Mercedes EQC 400 4Matic – Ensaio Teste
Mercedes EQC 400 4Matic
Texto: José Manuel Costa ([email protected])
Um SUV que nem parece elétrico
O EQC é o primeiro esforço sério da Mercedes no desconhecido mundo da mobilidade elétrica, descontando o antigo Classe B que tinha aplicado uma bateria da Tesla, aproveitando a proximidade entre a Daimler e a empresa de Elon Msuk.
Sem surpresa, o EQC 400 4Matic é um concorrente direto do Audi e-tron e do Jaguar i-Pace. E, claro, do Tesla Model X, mas a Mercedes não fala nisso. Prefere, em sussurro, dizer que tem como ambição ficar com os clientes descontentes com a Tesla. E, também, com aqueles que preferem pagar o mesmo dinheiro de um Tesla, mas usufruir da qualidade de construção, refinamento e engenharia de topo que, habitualmente, significa a estrela de três pontas e, claro, a imagem de marca da Mercedes. E a verdade é que o melhor elogio que posso fazer é que em muitos momentos nem me lembrei que este é um carro elétrico.
Refinamento, conforto, Comportamento
Autonomia face a alguns rivais, Preço
Exterior
Pontuação 7/10 Sendo um construtor que anda por aqui há mais de uma centena de anos e ofereceu à indústria centenas de inovações, o EQC é, surpreendentemente, normal. Ao contrário dos rivais, não está em cima de uma plataforma desenvolvida, especificamente, para a mobilidade elétrica. Utiliza a mesma plataforma MRA que é usada pelo Classe C e pelo GLC. Mas não se iludam, pois como explicou um os responsáveis do projeto, apenas 15 por cento das peças são comuns. Surpreendido? Não fique! É uma jogada de maestria por parte da Mercedes. Primeiro porque o EQC pode ser fabricado na mesma linha de montagem do GLC e do Classe C. Depois, porque desconhecendo, nesta altura, qual o sucesso do EQC e qual o volume de encomendas que vai receber, pode flexibilizar a cadência de produção com flutuação, de aumentou ou redução de produção, de 25% sem exigir nenhum investimento extra na fábrica ou em maquinaria. Portanto, esta abordagem mais pragmática deixa claro que a Mercedes (ainda) não trem crença total neste avanço dos veículos elétricos, continua, como todos nós, às “escuras”, mas assim minimiza os riscos financeiros.
Interior
Pontuação 8/10 Se me vendassem os olhos, depositassem dentro do EQC e depois de fechadas as portas, removesse a venda, diria que estava dentro de um GLC ou de outro Mercedes qualquer. Olhando melhor, iria perguntar se tinha havido algumas novidades nos ventiladores do sistema de climatização, cujo estilo é totalmente diferente e com detalhes pintados em bronze. Mas não há mais diferenças! O volante é igual os comandos são os mesmos, o sistema MBUX é de série e continua a ser muito divertido e fácil de usar e o painel de instrumentos com dois ecrãs de generosas dimensões, está arrumado da mesma maneira que no GLC ou em outro dos novos Mercedes. Como referi acima, a habitabilidade não aproveita o facto do carro ser elétrico, pois a utilização de uma plataforma não dedicada à mobilidade elétrica, oferece alguns compromissos. Seja como for, o espaço no habitáculo é generoso para um carro deste tamanho, mas na largura as coisas são um nadinha mais acanhadas. Quem seguir no lugar do meio do banco traseiro, sofrerá com o túnel de transmissão, que não fazendo falta ao EQC é original na plataforma que lhe serve de base. A bagageira tem 500 litros de capacidade.
Equipamento
Pontuação 5/10 O equipamento de base do EQC é muito completo, mas esta versão que nos foi disponibilizada, estava muito bem equipada com algum equipamento opcional. Desde logo o sistema MBUX com realidade aumentada para o sistema de navegação (350 euros), pacote de integração do smartphone (450 euros), carregamento sem fios para o smartphone (250 euros), a Edição 1886 (que oferece acabamentos interiores em prateado, placa de edição especial, bancos da frente ajustáveis eletricamente, estribos laterais em alumínio, bancos com memória, pintura metalizada prata, sistema de som Burmester, tapetes edição especial, com um valor de 12.750 euros), teto de abrir em vidro (1.300 euros), gabcho para reboque com ESP (1.200 euros). Ou seja, são 16.300 euros de opcionais, que levam o preço dos 79.142 euros para os 96.750 euros.
