Jeep Renegade 1.0 Turbo Limited – Ensaio Teste
Jeep Renegade 1.0 Turbo Limited
Texto: Francisco Cruz
Americano, até nos consumos!
Pequeno SUV para o segmento B, o americano Jeep Renegade foi alvo de recente actualização, centrada na estética, equipamentos e motores. No caso do novo 1.0 Turbo de 120 cv, à partida bem mais adequado à nova realidade europeia, embora e depois nos consumos, com um apetite “à americana”!
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Habitabilidade / Equipamento / Qualidade de alguns revestimentos
Consumos / Prestações / Alguns plásticos
Exterior
Até pode não ser um dos modelos que melhor representam a essência da americana Jeep, mas a verdade é que, especialmente após a actualização a que foi submetido no final de 2018, o Renegade procura fazer salientar, cada vez mais, aqueles que são os predicados, principalmente estéticos, da famosa marca norte-americana de veículos todo-o-terreno.
Embora partilhando muitas das soluções técnicas com o “primo-direito” Fiat 500X (aliás, saem os dois da mesma linha de montagem… em Itália!), no caso da proposta norte-americana, também ela destinada ao hiper-competitivo segmento B-SUV, as novidades, em termos de exterior, começam, desde logo, numa nova grelha frontal, de cor cinza. E na qual se mantêm, de forma ainda mais destacada, as emblemáticas listas verticais que fizeram a imagem do primeiro Jeep, o Willys MB.
A juntar a esta grelha, umas novas ópticas redondas com luzes diurnas já integradas, e que podem ser em LED (Pack LED, por 1.000 euros), além de um pára-choques dianteiro redesenhado na parte inferior, com, tanto os piscas, como os faróis de nevoeiro, reposicionados.
Equipado de série com jantes em liga leve de 18″ (a nossa unidade optava, contudo, por umas mais bonitas, mas opcionais, jantes polidas em preto brilhante de 19″, por 800 euros), o “novo” Renegade diferencia-se ainda pelos farolins, de interior redesenhado, e agora já com tecnologia LED. Sendo que os, mais exigentes, podem optar ainda por uma pintura exterior bicolor, como era o caso da nossa solução Branco Alpine/Teto Preto, por 1.250 euros.
Tudo, para fazer deste Renegade de linhas quadradas e aspecto aventureiro, um americano ainda mais apetecível…
Pontuação: 8/10
Interior
Espaço. Eis o primeiro e grande argumento que o compacto Jeep Renegade tem para oferecer, num habitáculo onde, resultado da atualização agora operada, torna-se igualmente fácil perceber, em particular na versão Limited por nós testada, uma importante e clara melhoria nos revestimentos, mais até que na qualidade de construção – razoável, mas, ainda assim, a precisar de alguns “reparos”, como é o caso da união entre o tejadilho e o pára-brisas. Mas, vamos por partes…
Começando pelos materiais escolhidos para revestimento, destaque, pela positiva, para a nova superfície que passa a revestir o superior e frontal do tablier, assim como a parte superior das portas. Mas que também não esconde por completo o plástico mais rijo e de menor qualidade que cobre as áreas inferiores desses mesmos componentes.
Também a procurar elevar a sensação de qualidade a bordo, linhas cada vez mais personalizadas, com destaque para a emblemática gravura da grelha frontal e faróis redondos do Willys a surgir em várias superfícies, como, por exemplo, na moldura das colunas do sistema de som. Ou até mesmo do painel de instrumentos com velocímetro e conta-rotações decorados segundo a inspiração offroad, agora também com um ecrã TFT de maiores dimensões a separá-los. Ou, já na consola central, para um ecrã táctil a cores, parte do sistema multimédia Uconnect, mas de maiores dimensões (8,4″) que anteriormente, além de mais funcional, acessível, intuitivo. Secundado, mais abaixo, por botões físicos de regulação do som, ar condicionado e outros sistemas – também eles acessíveis e funcionais…
Falando da posição de condução, um posto de comando bem conseguido, correcto, graças não só a um volante ajustável em altura e profundidade, de óptima pega e comandos fáceis de operar (inclusive, os botões do som, na parte traseira dos braços, à americana…), como também a um banco que, opcionalmente em couro preto (1.150€), consegue ser confortável, possuir razoável apoio lateral, além de oferecer todas as regulações imprescindíveis. Ajudando igualmente a conseguir uma visibilidade traseira que, não sendo referencial, permite alguma habituação…
E se o espaço nos lugares dianteiros não coloca quaisquer condicionalismos, seja qual forem as dimensões dos ocupantes, a verdade é que, também nos lugares de trás, dificilmente alguém se sentirá limitado. Uma vez que não falta espaço, tanto em altura, como para pernas, ou até mesmo em largura; afinal, o assento é liso e, o túnel da transmissão, quase não se dá por ele…
Finalmente e no que à bagageira diz respeito, um acesso amplo e bom plano de carga, a complementar um espaço cuja capacidade de carga é, no entanto, apenas razoável – 351 litros. Ainda que valorizado por algumas soluções de funcionalidade, como é o caso dos ganchos porta-sacos, ou de um pequeno espaço de arrumação, por baixo do piso falso, ali ao lado do pneu sobressalente…
Pontuação: 8/10
Equipamento
Envergando o nível de equipamento mais recheado, Limited, o Jeep Renegade não deixa, ainda assim, de convidar a algumas incursões na lista de opcionais. Mesmo com algumas das tecnologias de segurança possíveis de figurar no modelo, a serem propostas já de fábrica.
