Hyundai i30 N Performance Pack – Ensaio
Hyundai i30 N Performance Pack
Texto: Francisco Cruz
Tiro na mouche
Anunciada a intenção de criar uma nova família de desportivos, a Hyundai não podia ter começado melhor! É que o modelo de estreia, um i30 “especial” a que foi acrescentado o ‘N’ de Nürburgring (entre outros significados), é, em nossa opinião, um verdadeiro tiro na mouche do alvo que passou a ser a concorrência!
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Comportamento / Prestações / Sonoridade
Consumos / Aspecto interior / Visibilidade traseira
Exterior
A cor: uma espécie de azul bebé, que é também a tonalidade fetiche da nova divisão de performance ‘N’. As aplicações: em preto, ora brilhante, ora mate, aplicado em peças como a grelha, a máscara das ópticas, as zonas inferiores de pára-choques e saias laterais. Os pormenores: o lábio a vermelho que delimita os pára-choques, as luzes diurnas em LED, as (atraentes) jantes de 19″, as duas generosas ponteiras de escape separadas entre si por um discreto difusor, a aerodinâmica asa traseira com a terceira luz de stop a imitar um triângulo.
São todas estas particularidades que, em conjunto, fazem o exterior do primeiro verdadeiro desportivo compacto da Hyundai. Derivação do já muito elogiado i30, que, nesta versão mais hardcore, deixa bem patente àquilo que veio: impressionar. Sendo que, pelo menos a nós, não nos ficaram quaisquer dúvidas de que este i30 N, com N de Nürburgring (local onde foi desenvolvido), mas também com N de Namyang (o centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Hyundai na Coreia, onde, pela primeira vez, viu a luz do dia), consegue-o na plenitude…
Interior
Inesperadamente, mais “cinzento” do que as linhas exteriores fazem, à partida, antever. Desde logo, por preservar demasiadas coisas da versão mais “civilizada”. Algumas delas, sem dúvida, bem-vindas, como é o caso da boa qualidade de construção, apurada com a inclusão de ainda melhores revestimentos, ou da habitabilidade, convincente para cinco, mesmo com o lugar do meio sem o mesmo conforto dos restantes. Pelo contrário, bem menos convincentes, as linhas do tablier, demasiado “modestas” para uma proposta de tais ambições, ou até mesmo os plásticos de menor qualidade, mas ainda assim bem expostos. E que neste i30 N, têm ainda menos justificação.
Com um acesso um tudo-nada mais difícil devido à menor distância ao solo, gostámos, em particular, da posição de condução. Graças não só a um volante de óptima pega e ajustável tanto em altura como em profundidade, como também a um banco a envolver bem o corpo do ocupante, em couro e alcântara, além de com todas as regulações. Oferecendo um excelente acesso à generalidade dos comandos, com o bom apoio de uma pedaleira e apoio de pé esquerdo em alumínio e borracha, melhor até que a visibilidade traseira – esta última, a convidar, claramente, à inclusão de sensores e câmara traseira. Ambos, aliás, parte do equipamento de série.
Já lá mais atrás, na bagageira, mantêm-se os mesmo predicados da versão dita “normal”, a começar nos 395 litros de capacidade de carga, mas que a manutenção da funcionalidade de rebatimento 60/40 das costas dos bancos traseiros, permite aumentar até aos 1.287 litros. Um tudo nada menos que a capacidade da versão mais “civilizada” (1.301 litros), culpa da colocação de uma barra anti-aproximação traseira, mas, ainda assim, valor mais do que satisfatório, especialmente tratando-se de um verdadeiro desportivo…
Equipamento
Embora pertencente a uma classe à parte, a verdade é que, no capítulo do equipamento, o Hyundai i30 N segue as pisadas dos restantes irmãos – e bem! Fazendo-se pagar, é certo, mas também dando em troca um equipamento de série que, em particular na variante com Pack Performante, tem praticamente tudo o que é possível ter neste modelo.