Consumos
Pontuação 7/10 A autonomia, oficialmente, oscila entre os 445 e os 471 km, homologadas no ciclo NEDC. A verdade é que o carro ensaiado não teve, nem perto, dessa autonomia, mas também é verdade que o sistema que controla a bateria gere muito bem a utilização e apesar do computador de bordo nunca ter dado uma autonomia acima dos 380 km, também é verdade que a bateria nunca chegou a um nível critico e nos muitos quilómetros que fiz, a autonomia não descia com tanta rapidez como em outros automóveis. Por isso, a autonomia acaba por ser mais que suficiente pois num período de cinco dias não foi necessário carregar baterias. A Mercedes anuncia um consumo de 22,2 kWh/100 km, consegui um bom resultado com 23,9 kWh.
Ao Volante
Pontuação 9/10 O EQC 400 4Matic é um carro do século XXI, mas em utilização é um… Mercedes. Tudo no carro é igual a um dos modernos veículos da casa de Unterturkheim, os bancos são iguais, as regulações estão todas no mesmo sítio, o comando da caixa e dos limpa para brisas também, portanto, o EQC não é nenhum estranho. Colocado em andamento é fácil sair dos blocos com uma dose pequena de aceleração. Sem mexer na regeneração de energia, o EQC 400 até parece leve tal a forma como avança sem hesitações. Convirá lembrar que este é um carro muito pesado com quase 2,5 toneladas e que entre os dois eixos tem 652 quilos de baterias, com uma distância entre eixos igual à do GLC (2873 mm), mas sendo mais comprido (4761 mm), mais estreito (1884 mm) e mais baixo que o GLC (1673 mm). Por isso não estranha que o carro pareça maior do que na realidade é, embora controle muito bem os movimentos da carroçaria. A curvar, o peso sente-se, pelo que entrar em curva com algum excesso de confiança, ou sair igualmente com entusiasmo, verá o EQC perder aderência no eixo dianteiro e alargar a trajetória. Ou seja, o EQC 400 4Matic controla bem os movimentos da carroçaria, mas é pesado, a direção é dormente e tudo isto não foi feito para andar depressa. Anda, mas com naturais limitações. Em autoestrada, o EQC 400 é imperial, com enorme serenidade, refinamento e, não fossem os pneus, seria um ambiente de silêncio absoluto. No interior não escutamos os ruídos habituais num carro elétrico. Mas os técnicos da Mercedes não conseguiram evitar que em redor dos espelhos o vento comece a fazer algum ruído a partir dos 120 km/h, embora nada de incomodativo. O EQC 400 4Matic, apesar de ter quatro rodas motrizes e ter aspeto de SUV desportivo, graças à estreia superfície vidrada e à linha descendente do tejadilho que culmina num portão traseiro, não vai poder ir mais longe que o acesso a casa ou à quinta, subir uns passeios e pouco mais. Porquê? Porque o EQC não tem altura ao solo suficiente e a suspensão não tem regulação em altura. Como disse, o EQC400 4Matic tem tração integral graças ao contributo do motor elétrico traseiro, já que o outro está montado, anormalmente elevado, na frente. A programação é diferente para os dois motores: o dianteiro está afinado para oferecer um desempenho ótimo nas baixas e médias acelerações, enquanto o traseiro está desenhado para oferecer toda a potência disponível. O que é que isto significa? Bom, rodando com aceleração leve e sendo conduzido de forma eficiente, o EQC 400 utiliza, apenas, o motor dianteiro, desligando o traseiro, funcionando como um tração dianteira. Mas a todo o momento o sistema monitoriza a situação, fazendo o motor traseiro entrar em ação caso seja necessário