Assim, sem custos acrescidos, nesta versão Limited, oito airbags, aviso de colisão frontal Plus, alerta de transposição de faixa de rodagem Plus, Controlo de tracção, Cruise Control adaptativo, ESC+ASR+Hill Holder, Estabilizador de Reboque, Mitigação Electrónica de Capotamento, faróis de nevoeiro com função cornering, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros, alerta de falta de pressão nos pneus, e sistema de travagem avançado.
Igualmente presente, o ar condicionado automático bi-zona, retrovisores elétricos com desembaciamento, porta USB para passageiros, serviços Live Connect, sistema multimédia Uconnect Rádio de 7″ com MP3, AUX, USB, Bluetooth, Apple Carplay e Android Auto, TFT premium a cores de 7″ no painel de instrumentos, porta USB traseira e porta de cartão SD.
Pelo contrário, já pago à parte, o Infotainment Pack (1.600€), sinónimo de sistema de navegação, sistema de som Hi-Fi com 9 altifalantes e sistema multimédia Uconnect Rádio de 8,4″; o LED Pack (1.000€), que inclui faróis de nevoeiro dianteiros, Auto High Beam – regulação automática de máximos e luzes traseiras LED; e o Pack Function (700€), o qual engloba espelhos retrovisores rebatíveis eletricamente com acção remota, banco traseiro rebatível assimetricamente 40:20:40 com apoio de braço e passagem para skis, armazenagem de carga reversível e à prova de água, e vidros dianteiros e traseiros automáticos, com fecho por acção remota. Além do Assistente de ângulos mortos (350€) e da câmara de estacionamento traseira (300€).
É tudo uma questão de fazer contas…
Pontuação: 8/10
Consumos
Eis um dos aspectos que mais nos surpreendeu… e não foi pela positiva! Desde logo, porque, apesar das dimensões diminutas do propulsor, a encaixar na perfeição naquilo que muitos dos construtores automóveis defendem ser hoje em dia a melhor solução para uma utilização quase exclusivamente citadina, este novo 1.0 Turbo, desenvolvido pelo grupo Fiat Chrysler Automobiles, acabou revelando um apetite bem maior do que à partida seria de esperar; inclusive, se e quando comparado com a já substancial média oficial de 7,7 l/100 km, apurada pelo fabricante, segundo o novo ciclo WLTP…
Submetido às agruras do trânsito citadino, sem qualquer limitação mas também sem atitudes demasiado extremas ao volante, o compacto Jeep Renegade 1.0 Turbo terminou os quatro dias de utilização intensiva com uma média de 9,8 l/100 km assinalada no computador de bordo. Valor que só pode ser considerado excessivamente alto, ainda para mais, tratando-se de um pequeno SUV do segmento B, que até conta com sistema de arranque automático Stop&Start…
Pontuação: 4/10
Ao Volante
Quadrado nas linhas, europeu no motor e americano de espírito, o Jeep Renegade procura afirmar-se como um produto assumidamente diferente, mas também capaz de agradar a ambos os lados do Atlântico. Graças a um comportamento que, claramente, não esconde a inspiração nos veículos todo-o-terreno, deixando sempre a sensação de estarmos ao volante de um veículo de dimensões maiores, ao qual não falta sequer algumas oscilações não muito acentuadas da (alta) carroçaria. Principalmente, quando por caminhos mais sinuosos.
