HYUNDAI KAUAI ELECTRIC – Ensaio Teste
Hyundai Kauai Electric
Texto: José Manuel Costa ([email protected])
Adeus ansiedade
A evolução experimentada pela Hyundai na última década e meia é verdadeiramente impressionante. Tão longe vão os tempos dos modelos que se vendiam devido ao preço baixo e muito equipamento, algum dele perfeitamente desnecessário e que só adicionavam problemas de fiabilidade. Quando a casa coreana percebeu qual o caminho a seguir, apostou forte e a sua reputação subiu em flecha e hoje é um dos principais “players” do mercado. São já vários os modelos que se destacam na gama da Hyundai, mas recentemente, a casa coreana entrou na dança da eletrificação e lançou um modelo que deixou meio mundo boquiaberto. O Kauai Electric é uma das melhores combinações de versatilidade e facilidade de utilização do mercado de modelos elétricos. Ainda por cima, mantendo um preço aceitável com autonomias ao nível de um Tesla. Ensaio a um dos carros que mais me impressionou nos últimos tempos.
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Autonomia real, motorização elétrica, facilidade de utilização
Habitabilidade pouco generosa, comportamento, alguns detalhes de acabamento
Exterior
Pontuação 7/10
Tal como sucede com todos os modelos elétricos, o Kauai Electric tem uma plataforma em forma de skate, ou seja, as baterias estão alojadas entre os eixos e os elementos elétricos alojados na frente do carro. Com dois pacotes de baterias (64 kWh e 39 kWh), o Kauai é vendido entre nós apenas com o pacote mais potente, o tal que oferece até 449 km de autonomia. O Kauai utiliza esta plataforma que foi pensada para uma utilização elétrica, o que o afasta do íoniq, o primeiro modelo elétrico da casa coreana. Dizer que as baterias são, aqui, refrigeradas a água e não a ar. Outra diferença está no carregador do carro. O Kauai utiliza um carregador com 7,2 kW e a mesma ficha que é utilizada por Mercedes, BMW, Ford e Volkswagen. Para recarregar 80% dos 64 kWh, são precisos 54 minutos com uma “wallbox” de 100 kW, mas 31 horas numa ficha doméstica. Uma “wallbox” tradicional de 7 kW, o tempo de recarga fica-se por uma dezena de horas. Quanto ao estilo, é muito semelhante ao do modelo convencional, destacando-se a frente fechada e com outras características. Mas, na essência, tudo está praticamente igual.
Interior
Pontuação 8/10
O interior do Kauai é muito semelhante ao do modelo “normal”, exibindo o mesmo estilo, a mesma aparência e até o mesmo nível de habitabilidade, versatilidade e utilização que o Kauai convencional. Ou seja, o carro não é particularmente generoso em termos de habitabilidade. No banco traseiro só há espaço para dois adultos ou três crianças, ficando abaixo do Nissan Leaf e de um VW e-Golf, batendo o Renault Zoe, o que não surpreende. E na frente, alguém mais alto terá alguma dificuldade em termos de espaço para a cabeça.
Na bagageira há 330 litros de capacidade, o que coloca o Kauai entre um utilitário e um familiar, mas face aos outros Kauai, o espaço disponível debaixo do piso da bagageira não é utilizável pois lá estão os cabos de carregamento e o sistema de reparação dos pneus. A qualidade percetível do Kauai não é fabulosa, com alguns plásticos de menor valia. Outra dificuldade, comum aos outros Kauai, é o sistema de info entretenimento com um ecrã de 8 polegadas, pequeno e com menor configurabilidade que outros sistemas de modelos rivais. Diferente dos outros Kauai, o Electric possui uma consola central com estilo próprio com botões sem ligações físicas para controlar a transmissão (botões D, R, N, P) e para o travão de mão elétrico, bem como algum espaço adicional para arrumar objetos que não existe num Kauai “normal”.
