Honda HR-V Elegance Navi – Ensaio Teste

By on 15 Maio, 2020

Honda HR-V Elegance Navi

Texto: José Manuel Costa ([email protected])

O eterno esquecido

Recordam-se do original? Não aquele de cinco portas, o primeiro com apenas três portas que parecia um carro normal, mas com suspensão arregaçada? O original HR-V tinha como base o Logo, citadino da Honda e tinha este nome – e isto é a Honda que conta no seu sítio oficial! – porque se chamava High-Rider Revolutionary Veihcle. O que isso queria dizer? Bom, nada! Era apenas uma forma de o destacar como membro da família SUV da Honda, nascida com o CR-V, um veículo que mantendo mais espaço para bagagem, posição de condução dominante e reduzidos consumos, tivesse maior maneabilidade que o CR-V. O modelo ficou conhecido, também, como “Joy Machine” forma de piscar o olho aos mais jovens. Nasceu em 1999, viveu até 2006 e pelo meio, em 2003, desapareceu a versão de três portas em favor da mais versátil cinco portas. Para a época, era um carro moderno e à frente no seu tempo: tinha ABS, airbags, ESP, entre outras minudências. Nunca teve motor diesel e isso acabou por o “matar” no Velho Continente, tendo desaparecido do mercado em 2006. Só em 2014 é que a Honda fez regressar o HR-V, agora com um estilo mais SUV e já conheceu um restyling. Em Portugal só se vende com motor a gasolina, o bloco 1.5 litros com 182 CV.

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.


Mais:

Caixa de velocidades, habitáculo      

Menos:

Comportamento, Direção

Exterior

7/10

Pontuação 7/10

O estilo do HR-V foi ditado por aquilo que americanos e japoneses desejavam e por isso é que parece desfasado face ao novo Civic. Fica assim como que a meio da ponte, pois quando ficou definido já estava decidido que não iriam continuar a apostar no futurismo do anterior Civic. Como o novo ainda vinha longe, ficou assim. E a verdade é que não está nada mal e, visualmente, (ainda) é agradável á vista com as suas proporções compactas e as formas redondas que marcam a lateral e a traseira, com o detalhe do puxador da porta traseira estar escondido. Não é original, mas fica bem. Na frente, voltamos aos faróis que rasgam a frente e desaguam numa grelha com moldura negra. Enfim, os homens da Honda conseguiram sacar um desenho musculado que está nos antípodas do menos inspirado estilo do HR-V original, tendo o “restyling” sido bem feito, pois a transição entre um e outro é suave e quase não se notam as diferenças, presentes especialmente na frente do carro.

Interior

7/10

Pontuação 7/10

No interior, a Honda voltou a rejeitar o futurismo do Civic e por isso mesmo o HR-V é muito mais convencional, estando tudo mais bem arrumado na zona frente ao condutor e na parte inferior. O Honda Connect, sistema de info entretenimento da casa japonesa, está muito bem integrado no topo da consola central, com os comandos da climatização colocados debaixo do ecrã sensível ao toque de 7 polegadas, sendo também eles sensíveis ao toque. Tudo envolvido por um tablier que parte dele está virado para o condutor. Os bancos dianteiros são confortáveis e possuem belíssimo apoio lateral. Já atrás, o espaço em altura não é tão generoso e o banco é mais duro e desconfortável o que vai provocar algumas reclamações em longas viagens. E posso dize-lo sem problemas, pois cumpri alguns quilómetros no banco traseiro do HR-V e, na verdade, precisavam de um pouco mais de almofada.

Voltando ao posto de condução, ficamos muito bem sentados e tudo roça a perfeição o que, cumprindo com o requisito do banco do condutor estar mais elevado, ali a meio caminho entre a posição de camião e a posição de desportivo de alguns dos rivais do HR-V, permite que a ideia de crossover não seja traída e satisfaça os clientes. A Honda trabalhou muito na insonorização, mas a verdade é que o HR-V não consegue esconder o barulho nada interessante do bloco 1.5 litros. A Honda deveria ter feito melhor trabalho neste caso. A qualidade dos materiais é boa, com exceção de alguns pormenores como o forro do tejadilho mal rematado sendo possível meter a mão dentro dele junto ao para-brisas ou algumas zonas mais remotas servidas por plásticos duros. Ainda assim, o HR-V tem boa qualidade de montagem e de materiais. Suficiente para suportar o peso dos anos tal como sucede com muitos Honda do passado. Além da boa qualidade, destaque para a boa montagem, exceção feita ao tal pormenor que acima refiro do forro do tejadilho.

