DS3 Crossback E-Tense – Ensaio Teste
DS3 Crossback E-Tense
Texto: José Manuel Costa ([email protected])
Caso raro
Quem quer comprar um SUV pequeno tem variadíssimas opções no mercado e de todos os espectros, dos generalistas aos Premium, mas se o nosso caro leitor deseja um SUV-B com motorização elétrica, a coisa pia mais fina e o funil estreita até uma única proposta… exatamente este DS3 Crossback E-Tense. Ou seja, é um caso raro no segmento, mas faz-se pagar caro por isso e por ser um modelo Premium, ficando a etiqueta de preço nos 41.900 euros. Vamos ver se vale a pena pagar pela exclusividade.
Conheça todas a versões e motorizações AQUI.
Estilo diferenciado, refinamento, utilização
Conforto, travagem
Exterior
Pontuação 6/10
Ou se gosta ou se detesta, não há meio termo perante o DS3 Crossback e isso acaba por ser um copo… meio cheio ou meio vazio. Contradição? Claro que não. Pessoalmente, acho muita piada ás formas disruptivas, com o carro arregaçado, a forma das portas traseiras e a frente esbelta que faz lembrar o espartilho que as senhoras usavam no passado, são cativantes. Claro que não vai ganhar nenhum prémio de beleza num “Concours d’Elegance”, mas acaba por ser irreverente. Não serve a todos, mas como alguém disse um dia, nem Jesus Cristo o conseguiu fazer.
Interior
Pontuação 6/10
O discurso que apliquei para o exterior, aplica-se ao interior, talvez com maior acuidade. O tema dos diamantes não é fácil de encarar e a mistura de peças originais com outras que se podem ver em modelos não Premium do grupo PSA, não é bonito. Depois, há muitos botões sensíveis ao toque, incluindo o ecrã de 7 polegadas para as versões mais simples ou 10 polegadas para as outras. A DS terá de fazer funcionar melhor os botões sensíveis ao toque e agrupar muita coisa no ecrã não é uma boa solução. Outra coisa que precisa de ser melhorado é o sistema de info entretenimento, por vezes é confuso e outras vezes confunde-se a ele próprio.
Provavelmente necessita de um processador mais poderoso. O DS tem materiais de menor valia, mas estão bem escondidos e onde a vista e o toque nunca vão alcançar. Tudo o resto está bem feito e com qualidade. A habitabilidade é suficiente, mesmo que no banco traseiro três pessoas tenham algumas dificuldades em arrumar-se, mas outro modelo do segmento terá a mesma dificuldade, pelo que o DS3 Crossback está ilibado. Quem segue no banco traseiro pode sentir-se aprisionado ou claustrofobia, pois as barbatanas de tubarão nas portas traseiras roubam muita visibilidade. E como os revestimentos são escuros e a superfície vidrada é estreita, esse detalhe de estilo acaba por deixar o interior escuro. Claro que pode deitar mão à lista de opcionais para escolher outras cores e há lá muito por onde escolher. Ser elétrico não estraga nenhuma da versatilidade e funcionalidade, com uma bagageira de 350 litros extensível a 1050 litros, está dentro daquilo que se pode esperar.
Equipamento
Pontuação 5/10
O equipamento de base do DS3 Crossback E-Tense é completo, mas é necessário perceber os diversos opcionais, pacotes, Inspirações, enfim, uma série de coisas que só acabaria este texto lá para agosto. Por isso, aconselho-o, vivamente, a ir ao sítio de internet da DS e a parte de configuração em https://www.dsautomobiles.pt/ds-store/ds-store/configurador/modelos/ds-3-crossback/acabamentos-motoriza-es-e-inspira-es/acabamentos.html. Verá que se vai entreter e descobrir coisas absolutamente fantásticas que pode colocar no seu carro.
Consumos
Pontuação 5/10
O DS3 Crossback E-Tense reclama uma autonomia de 320 km, um pouco menos que o Peugeot e-208 e longe da dupla Kia Niro, Hyundai Kauai. Mas tem um carregador interno de 100 kW que permite que 80% da carga fique disponível em 30 minutos a uma média de 9 km de autonomia por minuto. Numa “wallbox” de 7 kW, a carga total é completada em sete horas. Numa tomada normal serão o dobro das horas. A Autonomia rela fica um nadinha aquém dos 320 km, mas é mais que suficiente para o trajeto pendular casa-trabalho-casa. E com algum jeitinho até passamos dos 300 km.