Assim e para destacar apenas alguns aspectos verdadeiramente diferenciadores, realce para a presença, sem custos adicionais, do pack Full LED (faróis dianteiros em LED + faróis traseiros em LED), saias laterais pretas, spoiler traseiro preto brilhante, vidros e óculo traseiro escurecidos, duplas ponteira de escape e terceira luz de Stop triangular. Assim como, no interior, do ar condicionado automático de duas zonas, Bluetooth, carregador de smartphone por indução, Cruise Control com limitador de velocidade e comandos no volante, ecrã policromático de 4,2″ e sistema de navegação com ecrã táctil de 8″, emparelhamento Android Auto/Apple CarPlay, RDS e Cartão SD.
Já no capítulo técnico, o N Corner Carving Differential (E-LSD), REV matching, sistema de modos de condução N Ring (Normal, Eco, Sport, N Mode e Custom) e válvula de exaustão variável.
Finalmente e no que concerne à segurança, o contributo da ajuda ao arranque em subida (HAC), da barra de anti-aproximação traseira, câmara de estacionamento traseira com linhas auxiliares dinâmicas, sensores de chuva e de luz, além do Hyundai SmartSense – sinónimo de sistema de manutenção na faixa de rodagem (LKAS), sistema de monitorização da pressão dos pneus (TPMS), suspensão controlada electronicamente (ECS) e travagem autónoma de emergência (FCA). Mas sem pneu sobressalente ou de emergência…
Consumos
Consumos?… Mas que consumos?!… Será possível que alguém queira mesmo saber dos consumos, quando tem à disposição um quatro cilindros 2,0 litros a gasolina, com tanto fulgor e garra quanto o deste Hyundai i30 N? Quando tem um propulsor que, apoiado por uma excelente (mas também por vezes um tudo-nada resistente em demasia) caixa manual de seis velocidades, consegue, com os seus 275 cv de potência e 352 Nm de binário, ir dos 0 aos 100 km/h em não mais que 6,1 segundos? Ou então atingir os 250 km/h de velocidade máxima, com uma sonoridade que, especialmente no modo N, mais parece música dos céus? Acreditamos que não…
No entanto e até para que não nos acusem de algo esconder, aqui fica: nos quatro dias que tivemos o privilégio de andar com o i30 N, fizemos uma média a rondar os 10 l/100 km. Com muita cidade pelo meio, é certo; mas, ainda assim, temos dúvidas que seja possível descer dos 9 litros…
Ao Volante
Mais do que qualquer outro item, este é o verdadeiro motivo porque acreditamos – e dizemo-lo logo no título deste artigo – que a Hyundai acertou verdadeiramente na mouche, com este i30 N! Porque, mais do que um carro para exibir perante transeuntes e vizinhos, este primeiro modelo da nova divisão de performance da Hyundai, é, claramente, uma proposta feita, de forma superior – para gáudio do condutor, para seu disfrute e deleite, para que possa verdadeiramente sentir, mediante o simples toque num botão colocado junto ao braço direito do volante e com uma bandeira de xadrez desenhada, as sensações mais puras de um desportivo. Sendo que, uma vez satisfeito o desejo, basta passar para o modo Normal, para voltar a ter um carro para todos os dias da semana; ou, pelo menos, quase…
Confirmação plena das capacidades do Sr. Albert Biermann, o ex-líder da divisão “M” da BMW, que a Hyundai foi buscar a Munique para liderar o seu novo departamento de performance, a verdade é que o i30 N arrebata como poucos, com a sua sonoridade rouca e funda. A qual ameaça mesmo tornar-se um vício difícil de esquecer, em particular, a partir do momento em que seleccionamos o tal modo N; ou então, no mesmo botão, o N Custom – a forma de adaptar cada um dos aspectos do carro, ao gosto do condutor.
