Cupra Born – Ensaio Teste
Toque de midas
A passagem do nome Cupra para uma marca independente foi um autêntico toque de Midas por parte da Seat, uma vez que, praticamente com os mesmos ingredientes, são capazes de desenvolver uma receita muito mais original e interessante, com um visual que não deixa ninguém indiferente. Tenho de confessar que estava bastante curioso com este ensaio ao Cupra Born. Não só é o primeiro elétrico de uma marca, como a própria marca também é nova. E depois de ter tido a sorte de estar presente na inauguração da sua sede em Martorell, é mesmo impossível não seguir o que os responsáveis da marca têm feito com a Cupra. E agora, é o momento de conhecer o seu primeiro modelo totalmente elétrico, o Born, uma espécie de irmão gémeo do Volkswagen ID.3, mas aquele que tem tatuagens, um estilo diferente, é membro de uma banda, e cool. Muito cool.
Texto: André Mendes
– Imagem Cupra
– Ambiente a bordo
– Motor
– Comandos táteis
– Alguns materiais
– Preço dos opcionais
Exterior
Com pouco mais de 4,3 metros de comprimento, o Cupra Born é mais pequeno do que eu o imaginava. Mas as linhas da carroçaria seguem a ideia dos outros modelos da marca e não são poupadas nem no detalhe, nem no arrojo. E depois, não há como não destacar a escolha do Azul Aurora da unidade ensaiada. É um extra que adiciona cerca de 960 euros ao preço final do Cupra Born, mas que é uma opção perfeita, tal como as jantes Blizzard de 20 polegadas, de tom escuro e com aplicações em tons de cobre, que é um dos que caracteriza os modelos desta nova marca. Aliás, esta tonalidade é também aquela que melhor contrasta com o azul da carroçaria, e podemos encontrá-la no friso inferior do para-choques dianteiro, nos logos da marca à frente e atrás, mas também em diversos detalhes no habitáculo. O formato geral é o de um pequeno monovolume de cinco portas, tal como o ID.3, mas com um visual muito mais desportivo.
Interior
A entrada no habitáculo faz-se com a chave ainda no bolso, sendo que esta já é a nova, mais brilhante e estilizada, que também encontramos em outros modelos do grupo. A primeira impressão é que os assentos oferecem um apoio razoável e que o volante tem uma pega mais desportiva, mas que a instrumentação é um ecrã minúsculo escondido por trás deste. O visual mais minimalista dispensou a grande maioria dos botões físicos e até o comando da caixa está instalado do lado direito do painel de instrumentos. O monitor central, esse sim, é de grandes dimensões e é onde se centram a maioria dos comandos e informações sobre o sistema e o Cupra Born. Mesmo para colocar os quilómetros parciais a zero, é a este monitor que temos de recorrer. Ainda no habitáculo, está também o ponto com que mais embirrei durante todo o ensaio: os comandos táteis. Uns incluem um feedback físico ao jeito dos telemóveis, outros são deslizantes e uma quantidade deles devolvem-nos um sinal acústico que gostaríamos de desligar. Primeiro estranha-se, mas depois entranha-se, exceto os comandos táteis em excesso, aos quais não me habituei.
Equipamento
Nesta nova geração de automóveis, a lista de equipamento mais extensa é mesmo a dos sistemas de segurança ativa, passiva e de assistência à condução. E no caso do Cupra, acreditamos que está presente quase tudo, sem grandes exceções. E no que diz respeito ao conforto, a verdade é que nos dias que correm, os níveis de exigência já não são assim tão elevados. Basta estar presente um sistema Apple CarPlay ou Android Auto sem fios, para que o telefone possa ficar tranquilamente a carregar numa base de carregamento por indução, um bom sistema de som e já fico feliz para um modo de condução de rotina. A unidade ensaiada não contava com o sistema de som mais elaborado desenvolvido pela Beats Audio, mas ele existe e está disponível no configurador da marca.
Consumos
Assim que nos sentámos ao volante do Cupra Born, a indicação do computador de bordo era de que a autonomia prevista estava nos 321 quilómetros, sendo que os valores declarados pela marca andam entre os 358 e os 417 quilómetros. Mas depois de percorridos 280 quilómetros em modo tranquilo, com autoestradas, estradas nacionais e cidade pelo meio, mas a um ritmo de quem não tem assim muito tempo disponível para passear, a média de consumo acabou por ficar nos 15 kWh/100 km, deixando ainda a autonomia com 82 quilómetros disponíveis. Ou seja, somando os dois valores, os 362 quilómetros já ficam dentro dos valores indicados pela marca. Com um pouco mais de regeneração em ambiente urbano e eram capazes de sobrar mais uns quantos.
