Ensaio: VW Beetle Dune 2.0 TDI DSG

By Paulo Manuel Costa on 13 Outubro, 2016

Volkswagen Beetle Dune 2.0 TDI DSG

Para algo ligeiramente diferente, a Volkswagen propõe o novo Beetle Dune, aqui na versão 2.0 TDI com caixa DSG. A marca alemã revisitou a sua história e deu vida a uma nova evolução do Volkswagen Beetle, inspirando-se nos buggies criados na Alemanha e Califórnia com base no lendário Carocha nos anos 60 e 70, e deu corpo a uma versão de aspeto aventureiro, mais próxima de um SUV crossover.

O Beetle Dune não é um automóvel muito diferente do modelo mais convencional, a versão que conhecemos de 2012, mas esta atualização, que também já tem alguns traços do que será o novo Beetle de 2017 e só pode adquirir por encomenda especial, vem dar uma nova vida ao modelo revivalista, que continua a traduzir para o presente conceitos que fazem parte não só da história do automóvel, mas também recordam grandes momentos da história e cultura mundial.

O carro alemão tem as mesmas opções de motor e transmissão que o modelo normal. Neste caso, ensaiámos o modelo com motor 2.0 TDI, na variante de 150 cv de potência, acoplado à caixa DSG, uma transmissão de dupla embraiagem com seis velocidades. Com estas características, consegue atingir consumos médios interessantes, na casa dos seis litros baixos, mas com o modo sport é possível extrair uma dinâmica mais desportiva do propulsor Diesel.

Para transformar o Beetle na variante Dune, a Volkswagen aumentou a distância ao solo, tornando o carro 10 mm mais alto, o que necessitou de trabalho adicional de engenharia para assegurar que o comportamento dinâmico permanece idêntico ao da berlina convencional. Deste modo, conseguiu compensar o centro de gravidade mais elevado com alargamentos das vias na ordem dos sete milímetros à frente e seis milímetros atrás.

A Volkswagen também montou no Beetle Dune, em exclusivo, jantes de 18 polegadas, calçadas por pneus de medida 235/45. O resultado final é um comportamento que não se distingue do de um modelo de dimensões equivalentes e altura menor, com estabilidade suficiente e uma afinação virada para oferecer um maior nível de conforto dentro do habitáculo. Apesar da sua aparência musculada, o Beetle Dune não é um verdadeiro todo-o-terreno e não é aconselhável experimentar estradas mais complicadas com ele.

A direção é leve, com um bom nível de progressão entre tráfego urbano e utilização em estrada aberta, mas o seu conforto faz-se notar mais nas manobras de estacionamento. O Beetle Dune oferece um interior exclusivo que pode ser personalizado ao gosto do condutor, inspirado no Carocha original. O sistema de informação e entretenimento na consola central incorpora o sistema de navegação, as ligações para média e a câmara traseira para assistência de estacionamento. A maioria destes itens são extras, que podem acrescentar até 1600 euros à fatura final, sendo escolhidos individualmente.

Também opcional é o teto de abrir, que custa cerca de 1200 euros, mas tem a vantagem de tornar o ambiente mais acolhedor. Como é construído numa plataforma menos recente da VW, o Beetle Dune tem menor habitabilidade traseira que outros automóveis com menores dimensões. O mesmo se passa com a bagageira, que tem apenas 310 litros de capacidade. No entanto, como é um carro de cariz mais individual que familiar, é preferível rebater os bancos traseiros e aproveitar a capacidade adicional, que permite carregar volumes até 900 litros.

Começando por um preço abaixo dos 40 mil euros, o Beetle Dune equipado com motor 2.0 TDI e caixa DSG oferece uma boa dose de desportivismo a condizer com o visual aventureiro. Mas é também um carro em que a forma é superior à função, pelo que é um bom símbolo de ostentação, servindo como melhor como segundo carro ou recomendado para pessoas mais independentes que tenham gosto em dar nas vistas.

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