Equipamento

6/10

Pontuação 6/10  

O equipamento desta versão Elegance Navi é muito completo, com vidros elétricos e ar condicionado automático, acesso e arranque mãos livres e sistema de navegação, sistema de info entretenimento com Apple CarPlay e Android Auto e carregador por indução, sensores de chuva e luz e jantes de liga leve. Depois há vários opcionais, numa lista longa da qual destacamos a pintura metalizada (550 euros) e jantes de liga leve 18” (entre 279 e 2.983 euros), pacote cargo (546 euros) e pacote iluminação (536 euros), iluminação interior (219 euros) e Pacote Aero (2.052 euros), Pacote Cromado (431 euros) e Pacote Convinience (482 euros) mais barras de tejadilho (219 euros). A longa lista de acessórios pode ser consultada no sítio da Honda. https://honda-automoveis.pt/pt/configurador/hrv/elegance-navi/1-5-i-vtec-elegance-manual/

Consumos

/10

Pontuação 5/10

O bloco a gasolina, tecnicamente desenvolvido, oferece boas performances, no que toca aos consumos, acaba por se destacar. Numa utilização normal, raramente os valores subiram acima dos 7 litros por cada centena de quilómetros. Puxando por tudo o que o motor tem para dar, fiquei nos 8,7 l/100 km. Contas feitas, o consumo do ensaio ficou nos 7,1 l/100 km.  

Ao Volante

7/10

Pontuação 7/10

A alavanca da caixa de velocidades é já um clássico na Honda que terá, provavelmente, os melhores comandos de caixa do mercado. Lembra-nos, sempre, a razão para não escolher a unidade de caixa automática CVT. Em andamento, a leveza exibida na báscula não é repercutida no comportamento. O HR-V não se mostra tão ágil como o esperado, mas a direção muito bem calibrada e as suspensões que ficam entre o suave e o menos suave, disfarçam a atuação. Numa utilização normal, o HR-V é fácil de conduzir e a caixa de velocidades ajuda muito. Enfim, o HR-V é um carro onde se vive muito e onde as viagens longas não serão um problema, antes pelo contrário.

Motor

7/10

Pontuação 7/10

O bloco a gasolina com 1.5 litros conta com sobrealimentação e muita tecnologia no comando das válvulas para oferecer um comportamento diferenciado dependendo da vontade do utilizador. Até determinado ponto, é pacato e eficiente, mas quando passamos esse ponto e nos aproximamos do “red line” e do limitador, o motor muda de voz e torna-se mais vivaço e mais disponível. A caixa de velocidades é excelente e o comando ótimo.

Balanço Final

7/10

Pontuação 7/10

Continuo a gostar muito do HR-V e de como a Honda soube reinventar um carro que estava “morto” há anos. O HR-V não vai conseguir roubar o lugar dos líderes do segmento, mas o objetivo nunca foram modelos como o Nissan Qashqai ou o VW Tiguan, mas sim o Mazda CX-3 e modelos como o Renault Kadjar e nesse particular o HR-V é, realmente, uma boa opção. Está bem equipado e tem um preço interessante. Vale a pena ponderar como alternativa a outros crossover e SUV.

Concorrentes

Mazda CX-3 1998 c.c. turbo a gasolina; 150 CV; 195 Nm; 0-100 km/h nd; nd; 5,8 l/100 km, 135 gr/km de CO2; 28.742 euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

  

 

Renault Kadjar 1332 c.c. turbo a gasolina; 159 CV; 260 Nm; 0-100 km/h em 9,9 seg; 2510 km/h; nd; nd CO2; 33.755 euros