Ao Volante
Pontuação 6/10
Nestas coisas dos elétricos, há sempre uma questão que funciona como o elefante na sala: o peso. O DS3 Crossback E-Tense pesa mais 300 kgs que um DS3, já depois de ter escovado umas valentes gramas em vários locais do carro para não ser quase obscena a diferença de peso. Isso e o posicionamento do motor elétrico, baterias e controladores, obrigaram a mexer nas suspensões, sendo que a suspensão traseira não tem nada a ver com a de um DS3 com motor de combustão interna. E aqui reside a razão para o carro ser menos confortável que o DS3 “normal” de uma maneira que, confesso, me surpreendeu.
Passar por lombas, buracos ou meras depressões, fazem-se sentir de forma inesperada, principalmente para quem já experimentou o DS3 com motor térmico. Esse é um carro suave e confortável, para o bem e para o mal, claro!, o DS3 E-Tense, está no polo oposto. No que toca á performance, este DS3 elétrico só perde para o mais potente de todos os DS3, equipado com o três cilindros a gasolina 1.2 Puretech com 155 CV: 8,7 segundos dos 0-100 km/h com uma velocidade máxima limitada aos 150 km/h. O carro tem três modos de condução: Eco, Normal e Sport. O primeiro reduz a potência do motor (para 83 CV) e aumenta a autonomia, mas a não ser que esteja mesmo atrapalhado em termos de autonomia do género, faltam 10 km e o indicador de carga diz que só há sumo para mais 5 km. Ai o modo Eco funciona bem. O melhor é o modo normal, já que oferece 110 dos 136 CV disponíveis e permite ritmos mais elevados sem um gasto obsceno da bateria. O modo Sport oferece tudo o que há para oferecer da mecânica elétrica, permitindo a tal aceleração imediata típica dos veículos elétricos e essencial para ultrapassagens mais justas. Mas lembre-se sempre que há ali 300 kgs que cobram a fatura nestas alturas. Dizer que os diversos modos influem na direção, tornando-a mais ou menos pesada, sendo que é rápida e direta. O DS3 E-Tense tem um calcanhar de Aquiles na travagem. Não há problemas em imobilizar o carro – embora tenhamos sempre aquela sensação que a força no pedal é pouca e não vamos parar e quando carregamos mais, acabamos a bater com a cabeça no vidro – mas o pedal é realmente muito inconsistente. O DS3 E-Tense tem um modo B de regeneração mais forte da energia de travagem e desaceleração, mas muito mais benigna que, por exemplo, num BMW i3 ou no Nissan Leaf com e-Pedal. A curvar é eficaz, embora os 300 kgs a mais se sintam em alguma inrcia, nada que as suspensões duras não resolvam.
Motor
Pontuação 8/10
O motor elétrico do DS3 é o mesmo do e-208 e do e-Corsa, ou seja, é potente o suficiente e com um excelente desempenho como sucede com a maioria dos motores elétricos.
Balanço Final
Pontuação 6/10
O DS3 Crossoback não serve todos os gostos e portanto é um carro que deve ser encarado como uma oferta Premium para quem gosta de dar nas vistas. O E-Tense é exatamente isso, de tal forma que a DS entende que o carro não tem rivais, mesmo que o Peugeot e-208, o Opel e-Corsa e o Renault Zoe sejam os modelos do mesmo segmento. Porém os 45.900 euros de preço final, coloca-o no patamar do Hyundai Kauai e do Kia Niro, tendo estes, autonomias recorde e maior maturidade que o DS3. Mas, como disse, o estilo diferenciado pode pender o prato da balança para o lado do DS, mas prefiro, de longe, um Peugeot e-208.