No entanto e mesmo com esta característica, perfeitamente controlada e controlável, ou não fosse o Renegade uma proposta de condução fácil, elogie-se a agilidade de um conjunto com perto de 1,7 m de altura e 1,4 toneladas de peso, a par da forma segura como se faz à estrada. Característica garantida igualmente através das opcionais jantes de 19 polegadas, revestidas por pneus Bridgestone Dueler H/P de dimensões 235/45. Borrachas, de resto, bem mais vocacionadas para aventuras no alcatrão, que propriamente para “caminhos de cabras”, onde, aliás, o próprio Renegade não mostra grande interesse em ir; pelo menos, não nesta versão Limited…
Já em cidade, as vantagens de uma direcção claramente vocacionada para o ambiente citadino, assim como de uma suspensão que, esforçada no capítulo da eficácia dinâmica, também não descura totalmente o conforto. Especialmente, se e quando ajudada pelo bom piso…
Pontuação: 8/10
Motor
Disponível também com motores Diesel, o Renegade alvo deste ensaio contava, no entanto, com aquela que passa a ser a nova motorização de entrada, a gasolina – um três cilindros equipado com turbocompressor, 999 cc. de cilindrada, e a debitar 120 cv de potência, além de 190 Nm de binário máximo às 1750 rpm.
Conjugado de fábrica com uma caixa manual de seis velocidades agradável no accionar, este pequeno 1.0 Turbo acaba por revelar-se uma opção – digamos assim – “à justa”; desde logo, na desenvoltura e prestações que oferece.
Convencendo bem mais pela suavidade e discrição no trabalhar, resultado também de uma boa insonorização, a verdade é que este 1.0 Turbo não vai além de prestações algo modestas, traduzidas numa aceleração dos 0 a aos 100 km/h em pouco mais de 11 segundos, assim como numa velocidade máxima que não ultrapassa os 185 km/h.
De resto e embora no trânsito citadino as ambições do tricilíndrico “dêem para o gasto”, a questão coloca-se a partir do momento em que pretendamos sentir mais genica da parte do propulsor, até como forma de tentar aproveitar alguma agilidade do conjunto. Algo que, contudo, só se tornará mais fácil com o ponteiro do conta-rotações acima das 2.500/3.000 rpm, que propriamente a partir das 1.750 rpm, conforme é anunciado pelo fabricante.
Uma diferença que, naturalmente e como é fácil de imaginar, não deixa de apresentar a respectiva factura, noutro(s) capítulo(s)…
Pontuação: 7/10
Balanço Final
Atraente e personalizado nas linhas, com muito espaço interior e agora melhor equipamento, o americano Jeep Renegade procura ainda a sua afirmação num subsegmento cada vez mais apetecível para os construtores automóveis, mas também cada vez mais competitivo. E se a origem americana, presente na estética, habitabilidade e até nalguns materiais, não deixa de ser um argumento, a verdade é que, nos consumos, seria, sem dúvida, bem-vindo, maior dose de europeísmo…
Concorrentes
Mini Cooper Countryman 1.5, 136 cv, 9,7s 0-100 km/h, 200 km/h, 6,9 l/100 km WLTP, 156 g/km, 31.800 Euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
SEAT Arona FR 1.0 TSI, 115 cv, 9,8s 0-100 km/h, 182 km/h, 5,0 l/100 km, 114 g/km, 23.508 Euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen T-Roc Style 1.0 TSI, 115 cv, 10,1s 0-100 km, 187 km7h, 6,2 l/100 km WLTP, 141 g/km, 26.143,96 Euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Fiat 500X 1.0 Turbo Mirror, 120 cv, 10,9 0-100 km/h, 188 km/h, 6,8 l/100 km, 153 g/km, 22.857,00 Euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: três cilindros em linha, com injecção directa, turbocompressor e intercooler
Cilindrada (cm3): 999
Diâmetro x curso (mm): 70 x 86.5
Taxa compressão: 10.5:1
Potência máxima (cv/rpm): 120/5.750
Binário máximo (Nm/rpm): 190/1.750
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira
Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Independente do tipo McPherson
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 11,2
Velocidade máxima (km/h): 185
Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 6,5/9,1/7,7
Emissões de CO2 (g/km): 171
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,236/1,805/1,667
Distância entre eixos (mm): 2,570
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.541/1.541
Peso máximo (kg): 1.395
Capacidade da bagageira (l): 351/1.297
Depósito de combustível (l): 48
Pneus (fr/tr): 225/55 R18/225/55 R18
Preço com campanha de desconto (Euros): 25.500,00 Euros
Mais/Menos
Mais
Habitabilidade / Equipamento / Qualidade de alguns revestimentos
Menos
Consumos / Prestações / Alguns plásticos
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 33280€
Preço da versão base (Euros): €
Exterior
Até pode não ser um dos modelos que melhor representam a essência da americana Jeep, mas a verdade é que, especialmente após a actualização a que foi submetido no final de 2018, o Renegade procura fazer salientar, cada vez mais, aqueles que são os predicados, principalmente estéticos, da famosa marca norte-americana de veículos todo-o-terreno.
