Ford Focus ST – Ensaio Teste
Ford Focus ST
Texto: José Manuel Costa ([email protected])
Como sempre… muito bom!
A tradição de modelos desportivos na Ford é lendária e os trinta modelos RS (Rallye Sport) da casa da oval azul são o maior testemunho disso mesmo. Quando a Ford trocou o Escort pelo Focus, a primeira geração (2002) conheceu um ST com motor 2,0 litros e 170 CV. A segunda geração apareceu em 2005 e apareceu em cena o motor de cinco cilindros da Volvo (a Ford tinha, na época o Premium Automotive Group [PGA] que incluía a Aston Martin, Jaguar e Volvo) com 225 CV. O terceiro andamento do Ford Focus surgiu em 2012, já não havia PGR e a Ford queria ser uma marca global com produtos globais (decisão de Alan Mulally) e o Focus ST voltou ao motor de 2,0 litros com 250 CV. Acabou-se o “One Ford”, mas a casa da oval azul não está muito confortável no Velho Continente e o Focus ST voltou a mudar de motor, agora um bloco americano, o 2.3 Ecoboost do Mustang, preparado pelos europeus. Este Ford Focus tem mais que apenas o motor em comum com o Mustang, pois a casa de Detroit escutou os consumidores e os adeptos da marca e quis mitigar as criticas no que toca ao comportamento. Por isso há muita eletrónica e conceitos vindos do Mustang. E com 280 CV, este Focus ST não deixa créditos por mãos alheias…
Conheça todas as versões e motorizações AQUI.
Comportamento, performance, prático
Interior simples, quando chega o RS?
Exterior
Pontuação 7/10
Ao contrário de outros, a Ford não costuma fazer carros “tuning” com as versões ST. E o modelo que esteve comigo durante alguns dias, confirmou isso mesmo: não fossem as saídas de escape no difusor traseiro, as jantes de 19 polegadas, o “spoiler” traseiro em cima da tampa da mala e o para choques dianteiro, pouco se diferencia de uma versão diesel do Focus com acabamento ST Line. A frente e a traseira são os elementos mais destacados do ST. Depois, o carro está mais baixo graças ás suspensões da Ford Performance. Enfim, um exercício de estilo que terá adeptos e detratores, mas que acaba por formar um carro atraente e que fez regressar o Focus ST aos seus melhores dias.
Interior
Pontuação 6/10
Olhar para o interior do Focus ST oferece sensações antagónicas: abrindo a porta vemos os bancos Recaro, o volante em pele e salivamos por nos sentarmos ao volante. Uma vez sentados e com a posição de condução acertada, surge a desilusão: dando de barato não haver mais couro nos bancos (não faz muita falta…) a verdade é que há demasiados plásticos de menor valia misturados com revestimentos emborrachados que, apesar da excelente montagem, habitual na Ford, não deixa de fazer pensar que a casa da oval azul possa ter diminuído o conceito de qualidade.
As soleiras das portas exibem o nome da Ford Performance, o logótipo ST está no volante, na alavanca da caixa de velocidades, há um ou outro toque a azul ou vermelho e nada mais, ou seja, sem os bancos Recaro com ST a vermelho, diria estar dentro de um Focus diesel. E mesmo os bancos da Recaro são evoluções dos usados no Fiesta ST, com costas mais amplas e pensados para ter mais conforto. Claro que sendo um Focus, tem amplo espaço interior e quase tudo é igual a um Focus comum no que toca ao sistema de info entretenimento, conectividade, equipamento e ligações com o exterior. A Ford tinha dado um salto muito interessante com o Sync 3 no que toca ao info entretenimento, mas a utilização de um grafismo que começa a necessitar de renovação e alguma confusão na interação com o sistema, atrasou a Ford neste contexto.
Equipamento
Pontuação 7/10
A versçao ST do Focus oferece um equipamento completo que, mesmo assim, não deixa de nos convidar a conhecer a lista de opcionais. De série o carro está equipado com sensores de estacionamento à frente e atrás. Espelhos retrovisores exteriores elétricos, rebatíveis e aquecidos com indicadores de mudança de direção, faróis automáticos Full LED, jantes de liga leve de 19 polegadas, suspensão desportiva, grelha superior, para choques e saias laterais exclusivas ST, maxilas de travão vermelhas, ar condicionado automático, sistema de navegação com ecrã tátil de 8 polegadas e sistema Sync3, punho da alavanca da caixa de velocidades, volante e travão de mão forrados em pele, bancos em couro Recaro aquecidos, Pass Connect, câmara de visão traseira, auxilio de arranque em subidas, alarme e quatro vidros elétricos entre outros equipamentos.
