ENSAIO: Mazda MX-5 2.0 SKYACTIV-G 160 cv  

By on 4 Janeiro, 2016

Quem é, há muito, admirador deste pequeno roadster, desde que ele nasceu, há 25 anos, não pode deixar de ficar agradado com o que os engenheiros da marca de Hiroshima fizeram com esta quarta geração do Mazda MX-5. Corria o ano de 1989 e como grande consumidor de revistas de automóveis, não fiquei indiferente ao pequeno roadster da Mazda. Eu e muitos! Os anos  passaram, e talvez por não haver a surpresa do embate inicial, as gerações seguintes, embora interessantes, não causaram o mesmo frisson, e se não posso dizer que passaram perfeitamente despercebidas, a verdade é que o impacto não foi tão forte. Mas com este MX-5 as coisas já são diferentes. O carro é totalmente novo, está pequeno como nunca, mas resultou num portento de  bom gosto, independentemente do ângulo em que olha para ele, de frente ou detrás. Gostos não se discutem, mas este carro apresenta uma estética absolutamente fenomenal. Para além disso, há outro pormenor que para mim é muito importante, já que apesar de não poder dizer que fico à larga sentado no carro, claro que não, se eu fico moderadamente bem instalado então não deverá haver muita gente que tenha grandes problemas a esse nível, a não ser que estejamos a falar de atletas da NBA. A sensação de se guiar tão perto do chão é excelente, e nem sequer vale a pena colocar uma ênfase muito grande no facto do carro ser muito duro, porque tem mesmo que ser assim, ainda mais esta versão 2.0 SKYACTIV-G de 160 cv.

PRAZER DE CONDUÇÃO

Apesar de não ser muito potente, a leveza do conjunto permite uma relação peso/potência muito interessante que potencia a diversão, exacerbada pela tração traseira. O motor tem um bom binário, responde muito bem logo desde os baixos regimes e já obriga o condutor a dosear bem o acelerador, pois apesar da suspensão tratar de agarrar bem o MX-5 à estrada, não é difícil cometermos abusos e fazer com que a traseira dê sinais de vida. Além disso, a caixa manual de seis velocidades ajuda muito à festa, especialmente quando rodamos em estradas mais sinuosas, que precisem de mais mão-de-obra: aí o prazer da condução sobe exponencialmente. Tendo relações curtas, pede mesmo que se puxe pelo motor. Logicamente que este não tem alma até Almeida, mas a diversão é garantida. Não se esqueça é do tipo de estrada onde se pretende divertir: o MX-5 é duro e se apanha uma estrada de piso irregular a diversão já não é a mesma. Subir a Lagoa Azul foi uma boa forma de perceber o que o motor e a caixa fazem pelo carro, e com a estrada bem lisinha, o físico agradeceu. Mas ao passar para a Peninha, aqueles 6,5 Km já foram bem mais complicados, pois a forte irregularidade da estrada ‘abanou’ o MX-5 por todos os lados. Por fim, o troço de Sintra, especialmente a descida da Pena, permitiram diversão à grande, pois imagine o que é um carro leve, tração traseira e potência q.b., naqueles ganchos de 180º. Foi preciso muito cuidado com os turistas.

Resumindo a questão do motor, caixa e suspensão, o carro é leve, muito ágil e fácil de conduzir, as suspensões têm uma afinação muito boa, e só mesmo o mau piso causa ali algum desconforto e obriga a muito mais cuidado com o dosear do acelerador. Até porque a direção não transmite na perfeição as irregularidades da estrada, o que de algum modo é atenuado pelo facto de se guiar tão perto do chão. O habitáculo é um portento de eficiência e simplicidade e não fui capaz de encontrar um comando a que tivesse dificuldade de ver ou chegar. Cada vez mais importante, o sistema de infoentretenimento é simples e muito eficaz, enquanto os bancos parecem ter sido feitos à medida. Senti-me um piloto que ‘molda’ a sua bacquet. Já a capota manual caracteriza-se pela fácil abertura, num único gesto, um processo extraído da anterior geração. Em resumo, o novo Mazda MX-5 é um carro simples, mas com atributos muito fortes para dar sequência ao sucesso deste modelo. Se é um purista, este é daqueles carros que mantém bem a sua ligação ao passado e na era em que a eletrónica já está muito perto de fazer tudo por nós, neste caso ainda podemos dominar a máquina ao invés de sermos dominados.  Não é claramente um carro que se deseja levar para uma autoestrada e rumar a um destino longínquo, antes daqueles automóveis em que para ir daqui, por exemplo, ao Algarve, grita para que o levemos rumo ao gozo das estradas secundárias do Alentejo profundo. Não foi o caso deste teste, devido ao frio e a alguma chuva, mas se tiver uns dias com temperaturas amenas,  abra a capota e disfrute deste MX-5. Vai ver que não se arrepende.

CARACTERÍSTICAS: 

Preço €41 87

Motor: 4 cil., inj.direta, gasolina, 1998 cm3

Potência: 160 cv/6000rpm

Binário 200 N.m/4600 rpm

Transmissão: Traseira, cx. Manual de 6 velocidades

Suspensão: Eixo de torção na frente e traseira, c/barra estabilizadora

Travagem: DV/D; Peso 1090 kg

Mala: 130 litros

Depósito: 45 litros

Velocidade máxima 214 km/h

Aceleração 0 a 100 km/h 7,3s segundos

Consumo médio 6,6 l/100 km

Consumo médio AutoSport 7,4 l/100 km

Emissões CO2 154 g/km

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