Equipamento
Pontuação 5/10
Para perceber qual o equipamento oferecido no Kauai Electric, o melhor a fazer é deslocar-se ao sítio de internet da Hyundai, tendo aí todas as opções que estão disponíveis. Pode clicar em www.hyundai.pt.
Consumos
Pontuação 9/10
A Hyundai consegue oferecer um automóvel que na aquisição, oferece cada quilómetro de autonomia por menos de uma centena de euros, sendo que o preço do carregamento acaba por ser importante. Com o quilómetro de autonomia a valer 93 euros, o Kauai é uma boa aposta e consegue ser dos melhores do mercado. E ao contrário daquilo que sucede com outros modelos que anunciam uma autonomia e, na realidade, têm bem menos, o Kauai cumpre o que promete. Se formos cuidadosos na utilização do carro, os valores são fantásticos e com uma média de velocidade de 90 km/h, a autonomia ronda os 480 km. E se andarmos mesmo com cuidado e a velocidades médias abaixo dos 50 km/h, a autonomia cresce para perto dos 500 km. Impressionante! Ah! e em autoestrada com uma média de 120 km/h, a autonomia fica nos 380 km, descendo para os 300 km se a média subir para os 130 km/h. É mesmo caso para dizer, adeus ansiedade!
Ao Volante
Pontuação 7/10
A necessidade de oferecer mais e mais autonomia leva os construtores a adotarem compromissos, nomeadamente, no que toca ao comportamento. Para ter performance e autonomia ao mesmo tempo, é necessário adicionar peso para mais bateria. Para evitar isso, mantendo a mesma bateria, há que diminuir resistência ao rolamento para que haja menos forças para vencer e assim gastar menos energia. Ora isso consegue.se com pneus de baixo resistência ao rolamento, deixando de lado a aderência mecânica. Esta quadratura do circulo tem sido uma das dores de cabeça dos construtores e o compromisso disto tudo não tem sido possível.
O Kauai Electric tem as mesmas suspensões do Kauai convencional, com barras estabilizadoras que controlam bem o rolamento da carroçaria, mantendo-a mais ou menos direita quando em curva. Tem, também, o eixo traseiro multibraços reservado ás variantes mais potente e com tração integral. O problema está nos conjuntos mola-amortecedor, que em algumas situações, tal como lombas ou bandas sonoras ou, ainda, piso mal-tratado, têm alguma dificuldade em controlar as oscilações verticais. Em curva, essa situação também se coloca quando abusamos da velocidade de entrada em curva. O conforto não é fantástico, pois há muito ruído de rolamento e devido aos pneus de baixa resistência ao rolamento, algumas vezes parece que estamos a rolar em cima de placas de madeira. Outra dificuldade reside na direção do Kauai Electric, que prima pela falta de sensibilidade. Felizmente que o Kauai tem excelentes ajudas eletrónicas que permitem ir além do que sucede quando prescindimos da eletrónica. Nessa altura, o excelente binário do motor é mais um problema que uma bênção, pois os pneus não têm capacidade de manter as rodas quietas.
Acreditem que se puxarmos pelo motor elétrico, parece que estamos num automóvel com mais de 300 CV! E há que ter cuidado á saída das curvas, pois o binário atira-nos para o outro lado da estrada sem apelo nem agravo. Há que ter muita paciência, ou então deixar o controlo de tração e estabilidade ligados. Com a eletrónica ligada, o Kauai é um carro fácil de conduzir, eficaz e razoavelmente confortável. Claro que o SUV elétrico da Hyundai não é um carro para quem gosta de sentir prazer na condução. Faz tudo bem, consegue esticar a autonomia até aos limites e por isso, tudo o resto acaba por ser desculpado.