mais desempenho. O EQC 400 tem cinco modos de condução que influenciam motores, direção e o controlo de estabilidade. Disponibiliza, também, cinco modos de regeneração. Vamos aos primeiros. O modo por defeito é o Comfort, com o pedal do acelerador a ser suave, mas pronto para quando há a necessidade de puxar pelos motores elétricos. Se optar pelo modo Eco, o EQC 400 foca-se na máxima poupança de energia e maior eficácia de utilização. Necessitando da maior autonomia possível, tem de escolher o modo “Max Range” e beneficiar da ajuda do software do carro para maximizar a autonomia. Caso pretenda ser ousado, o modo Sport também está disponível e o sistema foca-se não na eficiência, mas na performance. Finalmente, se tiver coragem ou desejar configurar a condução do EQC 400, pode optar pelo modo Individual e personalizar diversos parâmetros. Quanto à regeneração, podem controlar os níveis de recuperação de energia da travagem e da desaceleração através das patilhas colocadas atrás do volante, iguais às de uma caixa automática comum. Temos então os modos D+ (o carro segue solto sem regeneração, mas sem necessitar de muita energia para avançar), D (baixa regeneração), D- (regeneração média) e D – – (elevada regeneração). Este modo permite a condução apenas com um pedal. Como? Como a regeneração é muito intensa, o pedal de travão torna-se, quase, dispensável pois a desaceleração é muito forte e a velocidades citadinas, a imobilização consegue-se facilmente. Finalmente, o modo D Auto, gerido pelo Eco Assist, um sistema inteligente que ajuda os condutores a alcançar a máxima eficiência, através da capacidade de antever o que vai acontecer à frente. Fá-lo com a ajuda do sistema de navegação, reconhecimento dos sinais de trânsito e informação dos sistemas de segurança (radares e câmaras), tudo a funcionar em conjunto. Desta forma, o sistema ajuda-o a acelerar quando é preciso e a desacelerar quando está próximo do limite de velocidade, adaptando as funções de velejar (andar sem regeneração com mínimo gasto de energia) e de regeneração de energia. O modo Max Range que acima referi, foi desenvolvido para o EQC e encoraja o condutor a respeitar os limites de velocidade através de um ressalto no curso do acelerador, maximizando assim o consumo de energia e aumentando a autonomia. O sistema funciona em conjunto com o sistema de navegação otimizado do EQC, escolhendo a rota com o perfil mais favorável à poupança de energia, respeitando os limites de velocidade e a distância para os outros veículos, maximizando a utilização da regeneração para evitar o uso da travagem e alargar a autonomia.
Motor
Pontuação 8/10 O EQC 400 utiliza dois motores elétricos para oferecer tração integral, com uma potência de 408 CV e 765 Nm de binário, capaz de levar o EQC 400 4Matic dos 0-100 km/h em 5,1 segundos.
Balanço Final
Pontuação 8/10 Então não é que uma marca nascida no século 19 está pronta para tramar a neófita Tesla no seu ambiente?! O melhor elogio que posso fazer a este Mercedes EQC 400 4Matic é que me fez esquecer ser este um carro elétrico. Sedutor e carregado de qualidade e tecnologia, consegue estar ao lado de um Mercedes comum sem ser apontado. Fácil de conduzir e simples de utilizar, o EQC 400 4Matic foi uma agradável surpresa. O preço de 79.150 euros não é acessível a todos, mas pesando os prós e os contras, justificam-se e de todos os modelos elétricos que já conduzi, foi o único que me deixou com pena de o entregar.
