Honda HR-V 1.5 e:HEV – Ensaio Teste
Verdadeiro sucessor
Já pertence ao milénio passado, mas ainda me lembro da primeira geração do Honda HR-V e do seu formato mais quadrado. E também me lembro de uma pessoa que tinha um cinzento de três portas e que não trocava por nada. Não havia mais nada parecido, nem com tanto espaço a bordo. Realmente, o primeiro HR-V tinha um habitáculo bastante amplo e um formato bastante original, nada como o da segunda geração, em que o seu desenho já tinha de ser mais adequado a um mundo em que os SUV tinham cada vez mais protagonismo. Com o novo HR-V fico com a ideia de que este é que é o verdadeiro sucessor da primeira geração. Inclui um visual original, cinco portas, mas que parecem ser três, um desenho com detalhes de coupé e muito espaço no habitáculo. E claro, um sistema híbrido bastante evoluído. Afinal, entretanto, já estamos em 2022.
Texto: André Mendes
– Médias de consumo
– Espaço a bordo
– Bancos mágicos
– Caixa de variação contínua;
– Bagageira podia ser mais ampla;
Exterior
O desenho da carroçaria do novo Honda HR-V segue mais a originalidade da primeira geração deste modelo, mesmo sem parecer uma caixa de sapatos. O desenho da frente traz-nos para a nova linguagem estilística da marca nipónica e o facto de a grelha estar pintada na mesma cor da carroçaria é bastante original e fica bem no conjunto. Na secção traseira há também um maior grau de sofisticação, com um visual mais desportivo quase ao jeito de um coupé, e uma faixa vermelha em LED a deixar tudo num conjunto bastante moderno e apelativo, mas que não se assemelha à grande maioria dos SUV que já temos no mercado.
Interior
Nos lugares da frente, o visual mais sofisticado é reconhecido de outros Honda, como o “e”, por exemplo, o modelo totalmente elétrico. Mas no HR-V está presente um sistema mais elaborado nas saídas da ventilação que permite espalhar melhor o ar pelo habitáculo, ou canalizá-lo numa direção mais precisa. A posição de condução mais elevada é correta e simples de encontrar, com regulações suficientemente amplas e lá atrás, há ainda mais espaço disponível, especialmente no que diz respeito às pernas dos passageiros traseiros. Em altura, a medida já é mais limitada por causa do desenho do tejadilho, mas nada que inspire grandes cuidados.
Na bagageira, os 320 litros da capacidade já incluem o buraco que se encontra debaixo do piso e já não conta com os litros “roubados” pelo sistema de som mais evoluído que faz parte do equipamento de série da versão Lifestyle. São apenas 320 litros, mas a verdade é que o acesso é excelente e numa utilização convencional foi mais do que suficiente. Para compensar, a presença dos assentos mágicos faz com que as costas dos assentos traseiros se possam rebater em conjunto com a base, deixando um amplo e plano espaço disponível para quando as coisas a transportar têm uma dimensão acima da média.
Equipamento
As barras longitudinais no tejadilho, os pequenos apontamentos de três cores na grelha frontal e os frisos em laranja, indicam-nos que esta é a versão Lifestyle, ou seja, o topo da oferta no novo Honda HR-V. Além disso, nesta versão, o duplo tom da carroçaria com o tejadilho negro faz parte do equipamento de série e as capas dos espelhos estão pintados no tom do tejadilho, em vez de receberem a cor da carroçaria. A bordo, há também detalhes específicos, como os assentos forrados em tecido e pele num tom mais claro e que encontramos igualmente na faixa horizontal do tablier e nos painéis das portas. Na versão Lifestyle é também onde podemos encontrar o sistema de carregamento sem fios para o telemóvel e o sistema de som Premium. Comum a todas as versões é o sistema de infotainment com a possibilidade de ligação a smartphones com Apple CarPlay ou Android Auto e o painel de instrumentos que é quase totalmente digital, com exceção do ponteiro do velocímetro.
