 l/100 km, 109.470€
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Balanço final
Diferente de tudo à sua volta, singular na forma como se posiciona face à concorrência, o Lexus LC 500h é, muito provavelmente, a interpretação mais livre e sem limites de um coupé de luxo, concebido para as longas viagens a velocidades elevadas. Bem construído, repleto de excelentes materiais e equipamento, mas também com muitas soluções claramente direccionadas para o mercado americano, é proposta para se disfrutar a dois, sentindo o prazer da potência, da exuberância, mas também da facilidade e suavidade na condução. Tudo aspectos que contribuem, afinal, para fazer deste coupé topo de gama, uma proposta única…
Equipamento / Comportamento / Sistema híbrido
Menos
Funcionalidade / Bagageira / Consumos
Ficha técnica
Motor de combustão
Tipo: seis cilindros em V, com injecção directa + Síncrono, de corrente alterna
Cilindrada (cm3): 3.456
Diâmetro x curso (mm): 94×83
Taxa compressão: 13:1
Potência máxima (cv/rpm): 299/6.600
Binário máximo (Nm/rpm): 348/4.900
Motor eléctrico
Tipo: síncrono, de corrente alterna
Bateria/Voltagem: de iões de lítio/230
Potência máxima (cv/kW): 179/132
Binário máximo (Nm): 300
Potência combinada (cv/kW): 359/264
Transmissão e direcção: Traseira, com caixa automática de oito velocidades; eléctrica
Suspensão (fr/tr): Multi-link/Multi-link
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 5
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 7,3/6,0/6,5
Emissões de CO2 (g/km): 148
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,770/1,920/1,345
Distância entre eixos (mm): 2,870
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.630/1.635
Peso (kg): 2.060
Capacidade da bagageira (l): 172
Depósito de combustível (l): 82
Pneus (fr/tr): 245/40 R21 / 275/35 R21
Preço da versão ensaiada (Euros): 132.140€ (sem opcionais)
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