Embora partilhando muitas das soluções técnicas com o “primo-direito” Fiat 500X (aliás, saem os dois da mesma linha de montagem… em Itália!), no caso da proposta norte-americana, também ela destinada ao hiper-competitivo segmento B-SUV, as novidades, em termos de exterior, começam, desde logo, numa nova grelha frontal, de cor cinza. E na qual se mantêm, de forma ainda mais destacada, as emblemáticas listas verticais que fizeram a imagem do primeiro Jeep, o Willys MB.
A juntar a esta grelha, umas novas ópticas redondas com luzes diurnas já integradas, e que podem ser em LED (Pack LED, por 1.000 euros), além de um pára-choques dianteiro redesenhado na parte inferior, com, tanto os piscas, como os faróis de nevoeiro, reposicionados.
Equipado de série com jantes em liga leve de 18″ (a nossa unidade optava, contudo, por umas mais bonitas, mas opcionais, jantes polidas em preto brilhante de 19″, por 800 euros), o “novo” Renegade diferencia-se ainda pelos farolins, de interior redesenhado, e agora já com tecnologia LED. Sendo que os, mais exigentes, podem optar ainda por uma pintura exterior bicolor, como era o caso da nossa solução Branco Alpine/Teto Preto, por 1.250 euros.
Tudo, para fazer deste Renegade de linhas quadradas e aspecto aventureiro, um americano ainda mais apetecível…
Pontuação: 8/10
Interior
Espaço. Eis o primeiro e grande argumento que o compacto Jeep Renegade tem para oferecer, num habitáculo onde, resultado da atualização agora operada, torna-se igualmente fácil perceber, em particular na versão Limited por nós testada, uma importante e clara melhoria nos revestimentos, mais até que na qualidade de construção – razoável, mas, ainda assim, a precisar de alguns “reparos”, como é o caso da união entre o tejadilho e o pára-brisas. Mas, vamos por partes…
Começando pelos materiais escolhidos para revestimento, destaque, pela positiva, para a nova superfície que passa a revestir o superior e frontal do tablier, assim como a parte superior das portas. Mas que também não esconde por completo o plástico mais rijo e de menor qualidade que cobre as áreas inferiores desses mesmos componentes.
Também a procurar elevar a sensação de qualidade a bordo, linhas cada vez mais personalizadas, com destaque para a emblemática gravura da grelha frontal e faróis redondos do Willys a surgir em várias superfícies, como, por exemplo, na moldura das colunas do sistema de som. Ou até mesmo do painel de instrumentos com velocímetro e conta-rotações decorados segundo a inspiração offroad, agora também com um ecrã TFT de maiores dimensões a separá-los. Ou, já na consola central, para um ecrã táctil a cores, parte do sistema multimédia Uconnect, mas de maiores dimensões (8,4″) que anteriormente, além de mais funcional, acessível, intuitivo. Secundado, mais abaixo, por botões físicos de regulação do som, ar condicionado e outros sistemas – também eles acessíveis e funcionais…
Falando da posição de condução, um posto de comando bem conseguido, correcto, graças não só a um volante ajustável em altura e profundidade, de óptima pega e comandos fáceis de operar (inclusive, os botões do som, na parte traseira dos braços, à americana…), como também a um banco que, opcionalmente em couro preto (1.150€), consegue ser confortável, possuir razoável apoio lateral, além de oferecer todas as regulações imprescindíveis. Ajudando igualmente a conseguir uma visibilidade traseira que, não sendo referencial, permite alguma habituação…
E se o espaço nos lugares dianteiros não coloca quaisquer condicionalismos, seja qual forem as dimensões dos ocupantes, a verdade é que, também nos lugares de trás, dificilmente alguém se sentirá limitado. Uma vez que não falta espaço, tanto em altura, como para pernas, ou até mesmo em largura; afinal, o assento é liso e, o túnel da transmissão, quase não se dá por ele…
Finalmente e no que à bagageira diz respeito, um acesso amplo e bom plano de carga, a complementar um espaço cuja capacidade de carga é, no entanto, apenas razoável – 351 litros. Ainda que valorizado por algumas soluções de funcionalidade, como é o caso dos ganchos porta-sacos, ou de um pequeno espaço de arrumação, por baixo do piso falso, ali ao lado do pneu sobressalente…
Pontuação: 8/10
Equipamento
Envergando o nível de equipamento mais recheado, Limited, o Jeep Renegade não deixa, ainda assim, de convidar a algumas incursões na lista de opcionais. Mesmo com algumas das tecnologias de segurança possíveis de figurar no modelo, a serem propostas já de fábrica.