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Ficha Técnica

Motor

Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta com turbocompressor

Cilindrada (cm3): 1498

Diâmetro x Curso (mm): 73 x 89,5

Taxa de Compressão: 10,6

Potência máxima (CV/rpm): 182/5500

Binário máximo (Nm/rpm): 240/1900

Transmissão: dianteira com caixa manual de seis velocidades

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/eixo de torção

Travões (fr/tr): discos ventilados/discos

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 7,8

Velocidade máxima (km/h): 215

Consumos misto (l/100 km): 5,1 – 7,3

Emissões CO2 (gr/km): 135

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4346/1980/1605

Distância entre eixos (mm): 2610

Largura de vias (fr/tr mm): nd

Peso (kg): 1341

Capacidade da bagageira (l): 448/1043

Deposito de combustível (l): 50 Pneus (fr/tr): 215/55 R17  

Mais/Menos


Mais

Caixa de velocidades, habitáculo      

Menos

Comportamento, Direção

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 28225€

Preço da versão base (Euros): 28225€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Pontuação 7/10

O estilo do HR-V foi ditado por aquilo que americanos e japoneses desejavam e por isso é que parece desfasado face ao novo Civic. Fica assim como que a meio da ponte, pois quando ficou definido já estava decidido que não iriam continuar a apostar no futurismo do anterior Civic. Como o novo ainda vinha longe, ficou assim. E a verdade é que não está nada mal e, visualmente, (ainda) é agradável á vista com as suas proporções compactas e as formas redondas que marcam a lateral e a traseira, com o detalhe do puxador da porta traseira estar escondido. Não é original, mas fica bem. Na frente, voltamos aos faróis que rasgam a frente e desaguam numa grelha com moldura negra. Enfim, os homens da Honda conseguiram sacar um desenho musculado que está nos antípodas do menos inspirado estilo do HR-V original, tendo o “restyling” sido bem feito, pois a transição entre um e outro é suave e quase não se notam as diferenças, presentes especialmente na frente do carro.

Interior

Pontuação 7/10

No interior, a Honda voltou a rejeitar o futurismo do Civic e por isso mesmo o HR-V é muito mais convencional, estando tudo mais bem arrumado na zona frente ao condutor e na parte inferior. O Honda Connect, sistema de info entretenimento da casa japonesa, está muito bem integrado no topo da consola central, com os comandos da climatização colocados debaixo do ecrã sensível ao toque de 7 polegadas, sendo também eles sensíveis ao toque. Tudo envolvido por um tablier que parte dele está virado para o condutor. Os bancos dianteiros são confortáveis e possuem belíssimo apoio lateral. Já atrás, o espaço em altura não é tão generoso e o banco é mais duro e desconfortável o que vai provocar algumas reclamações em longas viagens. E posso dize-lo sem problemas, pois cumpri alguns quilómetros no banco traseiro do HR-V e, na verdade, precisavam de um pouco mais de almofada.

Voltando ao posto de condução, ficamos muito bem sentados e tudo roça a perfeição o que, cumprindo com o requisito do banco do condutor estar mais elevado, ali a meio caminho entre a posição de camião e a posição de desportivo de alguns dos rivais do HR-V, permite que a ideia de crossover não seja traída e satisfaça os clientes. A Honda trabalhou muito na insonorização, mas a verdade é que o HR-V não consegue esconder o barulho nada interessante do bloco 1.5 litros. A Honda deveria ter feito melhor trabalho neste caso. A qualidade dos materiais é boa, com exceção de alguns pormenores como o forro do tejadilho mal rematado sendo possível meter a mão dentro dele junto ao para-brisas ou algumas zonas mais remotas servidas por plásticos duros. Ainda assim, o HR-V tem boa qualidade de montagem e de materiais. Suficiente para suportar o peso dos anos tal como sucede com muitos Honda do passado. Além da boa qualidade, destaque para a boa montagem, exceção feita ao tal pormenor que acima refiro do forro do tejadilho.

