Ensaio: Renault Clio RS 220 Trophy
Texto: José Luís Abreu
O Renault Clio RS 220 Trophy é o último duma longa linhagem de pequenos desportivos da Renault, que continua a gerar grandes emoções. O mundo é que mudou muito e agora é tudo muito mais ‘civilizado’…
Ponto prévio. O Renault Clio RS 220 Trophy é um grande carro, muito divertido de conduzir, mas que está demasiado formatado para as gerações mais jovens, que nem imaginam os benefícios que uma caixa manual traria a este carro. Se o ‘avô’ Jean Ragnotti se divertia à grande quem o via passar, agora, este é um carro para o neto, que sem deixar de trazer emoção, não é a mesma coisa. Mas é justo dizer que esta geração do Clio RS, ou quinta se quisermos contar com o fabuloso Clio Williams, continua a ser uma forma muito barata de grande diversão na estrada. Já vão longe os tempos do ‘brutal’ 2.0 aspirado, nem o Mundial de Ralis conseguiu fugir a uma motorização 1.6 turbo, mais ‘civilizada’, mas a verdade é que não é pelo motor que este Clio não entusiasma o mesmo que os seus irmãos mais velhos.
Algo semelhante se passou nos ralis, quando se trocaram motores 2000 atmosféricos pelos 1.6 turbo, os pilotos deixaram de andar sempre no ‘grito’ com o carro espetacularmente ‘pendurado’ e começámos a ver os efi cientes 1.6 turbo, que pareciam que não ‘andavam’. Mas só pareciam. O cronómetro dizia uma coisa bem diferente. E algo semelhante acontece com este Clio. Dizer que não ‘anda’ é algo que não pudemos fazer. Longe disso!
CAIXA BRUSCA
É realmente pena não ter uma caixa manual, e a verdade é que este novo Clio RS 220 EDC Trophy surge equipado com um motor 1.6 turbo com 220 cv, num bloco que surge associado à caixa de velocidades de dupla embraiagem EDC, que ‘poupa’ 75 milisegundos a cada passagem. A caixa, no entanto, não é um portento de rapidez e mesmo por vezes algo brusca. É preciso conhecer-lhe as manhas para saber dosear melhor o pedal direito e aproveitar o melhor possível a caixa. Ainda assim, este Clio RS 200 Trophy atinge 235 km/h de velocidade máxima e demora apenas 6,6 segundos para ir dos 0 aos 100 km/h. Nada mau para um Clio! Perdeu caráter, mas não efi ciência. Provavelmente, depois de muito ‘ouvir’ reclamações relativamente à versão com 200 cv, a Renault Sport repensou este RS 220 Trophy, e mexeu-lhe no motor, transmissão e chassis. E olhe que o modo Sport ou Race acrescenta boa adrenalina. Os 20 cv extra foram conseguidos com uma otimização da eletrónica, um turbo mais aprimorado, e ainda mais um pozinhos de ‘pirlipimpim’ aqui e ali. Tudo isto permite ao Clio andar bastante bem, a suspensão é bem durinha, como se quer numa carro a ‘emular’ competição, e com o bom chassis que tem, o Clio curva que é uma maravilha. Tem os seus limites, mas permite boas doses de diversão. A subir a rampa da Lagoa Azul, o Clio é capaz de perdoar alguns excessos, evidenciando um fugir de frente muito ligeiro, dando perfeita confi ança, nunca transmitindo sinal que pode ‘passar-se’. E a traseira é bem mais ‘presa’, pois a Renault endureceu-a em 40 por cento. Já os fabulosos Michelin ajudam e de que maneira, são pneus que dão muita confi ança. A direção é leve, precisa, a ideal para fazer ‘saltar’ o Clio de curva para curva, e mesmo em subida pronunciada, o carro é leve o suficiente para que os 220 cv sejam perfeitamente suficientes para boa diversão. A carroçaria até ‘rola’ um pouquinho, mas isso até é bom pois permite-nos sentir um pouco melhor o carro. Tendo em conta que o troço da Peninha está uma lástima, e com a suspensão deste Clio iríamos ali fi car bem ‘chocalhados’, decidimos descer a Lagoa Azul e até cá em baixo deu para perceber que os travões permitem vários ‘abusos’ para cartão amarelo.
GRANDES DETALHES
Este novo Clio RS 220 Trophy surge com alguns pormenores bem interessantes, como por exemplo a estreia mundial do sistema de iluminação RS Vision, com faróis full LED, que permitem um feixe luminoso mais comprido e largo, o que oferece bastante mais confiança à condução noturna. O novo para-choques torna o Clio RS Trophy um pouco mais largo, na traseira sobressai o aileron, o difusor de ar e a dupla saída de escape. No interior, comparativamente à versão de 2015, perceciona-se maior qualidade e claro, como não podia deixar de ser, está bem presente a inspiração na competição, com os pedais em alumínio, os bancos ao melhor estilo ‘bacquet’, o volante em couro perfurado e o sistema R.S. Monitor 2.0, que permite ao ‘piloto’ monitorizar temperaturas, valores de binário e de potência em tempo real, pressão do turbo, pressão da travagem, ângulo do volante, regime do motor, binário à roda, acelerações, forças ‘G’ e cronómetro. Mas não se entusiasme. Pode parecer, mas não está num carro de ralis. Apesar de tudo, e porque a vida não é só diversão, em andamento normal, o Clio ‘aguenta-se’ nos 7,2 l/100km em ciclo misto. A Renault podia ter ido mais longe, mas a verdade é que por 31.750 € não é fácil encontrar outro carro que permita as mesmas doses de diversão. E percebe-se a suavização, pois assim chega a bem mais gente…
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Motor: 4 cil. turbo 1618 cc Inj. direta; Potência: 220 cv/6050 rpm; Binário: 260 Nm/2000 rpm; Transmissão: Dianteira, caixa 6 vel. automática EDC dupla embraiagem; Suspensão: independente duplo triângulo fr./eixo de torção atrás; Travagem: DV/D; Peso 1204 kg Mala 443 l; Depósito 45 l; Vel.máx 235 km/h; Acel.0-100 km/h 6,6 s Consumo médio 5,9 l/100 km, Consumo AutoSport 7,2 l/100 Km; Emissões CO2 135 gr/km
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 31750€
Preço da versão base (Euros): €
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