Na lista de opcionais encontramos a pintura metalizada “Magnetic ST” (636 euros), tejadilho e capas dos espelhos exteriores em preto (407 euros), teto panorâmico (1118 euros), vidros escurecidos (102 euros), roda suplente mini (102 euros), sistema de chave inteligente (356 euros) e Pacote Driver (câmara de visão traseira, proteção das portas e sistema de estacionamento automático) custa 152 euros. O Pacote Driver Plus (sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, faróis com máximos automáticos, sistema de deteção de obstáculos e controlo automático de velocidade por 407 euros) e o Pacote Performance (modo de condução, indicador de mudança de caixa, lunch control, sistema de igualização de regime do motor nas passagens de caixa, tudo por 1220 euros), o Pacote Winter (para brisas Quick Clear, bancos aquecidos e volante aquecido, por 407 euros) e o Pacote Familia (fecho elétrico das portas, ajuste manual em 4 posições do banco do passageiro e bancos rebatíveis, por 163 euros), são os pacotes oferecidos. Há, ainda, sistema de deteção do ângulo morto (407 euros), sistema de navegação Premium B&O Play (305 euros), carregador sem fios (152 euros) e Head Up Display (407 euros).
Consumos
Pontuação 5/10
Se está à espera que o Focus ST seja um pisco no que toca a consumos, pode tirar o cavalinho da chuva: o bloco 2.3 litros não é económico e se em andamento contido podemos ver o computador de bordo devolver-nos médias abaixo dos dois dígitos. Nesta altura, 7,2 l/100 km é algo normal, mas quando puxamos pela goela e exigimos tudo dos 280 CV, a média fica acima dos dois dígitos e a média rondou os 12,0 l/km. Contas feitas, a média do ensaio ficou nos 9,4 l/100 km. Ainda assim, nada mau!
Ao Volante
Pontuação 9/10
O Focus ST preparado pela Ford Performance, recebeu muitas coisas que não são habituais neste modelo: “lunch control”, amortecedores adaptativos, diferencial autoblocante controlado eletronicamente. Tudo isto para recuperar a imagem de carro superior aos rivais em termos de comportamento, arriscando ser o melhor ST de sempre. O carro está rebaixado 10 mm e tem um eixo dianteiro mais rígido 20% e 13% no eixo traseiro, além de barras estabilizadoras mais duras nos dois eixos. As jarras da suspensão dianteira com as articulações especiais para anular o efeito de binário na direção e casquilhos mais duros para melhorar o comportamento. Pneus Michelin Pilot Sport 4S em jantes de 19 polegadas e travões melhorados pela Ford Performance. Há um sistema ALS (anti tempo de resposta do turbo) que, não sendo o exagero dos carros de ralis do Grupo B e do Grupo N, ainda assim permite haver algum fogo de artifício. Até porque o sistema funciona de outra maneira (abrindo a entrada de ar frio na admissão antes que o acelerador seja acionado, mantendo assim o turbo sempre cheio).
Tudo isto e mais os 280 CV de potência, fazem do Focus ST um carro rápido e que tem elementos que o tornam excelente em andamento. Primeiro, uma direção muito direta e rápida, que assegura uma resposta imediata aos impulsos do condutor, tornando o Focus ST dos mais ágeis desportivos, um nadinha atrás do Honda Civic Type R. A estabilidade a direito é muito boa e quando chegamos às curvas é que se percebem as mudanças feitas nas suspensões e chassis. O diferencial autoblocante e os peganhosos pneus da Michelin, unem-se para ajudar a direção e o chassis, para fazer um carro impressionante veloz. O eixo dianteiro tem uma aderência em seco absurda – e em molhado continua bem, mas abre mais a trajetória, naturalmente – graças á afinação diferencial, aos pneus e à forma como a traseira rola o suficiente para ajudar a inserir a frente. A suspensão controla bem o rolamento da carroçaria contribuindo para uma enorme confiança quando nos “atiramos” a uma estrada sinuosa. É impressionante a capacidade do Focus ST, mais ainda quando usamos os modos de condução. Se o Sport muda a voz do motor e endurece a suspensão e aumenta o peso da direção, melhorando o comportamento que atinge o ponto máximo no modo Track. O carro passa a farejar a estrada e o carro parece que encontra uns carris onde anda sem se mexer e sem levar o condutor a ter de comprar talento na farmácia. As irregularidades da estrada desestabilizam um pouco a serenidade do chassis, mas nada que altere a capacidade do Focus ST. E, como disse, mantendo uma facilidade de condução inesperada que só quando chegamos a ritmos verdadeiramente elevados, as coisas começam a ser mais complicadas e exige-se um pouco mais de talento ou conhecimento.