Assim, sem custos acrescidos, nesta versão Limited, oito airbags, aviso de colisão frontal Plus, alerta de transposição de faixa de rodagem Plus, Controlo de tracção, Cruise Control adaptativo, ESC+ASR+Hill Holder, Estabilizador de Reboque, Mitigação Electrónica de Capotamento, faróis de nevoeiro com função cornering, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros, alerta de falta de pressão nos pneus, e sistema de travagem avançado.
Igualmente presente, o ar condicionado automático bi-zona, retrovisores elétricos com desembaciamento, porta USB para passageiros, serviços Live Connect, sistema multimédia Uconnect Rádio de 7″ com MP3, AUX, USB, Bluetooth, Apple Carplay e Android Auto, TFT premium a cores de 7″ no painel de instrumentos, porta USB traseira e porta de cartão SD.
Pelo contrário, já pago à parte, o Infotainment Pack (1.600€), sinónimo de sistema de navegação, sistema de som Hi-Fi com 9 altifalantes e sistema multimédia Uconnect Rádio de 8,4″; o LED Pack (1.000€), que inclui faróis de nevoeiro dianteiros, Auto High Beam – regulação automática de máximos e luzes traseiras LED; e o Pack Function (700€), o qual engloba espelhos retrovisores rebatíveis eletricamente com acção remota, banco traseiro rebatível assimetricamente 40:20:40 com apoio de braço e passagem para skis, armazenagem de carga reversível e à prova de água, e vidros dianteiros e traseiros automáticos, com fecho por acção remota. Além do Assistente de ângulos mortos (350€) e da câmara de estacionamento traseira (300€).
É tudo uma questão de fazer contas…
Pontuação: 8/10
Consumos
Eis um dos aspectos que mais nos surpreendeu… e não foi pela positiva! Desde logo, porque, apesar das dimensões diminutas do propulsor, a encaixar na perfeição naquilo que muitos dos construtores automóveis defendem ser hoje em dia a melhor solução para uma utilização quase exclusivamente citadina, este novo 1.0 Turbo, desenvolvido pelo grupo Fiat Chrysler Automobiles, acabou revelando um apetite bem maior do que à partida seria de esperar; inclusive, se e quando comparado com a já substancial média oficial de 7,7 l/100 km, apurada pelo fabricante, segundo o novo ciclo WLTP…
Submetido às agruras do trânsito citadino, sem qualquer limitação mas também sem atitudes demasiado extremas ao volante, o compacto Jeep Renegade 1.0 Turbo terminou os quatro dias de utilização intensiva com uma média de 9,8 l/100 km assinalada no computador de bordo. Valor que só pode ser considerado excessivamente alto, ainda para mais, tratando-se de um pequeno SUV do segmento B, que até conta com sistema de arranque automático Stop&Start…
Pontuação: 4/10
Ao volante
Quadrado nas linhas, europeu no motor e americano de espírito, o Jeep Renegade procura afirmar-se como um produto assumidamente diferente, mas também capaz de agradar a ambos os lados do Atlântico. Graças a um comportamento que, claramente, não esconde a inspiração nos veículos todo-o-terreno, deixando sempre a sensação de estarmos ao volante de um veículo de dimensões maiores, ao qual não falta sequer algumas oscilações não muito acentuadas da (alta) carroçaria. Principalmente, quando por caminhos mais sinuosos.