Motor
Pontuação 7/10
O motor elétrico do Kauai tem 204 CV e um binário de 395 Nm, disponível instantaneamente. Estes valores fazem sofrer os pneus da frente se desligarmos a eletrónica e permitem performances muito interessantes. O 0-100 km/h é cumprido em 6,7 segundos, a recuperação de aceleração entre os 50 e os 110 km/h é de 5,8 segundos, cifras espetaculares que batem modelos como o BMW i3S e fica próximo do Ford Fiesta ST! A mecânica, se lhe posso chamar assim, está equipada com o “virtual engine sound system” que emite uma imitação de um motor a funcionar, sendo este um aspeto de segurança e que só funciona a baixa velocidade. Sem o sistema, o carro é muito silencioso e nem sequer se ouve o habitual zumbido do motor elétrico. Mas quando exigirmos tudo dos 395 Nm de binário, parece que vamos dentro de um gigante carro de rádio controlo, tal o “whiiiiii” que se escuta dentro do Kauai. Destaque, ainda, para o sistema de regeneração de energia, controlado pelas patilhas colocadas atrás do volante.
Não é uma novidade, há outras marcas que o utilizam, mas oferece-nos um controlo excelente. A maioria dos elétricos aumenta a autonomia se levantarmos o pé do acelerador ou na travagem e alguns permitem que regulemos o modo mais ou me nos agressivo do sistema de regeneração. Outros, ainda, conseguem regular bastante essa forma de regenerar. Mas a Hyundai foi mais longe. O sistema de recuperação automática do Kauai utiliza os sensores do cruise control adaptativo para avaliar, constantemente, a distância para o veículo da frente permitindo que o condutor possa deixar o carro no máximo de eficiência até que o tráfego o leve a ter de reduzir essa regeneração. Pode também escolher alternar entre o mínimo e o máximo de regeneração de forma instantânea sem utilizar o pedal de travão (assegurando que há máxima regeneração) apoiando-se apenas na patilha do lado esquerdo. Se pressionar essa patilha, passa do mínimo ao máximo e o carro praticamente para.
Finalmente, dizer que o sistema do Kauaia Electric permite que possa remover, completamente, a influência do motor elétrico na ação do pedal de travão. Assim, a sensação do pedal de travão vai do péssimo no modo Eco, ao agradável nos modos Normal e Sport. Se desligarmos as ajudas à condução, o pedal de travão passa a ser convencional e atua, apenas, no sistema de travagem. Grande coisa pode estar a pensar, mas se já conduziu um veículo elétrico ou híbrido, sabe que a agradabilidade de condução passa, também por estes detalhes.
Balanço Final
Pontuação 8/10
O Hyudai Kauai Electric foi uma agradável surpresa, com muitos pontos muito positivos. Primeiro a mecânica, potente e cheia de capacidades, mas muito utilizável e com um sistema de regeneração fantástico. Depois, a autonomia de 449 quilómetros, muitas vezes acima disso!, é verdadeira e acaba, praticamente, com a ansiedade da autonomia. O Kauai Electric impressiona muito por via disso. Finalmente, há algumas coisas a rever, nomeadamente, a qualidade de alguns materiais, a qualidade do comportamento e a praticabilidade. Por mais de 43 mil euros, exige-se mais, mesmo descontando que estamos a falar de um carro elétrico e que muito do preço deve-se ás baterias. Apesar de tudo isso, para mim, este é dos melhores elétricos á venda no mercado e, sobretudo, com a autonomia certa!
Concorrentes
Rivais diretos do Hyundai Kauai não existem, tendo de deitar mão a modelos como o Nissan Leaf, o Renault Zoe ou o VW e-Golf. Mas nenhum deles é direto concorrente.