Consumos
O sistema híbrido da Honda, não sendo um plug-in, é um verdadeiro prodígio quando tentamos obter a média de consumo mais comedida possível. Mas o mais engraçado é mesmo quando não estamos sequer a tentar ou a pensar nisso e conseguimos valores em torno dos cinco litros, ou mesmo abaixo, enquanto andamos pela cidade. Em zonas planas e descidas fluidas, o modo “EV”, ou seja, totalmente elétrico, ativa-se com bastante frequência e basta uma longa descida para conseguirmos carregar uma boa percentagem da bateria. No final, deixámos a média de consumo nos 5,1 litros, um valor abaixo dos 5,4 declarados pela marca, com quase 300 quilómetros percorridos entre cidade, estrada e autoestrada, quase sempre com o ar condicionado ligado e numa das deslocações, com quatro pessoas a bordo.
Ao Volante
Uma postura correta e confortável ao volante acaba por nos envolver mais na condução e as deslocações pela cidade são tranquilas, com uma boa visibilidade e com os bons préstimos do sistema híbrido. Mas depois, passamos por uma subida de autoestrada de inclinação mais acentuada e bastam apenas alguns segundos para nos lembrarmos da presença da caixa de variação contínua. É certo que continua a ser a solução mais eficiente para o sistema híbrido, mas com esta eCVT, ficamos sempre com a sensação de que é o próprio sistema que se está a boicotar, quando aumenta de regime de uma forma disparatada numa subida, ao mesmo tempo que estamos a tentar poupar combustível. Para tentar melhorar a experiência, há três modos de condução (Eco, Normal e Sport), que apenas melhoram a resposta às solicitações do pedal direito.
Motor
No Honda HR-V podemos contar com a presença do sistema híbrido e:HEV da Honda, que é um pouco mais complexo que o habitual. Inclui um motor térmico de 107 cavalos a gasolina, mas que serve apenas como fonte de energia para o gerador que alimenta o motor elétrico, sendo que este já conta com 131 cavalos no eixo dianteiro, um valor perfeitamente adequado ao tamanho do HR-V e aos menos de 1400 quilos que pesa. Em autoestrada, por norma, os motores elétricos com apenas uma relação não são lá muito eficientes, e por isso, este é o momento em que o sistema e:HEV consegue ligar o motor térmico diretamente ao eixo motriz e fazer com que seja este, principalmente, a passar tração para as rodas.
Balanço Final
O visual do novo Honda HR-V consegue cativar-nos num mundo automóvel em que quase tudo já nos parece igual. Há ali “algo” de diferente. Apesar do visual mais crescido, sabemos que não se trata de um todo-o-terreno, ainda que a distância ao solo já seja razoável. Mas a melhor das surpresas é mesmo a nova política de preços da Honda, em que o valor indicado não inclui asteriscos, nem outras surpresas. É mesmo aquele, já com despesas e pintura metalizada e todas as coisas que se costumam ter de adicionar ao valor final. Na Honda, isso deixou de acontecer. O Honda HR-V na versão Lifestyle custa 41.750 euros. Nem mais, nem menos.
