Fiat 500S – Ensaio/Teste
FIAT 500S
Texto: José Manuel Costa
Confesso que cada vez que falo deste 500S começo a rir sem parar, pois, este ensaio acaba por ser feito a seis mãos entre mim, um primo e um cunhado. Acreditem, o 500S é tão giro e divertido que os três acabamos a rir à gargalhada. Amuei quando o tive de entregar…
Verde tropa… mate! Jantes de liga leve grandes e giras com pneus de qualidade e dimensões generosas. Interior com pele. Motor de dois cilindros “screamer” que mais parece saído de um filme do Mad Max. Haverá ingredientes melhores que estes para uns dias de diversão?!!
Vamos ás coisas sérias. O 500 recebeu uma renovação, um retocar de maquilhagem o ano passado e recebeu uns farolins traseiros novos, uns faróis diferentes, enfim, um toque aqui, um toque acolá para manter jovem a homenagem ao 500 original que a Fiat fez e que muito tem rendido. Não dinheiro, pois estes carros pequenos não são lá grande mealheiro, mas imagem e a verdade é que o 500 anda por ai por todo o lado. A Fiat ofereceu aos clientes a possibilidade de escolher novas cores e a mim tocou-me para este ensaio um verde tropa mate do melhor efeito.
A receita do “não inventes!” é seguida a preceito no interior, sendo a grande novidade o ecrã do sistema “UConnect” que substitui o anterior espaço do rádio e que nos modelos mais bem equipados é sensível ao toque.
No caso do 500S, o equipamento era na base do “tudo incluído”. As tomadas USB e Aux-In são, agora, iluminadas, os botões dos vidros elétricos são ligeiramente diferentes, os porta-copos mais fundos e largos conseguindo agora reter o copo de Coca Cola sem que o líquido vá parar à pee do estofo. Infelizmente, a posição de condução continua igual e de nada vale estar a mexer na regulação em altura que tudo fica ainda mais estranho, pois como sucedia há muitos anos no Tipo, a regulação baixa-nos o rabiosque, mas os joelhos ficam exatamente onde estavam originalmente, pelo que parece que ficámos pendurados num corrimão. Ficamos sentados alto e pronto, não se fala mais nisso, até porque o volante acaba por cair bem nas mãos.
O 500S está equipado com o motor de dois cilindros TwinAir sobrealimentado que debita 105 CV de apenas 875 c.c.. Continua a ser um bloco com carácter e capaz de surpreender pelas performances conseguidas com um motor tão pequenino. E depois tem aquele barulho… aquele barulho de vespa enfurecida “bzrrrrrrrrr”. É verdade que a sua especificidade leva a que a janela de utilização seja muito curta, pelo que terá de se habituar a um motor pouco suave nas baixas rotações. Começa por ser preguiçoso logo após o arranque, particularmente, esta versão de 105 CV, mas assim que chega ao patamar de utilização… wow!!!! sobe vertiginosamente até ao limitador que, curiosamente, está antes do “redline” do conta rotações.
Quer isto dizer que terá de passar de caixa antes desse limite e evitar fazer-lhe a vontade de tocar o limitador, pois só assim conseguirá consumos razoáveis. É que o TwinAir é conhecido pela sua sofreguidão a subir de rotação e a beber gasolina. E nestes dias em que andei com o 500S, vi de tudo. Consumos abaixo dos 5 litros, acima dos 5 litros e quando lhe dei uma valente coça, subiu para os dois dígitos. Porém, no final do dia, a média ficou por uns agradáveis 6,9 l/100 km.
No que toca á diversão, perdão, comportamento, o 500S é igual a um… 500. Ou seja, direção um nadinha lenta, uma curta distância entre eixos e uma desconfiança absoluta naquilo que o 500S vai fazer na próxima curva. Os quilómetros provaram que estava errado e o 500S até é bastante estável. Na minha opinião, só batido pelas versões Abarth. O conforto é aceitável tendo em conta ser um carro tão curto, o acesso continua algo precário –mas quem se preocupa em levar alguém atrás num 500?! O reduzido raio de viragem é outra das vantagens do 500 o que o deixa muito à vontade na cidade, o seu elemento natural.
Veredicto
O 500 continua a ser um dos carros mais giros de ver na estrada e apesar de já cá andar há uns tempos, ainda faz virar cabeças. O “meu” 500S Verde Alpi mate era do melhor efeito (a pintura custa 500 euros e as jantes 400 euros, sendo que o ecrã com o UConnect fica por 250 euros) e fez virar muitas cabeças. Naturalmente que o ligeiro “facelift” não consegue esconder alguma dureza da suspensão, falta de espaço em altura no interior, a posição de condução e, sobretudo, os preços. A melhoria feita no 500 tornou-o mais interessante e, sobretudo, mais jovem e apelativo. Pena é que os preços sejam altos, mas a Fiat entende que estes produtos são Premium e por isso os preços algo acima. Seja como, o 500S ficou-me gravado na memória e acredito que se gosta do carro não serão os 19 mil euros que o vão impedir.
FICHA TÉCNICA
Motor – 2 cilindros em linha, injeção multiponto, turbo
Cilindrada (cm3) – 875
Diâmetro x curso (mm) – 80,5 x 86,0
Taxa compressão – 10:1
Potência máxima (cv/rpm) – 105/5500
Binário máximo (Nm/rpm) – 145/2000
Transmissão e direcção – Tracção dianteira, caixa manual de 6 velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Suspensão(fr/tr) – Independente, McPherson/eixo de torção;
Travões (fr/tr) – Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s) – 10,0
Velocidade máxima (km/h) – 188
Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) – 3,5/5,5/4,2
Emissões de CO2 (g/km) – 99
Dimensões e pesos
Comp./largura/altura (mm) – 3571/1627/1488
Distância entre eixos (mm) – 2300
Largura de vias (fr/tr) (mm)- 1413/1407
Peso (kg) – 940
Capacidade da bagageira (l) – 185
Depósito de combustível (l) – 35
Pneus – 185/45 R16
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 19044€
Preço da versão base (Euros): €
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