Volvo C40 Recharge Twin – Ensaio Teste

By on 10 Maio, 2022

Missão bem definida

A primeira tentativa da Volvo no mundo dos automóveis totalmente elétricos foi com o XC40 Recharge, aquele que também estreou a designação que viria a ser adotada por todos os modelos eletrificados. A procura foi elevada, tanto pelo fator novidade, como pela versatilidade do formato de SUV com este tipo de motorização. Com isto, a marca teve a ideia de explorar novos formatos e acabou por nascer o C40 Recharge, uma versão do XC40 com estilo de Coupé e que foi desenvolvida de raiz já com o objetivo de ser um automóvel totalmente alimentado por eletricidade.

Texto: André Mendes


Mais:

– Comportamento
– Prestações
– Equipamento

Menos:

– Altura reduzida do habitáculo
– Consumos
– Bagageira

Exterior

7/10

As linhas da carroçaria conseguiram um excelente compromisso, ficando mais elegante que o XC40, mais moderno e até com um toque mais sofisticado. Quando visto de frente, as diferenças são poucas, sendo a versão totalmente elétrica também identificada pela presença de uma grelha fechada e da mesma cor da carroçaria. Em contrapartida, a secção traseira é bastante diferente. O tradicional desenho que a Volvo costuma utilizar nas suas óticas estende-se agora pela carroçaria, misturando pequenos detalhes na mesma cor da carroçaria, com pedaços refletores no mesmo material das óticas, que chegam mesmo à tampa da bagageira. Além disso, o formato do C40 foi também otimizado em termos aerodinâmicos, com a adição de uma asa traseira por cima da tampa da bagageira e também de um spoiler mais perto do tejadilho com um desenho mais original e um pouco maior nas extremidades.

Interior

6/10

Do ponto de vista do condutor, também são evidentes as semelhanças com o que conhecemos do XC40, incluindo a excelente posição de condução e as amplas regulações do assento e da coluna da direção. No entanto, este novo desenho mais baixo do tejadilho, em conjunto com o facto de as baterias do sistema estarem arrumadas por baixo do habitáculo, faz com que a altura disponível no acesso seja mais acanhada e  que seja quase obrigatório dar uma cabeçada sempre que se entra ou sai do carro. E depois, quando se olha pelo espelho percebemos que o formato do tejadilho também acabou por limitar consideravelmente a visibilidade traseira e o espaço disponível em altura para quem viaja nos lugares traseiros. Além disso, o compartimento de carga também conta apenas com uma volumetria pouco acima dos 400 litros, mas este ponto é compensado por um formato sem irregularidades e com um bom acesso, mas também pela existência de um segundo porta-bagagens por baixo do capot, que tem o tamanho suficiente para arrumar os cabos destinados ao carregamento do sistema elétrico.

Equipamento

7/10

A bordo do novo C40, a lista de equipamento é bastante completa e inclui elementos que nem sequer imaginamos, tais como um purificador de ar para o habitáculo, por exemplo, ou uma decoração do tablier e dos painéis das portas retro iluminada e que só damos por ela em ambiente noturno. O painel de instrumentos já é o novo sistema totalmente digital da Volvo e no monitor central, também já estão integrados os serviços da Google. E com a vantagem de poder aceder às playlists que temos no telefone, através do Apple CarPlay ou Android Auto, também podemos explorar da melhor forma o sistema de som da Harman Kardon presente neste C40 Recharge.

Consumos

5/10

O capítulo dos consumos foi um dos que nos mostrou que ainda há um caminho longo para percorrer no mundo dos automóveis elétricos. Em cidade, o C40 sente-se bastante à vontade e é onde nos faz mais sentido utilizar o modo de condução, onde apenas temos de utilizar o pedal do acelerador, usando a capacidade de regeneração para travar. Por outro lado, ao desligar este sistema, desligamos também a capacidade de regeneração de energia, uma vez que, ao tirar o pé do acelerador, o C40 flui tranquilamente quase sem perder velocidade, obrigando a ir usando o pedal do travão para tentar ir regenerando qualquer coisa em descidas, por exemplo. Já em autoestrada, o sistema mostrou-se totalmente contra viagens com o cruise control nos 120 km/h, ficando o assistente de autonomia sempre com um tom laranja bem visível no mostrador referente à velocidade. E o resultado é que a média final deste ensaio acabou por ficar nos 22 kWh, o que nos parece algo elevado face aos 18,1 declarados pela marca.

Ao Volante

7/10

O facto de o peso deste modelo ficar muito próximo das 2,2 toneladas, fez com que a Volvo tivesse adotado uma solução um pouco mais firme para a suspensão, para que o conjunto não ficasse a balouçar depois de uma lomba, por exemplo. Perde-se ligeiramente no conforto, especialmente quando se viaja atrás, mas em contrapartida oferece uma dinâmica bem mais apurada e uma presença mais determinada no asfalto. E de uma forma geral, as impressões de condução são bastante positivas, mesmo com jantes de 19 polegadas, com esta suspensão mais firme e em estradas onde o piso também parece não querer ajudar.