Concorrentes
Audi E-Tron 408 CV; 664 Nm; 0-100 km/h em 5,7 seg,; 200 km/h; 88.000 euros Tesla Model X 333 CV; 525 Nm; 0-100 km/h em 5,2 seg,; 209 km/h; 95.405 (Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor Tipo: elétrico Potência máxima (CV/rpm): 408 Binário máximo (Nm/rpm): 765 Transmissão: Integral permanente quattro com caixa de 1 velocidade automática Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente Suspensão (ft/tr): Multibraços Travões (fr/tr): Discos ventilados Prestações e consumos Aceleração 0-100 km/h (s): 5,1 Velocidade máxima (km/h): 180 Consumo misto (kWh/100 km): 22,2 Dimensões e pesos Comprimento/Largura/Altura (mm): 4761/1884/1624 Distância entre eixos (mm): 2873 Largura de vias (fr/tr mm): 1625/1615 Peso (kg): 2425 Capacidade da bagageira (l): 500 Capacidade da bateria (kWh): 80 Pneus (fr/tr): 275/40 ZR19 Preço da versão base (Euros): 79.150 Preço da versão Ensaiada (Euros): 96.750
Mais/Menos
Mais
Refinamento, conforto, Comportamento
Menos
Autonomia face a alguns rivais, Preço
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 96750€
Preço da versão base (Euros): 79150€
Exterior
Pontuação 7/10 Sendo um construtor que anda por aqui há mais de uma centena de anos e ofereceu à indústria centenas de inovações, o EQC é, surpreendentemente, normal. Ao contrário dos rivais, não está em cima de uma plataforma desenvolvida, especificamente, para a mobilidade elétrica. Utiliza a mesma plataforma MRA que é usada pelo Classe C e pelo GLC. Mas não se iludam, pois como explicou um os responsáveis do projeto, apenas 15 por cento das peças são comuns. Surpreendido? Não fique! É uma jogada de maestria por parte da Mercedes. Primeiro porque o EQC pode ser fabricado na mesma linha de montagem do GLC e do Classe C. Depois, porque desconhecendo, nesta altura, qual o sucesso do EQC e qual o volume de encomendas que vai receber, pode flexibilizar a cadência de produção com flutuação, de aumentou ou redução de produção, de 25% sem exigir nenhum investimento extra na fábrica ou em maquinaria. Portanto, esta abordagem mais pragmática deixa claro que a Mercedes (ainda) não trem crença total neste avanço dos veículos elétricos, continua, como todos nós, às “escuras”, mas assim minimiza os riscos financeiros.
Interior
Pontuação 8/10 Se me vendassem os olhos, depositassem dentro do EQC e depois de fechadas as portas, removesse a venda, diria que estava dentro de um GLC ou de outro Mercedes qualquer. Olhando melhor, iria perguntar se tinha havido algumas novidades nos ventiladores do sistema de climatização, cujo estilo é totalmente diferente e com detalhes pintados em bronze. Mas não há mais diferenças! O volante é igual os comandos são os mesmos, o sistema MBUX é de série e continua a ser muito divertido e fácil de usar e o painel de instrumentos com dois ecrãs de generosas dimensões, está arrumado da mesma maneira que no GLC ou em outro dos novos Mercedes. Como referi acima, a habitabilidade não aproveita o facto do carro ser elétrico, pois a utilização de uma plataforma não dedicada à mobilidade elétrica, oferece alguns compromissos. Seja como for, o espaço no habitáculo é generoso para um carro deste tamanho, mas na largura as coisas são um nadinha mais acanhadas. Quem seguir no lugar do meio do banco traseiro, sofrerá com o túnel de transmissão, que não fazendo falta ao EQC é original na plataforma que lhe serve de base. A bagageira tem 500 litros de capacidade.
Equipamento
Pontuação 5/10 O equipamento de base do EQC é muito completo, mas esta versão que nos foi disponibilizada, estava muito bem equipada com algum equipamento opcional. Desde logo o sistema MBUX com realidade aumentada para o sistema de navegação (350 euros), pacote de integração do smartphone (450 euros), carregamento sem fios para o smartphone (250 euros), a Edição 1886 (que oferece acabamentos interiores em prateado, placa de edição especial, bancos da frente ajustáveis eletricamente, estribos laterais em alumínio, bancos com memória, pintura metalizada prata, sistema de som Burmester, tapetes edição especial, com um valor de 12.750 euros), teto de abrir em vidro (1.300 euros), gabcho para reboque com ESP (1.200 euros). Ou seja, são 16.300 euros de opcionais, que levam o preço dos 79.142 euros para os 96.750 euros.