Concorrentes
Kia Niro elétrico; 204 CV; 395 Nm; 0-100 km/h em 7,8 seg,; 167 km/h; 15,9 kWh/100 km, bateria 64 kWh; autonomia 455 km; 49.573 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Renault Zoe elétrico; 135 CV; 245 Nm; 0-100 km/h em 9,5 seg,; 140 km/h; 17,7 kWh/100 km, bateria 52 kWh; Autonomia 375 km; 35.790 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: elétrico síncrono
Potência máxima (CV): 136
Binário máximo (Nm): 260
Transmissão: dianteira, caixa CVT
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): McPherson/eixo multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 8,7
Velocidade máxima (km/h): 150
Consumos (kWh/100 km): 15,7
Autonomia (km): 430 km
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4188/1791/1534
Distância entre eixos (mm): 2558
Largura de vias (fr/tr mm): 1548/1557
Peso (kg): 1525
Capacidade da bagageira (l): 350/1050
Bateria (kWh): 50
Pneus (fr/tr): 215/55 R18
Mais/Menos
Mais
Estilo diferenciado, refinamento, utilização
Menos
Conforto, travagem
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 45900€
Preço da versão base (Euros): 41000€
Exterior
Pontuação 6/10
Ou se gosta ou se detesta, não há meio termo perante o DS3 Crossback e isso acaba por ser um copo… meio cheio ou meio vazio. Contradição? Claro que não. Pessoalmente, acho muita piada ás formas disruptivas, com o carro arregaçado, a forma das portas traseiras e a frente esbelta que faz lembrar o espartilho que as senhoras usavam no passado, são cativantes. Claro que não vai ganhar nenhum prémio de beleza num “Concours d’Elegance”, mas acaba por ser irreverente. Não serve a todos, mas como alguém disse um dia, nem Jesus Cristo o conseguiu fazer.
Interior
Pontuação 6/10
O discurso que apliquei para o exterior, aplica-se ao interior, talvez com maior acuidade. O tema dos diamantes não é fácil de encarar e a mistura de peças originais com outras que se podem ver em modelos não Premium do grupo PSA, não é bonito. Depois, há muitos botões sensíveis ao toque, incluindo o ecrã de 7 polegadas para as versões mais simples ou 10 polegadas para as outras. A DS terá de fazer funcionar melhor os botões sensíveis ao toque e agrupar muita coisa no ecrã não é uma boa solução. Outra coisa que precisa de ser melhorado é o sistema de info entretenimento, por vezes é confuso e outras vezes confunde-se a ele próprio.
Provavelmente necessita de um processador mais poderoso. O DS tem materiais de menor valia, mas estão bem escondidos e onde a vista e o toque nunca vão alcançar. Tudo o resto está bem feito e com qualidade. A habitabilidade é suficiente, mesmo que no banco traseiro três pessoas tenham algumas dificuldades em arrumar-se, mas outro modelo do segmento terá a mesma dificuldade, pelo que o DS3 Crossback está ilibado. Quem segue no banco traseiro pode sentir-se aprisionado ou claustrofobia, pois as barbatanas de tubarão nas portas traseiras roubam muita visibilidade. E como os revestimentos são escuros e a superfície vidrada é estreita, esse detalhe de estilo acaba por deixar o interior escuro. Claro que pode deitar mão à lista de opcionais para escolher outras cores e há lá muito por onde escolher. Ser elétrico não estraga nenhuma da versatilidade e funcionalidade, com uma bagageira de 350 litros extensível a 1050 litros, está dentro daquilo que se pode esperar.
Equipamento
Pontuação 5/10
O equipamento de base do DS3 Crossback E-Tense é completo, mas é necessário perceber os diversos opcionais, pacotes, Inspirações, enfim, uma série de coisas que só acabaria este texto lá para agosto. Por isso, aconselho-o, vivamente, a ir ao sítio de internet da DS e a parte de configuração em https://www.dsautomobiles.pt/ds-store/ds-store/configurador/modelos/ds-3-crossback/acabamentos-motoriza-es-e-inspira-es/acabamentos.html. Verá que se vai entreter e descobrir coisas absolutamente fantásticas que pode colocar no seu carro.
Consumos
Pontuação 5/10
O DS3 Crossback E-Tense reclama uma autonomia de 320 km, um pouco menos que o Peugeot e-208 e longe da dupla Kia Niro, Hyundai Kauai. Mas tem um carregador interno de 100 kW que permite que 80% da carga fique disponível em 30 minutos a uma média de 9 km de autonomia por minuto. Numa “wallbox” de 7 kW, a carga total é completada em sete horas. Numa tomada normal serão o dobro das horas. A Autonomia rela fica um nadinha aquém dos 320 km, mas é mais que suficiente para o trajeto pendular casa-trabalho-casa. E com algum jeitinho até passamos dos 300 km.
Ao volante
Pontuação 6/10
Nestas coisas dos elétricos, há sempre uma questão que funciona como o elefante na sala: o peso. O DS3 Crossback E-Tense pesa mais 300 kgs que um DS3, já depois de ter escovado umas valentes gramas em vários locais do carro para não ser quase obscena a diferença de peso. Isso e o posicionamento do motor elétrico, baterias e controladores, obrigaram a mexer nas suspensões, sendo que a suspensão traseira não tem nada a ver com a de um DS3 com motor de combustão interna. E aqui reside a razão para o carro ser menos confortável que o DS3 “normal” de uma maneira que, confesso, me surpreendeu.