Motor

8/10

A palavra Twin na designação deste C40 Recharge quer dizer que se trata de uma versão com dois motores elétricos. Ou seja, há duas unidades do motor de 204 cavalos, uma em cada eixo, fazendo com que este modelo tenha quatro rodas motrizes e mais de 400 cavalos de potência. O resultado são valores como os 4,7 segundos que demora a alcançar os 100 km/h, mas com um peso acima das duas toneladas, também surgem números nas médias de consumo que já não gostamos tanto de ver.

Balanço Final

7/10

O primeiro automóvel da Volvo desenvolvido de raiz para ser 100% elétrico é uma daquelas soluções de desenho marcante e que se destaca pela sua originalidade, ainda que o seu formato tenha ditado algumas desvantagens em termos de acesso e espaço no habitáculo. As prestações oferecidas pelos mais de 400 cavalos dos dois motores permitem boas prestações, mas consumos acima do desejado. No entanto, e apesar de tudo isto, gostámos bastante do C40 Recharge, uma vez que nos mostra que a Volvo está num excelente caminho em termos de automóveis elétricos e na sua missão de sustentabilidade.

Concorrentes

Ford Mustang Mach-E AWD – Motor: 2 elétricos; 351 cv e 580 Nm de binário; Autonomia: 540 km; 0-100 km/h: 5,1 seg.; Velocidade máx.: 180 km/h; Consumo combinado: 18,7 kWh/100 km; Preço: 75.568 €

Volkswagen ID.4 GTX – Motor: 2 elétricos; 299 cv e 162+310 Nm de binário; Autonomia: 480 km; 0-100 km/h: 6,2 seg.; Velocidade máx.: 180 km/h; Consumo combinado: 16,3 kWh/100 km; Preço: 55.069 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: Elétrico
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 2×204/4.350-13.900
Binário máximo (Nm/rpm): 2×330/n.d.
Tração: Nas quatro rodas
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,7
Velocidade máxima (km/h): 180
Consumos misto (kWh/100 km): 18,1
Emissões CO2 (gr/km): 0
Autonomia máxima – WLTP (km): 451

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.440/1.873/1.591
Distância entre eixos (mm): 2.702
Largura de vias (fr/tr mm): 1.598/1.603
Peso (kg): 2.185
Capacidade da bagageira (l): 413+21
Depósito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 235/50 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 61.594 €
Preço da versão base (Euros): 48.826 €

Mais/Menos


Mais

– Comportamento
– Prestações
– Equipamento

Menos

– Altura reduzida do habitáculo
– Consumos
– Bagageira

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 61.594€

Preço da versão base (Euros): 48.826€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

As linhas da carroçaria conseguiram um excelente compromisso, ficando mais elegante que o XC40, mais moderno e até com um toque mais sofisticado. Quando visto de frente, as diferenças são poucas, sendo a versão totalmente elétrica também identificada pela presença de uma grelha fechada e da mesma cor da carroçaria. Em contrapartida, a secção traseira é bastante diferente. O tradicional desenho que a Volvo costuma utilizar nas suas óticas estende-se agora pela carroçaria, misturando pequenos detalhes na mesma cor da carroçaria, com pedaços refletores no mesmo material das óticas, que chegam mesmo à tampa da bagageira. Além disso, o formato do C40 foi também otimizado em termos aerodinâmicos, com a adição de uma asa traseira por cima da tampa da bagageira e também de um spoiler mais perto do tejadilho com um desenho mais original e um pouco maior nas extremidades.

Interior

Do ponto de vista do condutor, também são evidentes as semelhanças com o que conhecemos do XC40, incluindo a excelente posição de condução e as amplas regulações do assento e da coluna da direção. No entanto, este novo desenho mais baixo do tejadilho, em conjunto com o facto de as baterias do sistema estarem arrumadas por baixo do habitáculo, faz com que a altura disponível no acesso seja mais acanhada e  que seja quase obrigatório dar uma cabeçada sempre que se entra ou sai do carro. E depois, quando se olha pelo espelho percebemos que o formato do tejadilho também acabou por limitar consideravelmente a visibilidade traseira e o espaço disponível em altura para quem viaja nos lugares traseiros. Além disso, o compartimento de carga também conta apenas com uma volumetria pouco acima dos 400 litros, mas este ponto é compensado por um formato sem irregularidades e com um bom acesso, mas também pela existência de um segundo porta-bagagens por baixo do capot, que tem o tamanho suficiente para arrumar os cabos destinados ao carregamento do sistema elétrico.