É a partir daí que motor, suspensão, Controlo Eletrónico de Estabilidade, Diferencial Eletrónico Autoblocante e até a direcção, passam a exibir a sua faceta mais desportiva, tornando o modelo sul-coreano uma verdadeira máquina de ritmos sôfregos e avassaladores, envolvidos em sonoros rateres sempre que operamos uma passagem de caixa, ao mesmo tempo que vamos sendo presenteados com sensações verdadeiramente arrebatadoras, viscerais até. E sem que isso signifique reacções incontroláveis ou prejudiciais para a estabilidade ou segurança – até porque o i30 N mostra-se uma verdadeira lapa na forma como se agarra ao asfalto, resultado não só das barras estabilizadoras e da barra anti-aproximação traseira, visível na bagageira, e que contribui para o reforço da rigidez do conjunto, mas também do excelente contributo dado pelos Pirelli PZero 235/35 R19. Eficazes, inclusivamente, naqueles momentos de arranque com o acelerador a fundo, tentando colocar à prova o Launch Control, em que a própria direcção nunca deixa de interpretar fielmente a posição das rodas no asfalto. Sendo que, em caso de necessidade, podemos contar com a eficácia de um sistema de travagem com discos de dimensões generosas, além de pinças de cor vermelha e com o emblema ‘N’ desenhado.
No entanto e para quem gosta de experimentar sensações diferentes, o i30 N oferece ainda a possibilidade de disfrutar da sua companhia noutros termos, através da opção por outros modos de condução, seleccionáveis através da patilha junto ao braço esquerdo do volante, como é o caso do Eco, do Sport ou do Normal. Modos pré-configurados em que, mais uma vez, as diferenças entre si não deixam de se fazer notar, ainda que, em nenhum deles, com o i30 N a mostrar-se particularmente confortável ou receptivo a pisos apenas um pouco mais degradados. É que, já lá diz a sabedoria popular, “não se pode ter tudo”…
Balanço Final
Já o dissemos e voltamos a afirmá-lo: a Hyundai acertou em cheio, com este i30 N! Porque se trata de uma proposta capaz de encher as medidas de qualquer aspirante a piloto, proporcionando elevadas doses de adrenalina e prazer de condução, resultado não somente de um motor pleno de força e fogosidade, mas também de um desempenho que, culminado numa sonoridade arrebatadora, consegue deixar-nos, simplesmente, rendidos. É certo que os consumos são elevados e que o próprio interior poderia/deveria ser muito mais apelativo; mas, ainda assim, o aviso fica: a concorrência que se cuide, porque este Hyundai i30 N é um tiro na mouche!…
Concorrentes
Ford Focus RS 2.3 Ecoboost (2.3 litros, 350 Cv, 266 km/h, 4.7s 0-100km/h, 7.7 l/100 km, 175 g/km, 50.393 €)
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Honda Civic Type-R GT 2.0 Turbo (2.0 litros, 320 Cv, 272 km/h, 5.7s 0-100 km/h, 7.7 l/100 km, 176 g/km, 50.040 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Opel Astra OPC 2.0 Turbo My12 (2.0 litros, 280 Cv, 250 km/h, 6.0s 0-100km/h, 8.1 l/100 km, 184 g/km, 41.420 €)
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Peugeot 308 1.6 e-THP 270 cv GTI CVM6 (1.6 litros, 270 Cv, 250 km/h, 6.0s 0-100km/h, 6.0 l/100 km, 139 g/km, 42.520 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Renault Mégane R.S. EDC (1.8 litros, 280 Cv, 250 km/h, 5.8s 0-100km/h, 6.9 l/100 km, 155 g/km, 40.480 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
SEAT Leon Cupra DSG (2.0 litros, 300 Cv, 250 km/h, 5.7s 0-100km/h, 6.8 l/100 km, 156 g/km, 42.520 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf GTI 2.0 TFSI 310 cv R (2.0 litros, 310 Cv, 250 km/h, 5.1s 0-100km/h, 7.9 l/100 km, 180 g/km, 54.995 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: quatro cilindros em linha, injecção directa, turbocompressor e intercooler
Cilindrada (cm3): 1.998
Diâmetro x curso (mm): 86×86
Taxa compressão: 9,5:1
Potência máxima (cv/rpm): 275/6.000
Binário máximo (Nm/rpm): 353 (378 em Overboost)/1.750-3.500
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica
Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson com molas helicoidais; Multi-link com molas helicoidais
Travões (fr/tr): Discos ventilados 18″/Discos ventilados 17″
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 6,1s
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 9,7/5,7/7,1
Emissões de CO2 (g/km): 163
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,335/1,795/1,447
Distância entre eixos (mm): 2,650
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.556/1.564
Peso (kg): 1.294
Capacidade da bagageira (l): 395/1.287
Depósito de combustível (l): 50
Pneus (fr/tr): 235/35 R19 / 235/35 R19
Mais/Menos
Mais
Comportamento / Prestações / Sonoridade
Menos
Consumos / Aspecto interior / Visibilidade traseira
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 43010€
Preço da versão base (Euros): €
Exterior
A cor: uma espécie de azul bebé, que é também a tonalidade fetiche da nova divisão de performance ‘N’. As aplicações: em preto, ora brilhante, ora mate, aplicado em peças como a grelha, a máscara das ópticas, as zonas inferiores de pára-choques e saias laterais. Os pormenores: o lábio a vermelho que delimita os pára-choques, as luzes diurnas em LED, as (atraentes) jantes de 19″, as duas generosas ponteiras de escape separadas entre si por um discreto difusor, a aerodinâmica asa traseira com a terceira luz de stop a imitar um triângulo.