Passar por lombas, buracos ou meras depressões, fazem-se sentir de forma inesperada, principalmente para quem já experimentou o DS3 com motor térmico. Esse é um carro suave e confortável, para o bem e para o mal, claro!, o DS3 E-Tense, está no polo oposto. No que toca á performance, este DS3 elétrico só perde para o mais potente de todos os DS3, equipado com o três cilindros a gasolina 1.2 Puretech com 155 CV: 8,7 segundos dos 0-100 km/h com uma velocidade máxima limitada aos 150 km/h. O carro tem três modos de condução: Eco, Normal e Sport. O primeiro reduz a potência do motor (para 83 CV) e aumenta a autonomia, mas a não ser que esteja mesmo atrapalhado em termos de autonomia do género, faltam 10 km e o indicador de carga diz que só há sumo para mais 5 km. Ai o modo Eco funciona bem. O melhor é o modo normal, já que oferece 110 dos 136 CV disponíveis e permite ritmos mais elevados sem um gasto obsceno da bateria. O modo Sport oferece tudo o que há para oferecer da mecânica elétrica, permitindo a tal aceleração imediata típica dos veículos elétricos e essencial para ultrapassagens mais justas. Mas lembre-se sempre que há ali 300 kgs que cobram a fatura nestas alturas. Dizer que os diversos modos influem na direção, tornando-a mais ou menos pesada, sendo que é rápida e direta. O DS3 E-Tense tem um calcanhar de Aquiles na travagem. Não há problemas em imobilizar o carro – embora tenhamos sempre aquela sensação que a força no pedal é pouca e não vamos parar e quando carregamos mais, acabamos a bater com a cabeça no vidro – mas o pedal é realmente muito inconsistente. O DS3 E-Tense tem um modo B de regeneração mais forte da energia de travagem e desaceleração, mas muito mais benigna que, por exemplo, num BMW i3 ou no Nissan Leaf com e-Pedal. A curvar é eficaz, embora os 300 kgs a mais se sintam em alguma inrcia, nada que as suspensões duras não resolvam.
Concorrentes
Kia Niro elétrico; 204 CV; 395 Nm; 0-100 km/h em 7,8 seg,; 167 km/h; 15,9 kWh/100 km, bateria 64 kWh; autonomia 455 km; 49.573 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Renault Zoe elétrico; 135 CV; 245 Nm; 0-100 km/h em 9,5 seg,; 140 km/h; 17,7 kWh/100 km, bateria 52 kWh; Autonomia 375 km; 35.790 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Pontuação 8/10
O motor elétrico do DS3 é o mesmo do e-208 e do e-Corsa, ou seja, é potente o suficiente e com um excelente desempenho como sucede com a maioria dos motores elétricos.
Balanço final
Pontuação 6/10
O DS3 Crossoback não serve todos os gostos e portanto é um carro que deve ser encarado como uma oferta Premium para quem gosta de dar nas vistas. O E-Tense é exatamente isso, de tal forma que a DS entende que o carro não tem rivais, mesmo que o Peugeot e-208, o Opel e-Corsa e o Renault Zoe sejam os modelos do mesmo segmento. Porém os 45.900 euros de preço final, coloca-o no patamar do Hyundai Kauai e do Kia Niro, tendo estes, autonomias recorde e maior maturidade que o DS3. Mas, como disse, o estilo diferenciado pode pender o prato da balança para o lado do DS, mas prefiro, de longe, um Peugeot e-208.
Estilo diferenciado, refinamento, utilização
MenosConforto, travagem
Ficha técnica
Motor
Tipo: elétrico síncrono
Potência máxima (CV): 136
Binário máximo (Nm): 260
Transmissão: dianteira, caixa CVT
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): McPherson/eixo multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 8,7
Velocidade máxima (km/h): 150
Consumos (kWh/100 km): 15,7
Autonomia (km): 430 km
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4188/1791/1534
Distância entre eixos (mm): 2558
Largura de vias (fr/tr mm): 1548/1557
Peso (kg): 1525
Capacidade da bagageira (l): 350/1050
Bateria (kWh): 50
Pneus (fr/tr): 215/55 R18
Preço da versão base (Euros): 41000€
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