Equipamento

A bordo do novo C40, a lista de equipamento é bastante completa e inclui elementos que nem sequer imaginamos, tais como um purificador de ar para o habitáculo, por exemplo, ou uma decoração do tablier e dos painéis das portas retro iluminada e que só damos por ela em ambiente noturno. O painel de instrumentos já é o novo sistema totalmente digital da Volvo e no monitor central, também já estão integrados os serviços da Google. E com a vantagem de poder aceder às playlists que temos no telefone, através do Apple CarPlay ou Android Auto, também podemos explorar da melhor forma o sistema de som da Harman Kardon presente neste C40 Recharge.

Consumos

O capítulo dos consumos foi um dos que nos mostrou que ainda há um caminho longo para percorrer no mundo dos automóveis elétricos. Em cidade, o C40 sente-se bastante à vontade e é onde nos faz mais sentido utilizar o modo de condução, onde apenas temos de utilizar o pedal do acelerador, usando a capacidade de regeneração para travar. Por outro lado, ao desligar este sistema, desligamos também a capacidade de regeneração de energia, uma vez que, ao tirar o pé do acelerador, o C40 flui tranquilamente quase sem perder velocidade, obrigando a ir usando o pedal do travão para tentar ir regenerando qualquer coisa em descidas, por exemplo. Já em autoestrada, o sistema mostrou-se totalmente contra viagens com o cruise control nos 120 km/h, ficando o assistente de autonomia sempre com um tom laranja bem visível no mostrador referente à velocidade. E o resultado é que a média final deste ensaio acabou por ficar nos 22 kWh, o que nos parece algo elevado face aos 18,1 declarados pela marca.

Ao volante

O facto de o peso deste modelo ficar muito próximo das 2,2 toneladas, fez com que a Volvo tivesse adotado uma solução um pouco mais firme para a suspensão, para que o conjunto não ficasse a balouçar depois de uma lomba, por exemplo. Perde-se ligeiramente no conforto, especialmente quando se viaja atrás, mas em contrapartida oferece uma dinâmica bem mais apurada e uma presença mais determinada no asfalto. E de uma forma geral, as impressões de condução são bastante positivas, mesmo com jantes de 19 polegadas, com esta suspensão mais firme e em estradas onde o piso também parece não querer ajudar.

Concorrentes

Ford Mustang Mach-E AWD – Motor: 2 elétricos; 351 cv e 580 Nm de binário; Autonomia: 540 km; 0-100 km/h: 5,1 seg.; Velocidade máx.: 180 km/h; Consumo combinado: 18,7 kWh/100 km; Preço: 75.568 €

Volkswagen ID.4 GTX – Motor: 2 elétricos; 299 cv e 162+310 Nm de binário; Autonomia: 480 km; 0-100 km/h: 6,2 seg.; Velocidade máx.: 180 km/h; Consumo combinado: 16,3 kWh/100 km; Preço: 55.069 €

Motor

A palavra Twin na designação deste C40 Recharge quer dizer que se trata de uma versão com dois motores elétricos. Ou seja, há duas unidades do motor de 204 cavalos, uma em cada eixo, fazendo com que este modelo tenha quatro rodas motrizes e mais de 400 cavalos de potência. O resultado são valores como os 4,7 segundos que demora a alcançar os 100 km/h, mas com um peso acima das duas toneladas, também surgem números nas médias de consumo que já não gostamos tanto de ver.

Balanço final

O primeiro automóvel da Volvo desenvolvido de raiz para ser 100% elétrico é uma daquelas soluções de desenho marcante e que se destaca pela sua originalidade, ainda que o seu formato tenha ditado algumas desvantagens em termos de acesso e espaço no habitáculo. As prestações oferecidas pelos mais de 400 cavalos dos dois motores permitem boas prestações, mas consumos acima do desejado. No entanto, e apesar de tudo isto, gostámos bastante do C40 Recharge, uma vez que nos mostra que a Volvo está num excelente caminho em termos de automóveis elétricos e na sua missão de sustentabilidade.

Mais

– Comportamento
– Prestações
– Equipamento

Menos

– Altura reduzida do habitáculo
– Consumos
– Bagageira

Ficha técnica

Motor
Tipo: Elétrico
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 2×204/4.350-13.900
Binário máximo (Nm/rpm): 2×330/n.d.
Tração: Nas quatro rodas
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,7
Velocidade máxima (km/h): 180
Consumos misto (kWh/100 km): 18,1
Emissões CO2 (gr/km): 0
Autonomia máxima – WLTP (km): 451

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.440/1.873/1.591
Distância entre eixos (mm): 2.702
Largura de vias (fr/tr mm): 1.598/1.603
Peso (kg): 2.185
Capacidade da bagageira (l): 413+21
Depósito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 235/50 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 61.594 €
Preço da versão base (Euros): 48.826 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 61.594€
Preço da versão base (Euros): 48.826€