Concorrentes
Nissan Juke 1.6 Hybrid
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, híbrido; potência: 143 cavalos; consumo médio: 5,1 l/100km; preço base: 32.700 €
Toyota C-HR 1.8 Hybrid
Motor: quatro cilindros, 1.8 litros, híbrido; potência: 122 cavalos; consumo médio: 5,3 l/100km; preço base: 31.100 €
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina
Cilindrada (cm3): 1.498
Potência máxima (CV/rpm): 131/6.000-6.400
Binário máximo (Nm/rpm): 253/4.500-5.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Caixa de variação contínua (CVT)
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 10,7
Velocidade máxima (km/h): 170
Consumos misto (l/100 km): 5,4
Emissões CO2 (gr/km): 122
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.340/1.790/1.582
Distância entre eixos (mm): 2.610
Largura de vias (fr/tr mm): 1.535/1.540
Peso (kg): 1.380
Capacidade da bagageira (l): 320
Deposito de combustível (l): 40
Pneus (fr/tr): 225/50 R18
Preço da versão ensaiada (Euros): 41.750 €
Preço da versão base (Euros): 35.250 €
Mais/Menos
Mais
– Médias de consumo
– Espaço a bordo
– Bancos mágicos
Menos
– Caixa de variação contínua;
– Bagageira podia ser mais ampla;
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 41750€
Preço da versão base (Euros): 35250€
Exterior
O desenho da carroçaria do novo Honda HR-V segue mais a originalidade da primeira geração deste modelo, mesmo sem parecer uma caixa de sapatos. O desenho da frente traz-nos para a nova linguagem estilística da marca nipónica e o facto de a grelha estar pintada na mesma cor da carroçaria é bastante original e fica bem no conjunto. Na secção traseira há também um maior grau de sofisticação, com um visual mais desportivo quase ao jeito de um coupé, e uma faixa vermelha em LED a deixar tudo num conjunto bastante moderno e apelativo, mas que não se assemelha à grande maioria dos SUV que já temos no mercado.
Interior
Nos lugares da frente, o visual mais sofisticado é reconhecido de outros Honda, como o “e”, por exemplo, o modelo totalmente elétrico. Mas no HR-V está presente um sistema mais elaborado nas saídas da ventilação que permite espalhar melhor o ar pelo habitáculo, ou canalizá-lo numa direção mais precisa. A posição de condução mais elevada é correta e simples de encontrar, com regulações suficientemente amplas e lá atrás, há ainda mais espaço disponível, especialmente no que diz respeito às pernas dos passageiros traseiros. Em altura, a medida já é mais limitada por causa do desenho do tejadilho, mas nada que inspire grandes cuidados.
Na bagageira, os 320 litros da capacidade já incluem o buraco que se encontra debaixo do piso e já não conta com os litros “roubados” pelo sistema de som mais evoluído que faz parte do equipamento de série da versão Lifestyle. São apenas 320 litros, mas a verdade é que o acesso é excelente e numa utilização convencional foi mais do que suficiente. Para compensar, a presença dos assentos mágicos faz com que as costas dos assentos traseiros se possam rebater em conjunto com a base, deixando um amplo e plano espaço disponível para quando as coisas a transportar têm uma dimensão acima da média.
Equipamento
As barras longitudinais no tejadilho, os pequenos apontamentos de três cores na grelha frontal e os frisos em laranja, indicam-nos que esta é a versão Lifestyle, ou seja, o topo da oferta no novo Honda HR-V. Além disso, nesta versão, o duplo tom da carroçaria com o tejadilho negro faz parte do equipamento de série e as capas dos espelhos estão pintados no tom do tejadilho, em vez de receberem a cor da carroçaria. A bordo, há também detalhes específicos, como os assentos forrados em tecido e pele num tom mais claro e que encontramos igualmente na faixa horizontal do tablier e nos painéis das portas. Na versão Lifestyle é também onde podemos encontrar o sistema de carregamento sem fios para o telemóvel e o sistema de som Premium. Comum a todas as versões é o sistema de infotainment com a possibilidade de ligação a smartphones com Apple CarPlay ou Android Auto e o painel de instrumentos que é quase totalmente digital, com exceção do ponteiro do velocímetro.
Consumos
O sistema híbrido da Honda, não sendo um plug-in, é um verdadeiro prodígio quando tentamos obter a média de consumo mais comedida possível. Mas o mais engraçado é mesmo quando não estamos sequer a tentar ou a pensar nisso e conseguimos valores em torno dos cinco litros, ou mesmo abaixo, enquanto andamos pela cidade. Em zonas planas e descidas fluidas, o modo “EV”, ou seja, totalmente elétrico, ativa-se com bastante frequência e basta uma longa descida para conseguirmos carregar uma boa percentagem da bateria. No final, deixámos a média de consumo nos 5,1 litros, um valor abaixo dos 5,4 declarados pela marca, com quase 300 quilómetros percorridos entre cidade, estrada e autoestrada, quase sempre com o ar condicionado ligado e numa das deslocações, com quatro pessoas a bordo.