Por outro lado, nos modos menos extremos (Sport e Track) o carro consegue ser minimamente confortável, está bem insonorizado e é fácil de usar. Nos outros modos, naturalmente que o carro fica mais duro e menos confortável. Mas sempre bem sentados nos bancos Recaro.
Motor
Pontuação 8/10
O motor do Mustang rima de forma perfeita com o Focus ST que com 280 CV tem bem mais potência que o último Focus RS, mostrando-se muito rápido e com fôlego em quase toda a gama de rotação, sempre ajudado pelo sistema de anulação do tempo de resposta do turbo. O “launch control” é dispensável, a caixa de velocidades manual rima com o motor e a aceleração é sempre forte graças a um bom binário de 420 Nm.
Balanço Final
Pontuação 8/10
O Focus ST é um desportivo impressionante, mas falta-lhe a envolvência que os Focus RS sempre ofereceram. Porém, por menos de 50 mil euros, é uma bela opção face ao mais barato Hyundai i30N, ao entusiasmante Renault Megane RS e ao mais virulento Honda Civic Type R. A Ford ofereceu-nos um carro muito veloz, com um excelente comportamento e que no dia a dia é perfeitamente satisfatório. Como disse, não é um RS, mas o Focus ST é um carro que satisfaz todos os que gostam de automóveis desportivos e por isso só poderia ter nota positiva. Mesmo que o interior seja uma pequena desilusão e que hajam aqui e acolá algumas coisas que podiam ser melhores. Mas não me importava nada de o ter na minha garagem de sonho…
Concorrentes
Hyundai i30N
1998 c.c. turbo a gasolina; 275 CV; 353 Nm; 0-100 km/h em nd; 250 km/h; 7,8 l/100 km, 178 gr/km de CO2; 44.948 euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Renault Megane RS
1798 c.c. turbo a gasolina; 280 CV; 390 Nm; 0-100 km/h em 5,8 seg,; 250 km/h; 7,0 l/100 km, 155 gr/km de CO2; nd
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha com injeção direta, sobrealimentação e intercooler
Cilindrada (cm3): 2300
Diâmetro x Curso (mm): nd
Taxa de Compressão: nd
Potência máxima (CV/rpm): 280/5500
Binário máximo (Nm/rpm): 420/3000 – 4000
Transmissão: dianteira com caixa manual de 6 velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente McPherson/eixo multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 5,7
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 8,2/14,5/10,5
Emissões CO2 (gr/km): 241
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4338/1825/1458
Distância entre eixos (mm): 2700
Largura de vias (fr/tr mm): nd
Peso (kg): 1433
Capacidade da bagageira (l): 273/1250
Deposito de combustível (l): 52
Pneus (fr/tr): 245/30 ZR19
Mais/Menos
Mais
Comportamento, performance, prático
Menos
Interior simples, quando chega o RS?
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 42768€
Preço da versão base (Euros): 42768€
Exterior
Pontuação 7/10
Ao contrário de outros, a Ford não costuma fazer carros “tuning” com as versões ST. E o modelo que esteve comigo durante alguns dias, confirmou isso mesmo: não fossem as saídas de escape no difusor traseiro, as jantes de 19 polegadas, o “spoiler” traseiro em cima da tampa da mala e o para choques dianteiro, pouco se diferencia de uma versão diesel do Focus com acabamento ST Line. A frente e a traseira são os elementos mais destacados do ST. Depois, o carro está mais baixo graças ás suspensões da Ford Performance. Enfim, um exercício de estilo que terá adeptos e detratores, mas que acaba por formar um carro atraente e que fez regressar o Focus ST aos seus melhores dias.
Interior
Pontuação 6/10
Olhar para o interior do Focus ST oferece sensações antagónicas: abrindo a porta vemos os bancos Recaro, o volante em pele e salivamos por nos sentarmos ao volante. Uma vez sentados e com a posição de condução acertada, surge a desilusão: dando de barato não haver mais couro nos bancos (não faz muita falta…) a verdade é que há demasiados plásticos de menor valia misturados com revestimentos emborrachados que, apesar da excelente montagem, habitual na Ford, não deixa de fazer pensar que a casa da oval azul possa ter diminuído o conceito de qualidade.
