ENSAIO: OPEL CORSA OPC
Sente-se cansado e sem motivação para enfrentar a monotonia do quotidiano? Então tome este tónico chamado Corsa OPC, uma das receitas de rejuvenescimento automóvel mais eficazes do mercado!
Num segmento cada vez mais competitivo, a Opel achou que ao novo Corsa OPC não bastava ultrapassar pela primeira vez na sua história a fasquia dos 200 cv. Era preciso ir mais longe com um pacote desportivo que o tornasse ainda mais eficaz, não só para continuar a chamar até si o público adepto deste nicho de pequenos automóveis com motores turbo de 1.6 litros, mas também para continuar a diferenciá-lo de uma concorrência que não para de crescer, e de reunir mais apetrechos.
A partilhar esta filosofia de ‘pocket rockets’ estão modelos como o Mini JCW, o Ford Fiesta ST, o Seat Ibiza Cupra ou o Peugeot 208 GTI, sendo a proposta anglo-germânica mais vitaminada pelos 231 cv que oferece, enquanto os restantes ‘carregam’ 180 cv, 192 cv (de um motor de 1.8 litros) e 208 cv. Já o nosso OPC oferece 207 cv — um aumento de 15 cv quando comparado com a anterior geração.
Pode parecer que este ‘schnapps’ alemão se encontra em desvantagem logo à partida perante as credenciais impressionantes do Mini (com reflexo também no preço, sendo substancialmente mais caro – começa nos 34 700€ contra os 26 490€ do Corsa). Mas uma viagem pela nossa memória e por experiências anteriores recorda-nos que o OPC nunca precisou de muita potência para sobressair. O autoblocante furioso tornavam-no num assombro da arte de virar curvas, e essa qualidade mantém-se na nova geração. O mesmo acontece com a tentativa de recriar o ‘feeling’ dos motores atmosféricos, com a Opel a entregar uma faixa muito longa da utilização da potência do binário, entre as 1900 e as 5800rpm, ao motor do novo Corsa OPC, que se revela mais evidente a partir das 4000 rpm, momento em que o ‘overboost’ faz crescer o binário de 245 para 280 Nm. Não tem botão Sport, nem precisa. Aqui, tudo é para ser utilizado desde o primeiro momento.
CONVINCENTE
As prestações anunciadas indicam que o OPC cumpre o registo até aos 100 km/h em 6,8s (meio segundo mais rápido do que o anterior) e que atinge uma velocidade máxima de 230 km/h. Argumentos convincentes, sem dúvida, mas insuficientes ‘per si’, já que existem alternativas melhores neste capítulo — o 208, por exemplo. Mas há uma coisa que o OPC continua a fazer como poucos, e ela assenta na forma, estúpida, por vezes, em que ele aguenta as curvas mais sinuosas e suporta as transferências de massa mais repentinas de cada vez que atiramos o carro para dentro das bermas. Tudo com um conforto surpreendente, até porque este produto “made in Nürburgring”, local onde foi testado exaustivamente, estreia a tecnologia de amortecimento seletiva (FSD), possibilitando desse modo que os amortecedores se ajustem à frequência do trabalho de suspensão. As novas molas reduziram-lhe ainda a altura em 10 mm.
Aliado a uma direção direta e a uma caixa de seis velocidades com o escalonamento correto, e ainda ao ‘pack performance’ (2400€) que combina o diferencial autoblocante mecânico da Drexler com jantes de 18 polegadas e um sistema de travagem da Brembo com discos dianteiros de 330 mm de diâmetro, tal traduz-se num comportamento em estrada fabuloso, em que as oscilações da carroçaria são mínimas e a condução uma ode à eficácia, mesmo com a eletrónica desligada. Aqui, é dosear o acelerador e deixar que o autoblocante faça o seu trabalho. Só se formos intempestivos é que a frente escorrega, penalizando os pneus e convidando a surpresas menos agradáveis…
Com uma paleta de cores agradável (o ensaio recaiu sobre um Corsa amarelo torrado, mas também pode adquiri-lo, entre outras cores, com o azul ‘flash’ exclusivo desta versão), acaba por ser desolador como o arrojo exterior que a Opel já nos habituou nos modelos OPC não tem continuidade no habitáculo. Lá fora, as grandes jantes de 18 polegadas do ‘pack performance’ (também pode encomendá-lo com umas rodas mais pequenas de 17’’) fazem companhia ao sistema de escape da Remus, com duas saídas integradas num difusor aerodinâmico, e à asa que remata a traseira. O lábio dianteiro esculpido, os dois pequenos aros cromados no pára-choques da frente e o ‘respirador’ são outros detalhes do Corsa OPC, enquanto a bordo do veículo apenas as confortáveis bacquets da Recaro e o volante ‘cortado’ na base se distinguem perante as versões convencionais. A Opel refere ainda os pedais desportivos em alumínio e a instrumentação com elementos gráficos OPC, mas acreditamos que havia margem para mais.
Em excelente plano está sim a oferta ao nível do entretenimento, uma das áreas em que a marca alemã mais se tem aplicado nos últimos anos. O Corsa OPC conta com um ecrã tátil a cores de sete polegadas e o sistema IntelliLink que traz um conjunto de aplicações e permite o emparelhamento com o telefone. A câmara de auxílio ao estacionamento, e o aquecimento do volante e dos bancos, são outros destaques de equipamento de um automóvel pensado para quem procura sensações fortes a um preço convidativo.
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FICHA TÉCNICA
Motor 4 cil. Turbo 1598 cm3
Potência 207 cv/5800 rpm
Binário 245 Nm (280 Nm c/ ‘overboost’)1900-5800 rpm
Aceleração 0-100 km/h: 6,8s
Vel. Máx 230 km/h
Consumos médios 7,5 l/100 km
Consumo AutoSport 10,6 l/100 km
Suspensão McPherson à frente, eixo de torção atrás
Travagem DV/D
Peso 1293 kg
Mala 285-1090 lts
Depósito 45 lts
Emissões: 174 g/km CO2
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