Kia Sportage GT Line – Ensaio

By on 16 Junho, 2017

KIA SPORTAGE 1.7 CRDi ISG LINE 7DCT

Texto: Filipe Pinto Mesquita ([email protected])

Proposta (muito) decente

Equipado com caixa automática 7 DCT e a linha GT Line,  o Kia Sportage torna-se ainda mais atrativo. A moda dos SUV/Crossovers veio para ficar e definitivamente a Kia “vai a jogo” e com todos os argumentos para se sair bem.

Pode não parecer, mas o Kia Sportage já tem 24 anos! Numa altura em que o segmento dos SUV’s/Crossovers não tinha ainda praticamente expressão no mercado automóvel e estava, portanto, longe da taxa de crescimento que todos os dias aumenta, a Kia apresentava o Sportage da primeira geração. Um modelo feito a pensar nos padrões orientais e que, portanto, teve pouco êxito na Europa. De 2004 a 2010, o Sportage ganhou uma segunda vida, mas, nem por isso, o seu sucesso deixou de ser superficial, sensação ligeiramente menos percecionada quando entrou em campo a terceira geração (2010-2015), que já mostrava um SUV mais de acordo com os gostos europeus.

Se olharmos para a quarta e atual geração do Sportage, ficamos com a ideia de que a Kia guardou todos os trunfos para este carro! A sua estética é tão bem conseguida e equilibrada que, por exemplo, a dianteira lhe “dá uns ares” de Porsche Cayenne, com os faróis de nevoeiro tipo “Ice Cube” em LED e a conhecida grelha “nariz de tigre” a evidenciarem maior personalidade e traços inconfundíveis.

Na traseira, a estética já não parece tão inspirada, com as óticas “rasgadas” a deixarem evidente que ainda há genes orientais presentes. Em todo o caso, no conjunto a fisionomia do Sportage marca a diferença para muitos outros SUV’s mais conservadores. Numa espécie de “tudo ou nada”, a Kia arriscou e saiu-se francamente bem.

Entrando no habitáculo, não há nada que nos faça dizer “tcharamm!”, mas a generosidade de espaço, quer nos bancos da frente, quer nos três lugares traseiros, salta de imediato à vista e é comprovada quando nos sentamos nos bancos de pele desta versão GT Line. O espaço para as pernas atrás não é exíguo e os bancos têm afinação nas costas e são reclináveis 60/40, podendo fazer um fundo totalmente plano quando rebatidos, sempre que os 491 litros da bagageira não chegarem para as necessidades.

Para quem vai ao volante (de couro e com comando multifunções), todos os comandos se revelam ergonómicos, exceção feita à alavanca da caixa de velocidades automática exageradamente grande e a fazer lembrar ainda o punho das primeiras caixas automáticas. Uma versão cujo o principal carácter de destaque é a caixa automática 7 DCT, o pormenor do selector merecia outra atenção.

Com materiais de boa qualidade a firmarem todo o habitáculo, não é surpresa que mesmo as viagens mais longas se ultrapassem sem grande desgaste para o corpo, até porque a lista de equipamento disponível nesta versão (HAC – Hill Assist Control, DBC – Downhill brake control, Cruise control com limitador de velocidade, Ligação USB + Aux, sistema de assistência à manutenção na faixa rodagem, pedais em alumínio, jantes de liga leve 19” com pneus 245/45 R19, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e câmara traseira) é elevada e muito contribui para o bem-estar a bordo e segurança reforçada.

Animado por um motor turbodiesel que debita 141 cv e ao qual está acoplada, então, a caixa automática de dupla embraiagem 7 DCT, é na estrada que o Sportage valida definitivamente as suas aptidões. Agradável de conduzir, em qualquer situação (exceção feita ao pára-arranca do trânsito onde o sistema start/stop teima em ser irritantemente lento a ligar), mas sobretudo em piso regular, a vivacidade do motor raramente é posta em causa (sobretudo no modo “Sport”), sendo completada por uma direção e suspensões “honestas”, que se revelam um bom compromisso entre a “desportividade” e o conforto.

Menos aprazíveis são os consumos, penalizados pela caixa 7 DCT, que ficam algo longe dos 4.9 litros/100 km anunciados oficialmente. É melhor contar com médias de 6.5 litros, que, ainda assim, não deverão ser verdadeiramente preocupantes para quem possa disponibilizar 39.751 € por este SUV, que tem tudo para se bater, taco-a-taco, com a concorrência.

MAIS – Equipamento e espaço interior.

MENOS – Classe 2 nas portagens (sem via verde), start&stop lento.

 

FICHA TÉCNICA

Motor – 4 cil., inj. electrónica

Cilindrada – 1685 cm3

Transmissão – Dianteira

Cx Vel – 7 vel. automática DCT

Potência – 141 cv

Binário – 340 Nm/1750-2500 rpm

Vel máx – 185 km/h

Aceleração – 11,5 s (0-100 km/h)

Consumo – Médio 4,9 l/100 km, AutoSport 6,5 l/100 km

Suspensão dianteira – McPherson

Suspensão traseira – Eixo de torção

Travões dianteiros – Discos

Travões traseiros – Discos

Peso – 1545 kg

Depósito – 62 l

Mala – 491 l

Emissões – 129 g/km CO2