Ao Volante
Tração traseira e mais de 200 cavalos podiam soar muito bem aos nossos ouvidos há uns anos. Agora, o feeling de condução é diferente e à prova de asneiras. A eletrónica é impiedosa perante quaisquer abusos, mas há momentos em que os 204 cavalos deste motor elétrico parecem ser um pouco mais. A suspensão mais firme e as jantes de 20 polegadas não desiludem numa estrada mais interior e com surpresas em termos de piso, mas tenho de confessar que mesmo sem mais ninguém na estrada, dei por mim a tentar regenerar o máximo de energia, em ver de cronometrar o tempo que demorava, ou explorar os movimentos da carroçaria e a inserção em curva.
Motor
Tal como tantos outros modelos, a fasquia ideal encontrada por muitos fabricantes são os 150kW de potência, que se traduzem em 204 cavalos. São suficientes para levar modelos como o Cupra Born até aos 100 km/h em menos de oito segundos, mas nota-se que a linha de raciocínio está mais virada para o lado da autonomia e para a gestão de energia. Ainda assim, a condução de um elétrico consegue ser bastante divertida em diversos momentos. Não a considero melhor, nem pior, apenas diferente. Mas divertida.
Balanço Final
A experiência de fazer parte da Tribo Cupra foi algo de que gostei bastante, ainda que tivesse sido apenas por uns dias. A imagem da marca é das mais interessantes dos últimos tempos e está muito bem conseguida. E em termos de produto, o novo Born é uma excelente aposta para o primeiro modelo elétrico da marca. Se nos portarmos bem, as médias de consumo são comedidas e se nos portarmos mal, é uma questão de ter mais ou menos em mente onde o poderemos carregar. Resta avaliar o preço e ter em conta que os opcionais podem somar um valor considerável ao preço final.
Concorrentes
Škoda Enyaq – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 532 km; 0-100 km/h: 8,6 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 16,2 kWh/100 km; Preço: 50.507 €
Volkswagen ID.3 – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 426 km; 0-100 km/h: 7,3 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 15,4 kWh/100 km; Preço: 43.827 €
Ficha Técnica
Motor
Tipo: Elétrico, síncrono de imã permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 204/4.900-8.000
Binário máximo (Nm/rpm): 310/0-4.200
Tração: Traseira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / tambores
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,3
Velocidade máxima (km/h): 160
Consumos misto (kWh/100 km): 15,5
Emissões CO2 (gr/km): 0
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.322/1.809/1.540
Distância entre eixos (mm): 2.766
Largura de vias (fr/tr mm): 1.537/1.514
Peso (kg): 1.736
Capacidade da bagageira (l): 385
Depósito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 215/45 R20
Preço da versão ensaiada (Euros): 48.325 €
Preço da versão base (Euros): 40.029 €
Mais/Menos
Mais
– Imagem Cupra
– Ambiente a bordo
– Motor
Menos
– Comandos táteis
– Alguns materiais
– Preço dos opcionais
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 48.325€
Preço da versão base (Euros): 40.029€
Exterior
Com pouco mais de 4,3 metros de comprimento, o Cupra Born é mais pequeno do que eu o imaginava. Mas as linhas da carroçaria seguem a ideia dos outros modelos da marca e não são poupadas nem no detalhe, nem no arrojo. E depois, não há como não destacar a escolha do Azul Aurora da unidade ensaiada. É um extra que adiciona cerca de 960 euros ao preço final do Cupra Born, mas que é uma opção perfeita, tal como as jantes Blizzard de 20 polegadas, de tom escuro e com aplicações em tons de cobre, que é um dos que caracteriza os modelos desta nova marca. Aliás, esta tonalidade é também aquela que melhor contrasta com o azul da carroçaria, e podemos encontrá-la no friso inferior do para-choques dianteiro, nos logos da marca à frente e atrás, mas também em diversos detalhes no habitáculo. O formato geral é o de um pequeno monovolume de cinco portas, tal como o ID.3, mas com um visual muito mais desportivo.
Interior
A entrada no habitáculo faz-se com a chave ainda no bolso, sendo que esta já é a nova, mais brilhante e estilizada, que também encontramos em outros modelos do grupo. A primeira impressão é que os assentos oferecem um apoio razoável e que o volante tem uma pega mais desportiva, mas que a instrumentação é um ecrã minúsculo escondido por trás deste. O visual mais minimalista dispensou a grande maioria dos botões físicos e até o comando da caixa está instalado do lado direito do painel de instrumentos. O monitor central, esse sim, é de grandes dimensões e é onde se centram a maioria dos comandos e informações sobre o sistema e o Cupra Born. Mesmo para colocar os quilómetros parciais a zero, é a este monitor que temos de recorrer. Ainda no habitáculo, está também o ponto com que mais embirrei durante todo o ensaio: os comandos táteis. Uns incluem um feedback físico ao jeito dos telemóveis, outros são deslizantes e uma quantidade deles devolvem-nos um sinal acústico que gostaríamos de desligar. Primeiro estranha-se, mas depois entranha-se, exceto os comandos táteis em excesso, aos quais não me habituei.
