Cupra Ateca 4Drive – Ensaio Teste

By on 21 Março, 2019

Cupra Ateca 4Drive

Texto: José Manuel Costa

Um SUV espigadote

Eu sou do tempo – sim estou velho! – do lançamento do Ibiza CUPRA, termos que significava “CupRacing” e sublinhava o carácter desportivo da versão que tivesse este sufixo. O Ibiza foi o primeiro e a cor de lançamento foi um verde lima chocante, com jantes de liga leve brancas, motor 2.0 litros com 150 CV e 215 km/h de velocidade máxima com 8,3 segundos dos 0-100 km/h. Um clássico! Por uma daquelas razões que só o marketing conhece, e que não vou aqui esmiuçar pois seria cansativo, o nome Cupra saltou de sufixo para nome próprio passando a designar todos os modelos mais desportivos e luxuosos da casa espanhola, recebendo um logótipo altamente estilizado que parece uma tatuagem tribal e não quer dizer nada. Auto intitula-se como uma marca não exclusiva, mas rara, não industrial, mas artesanal, não feita sobre medida, mas especial, não é adaptável, mas sim personalizável. Arrogam ser a redefinição da alta performance, da precisão e exclusividade, do mundo da competição, da sofisticação e design. Ou seja, de dar nome a uma versão desportiva do Ibiza, o acrónimo Cupra passou a ser uma marca com todos aqueles predicados. E qual é o primeiro produto? Um Ateca! Mas não um Ateca qualquer, pois este tem 300 CV. Trezentos cavalos num SUV compacto? Ah! pois é! Vamos lá ver o que vale este Seat Ateca, perdão Cupra Ateca que custa mais de 50 mil euros…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.


Mais:

Performance / Estilo / Qualidade

 

 

Menos:

Preço / Opcionais

Exterior

7/10

Pontuação 7/10

Apesar do salto quântico feito pelo nome Cupra, não passou a ser o nome de uma marca independente, pelo que a base do modelo é o Seat Ateca, sem tirar nem por. Claro que sendo uma marca desportiva, personalizável, sofisticada e com ênfase no design, a Cupra pegou no Ateca – todos esperavam que fosse no Leon ou no Ibiza, mas os SUV é o que está a dar, que fazer?! – e mudou as jantes para unidades de 19 polegadas (as maiores que o Ateca pode levar, deixando ali um espaço ainda grande nas cavas das rodas), aumentou as entradas de ar dianteiras, aumentou o spoiler dianteiro e colocou lá o nome Cupra, oferece quatro saídas de escape, verdadeiras, diga-se, pintou as jantes de cobre e… pronto, está feito. A tatuagem, perdão, o símbolo da marca aparece na frente e na traseira e está feito: este é o Cupra Ateca.

Visíveis atrás das jantes os travões da Brembo – pelo menos a Cupra escolheu bem com quem se dar – os pneus Pirelli de topo e mais algumas coisinhas que não fazem mais que adicionar drama ao exterior. Seja como for, o Cupra Ateca tem bom aspeto, ar de SUV espigado que a malta gosta, espécie de tuning de qualidade feito pela marca. Não muito convencido com as poucas mudanças, confesso que gostei do Ateca nesta versão Cupra.

Interior

6/10

Pontuação 6/10

Exceção feita à tatuagem, bolas, ao logótipo da marca e ao painel de instrumentos digital, tudo igualzinho ao Ateca, num mar negro de materiais semelhantes aos do Seat Ateca. Para uma marca que diz ser não exclusiva, mas rara, não industrial, mas artesanal, não feita sobre medida, mas especial, não é adaptável, mas sim personalizável, a desilusão é grande, pois não há nada que me diga ser este um Cupra. Aliás, tirando o símbolo da marca e o centro do volante a imitar fibra de carbono, nada de muito diferente salta á vista. Bom, os Cupra na época em que eram versões desportivas e sufixos dos Seat, eram iguais: pespontos vermelhos no volante e nos bancos desportivos e os muito habituais fundos brancos nos instrumentos. No Cupra Ateca há zonas com imitação de fibra de carbono e pouco mais. Qualidade, sim, mas nada que nos faça dizer “wow!”. Habitabilidade e acessibilidade são iguais, naturalmente, ao Seat Ateca.

