Ensaio: Jaguar XF R-Sport 2.0 Diesel 180 cv
Dotar um Jaguar com perto de cinco metros de comprimentos da sigla Sport, sem termos um motor grandioso em potência parece uma equação desafiante. Fomos por isso aferir o seu resultado…
Com o Jaguar XF não passamos despercebidos e os motivos são óbvios: 4954 mm de comprimento; 1880 mm de largura; e 1457 mm de altura. É no exterior que mais se destaca a versão R-Sport com um design de carroçaria exclusivo, adornado por um pára-choques dianteiro desportivo e que atribui personalidade à dianteira, embaladeiras R-Sport na cor da carroçaria, spoiler traseiro e o logótipo R-Sport, o único local, a par das soleiras das portas e da inserção no volante, com logótipo representativo do carácter especial desta versão. Detalhes que lisonjeiam o olhar e que se moldam na perfeição a uma carroçaria musculada e elegante. Entusiasmados passamos ao interior, mas este não apresenta argumentos tão marcantes. Embora espaçoso e com bancos desportivos em couro, os materiais e decoração não espelham um carácter tão distintivo quanto a imagem emanada pela carroçaria.
Primeiro contacto
Embebidos num misto de sensações estéticas e já instalados, cedo somos recordados das suas generosas proporções. Ao comprimento junta-se o capot que afunila na direção do solo, ambos a requererem habituação para evitarmos lascar o mais pequeno poro deste cândido corpo, exigindo redobrada atenção em estrada. Ao ligarmos o motor e iniciarmos o primeiro contacto, sentimos que estamos a passear um joia com luvas de peliça, que não queremos nem embaciar, quanto mais estragar. Um sentimento para que nos transportam as suas encorpadas medidas e a que se junta o rolar fluído e a insonorização ambiente que fazem do prazer da viagem a nossa única preocupação de vida.
Explorar a génese desportiva
Em condução deparamo-nos com um bloco de quatro cilindros e 180 cv entregues às rodas traseiras que podem ser parametrizados através dos quatro modos do Jaguar Drive Control: Chuva, Neve e Gelo; Eco; Normal; e Dynamic. O Eco permite-nos consumos de 6,1 l/100 km, mas a resposta em arranques parece, por vezes, ser esforçada para mover com eficácia os 1595 kg, algo que se dilui no Normal, com maior vigor e por isso mais agradável para uma utilização diária. Porém, tendo um versão R-Sport em mãos importa conhecer o seu ADN.
Assumindo as passagens da caixa automática de oito velocidades através das patilhas de volante e passando o XF para o modo Dynamic, aliado à suspensão desportiva, encontramo-nos no expoente máximo de performance disponível. Sem darmos por ela, a velocidade galopa pelo conta quilómetros com discreta celeridade e serenamente podemos estar a exceder os limites, com a comodidade de quem se passeia galantemente pela sua sala de jantar. A resposta é solícita e permite desenvencilharmo-nos com ligeireza de situações, como ultrapassagens com curto espaço de manobra. O comportamento dinâmico impressiona, com o XF a moldar-se às curvas com um adornar elegante, calmo e sereno, transmitindo-nos a sensação da maior segurança em cada ação.
Quando queremos refrear os ânimos e parar, surge um problema, estacionar. Uma ação prosaica que ganha novos contornos com este XF, que devido ao seu comprimento nos obriga a escolher criteriosamente um lugar adequado. Na despedida deixamos a chave e uma proposta bastante agradável que consegue transportar a ideia de suave imponência em cada viagem, reconfortando-nos a alma e tranquilizando o espírito.
Mais: Elegância de linhas; Estabilidade; Prazer de condução
Menos: Habitáculo
Ficha técnica
Motor 4 cil. em linha, diesel, injeção direta, turbo, intercooler 1999 cc
Potência 180 cv/4000 rpm
Binário 430 Nm/1750 – 2500 rpm
Transmissão traseira, caixa auto de 8 vel.
Suspensão triângulos duplos sobrepostos à frente e integral link atrás
Travagem DV/D
Peso 1595 kg
Mala 540l
Depósito 66l
Vel. Máx. 229 km/h
Aceleração 0 aos 100 km/h 8,1s
Consumo médio 4,3 l/100 km
Consumo médio AutoSport 6,1 l/100 km
Emissões CO2 114 g/km
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