Equipamento
Nesta nova geração de automóveis, a lista de equipamento mais extensa é mesmo a dos sistemas de segurança ativa, passiva e de assistência à condução. E no caso do Cupra, acreditamos que está presente quase tudo, sem grandes exceções. E no que diz respeito ao conforto, a verdade é que nos dias que correm, os níveis de exigência já não são assim tão elevados. Basta estar presente um sistema Apple CarPlay ou Android Auto sem fios, para que o telefone possa ficar tranquilamente a carregar numa base de carregamento por indução, um bom sistema de som e já fico feliz para um modo de condução de rotina. A unidade ensaiada não contava com o sistema de som mais elaborado desenvolvido pela Beats Audio, mas ele existe e está disponível no configurador da marca.
Consumos
Assim que nos sentámos ao volante do Cupra Born, a indicação do computador de bordo era de que a autonomia prevista estava nos 321 quilómetros, sendo que os valores declarados pela marca andam entre os 358 e os 417 quilómetros. Mas depois de percorridos 280 quilómetros em modo tranquilo, com autoestradas, estradas nacionais e cidade pelo meio, mas a um ritmo de quem não tem assim muito tempo disponível para passear, a média de consumo acabou por ficar nos 15 kWh/100 km, deixando ainda a autonomia com 82 quilómetros disponíveis. Ou seja, somando os dois valores, os 362 quilómetros já ficam dentro dos valores indicados pela marca. Com um pouco mais de regeneração em ambiente urbano e eram capazes de sobrar mais uns quantos.
Ao volante
Tração traseira e mais de 200 cavalos podiam soar muito bem aos nossos ouvidos há uns anos. Agora, o feeling de condução é diferente e à prova de asneiras. A eletrónica é impiedosa perante quaisquer abusos, mas há momentos em que os 204 cavalos deste motor elétrico parecem ser um pouco mais. A suspensão mais firme e as jantes de 20 polegadas não desiludem numa estrada mais interior e com surpresas em termos de piso, mas tenho de confessar que mesmo sem mais ninguém na estrada, dei por mim a tentar regenerar o máximo de energia, em ver de cronometrar o tempo que demorava, ou explorar os movimentos da carroçaria e a inserção em curva.
Concorrentes
Škoda Enyaq – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 532 km; 0-100 km/h: 8,6 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 16,2 kWh/100 km; Preço: 50.507 €
Volkswagen ID.3 – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 426 km; 0-100 km/h: 7,3 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 15,4 kWh/100 km; Preço: 43.827 €
Motor
Tal como tantos outros modelos, a fasquia ideal encontrada por muitos fabricantes são os 150kW de potência, que se traduzem em 204 cavalos. São suficientes para levar modelos como o Cupra Born até aos 100 km/h em menos de oito segundos, mas nota-se que a linha de raciocínio está mais virada para o lado da autonomia e para a gestão de energia. Ainda assim, a condução de um elétrico consegue ser bastante divertida em diversos momentos. Não a considero melhor, nem pior, apenas diferente. Mas divertida.
Balanço final
A experiência de fazer parte da Tribo Cupra foi algo de que gostei bastante, ainda que tivesse sido apenas por uns dias. A imagem da marca é das mais interessantes dos últimos tempos e está muito bem conseguida. E em termos de produto, o novo Born é uma excelente aposta para o primeiro modelo elétrico da marca. Se nos portarmos bem, as médias de consumo são comedidas e se nos portarmos mal, é uma questão de ter mais ou menos em mente onde o poderemos carregar. Resta avaliar o preço e ter em conta que os opcionais podem somar um valor considerável ao preço final.
– Imagem Cupra
– Ambiente a bordo
– Motor
– Comandos táteis
– Alguns materiais
– Preço dos opcionais
Ficha técnica
Motor
Tipo: Elétrico, síncrono de imã permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 204/4.900-8.000
Binário máximo (Nm/rpm): 310/0-4.200
Tração: Traseira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / tambores
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,3
Velocidade máxima (km/h): 160
Consumos misto (kWh/100 km): 15,5
Emissões CO2 (gr/km): 0
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.322/1.809/1.540
Distância entre eixos (mm): 2.766
Largura de vias (fr/tr mm): 1.537/1.514
Peso (kg): 1.736
Capacidade da bagageira (l): 385
Depósito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 215/45 R20
Preço da versão ensaiada (Euros): 48.325 €
Preço da versão base (Euros): 40.029 €
Preço da versão base (Euros): 40.029€
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