São todas estas particularidades que, em conjunto, fazem o exterior do primeiro verdadeiro desportivo compacto da Hyundai. Derivação do já muito elogiado i30, que, nesta versão mais hardcore, deixa bem patente àquilo que veio: impressionar. Sendo que, pelo menos a nós, não nos ficaram quaisquer dúvidas de que este i30 N, com N de Nürburgring (local onde foi desenvolvido), mas também com N de Namyang (o centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Hyundai na Coreia, onde, pela primeira vez, viu a luz do dia), consegue-o na plenitude…
Interior
Inesperadamente, mais “cinzento” do que as linhas exteriores fazem, à partida, antever. Desde logo, por preservar demasiadas coisas da versão mais “civilizada”. Algumas delas, sem dúvida, bem-vindas, como é o caso da boa qualidade de construção, apurada com a inclusão de ainda melhores revestimentos, ou da habitabilidade, convincente para cinco, mesmo com o lugar do meio sem o mesmo conforto dos restantes. Pelo contrário, bem menos convincentes, as linhas do tablier, demasiado “modestas” para uma proposta de tais ambições, ou até mesmo os plásticos de menor qualidade, mas ainda assim bem expostos. E que neste i30 N, têm ainda menos justificação.
Com um acesso um tudo-nada mais difícil devido à menor distância ao solo, gostámos, em particular, da posição de condução. Graças não só a um volante de óptima pega e ajustável tanto em altura como em profundidade, como também a um banco a envolver bem o corpo do ocupante, em couro e alcântara, além de com todas as regulações. Oferecendo um excelente acesso à generalidade dos comandos, com o bom apoio de uma pedaleira e apoio de pé esquerdo em alumínio e borracha, melhor até que a visibilidade traseira – esta última, a convidar, claramente, à inclusão de sensores e câmara traseira. Ambos, aliás, parte do equipamento de série.
Já lá mais atrás, na bagageira, mantêm-se os mesmo predicados da versão dita “normal”, a começar nos 395 litros de capacidade de carga, mas que a manutenção da funcionalidade de rebatimento 60/40 das costas dos bancos traseiros, permite aumentar até aos 1.287 litros. Um tudo nada menos que a capacidade da versão mais “civilizada” (1.301 litros), culpa da colocação de uma barra anti-aproximação traseira, mas, ainda assim, valor mais do que satisfatório, especialmente tratando-se de um verdadeiro desportivo…
Equipamento
Embora pertencente a uma classe à parte, a verdade é que, no capítulo do equipamento, o Hyundai i30 N segue as pisadas dos restantes irmãos – e bem! Fazendo-se pagar, é certo, mas também dando em troca um equipamento de série que, em particular na variante com Pack Performante, tem praticamente tudo o que é possível ter neste modelo.
Assim e para destacar apenas alguns aspectos verdadeiramente diferenciadores, realce para a presença, sem custos adicionais, do pack Full LED (faróis dianteiros em LED + faróis traseiros em LED), saias laterais pretas, spoiler traseiro preto brilhante, vidros e óculo traseiro escurecidos, duplas ponteira de escape e terceira luz de Stop triangular. Assim como, no interior, do ar condicionado automático de duas zonas, Bluetooth, carregador de smartphone por indução, Cruise Control com limitador de velocidade e comandos no volante, ecrã policromático de 4,2″ e sistema de navegação com ecrã táctil de 8″, emparelhamento Android Auto/Apple CarPlay, RDS e Cartão SD.