Ficha Técnica
Motor
Tipo: elétrico sincrono
Cilindrada (cm3): na
Diâmetro x Curso (mm): na
Taxa de Compressão: na
Potência máxima (CV/rpm): 204
Binário máximo (Nm/rpm): 395
Transmissão: dianteira, caixa de uma relação
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Duplo triângulo sobreposto/eixo multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados/discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,6
Velocidade máxima (km/h): 167
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 15,2 kWh
Emissões CO2 (gr/km): 0
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4180/1800/1570
Distância entre eixos (mm): 2600
Largura de vias (fr/tr mm): nd
Peso (kg): nd
Capacidade da bagageira (l): 332 a 1114
Deposito de combustível (l): na
Pneus (fr/tr): 215/55 R17
Mais/Menos
Mais
Autonomia real, motorização elétrica, facilidade de utilização
Menos
Habitabilidade pouco generosa, comportamento, alguns detalhes de acabamento
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 43350€
Preço da versão base (Euros): 43350€
Exterior
Pontuação 7/10
Tal como sucede com todos os modelos elétricos, o Kauai Electric tem uma plataforma em forma de skate, ou seja, as baterias estão alojadas entre os eixos e os elementos elétricos alojados na frente do carro. Com dois pacotes de baterias (64 kWh e 39 kWh), o Kauai é vendido entre nós apenas com o pacote mais potente, o tal que oferece até 449 km de autonomia. O Kauai utiliza esta plataforma que foi pensada para uma utilização elétrica, o que o afasta do íoniq, o primeiro modelo elétrico da casa coreana. Dizer que as baterias são, aqui, refrigeradas a água e não a ar. Outra diferença está no carregador do carro. O Kauai utiliza um carregador com 7,2 kW e a mesma ficha que é utilizada por Mercedes, BMW, Ford e Volkswagen. Para recarregar 80% dos 64 kWh, são precisos 54 minutos com uma “wallbox” de 100 kW, mas 31 horas numa ficha doméstica. Uma “wallbox” tradicional de 7 kW, o tempo de recarga fica-se por uma dezena de horas. Quanto ao estilo, é muito semelhante ao do modelo convencional, destacando-se a frente fechada e com outras características. Mas, na essência, tudo está praticamente igual.
Interior
Pontuação 8/10
O interior do Kauai é muito semelhante ao do modelo “normal”, exibindo o mesmo estilo, a mesma aparência e até o mesmo nível de habitabilidade, versatilidade e utilização que o Kauai convencional. Ou seja, o carro não é particularmente generoso em termos de habitabilidade. No banco traseiro só há espaço para dois adultos ou três crianças, ficando abaixo do Nissan Leaf e de um VW e-Golf, batendo o Renault Zoe, o que não surpreende. E na frente, alguém mais alto terá alguma dificuldade em termos de espaço para a cabeça.
Na bagageira há 330 litros de capacidade, o que coloca o Kauai entre um utilitário e um familiar, mas face aos outros Kauai, o espaço disponível debaixo do piso da bagageira não é utilizável pois lá estão os cabos de carregamento e o sistema de reparação dos pneus. A qualidade percetível do Kauai não é fabulosa, com alguns plásticos de menor valia. Outra dificuldade, comum aos outros Kauai, é o sistema de info entretenimento com um ecrã de 8 polegadas, pequeno e com menor configurabilidade que outros sistemas de modelos rivais. Diferente dos outros Kauai, o Electric possui uma consola central com estilo próprio com botões sem ligações físicas para controlar a transmissão (botões D, R, N, P) e para o travão de mão elétrico, bem como algum espaço adicional para arrumar objetos que não existe num Kauai “normal”.
Equipamento
Pontuação 5/10
Para perceber qual o equipamento oferecido no Kauai Electric, o melhor a fazer é deslocar-se ao sítio de internet da Hyundai, tendo aí todas as opções que estão disponíveis. Pode clicar em www.hyundai.pt.