Equipamento

Pontuação 6/10  

O equipamento desta versão Elegance Navi é muito completo, com vidros elétricos e ar condicionado automático, acesso e arranque mãos livres e sistema de navegação, sistema de info entretenimento com Apple CarPlay e Android Auto e carregador por indução, sensores de chuva e luz e jantes de liga leve. Depois há vários opcionais, numa lista longa da qual destacamos a pintura metalizada (550 euros) e jantes de liga leve 18” (entre 279 e 2.983 euros), pacote cargo (546 euros) e pacote iluminação (536 euros), iluminação interior (219 euros) e Pacote Aero (2.052 euros), Pacote Cromado (431 euros) e Pacote Convinience (482 euros) mais barras de tejadilho (219 euros). A longa lista de acessórios pode ser consultada no sítio da Honda. https://honda-automoveis.pt/pt/configurador/hrv/elegance-navi/1-5-i-vtec-elegance-manual/

Consumos

Pontuação 5/10

O bloco a gasolina, tecnicamente desenvolvido, oferece boas performances, no que toca aos consumos, acaba por se destacar. Numa utilização normal, raramente os valores subiram acima dos 7 litros por cada centena de quilómetros. Puxando por tudo o que o motor tem para dar, fiquei nos 8,7 l/100 km. Contas feitas, o consumo do ensaio ficou nos 7,1 l/100 km.  

Ao volante

Pontuação 7/10

A alavanca da caixa de velocidades é já um clássico na Honda que terá, provavelmente, os melhores comandos de caixa do mercado. Lembra-nos, sempre, a razão para não escolher a unidade de caixa automática CVT. Em andamento, a leveza exibida na báscula não é repercutida no comportamento. O HR-V não se mostra tão ágil como o esperado, mas a direção muito bem calibrada e as suspensões que ficam entre o suave e o menos suave, disfarçam a atuação. Numa utilização normal, o HR-V é fácil de conduzir e a caixa de velocidades ajuda muito. Enfim, o HR-V é um carro onde se vive muito e onde as viagens longas não serão um problema, antes pelo contrário.

Concorrentes

Mazda CX-3 1998 c.c. turbo a gasolina; 150 CV; 195 Nm; 0-100 km/h nd; nd; 5,8 l/100 km, 135 gr/km de CO2; 28.742 euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

  

 

Renault Kadjar 1332 c.c. turbo a gasolina; 159 CV; 260 Nm; 0-100 km/h em 9,9 seg; 2510 km/h; nd; nd CO2; 33.755 euros

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Motor

Pontuação 7/10

O bloco a gasolina com 1.5 litros conta com sobrealimentação e muita tecnologia no comando das válvulas para oferecer um comportamento diferenciado dependendo da vontade do utilizador. Até determinado ponto, é pacato e eficiente, mas quando passamos esse ponto e nos aproximamos do “red line” e do limitador, o motor muda de voz e torna-se mais vivaço e mais disponível. A caixa de velocidades é excelente e o comando ótimo.

Balanço final

Pontuação 7/10

Continuo a gostar muito do HR-V e de como a Honda soube reinventar um carro que estava “morto” há anos. O HR-V não vai conseguir roubar o lugar dos líderes do segmento, mas o objetivo nunca foram modelos como o Nissan Qashqai ou o VW Tiguan, mas sim o Mazda CX-3 e modelos como o Renault Kadjar e nesse particular o HR-V é, realmente, uma boa opção. Está bem equipado e tem um preço interessante. Vale a pena ponderar como alternativa a outros crossover e SUV.

Mais

Caixa de velocidades, habitáculo      

Menos

Comportamento, Direção

Ficha técnica

Motor

Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta com turbocompressor

Cilindrada (cm3): 1498

Diâmetro x Curso (mm): 73 x 89,5

Taxa de Compressão: 10,6

Potência máxima (CV/rpm): 182/5500

Binário máximo (Nm/rpm): 240/1900

Transmissão: dianteira com caixa manual de seis velocidades

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/eixo de torção

Travões (fr/tr): discos ventilados/discos

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 7,8

Velocidade máxima (km/h): 215

Consumos misto (l/100 km): 5,1 – 7,3

Emissões CO2 (gr/km): 135

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4346/1980/1605

Distância entre eixos (mm): 2610

Largura de vias (fr/tr mm): nd

Peso (kg): 1341

Capacidade da bagageira (l): 448/1043

Deposito de combustível (l): 50 Pneus (fr/tr): 215/55 R17  

Preço da versão ensaiada (Euros): 28225€
Preço da versão base (Euros): 28225€