Já no capítulo técnico, o N Corner Carving Differential (E-LSD), REV matching, sistema de modos de condução N Ring (Normal, Eco, Sport, N Mode e Custom) e válvula de exaustão variável.
Finalmente e no que concerne à segurança, o contributo da ajuda ao arranque em subida (HAC), da barra de anti-aproximação traseira, câmara de estacionamento traseira com linhas auxiliares dinâmicas, sensores de chuva e de luz, além do Hyundai SmartSense – sinónimo de sistema de manutenção na faixa de rodagem (LKAS), sistema de monitorização da pressão dos pneus (TPMS), suspensão controlada electronicamente (ECS) e travagem autónoma de emergência (FCA). Mas sem pneu sobressalente ou de emergência…
Consumos
Consumos?… Mas que consumos?!… Será possível que alguém queira mesmo saber dos consumos, quando tem à disposição um quatro cilindros 2,0 litros a gasolina, com tanto fulgor e garra quanto o deste Hyundai i30 N? Quando tem um propulsor que, apoiado por uma excelente (mas também por vezes um tudo-nada resistente em demasia) caixa manual de seis velocidades, consegue, com os seus 275 cv de potência e 352 Nm de binário, ir dos 0 aos 100 km/h em não mais que 6,1 segundos? Ou então atingir os 250 km/h de velocidade máxima, com uma sonoridade que, especialmente no modo N, mais parece música dos céus? Acreditamos que não…
No entanto e até para que não nos acusem de algo esconder, aqui fica: nos quatro dias que tivemos o privilégio de andar com o i30 N, fizemos uma média a rondar os 10 l/100 km. Com muita cidade pelo meio, é certo; mas, ainda assim, temos dúvidas que seja possível descer dos 9 litros…
Ao volante
Mais do que qualquer outro item, este é o verdadeiro motivo porque acreditamos – e dizemo-lo logo no título deste artigo – que a Hyundai acertou verdadeiramente na mouche, com este i30 N! Porque, mais do que um carro para exibir perante transeuntes e vizinhos, este primeiro modelo da nova divisão de performance da Hyundai, é, claramente, uma proposta feita, de forma superior – para gáudio do condutor, para seu disfrute e deleite, para que possa verdadeiramente sentir, mediante o simples toque num botão colocado junto ao braço direito do volante e com uma bandeira de xadrez desenhada, as sensações mais puras de um desportivo. Sendo que, uma vez satisfeito o desejo, basta passar para o modo Normal, para voltar a ter um carro para todos os dias da semana; ou, pelo menos, quase…
Confirmação plena das capacidades do Sr. Albert Biermann, o ex-líder da divisão “M” da BMW, que a Hyundai foi buscar a Munique para liderar o seu novo departamento de performance, a verdade é que o i30 N arrebata como poucos, com a sua sonoridade rouca e funda. A qual ameaça mesmo tornar-se um vício difícil de esquecer, em particular, a partir do momento em que seleccionamos o tal modo N; ou então, no mesmo botão, o N Custom – a forma de adaptar cada um dos aspectos do carro, ao gosto do condutor.
É a partir daí que motor, suspensão, Controlo Eletrónico de Estabilidade, Diferencial Eletrónico Autoblocante e até a direcção, passam a exibir a sua faceta mais desportiva, tornando o modelo sul-coreano uma verdadeira máquina de ritmos sôfregos e avassaladores, envolvidos em sonoros rateres sempre que operamos uma passagem de caixa, ao mesmo tempo que vamos sendo presenteados com sensações verdadeiramente arrebatadoras, viscerais até. E sem que isso signifique reacções incontroláveis ou prejudiciais para a estabilidade ou segurança – até porque o i30 N mostra-se uma verdadeira lapa na forma como se agarra ao asfalto, resultado não só das barras estabilizadoras e da barra anti-aproximação traseira, visível na bagageira, e que contribui para o reforço da rigidez do conjunto, mas também do excelente contributo dado pelos Pirelli PZero 235/35 R19. Eficazes, inclusivamente, naqueles momentos de arranque com o acelerador a fundo, tentando colocar à prova o Launch Control, em que a própria direcção nunca deixa de interpretar fielmente a posição das rodas no asfalto. Sendo que, em caso de necessidade, podemos contar com a eficácia de um sistema de travagem com discos de dimensões generosas, além de pinças de cor vermelha e com o emblema ‘N’ desenhado.