Equipamento

5/10

Pontuação 5/10  

A Cupra oferece muito equipamento de série no Ateca. Para lá das jantes de 19 polegadas, na longa lista destacamos os faróis Full LED, suspensão desportiva, volante e alavancada caixa forrados a pele, sensores de luz e chuva, bancos dianteiros com regulação em altura, iluminação interior LED, câmara multifunções, reconhecimento dos sinais de trânsito, assistente da manutenção na faixa de rodagem, alerta de trânsito cruzado á retaguarda, monitorização do ângulo morto e assistência à travagem de emergência, Cruise Control Adaptativo até 201 km/h com função “stop and Go”, ar condicionado automático com duas zonas, sistema de acesso e arranque mão livres, sistema de deteção de fadiga, câmara 360 graus, assistente automático de estacionamento, sistema d enavegação Plus, Seat Full Link e controlo de média via WLAN, Bluetooth, carregador por indução do telemóvel, painel de instrumentos digital, sistema de som Premium, vidros elétricos á frente e atrás, estofos em alcantara, e espelhos exteriores elétricos, aquecidos e com recolhimento automático.

As cores metalizadas custam 522 euros, as jantes de liga leve de 19 polegadas pintadas em cobre ficam por 910 euros, umas unidades maquinadas, custam 820 euros. Os estofos em pele custam 803 euros, se forem os bancos desportivos forrados a alcantara, ficam por 1.506 euros (preço revestimento e banco). O sistema de travagem Brembo custa 2.200 euros, o teto panorâmico fica por 982 euros, tem de pagar mais 223 euros pelo alarme, 120 euros pelos mapas europeus do sistema de navegação, sistema de som Beats custar-lhe-á 440 euros, abertura elétrica e mãos livres da bagageira fica por 437 euros, enquanto o gancho elétrico de reboque custa 705 euros.

Consumos

/10

Pontuação 5/10

Equipado com o motor 2.0 litros TSI com 300 CV, esperar que o Cupra Ateca seja um pisco é a mesma coisa que plantar batatas e esperar colher milho. A marca reclama um consumo de 7,4 l/100 km, que em cidade se transforma em 8,9 l/100 km. Pois bem, nenhuma dessas cifras fui capaz de alcançar e a média final do ensaio ficou nos 9,2 l/100 km. Confesso que não andei a poupar nem preocupado em fazer baixar a média. Afinal, um carro com 300 CV conduzido como a minha avozinha não tem piada nenhuma. Portanto se espera aqui um carro poupado… esqueça.

Ao Volante

7/10

Pontuação 7/10

O Cupra Ateca recebe suspensões adaptativas e tem vários modos de condução (Normal, Comfort, Sport, Cupra, Individual). O motor é o 2.0 TSI com 300 CV, a caixa uma DSG com sete velocidades e patilhas no volante e o carro que a Seat cedeu para este ensaio, estava equipado com opcionais que são quase obrigatórios: os bancos desportivos e os travões Brembo. Tudo isto junto dá um carro desportivo que pode ser comparado a um Leon Cupra ST com 300 CV. Diferenças? Um nadinha mais pesado, menos veloz e com uma carroçaria que adorna mais que o Leon. De resto, é um SUV que curva depressa, anda muito depressa e por isso precisa dos travões Brembo para retirar algum nervosismo quando as curvas chegam depressa. O motor TSI tem um barulho desportivo que, oh yeah!!!, não é falso como Judas e quando puxado de forma consistente, consegue até oferecer algumas derivas da traseira. Poucas e nada recomendáveis, digo já. Para quem não gosta de um carro duro pode optar pelo modo Comfort que o Ateca fica como um Seat. Mas com 300 CV debaixo do pé direito, às malvas as dores nas costas e o Ateca tem de ser desfrutado no modo Cupra e deixado livre na estrada.

O sistema de tração integral é uma belíssima rede de segurança em piso molhado, em piso seco pareceu-me sempre muito “pendurado” na frente. Dai que algumas vezes a massa se passasse para a frente e a traseira, levezinha, derivasse um pouco. Seja como for, em seco é preciso abusar muito ou pensar que tem o talento do Jordi Gené. Rapidamente perceberá que não tem e dará graças a Deus pelo facto do Cupra Ateca ter tração integral e ESP. Enfim, um carro muito entretido, rápido e espigado, mas que tem o problema de ser SUV, ser mais pesado e não conseguir evitar os movimentos da carroçaria. Limitam, mas não impedem a paródia. E um SUV divertido de conduzir é sempre uma boa notícia!