Consumos
Pontuação 7/10 A autonomia, oficialmente, oscila entre os 445 e os 471 km, homologadas no ciclo NEDC. A verdade é que o carro ensaiado não teve, nem perto, dessa autonomia, mas também é verdade que o sistema que controla a bateria gere muito bem a utilização e apesar do computador de bordo nunca ter dado uma autonomia acima dos 380 km, também é verdade que a bateria nunca chegou a um nível critico e nos muitos quilómetros que fiz, a autonomia não descia com tanta rapidez como em outros automóveis. Por isso, a autonomia acaba por ser mais que suficiente pois num período de cinco dias não foi necessário carregar baterias. A Mercedes anuncia um consumo de 22,2 kWh/100 km, consegui um bom resultado com 23,9 kWh.
Ao volante
Pontuação 9/10 O EQC 400 4Matic é um carro do século XXI, mas em utilização é um… Mercedes. Tudo no carro é igual a um dos modernos veículos da casa de Unterturkheim, os bancos são iguais, as regulações estão todas no mesmo sítio, o comando da caixa e dos limpa para brisas também, portanto, o EQC não é nenhum estranho. Colocado em andamento é fácil sair dos blocos com uma dose pequena de aceleração. Sem mexer na regeneração de energia, o EQC 400 até parece leve tal a forma como avança sem hesitações. Convirá lembrar que este é um carro muito pesado com quase 2,5 toneladas e que entre os dois eixos tem 652 quilos de baterias, com uma distância entre eixos igual à do GLC (2873 mm), mas sendo mais comprido (4761 mm), mais estreito (1884 mm) e mais baixo que o GLC (1673 mm). Por isso não estranha que o carro pareça maior do que na realidade é, embora controle muito bem os movimentos da carroçaria. A curvar, o peso sente-se, pelo que entrar em curva com algum excesso de confiança, ou sair igualmente com entusiasmo, verá o EQC perder aderência no eixo dianteiro e alargar a trajetória. Ou seja, o EQC 400 4Matic controla bem os movimentos da carroçaria, mas é pesado, a direção é dormente e tudo isto não foi feito para andar depressa. Anda, mas com naturais limitações. Em autoestrada, o EQC 400 é imperial, com enorme serenidade, refinamento e, não fossem os pneus, seria um ambiente de silêncio absoluto. No interior não escutamos os ruídos habituais num carro elétrico. Mas os técnicos da Mercedes não conseguiram evitar que em redor dos espelhos o vento comece a fazer algum ruído a partir dos 120 km/h, embora nada de incomodativo. O EQC 400 4Matic, apesar de ter quatro rodas motrizes e ter aspeto de SUV desportivo, graças à estreia superfície vidrada e à linha descendente do tejadilho que culmina num portão traseiro, não vai poder ir mais longe que o acesso a casa ou à quinta, subir uns passeios e pouco mais. Porquê? Porque o EQC não tem altura ao solo suficiente e a suspensão não tem regulação em altura. Como disse, o EQC400 4Matic tem tração integral graças ao contributo do motor elétrico traseiro, já que o outro está montado, anormalmente elevado, na frente. A programação é diferente para os dois motores: o dianteiro está afinado para oferecer um desempenho ótimo nas baixas e médias acelerações, enquanto o traseiro está desenhado para oferecer toda a potência disponível. O que é que isto significa? Bom, rodando com aceleração leve e sendo conduzido de forma eficiente, o EQC 400 utiliza, apenas, o motor dianteiro, desligando o traseiro, funcionando como um tração dianteira. Mas a todo o momento o sistema monitoriza a situação, fazendo o motor traseiro entrar em ação caso seja necessário mais desempenho. O EQC 400 tem cinco modos de condução que influenciam motores, direção e o controlo de estabilidade. Disponibiliza, também, cinco modos de regeneração. Vamos aos primeiros. O modo por defeito é o Comfort, com o pedal do acelerador a ser suave, mas pronto para quando há a necessidade de puxar pelos motores elétricos. Se optar pelo modo Eco, o EQC 400 foca-se na máxima poupança de energia e maior eficácia de utilização. Necessitando da maior autonomia possível, tem de escolher o modo “Max Range” e beneficiar da ajuda do software do