No entanto e para quem gosta de experimentar sensações diferentes, o i30 N oferece ainda a possibilidade de disfrutar da sua companhia noutros termos, através da opção por outros modos de condução, seleccionáveis através da patilha junto ao braço esquerdo do volante, como é o caso do Eco, do Sport ou do Normal. Modos pré-configurados em que, mais uma vez, as diferenças entre si não deixam de se fazer notar, ainda que, em nenhum deles, com o i30 N a mostrar-se particularmente confortável ou receptivo a pisos apenas um pouco mais degradados. É que, já lá diz a sabedoria popular, “não se pode ter tudo”…
Concorrentes
Ford Focus RS 2.3 Ecoboost (2.3 litros, 350 Cv, 266 km/h, 4.7s 0-100km/h, 7.7 l/100 km, 175 g/km, 50.393 €)
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Honda Civic Type-R GT 2.0 Turbo (2.0 litros, 320 Cv, 272 km/h, 5.7s 0-100 km/h, 7.7 l/100 km, 176 g/km, 50.040 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Opel Astra OPC 2.0 Turbo My12 (2.0 litros, 280 Cv, 250 km/h, 6.0s 0-100km/h, 8.1 l/100 km, 184 g/km, 41.420 €)
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Peugeot 308 1.6 e-THP 270 cv GTI CVM6 (1.6 litros, 270 Cv, 250 km/h, 6.0s 0-100km/h, 6.0 l/100 km, 139 g/km, 42.520 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Renault Mégane R.S. EDC (1.8 litros, 280 Cv, 250 km/h, 5.8s 0-100km/h, 6.9 l/100 km, 155 g/km, 40.480 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
SEAT Leon Cupra DSG (2.0 litros, 300 Cv, 250 km/h, 5.7s 0-100km/h, 6.8 l/100 km, 156 g/km, 42.520 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf GTI 2.0 TFSI 310 cv R (2.0 litros, 310 Cv, 250 km/h, 5.1s 0-100km/h, 7.9 l/100 km, 180 g/km, 54.995 €)
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Balanço final
Já o dissemos e voltamos a afirmá-lo: a Hyundai acertou em cheio, com este i30 N! Porque se trata de uma proposta capaz de encher as medidas de qualquer aspirante a piloto, proporcionando elevadas doses de adrenalina e prazer de condução, resultado não somente de um motor pleno de força e fogosidade, mas também de um desempenho que, culminado numa sonoridade arrebatadora, consegue deixar-nos, simplesmente, rendidos. É certo que os consumos são elevados e que o próprio interior poderia/deveria ser muito mais apelativo; mas, ainda assim, o aviso fica: a concorrência que se cuide, porque este Hyundai i30 N é um tiro na mouche!…
Comportamento / Prestações / Sonoridade
Menos
Consumos / Aspecto interior / Visibilidade traseira
Ficha técnica
Motor
Tipo: quatro cilindros em linha, injecção directa, turbocompressor e intercooler
Cilindrada (cm3): 1.998
Diâmetro x curso (mm): 86×86
Taxa compressão: 9,5:1
Potência máxima (cv/rpm): 275/6.000
Binário máximo (Nm/rpm): 353 (378 em Overboost)/1.750-3.500
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica
Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson com molas helicoidais; Multi-link com molas helicoidais
Travões (fr/tr): Discos ventilados 18″/Discos ventilados 17″
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 6,1s
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 9,7/5,7/7,1
Emissões de CO2 (g/km): 163
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,335/1,795/1,447
Distância entre eixos (mm): 2,650
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.556/1.564
Peso (kg): 1.294
Capacidade da bagageira (l): 395/1.287
Depósito de combustível (l): 50
Pneus (fr/tr): 235/35 R19 / 235/35 R19
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