As soleiras das portas exibem o nome da Ford Performance, o logótipo ST está no volante, na alavanca da caixa de velocidades, há um ou outro toque a azul ou vermelho e nada mais, ou seja, sem os bancos Recaro com ST a vermelho, diria estar dentro de um Focus diesel. E mesmo os bancos da Recaro são evoluções dos usados no Fiesta ST, com costas mais amplas e pensados para ter mais conforto. Claro que sendo um Focus, tem amplo espaço interior e quase tudo é igual a um Focus comum no que toca ao sistema de info entretenimento, conectividade, equipamento e ligações com o exterior. A Ford tinha dado um salto muito interessante com o Sync 3 no que toca ao info entretenimento, mas a utilização de um grafismo que começa a necessitar de renovação e alguma confusão na interação com o sistema, atrasou a Ford neste contexto.
Equipamento
Pontuação 7/10
A versçao ST do Focus oferece um equipamento completo que, mesmo assim, não deixa de nos convidar a conhecer a lista de opcionais. De série o carro está equipado com sensores de estacionamento à frente e atrás. Espelhos retrovisores exteriores elétricos, rebatíveis e aquecidos com indicadores de mudança de direção, faróis automáticos Full LED, jantes de liga leve de 19 polegadas, suspensão desportiva, grelha superior, para choques e saias laterais exclusivas ST, maxilas de travão vermelhas, ar condicionado automático, sistema de navegação com ecrã tátil de 8 polegadas e sistema Sync3, punho da alavanca da caixa de velocidades, volante e travão de mão forrados em pele, bancos em couro Recaro aquecidos, Pass Connect, câmara de visão traseira, auxilio de arranque em subidas, alarme e quatro vidros elétricos entre outros equipamentos.
Na lista de opcionais encontramos a pintura metalizada “Magnetic ST” (636 euros), tejadilho e capas dos espelhos exteriores em preto (407 euros), teto panorâmico (1118 euros), vidros escurecidos (102 euros), roda suplente mini (102 euros), sistema de chave inteligente (356 euros) e Pacote Driver (câmara de visão traseira, proteção das portas e sistema de estacionamento automático) custa 152 euros. O Pacote Driver Plus (sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, faróis com máximos automáticos, sistema de deteção de obstáculos e controlo automático de velocidade por 407 euros) e o Pacote Performance (modo de condução, indicador de mudança de caixa, lunch control, sistema de igualização de regime do motor nas passagens de caixa, tudo por 1220 euros), o Pacote Winter (para brisas Quick Clear, bancos aquecidos e volante aquecido, por 407 euros) e o Pacote Familia (fecho elétrico das portas, ajuste manual em 4 posições do banco do passageiro e bancos rebatíveis, por 163 euros), são os pacotes oferecidos. Há, ainda, sistema de deteção do ângulo morto (407 euros), sistema de navegação Premium B&O Play (305 euros), carregador sem fios (152 euros) e Head Up Display (407 euros).
Consumos
Pontuação 5/10
Se está à espera que o Focus ST seja um pisco no que toca a consumos, pode tirar o cavalinho da chuva: o bloco 2.3 litros não é económico e se em andamento contido podemos ver o computador de bordo devolver-nos médias abaixo dos dois dígitos. Nesta altura, 7,2 l/100 km é algo normal, mas quando puxamos pela goela e exigimos tudo dos 280 CV, a média fica acima dos dois dígitos e a média rondou os 12,0 l/km. Contas feitas, a média do ensaio ficou nos 9,4 l/100 km. Ainda assim, nada mau!
Ao volante
Pontuação 9/10
O Focus ST preparado pela Ford Performance, recebeu muitas coisas que não são habituais neste modelo: “lunch control”, amortecedores adaptativos, diferencial autoblocante controlado eletronicamente. Tudo isto para recuperar a imagem de carro superior aos rivais em termos de comportamento, arriscando ser o melhor ST de sempre. O carro está rebaixado 10 mm e tem um eixo dianteiro mais rígido 20% e 13% no eixo traseiro, além de barras estabilizadoras mais duras nos dois eixos. As jarras da suspensão dianteira com as articulações especiais para anular o efeito de binário na direção e casquilhos mais duros para melhorar o comportamento. Pneus Michelin Pilot Sport 4S em jantes de 19 polegadas e travões melhorados pela Ford Performance. Há um sistema ALS (anti tempo de resposta do turbo) que, não sendo o exagero dos carros de ralis do Grupo B e do Grupo N, ainda assim permite haver algum fogo de artifício. Até porque o sistema funciona de outra maneira (abrindo a entrada de ar frio na admissão antes que o acelerador seja acionado, mantendo assim o turbo sempre cheio).