carro para maximizar a autonomia. Caso pretenda ser ousado, o modo Sport também está disponível e o sistema foca-se não na eficiência, mas na performance. Finalmente, se tiver coragem ou desejar configurar a condução do EQC 400, pode optar pelo modo Individual e personalizar diversos parâmetros. Quanto à regeneração, podem controlar os níveis de recuperação de energia da travagem e da desaceleração através das patilhas colocadas atrás do volante, iguais às de uma caixa automática comum. Temos então os modos D+ (o carro segue solto sem regeneração, mas sem necessitar de muita energia para avançar), D (baixa regeneração), D- (regeneração média) e D – – (elevada regeneração). Este modo permite a condução apenas com um pedal. Como? Como a regeneração é muito intensa, o pedal de travão torna-se, quase, dispensável pois a desaceleração é muito forte e a velocidades citadinas, a imobilização consegue-se facilmente. Finalmente, o modo D Auto, gerido pelo Eco Assist, um sistema inteligente que ajuda os condutores a alcançar a máxima eficiência, através da capacidade de antever o que vai acontecer à frente. Fá-lo com a ajuda do sistema de navegação, reconhecimento dos sinais de trânsito e informação dos sistemas de segurança (radares e câmaras), tudo a funcionar em conjunto. Desta forma, o sistema ajuda-o a acelerar quando é preciso e a desacelerar quando está próximo do limite de velocidade, adaptando as funções de velejar (andar sem regeneração com mínimo gasto de energia) e de regeneração de energia. O modo Max Range que acima referi, foi desenvolvido para o EQC e encoraja o condutor a respeitar os limites de velocidade através de um ressalto no curso do acelerador, maximizando assim o consumo de energia e aumentando a autonomia. O sistema funciona em conjunto com o sistema de navegação otimizado do EQC, escolhendo a rota com o perfil mais favorável à poupança de energia, respeitando os limites de velocidade e a distância para os outros veículos, maximizando a utilização da regeneração para evitar o uso da travagem e alargar a autonomia.
Concorrentes
Audi E-Tron 408 CV; 664 Nm; 0-100 km/h em 5,7 seg,; 200 km/h; 88.000 euros Tesla Model X 333 CV; 525 Nm; 0-100 km/h em 5,2 seg,; 209 km/h; 95.405 (Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Pontuação 8/10 O EQC 400 utiliza dois motores elétricos para oferecer tração integral, com uma potência de 408 CV e 765 Nm de binário, capaz de levar o EQC 400 4Matic dos 0-100 km/h em 5,1 segundos.
Balanço final
Pontuação 8/10 Então não é que uma marca nascida no século 19 está pronta para tramar a neófita Tesla no seu ambiente?! O melhor elogio que posso fazer a este Mercedes EQC 400 4Matic é que me fez esquecer ser este um carro elétrico. Sedutor e carregado de qualidade e tecnologia, consegue estar ao lado de um Mercedes comum sem ser apontado. Fácil de conduzir e simples de utilizar, o EQC 400 4Matic foi uma agradável surpresa. O preço de 79.150 euros não é acessível a todos, mas pesando os prós e os contras, justificam-se e de todos os modelos elétricos que já conduzi, foi o único que me deixou com pena de o entregar.
Refinamento, conforto, Comportamento
MenosAutonomia face a alguns rivais, Preço
Ficha técnica
Motor Tipo: elétrico Potência máxima (CV/rpm): 408 Binário máximo (Nm/rpm): 765 Transmissão: Integral permanente quattro com caixa de 1 velocidade automática Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente Suspensão (ft/tr): Multibraços Travões (fr/tr): Discos ventilados Prestações e consumos Aceleração 0-100 km/h (s): 5,1 Velocidade máxima (km/h): 180 Consumo misto (kWh/100 km): 22,2 Dimensões e pesos Comprimento/Largura/Altura (mm): 4761/1884/1624 Distância entre eixos (mm): 2873 Largura de vias (fr/tr mm): 1625/1615 Peso (kg): 2425 Capacidade da bagageira (l): 500 Capacidade da bateria (kWh): 80 Pneus (fr/tr): 275/40 ZR19 Preço da versão base (Euros): 79.150 Preço da versão Ensaiada (Euros): 96.750
Preço da versão base (Euros): 79150€
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