Ao volante
Uma postura correta e confortável ao volante acaba por nos envolver mais na condução e as deslocações pela cidade são tranquilas, com uma boa visibilidade e com os bons préstimos do sistema híbrido. Mas depois, passamos por uma subida de autoestrada de inclinação mais acentuada e bastam apenas alguns segundos para nos lembrarmos da presença da caixa de variação contínua. É certo que continua a ser a solução mais eficiente para o sistema híbrido, mas com esta eCVT, ficamos sempre com a sensação de que é o próprio sistema que se está a boicotar, quando aumenta de regime de uma forma disparatada numa subida, ao mesmo tempo que estamos a tentar poupar combustível. Para tentar melhorar a experiência, há três modos de condução (Eco, Normal e Sport), que apenas melhoram a resposta às solicitações do pedal direito.
Concorrentes
Nissan Juke 1.6 Hybrid
Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, híbrido; potência: 143 cavalos; consumo médio: 5,1 l/100km; preço base: 32.700 €
Toyota C-HR 1.8 Hybrid
Motor: quatro cilindros, 1.8 litros, híbrido; potência: 122 cavalos; consumo médio: 5,3 l/100km; preço base: 31.100 €
Motor
No Honda HR-V podemos contar com a presença do sistema híbrido e:HEV da Honda, que é um pouco mais complexo que o habitual. Inclui um motor térmico de 107 cavalos a gasolina, mas que serve apenas como fonte de energia para o gerador que alimenta o motor elétrico, sendo que este já conta com 131 cavalos no eixo dianteiro, um valor perfeitamente adequado ao tamanho do HR-V e aos menos de 1400 quilos que pesa. Em autoestrada, por norma, os motores elétricos com apenas uma relação não são lá muito eficientes, e por isso, este é o momento em que o sistema e:HEV consegue ligar o motor térmico diretamente ao eixo motriz e fazer com que seja este, principalmente, a passar tração para as rodas.
Balanço final
O visual do novo Honda HR-V consegue cativar-nos num mundo automóvel em que quase tudo já nos parece igual. Há ali “algo” de diferente. Apesar do visual mais crescido, sabemos que não se trata de um todo-o-terreno, ainda que a distância ao solo já seja razoável. Mas a melhor das surpresas é mesmo a nova política de preços da Honda, em que o valor indicado não inclui asteriscos, nem outras surpresas. É mesmo aquele, já com despesas e pintura metalizada e todas as coisas que se costumam ter de adicionar ao valor final. Na Honda, isso deixou de acontecer. O Honda HR-V na versão Lifestyle custa 41.750 euros. Nem mais, nem menos.
– Médias de consumo
– Espaço a bordo
– Bancos mágicos
– Caixa de variação contínua;
– Bagageira podia ser mais ampla;
Ficha técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina
Cilindrada (cm3): 1.498
Potência máxima (CV/rpm): 131/6.000-6.400
Binário máximo (Nm/rpm): 253/4.500-5.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Caixa de variação contínua (CVT)
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 10,7
Velocidade máxima (km/h): 170
Consumos misto (l/100 km): 5,4
Emissões CO2 (gr/km): 122
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.340/1.790/1.582
Distância entre eixos (mm): 2.610
Largura de vias (fr/tr mm): 1.535/1.540
Peso (kg): 1.380
Capacidade da bagageira (l): 320
Deposito de combustível (l): 40
Pneus (fr/tr): 225/50 R18
Preço da versão ensaiada (Euros): 41.750 €
Preço da versão base (Euros): 35.250 €
Preço da versão base (Euros): 35250€
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