Consumos
Pontuação 9/10
A Hyundai consegue oferecer um automóvel que na aquisição, oferece cada quilómetro de autonomia por menos de uma centena de euros, sendo que o preço do carregamento acaba por ser importante. Com o quilómetro de autonomia a valer 93 euros, o Kauai é uma boa aposta e consegue ser dos melhores do mercado. E ao contrário daquilo que sucede com outros modelos que anunciam uma autonomia e, na realidade, têm bem menos, o Kauai cumpre o que promete. Se formos cuidadosos na utilização do carro, os valores são fantásticos e com uma média de velocidade de 90 km/h, a autonomia ronda os 480 km. E se andarmos mesmo com cuidado e a velocidades médias abaixo dos 50 km/h, a autonomia cresce para perto dos 500 km. Impressionante! Ah! e em autoestrada com uma média de 120 km/h, a autonomia fica nos 380 km, descendo para os 300 km se a média subir para os 130 km/h. É mesmo caso para dizer, adeus ansiedade!
Ao volante
Pontuação 7/10
A necessidade de oferecer mais e mais autonomia leva os construtores a adotarem compromissos, nomeadamente, no que toca ao comportamento. Para ter performance e autonomia ao mesmo tempo, é necessário adicionar peso para mais bateria. Para evitar isso, mantendo a mesma bateria, há que diminuir resistência ao rolamento para que haja menos forças para vencer e assim gastar menos energia. Ora isso consegue.se com pneus de baixo resistência ao rolamento, deixando de lado a aderência mecânica. Esta quadratura do circulo tem sido uma das dores de cabeça dos construtores e o compromisso disto tudo não tem sido possível.
O Kauai Electric tem as mesmas suspensões do Kauai convencional, com barras estabilizadoras que controlam bem o rolamento da carroçaria, mantendo-a mais ou menos direita quando em curva. Tem, também, o eixo traseiro multibraços reservado ás variantes mais potente e com tração integral. O problema está nos conjuntos mola-amortecedor, que em algumas situações, tal como lombas ou bandas sonoras ou, ainda, piso mal-tratado, têm alguma dificuldade em controlar as oscilações verticais. Em curva, essa situação também se coloca quando abusamos da velocidade de entrada em curva. O conforto não é fantástico, pois há muito ruído de rolamento e devido aos pneus de baixa resistência ao rolamento, algumas vezes parece que estamos a rolar em cima de placas de madeira. Outra dificuldade reside na direção do Kauai Electric, que prima pela falta de sensibilidade. Felizmente que o Kauai tem excelentes ajudas eletrónicas que permitem ir além do que sucede quando prescindimos da eletrónica. Nessa altura, o excelente binário do motor é mais um problema que uma bênção, pois os pneus não têm capacidade de manter as rodas quietas.
Acreditem que se puxarmos pelo motor elétrico, parece que estamos num automóvel com mais de 300 CV! E há que ter cuidado á saída das curvas, pois o binário atira-nos para o outro lado da estrada sem apelo nem agravo. Há que ter muita paciência, ou então deixar o controlo de tração e estabilidade ligados. Com a eletrónica ligada, o Kauai é um carro fácil de conduzir, eficaz e razoavelmente confortável. Claro que o SUV elétrico da Hyundai não é um carro para quem gosta de sentir prazer na condução. Faz tudo bem, consegue esticar a autonomia até aos limites e por isso, tudo o resto acaba por ser desculpado.
Concorrentes
Rivais diretos do Hyundai Kauai não existem, tendo de deitar mão a modelos como o Nissan Leaf, o Renault Zoe ou o VW e-Golf. Mas nenhum deles é direto concorrente.