No entanto e mesmo com esta característica, perfeitamente controlada e controlável, ou não fosse o Renegade uma proposta de condução fácil, elogie-se a agilidade de um conjunto com perto de 1,7 m de altura e 1,4 toneladas de peso, a par da forma segura como se faz à estrada. Característica garantida igualmente através das opcionais jantes de 19 polegadas, revestidas por pneus Bridgestone Dueler H/P de dimensões 235/45. Borrachas, de resto, bem mais vocacionadas para aventuras no alcatrão, que propriamente para “caminhos de cabras”, onde, aliás, o próprio Renegade não mostra grande interesse em ir; pelo menos, não nesta versão Limited…
Já em cidade, as vantagens de uma direcção claramente vocacionada para o ambiente citadino, assim como de uma suspensão que, esforçada no capítulo da eficácia dinâmica, também não descura totalmente o conforto. Especialmente, se e quando ajudada pelo bom piso…
Pontuação: 8/10
Concorrentes
Mini Cooper Countryman 1.5, 136 cv, 9,7s 0-100 km/h, 200 km/h, 6,9 l/100 km WLTP, 156 g/km, 31.800 Euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
SEAT Arona FR 1.0 TSI, 115 cv, 9,8s 0-100 km/h, 182 km/h, 5,0 l/100 km, 114 g/km, 23.508 Euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen T-Roc Style 1.0 TSI, 115 cv, 10,1s 0-100 km, 187 km7h, 6,2 l/100 km WLTP, 141 g/km, 26.143,96 Euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Fiat 500X 1.0 Turbo Mirror, 120 cv, 10,9 0-100 km/h, 188 km/h, 6,8 l/100 km, 153 g/km, 22.857,00 Euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Disponível também com motores Diesel, o Renegade alvo deste ensaio contava, no entanto, com aquela que passa a ser a nova motorização de entrada, a gasolina – um três cilindros equipado com turbocompressor, 999 cc. de cilindrada, e a debitar 120 cv de potência, além de 190 Nm de binário máximo às 1750 rpm.
Conjugado de fábrica com uma caixa manual de seis velocidades agradável no accionar, este pequeno 1.0 Turbo acaba por revelar-se uma opção – digamos assim – “à justa”; desde logo, na desenvoltura e prestações que oferece.
Convencendo bem mais pela suavidade e discrição no trabalhar, resultado também de uma boa insonorização, a verdade é que este 1.0 Turbo não vai além de prestações algo modestas, traduzidas numa aceleração dos 0 a aos 100 km/h em pouco mais de 11 segundos, assim como numa velocidade máxima que não ultrapassa os 185 km/h.
De resto e embora no trânsito citadino as ambições do tricilíndrico “dêem para o gasto”, a questão coloca-se a partir do momento em que pretendamos sentir mais genica da parte do propulsor, até como forma de tentar aproveitar alguma agilidade do conjunto. Algo que, contudo, só se tornará mais fácil com o ponteiro do conta-rotações acima das 2.500/3.000 rpm, que propriamente a partir das 1.750 rpm, conforme é anunciado pelo fabricante.
Uma diferença que, naturalmente e como é fácil de imaginar, não deixa de apresentar a respectiva factura, noutro(s) capítulo(s)…
Pontuação: 7/10
Balanço final
Atraente e personalizado nas linhas, com muito espaço interior e agora melhor equipamento, o americano Jeep Renegade procura ainda a sua afirmação num subsegmento cada vez mais apetecível para os construtores automóveis, mas também cada vez mais competitivo. E se a origem americana, presente na estética, habitabilidade e até nalguns materiais, não deixa de ser um argumento, a verdade é que, nos consumos, seria, sem dúvida, bem-vindo, maior dose de europeísmo…
Habitabilidade / Equipamento / Qualidade de alguns revestimentos
Menos
Consumos / Prestações / Alguns plásticos
Ficha técnica
Motor
Tipo: três cilindros em linha, com injecção directa, turbocompressor e intercooler
Cilindrada (cm3): 999
Diâmetro x curso (mm): 70 x 86.5
Taxa compressão: 10.5:1
Potência máxima (cv/rpm): 120/5.750
Binário máximo (Nm/rpm): 190/1.750
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira
Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Independente do tipo McPherson
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 11,2
Velocidade máxima (km/h): 185
Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 6,5/9,1/7,7
Emissões de CO2 (g/km): 171
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,236/1,805/1,667
Distância entre eixos (mm): 2,570
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.541/1.541
Peso máximo (kg): 1.395
Capacidade da bagageira (l): 351/1.297
Depósito de combustível (l): 48
Pneus (fr/tr): 225/55 R18/225/55 R18
Preço com campanha de desconto (Euros): 25.500,00 Euros
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