Tudo isto e mais os 280 CV de potência, fazem do Focus ST um carro rápido e que tem elementos que o tornam excelente em andamento. Primeiro, uma direção muito direta e rápida, que assegura uma resposta imediata aos impulsos do condutor, tornando o Focus ST dos mais ágeis desportivos, um nadinha atrás do Honda Civic Type R. A estabilidade a direito é muito boa e quando chegamos às curvas é que se percebem as mudanças feitas nas suspensões e chassis. O diferencial autoblocante e os peganhosos pneus da Michelin, unem-se para ajudar a direção e o chassis, para fazer um carro impressionante veloz. O eixo dianteiro tem uma aderência em seco absurda – e em molhado continua bem, mas abre mais a trajetória, naturalmente – graças á afinação diferencial, aos pneus e à forma como a traseira rola o suficiente para ajudar a inserir a frente. A suspensão controla bem o rolamento da carroçaria contribuindo para uma enorme confiança quando nos “atiramos” a uma estrada sinuosa. É impressionante a capacidade do Focus ST, mais ainda quando usamos os modos de condução. Se o Sport muda a voz do motor e endurece a suspensão e aumenta o peso da direção, melhorando o comportamento que atinge o ponto máximo no modo Track. O carro passa a farejar a estrada e o carro parece que encontra uns carris onde anda sem se mexer e sem levar o condutor a ter de comprar talento na farmácia. As irregularidades da estrada desestabilizam um pouco a serenidade do chassis, mas nada que altere a capacidade do Focus ST. E, como disse, mantendo uma facilidade de condução inesperada que só quando chegamos a ritmos verdadeiramente elevados, as coisas começam a ser mais complicadas e exige-se um pouco mais de talento ou conhecimento.
Por outro lado, nos modos menos extremos (Sport e Track) o carro consegue ser minimamente confortável, está bem insonorizado e é fácil de usar. Nos outros modos, naturalmente que o carro fica mais duro e menos confortável. Mas sempre bem sentados nos bancos Recaro.
Concorrentes
Hyundai i30N
1998 c.c. turbo a gasolina; 275 CV; 353 Nm; 0-100 km/h em nd; 250 km/h; 7,8 l/100 km, 178 gr/km de CO2; 44.948 euros
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Renault Megane RS
1798 c.c. turbo a gasolina; 280 CV; 390 Nm; 0-100 km/h em 5,8 seg,; 250 km/h; 7,0 l/100 km, 155 gr/km de CO2; nd
(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Pontuação 8/10
O motor do Mustang rima de forma perfeita com o Focus ST que com 280 CV tem bem mais potência que o último Focus RS, mostrando-se muito rápido e com fôlego em quase toda a gama de rotação, sempre ajudado pelo sistema de anulação do tempo de resposta do turbo. O “launch control” é dispensável, a caixa de velocidades manual rima com o motor e a aceleração é sempre forte graças a um bom binário de 420 Nm.
Balanço final
Pontuação 8/10
O Focus ST é um desportivo impressionante, mas falta-lhe a envolvência que os Focus RS sempre ofereceram. Porém, por menos de 50 mil euros, é uma bela opção face ao mais barato Hyundai i30N, ao entusiasmante Renault Megane RS e ao mais virulento Honda Civic Type R. A Ford ofereceu-nos um carro muito veloz, com um excelente comportamento e que no dia a dia é perfeitamente satisfatório. Como disse, não é um RS, mas o Focus ST é um carro que satisfaz todos os que gostam de automóveis desportivos e por isso só poderia ter nota positiva. Mesmo que o interior seja uma pequena desilusão e que hajam aqui e acolá algumas coisas que podiam ser melhores. Mas não me importava nada de o ter na minha garagem de sonho…
Comportamento, performance, prático
Menos
Interior simples, quando chega o RS?
Ficha técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros em linha com injeção direta, sobrealimentação e intercooler
Cilindrada (cm3): 2300
Diâmetro x Curso (mm): nd
Taxa de Compressão: nd
Potência máxima (CV/rpm): 280/5500
Binário máximo (Nm/rpm): 420/3000 – 4000
Transmissão: dianteira com caixa manual de 6 velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente McPherson/eixo multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 5,7
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 8,2/14,5/10,5
Emissões CO2 (gr/km): 241
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4338/1825/1458
Distância entre eixos (mm): 2700
Largura de vias (fr/tr mm): nd
Peso (kg): 1433
Capacidade da bagageira (l): 273/1250
Deposito de combustível (l): 52
Pneus (fr/tr): 245/30 ZR19
Preço da versão base (Euros): 42768€
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