Ensaio: TOYOTA RAV4 2.5 HÍBRIDO 4X2

By André Duarte on 14 Maio, 2016

Entre passado e futuro. É assim o mundo híbrido da Toyota numa atualidade que continua a mostrar que gasolina e ‘eletricidade’ podem ter uma convivência prazerosa e proveitosa

O Toyota RAV4 é um carro que se apresenta agradável desde o primeiro momento – tanto à vista como à alma. Ao entrarmos no habitáculo, tanto nos bancos dianteiros como traseiros, a noção de espaço é de imediato apreendida, não sendo descurado o conforto. O interior transmite-nos uma sensação de bem estar que dá um toque de agrado ao conjunto. A bagageira (501 litros) é suficientemente generosa para o dia a dia. Em caso de necessidade, rebatem-se os bancos e ficamos com 1633 litros. Mas na versão ensaiada a diferenciação é-nas dada através do sistema híbrido. Juntos, motor de combustão (157 cv) e elétrico (147 cv) oferecem-nos uma potência combinada de 197cv que rapidamente nos permite atingir velocidades elevadas sem que nos apercebamos.

O motor é um gosto, revelando-se quando é preciso. Numa toada sem excessos, traduz-se em consumos de 6.8 l, mas estes podem ascender aos 9 l se não formos tão cuidadosos e rodarmos com maior preponderância em estrada aberta – é nos trajetos urbanos que o motor elétrico dá um maior contributo neste capítulo. Em condução, o RAV4 afigura-se muito equilibrado e disponibiliza-nos três modos. No ECO a potência parece ser ‘curta’ para movimentar os 1720 kg de peso. Afinal estamos em modo ‘poupança’ e não podemos exigir tudo num só Menu.

Assim que selecionado o Normal, nota-se de imediato uma resposta mais pronta do motor, que atinge o seu auge no modo Sport, em que somos quase ‘maliciosamente’ tentados a esquecer ‘legalidades’ e a descobrir o que o RAV4 tem para nos oferecer. O ruído do bloco híbrido não é dos mais fascinantes, mas também não é essa propriamente a sua função, e para um SUV que não tem no ADN racing o seu desígnio, a resposta surpreende. As suspensões funcionam com delicadeza, mesmo em curvas mais pronunciadas, com o chassis a adornar-se em conformidade, sem quaisquer oscilações indevidas. O carro molda-se com suavidade e reposiciona-se de igual modo, permitindo-nos seguir viagem com prazer no olhar. Nota menos para as portagens que nos causam algum desconforto quando temos de parar… e pagar classe 2. Já se optarmos pela via verde, depressa mudamos de opinião, com o RAV4 a ser taxado como classe 1. O menos transforma-se assim em mais, com o mesmo prazer nas mãos. Em suma, o RAV4 proporciona-nos uma experiência de condução com tónica na leveza. O conforto a bordo, em conjunto com a facilidade com que é manuseado, torna cada percurso numa agradável surpresa.