Motor
Pontuação 7/10
O motor elétrico do Kauai tem 204 CV e um binário de 395 Nm, disponível instantaneamente. Estes valores fazem sofrer os pneus da frente se desligarmos a eletrónica e permitem performances muito interessantes. O 0-100 km/h é cumprido em 6,7 segundos, a recuperação de aceleração entre os 50 e os 110 km/h é de 5,8 segundos, cifras espetaculares que batem modelos como o BMW i3S e fica próximo do Ford Fiesta ST! A mecânica, se lhe posso chamar assim, está equipada com o “virtual engine sound system” que emite uma imitação de um motor a funcionar, sendo este um aspeto de segurança e que só funciona a baixa velocidade. Sem o sistema, o carro é muito silencioso e nem sequer se ouve o habitual zumbido do motor elétrico. Mas quando exigirmos tudo dos 395 Nm de binário, parece que vamos dentro de um gigante carro de rádio controlo, tal o “whiiiiii” que se escuta dentro do Kauai. Destaque, ainda, para o sistema de regeneração de energia, controlado pelas patilhas colocadas atrás do volante.
Não é uma novidade, há outras marcas que o utilizam, mas oferece-nos um controlo excelente. A maioria dos elétricos aumenta a autonomia se levantarmos o pé do acelerador ou na travagem e alguns permitem que regulemos o modo mais ou me nos agressivo do sistema de regeneração. Outros, ainda, conseguem regular bastante essa forma de regenerar. Mas a Hyundai foi mais longe. O sistema de recuperação automática do Kauai utiliza os sensores do cruise control adaptativo para avaliar, constantemente, a distância para o veículo da frente permitindo que o condutor possa deixar o carro no máximo de eficiência até que o tráfego o leve a ter de reduzir essa regeneração. Pode também escolher alternar entre o mínimo e o máximo de regeneração de forma instantânea sem utilizar o pedal de travão (assegurando que há máxima regeneração) apoiando-se apenas na patilha do lado esquerdo. Se pressionar essa patilha, passa do mínimo ao máximo e o carro praticamente para.
Finalmente, dizer que o sistema do Kauaia Electric permite que possa remover, completamente, a influência do motor elétrico na ação do pedal de travão. Assim, a sensação do pedal de travão vai do péssimo no modo Eco, ao agradável nos modos Normal e Sport. Se desligarmos as ajudas à condução, o pedal de travão passa a ser convencional e atua, apenas, no sistema de travagem. Grande coisa pode estar a pensar, mas se já conduziu um veículo elétrico ou híbrido, sabe que a agradabilidade de condução passa, também por estes detalhes.
Balanço final
Pontuação 8/10
O Hyudai Kauai Electric foi uma agradável surpresa, com muitos pontos muito positivos. Primeiro a mecânica, potente e cheia de capacidades, mas muito utilizável e com um sistema de regeneração fantástico. Depois, a autonomia de 449 quilómetros, muitas vezes acima disso!, é verdadeira e acaba, praticamente, com a ansiedade da autonomia. O Kauai Electric impressiona muito por via disso. Finalmente, há algumas coisas a rever, nomeadamente, a qualidade de alguns materiais, a qualidade do comportamento e a praticabilidade. Por mais de 43 mil euros, exige-se mais, mesmo descontando que estamos a falar de um carro elétrico e que muito do preço deve-se ás baterias. Apesar de tudo isso, para mim, este é dos melhores elétricos á venda no mercado e, sobretudo, com a autonomia certa!
Autonomia real, motorização elétrica, facilidade de utilização
MenosHabitabilidade pouco generosa, comportamento, alguns detalhes de acabamento
Ficha técnica
Motor
Tipo: elétrico sincrono
Cilindrada (cm3): na
Diâmetro x Curso (mm): na
Taxa de Compressão: na
Potência máxima (CV/rpm): 204
Binário máximo (Nm/rpm): 395
Transmissão: dianteira, caixa de uma relação
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Duplo triângulo sobreposto/eixo multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados/discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,6
Velocidade máxima (km/h): 167
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 15,2 kWh
Emissões CO2 (gr/km): 0
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4180/1800/1570
Distância entre eixos (mm): 2600
Largura de vias (fr/tr mm): nd
Peso (kg): nd
Capacidade da bagageira (l): 332 a 1114
Deposito de combustível (l): na
Pneus (fr/tr): 215/55 R17
Preço da versão base (Euros): 43350€
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