Motor

7/10

Pontuação 7/10

O bloco 2.0 TSI do grupo VW é um velho conhecido e com os seus 300 CV e 400 Nm de binário, já prestou belíssimos serviços em quase todas as marcas do grupo Volkswagen. É rotativo, sobe ferozmente de rotação e com o binário espalhado entre as 2 mil e as 5200 rotações por minuto, a gestão feita pela caixa DSG é excelente. O modo manual poderia explorar melhor as capacidades do motor, mas não vale a pena criticar, pois é um belo motor e rima muito bem com o Cupra Ateca.

Balanço Final

7/10

Pontuação 7/10

Vamos, então, ao elefante na sala: todos sabemos que por baixo do manto está um Seat. E pagar 60 mil euros por um Seat pode ser uma dor de cabeça ou um incómodo para muitos. Mas deixe que lhe diga o seguinte: por este preço dificilmente encontrará um SUV – se é de SUV que gosta – deste calibre. O carro é veloz, divertido e eficaz, apesar de tudo, tem bom aspeto e está bem equipado – vá lá senhores da Cupra, os travões da Brembo deveriam ser de série – não estando a ver nada que se equipare pelos 54 mil euros que custa. Sim, já sei que é um Seat com nome pomposo e que o Cupra era mais rebelde e louco quando era um sufixo e não uma marca própria. Mas lá está, os responsáveis da Seat devem entender que os adeptos dos Cupra de há 23 anos amadureceram e apesar de desejarem divertir-se, preferem uma rebeldia mais suave. Mas se a Cupra quer, mesmo, ser não exclusiva, mas rara, não industrial, mas artesanal, não feita sobre medida, mas especial, não adaptável, mas sim personalizável, querendo ser a redefinição da alta performance, da precisão e exclusividade, do mundo da competição, da sofisticação e design, terão de fazer algo mais. O rascunho está ótimo, esperemos pelos Cupra de raiz…

Concorrentes

A Cupra reclama que o Ateca não tem rivais, oferecendo performances e comportamento de modelos do segmento superior a um preço inferior. Porém, porque não compará-lo com dois rivais da casa, o Audi Q5 2.0 TFSI e o Porsche Macan?

Audi SQ5

1984 c.c. turbo a gasolina; 252 CV; 370 Nm; 0-100 km/h em 6,3 seg,; 237 km/h; 6,8 l/100 km, 154 gr/km de CO2; nd

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Porsche Macan

1984 c.c. turbo a gasolina; 245 CV; 370 Nm; 0-100 km/h em 6,7 seg,; 225 km/h; 10,0 l/100 km, 227 gr/km de CO2; 80.285 euros

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Ficha Técnica

Motor

Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo com intercooler, gasolina

Cilindrada (cm3): 1984

Diâmetro x Curso (mm): 82,5 x 92,8

Taxa de Compressão: 9,3

Potência máxima (CV/rpm): 300/5300 – 6500

Binário máximo (Nm/rpm): 400/2000 – 5200

Transmissão: integral permanente com caixa DSG de 7 velocidades

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/independente, multibraços

Travões (fr/tr): Discos ventilados/discos

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 5,2

Velocidade máxima (km/h): 247

Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 6,5/8,9/7,4

Emissões CO2 (gr/km): 168

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4376/1841/1615

Distância entre eixos (mm): 2631

Largura de vias (fr/tr mm): 1573/1547

Peso (kg): 1577

Capacidade da bagageira (l): 485

Deposito de combustível (l): 55

Pneus (fr/tr): 245/40 R19

Mais/Menos


Mais

Performance / Estilo / Qualidade

 

 

Menos

Preço / Opcionais

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 60069€

Preço da versão base (Euros): 52494€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Pontuação 7/10

Apesar do salto quântico feito pelo nome Cupra, não passou a ser o nome de uma marca independente, pelo que a base do modelo é o Seat Ateca, sem tirar nem por. Claro que sendo uma marca desportiva, personalizável, sofisticada e com ênfase no design, a Cupra pegou no Ateca – todos esperavam que fosse no Leon ou no Ibiza, mas os SUV é o que está a dar, que fazer?! – e mudou as jantes para unidades de 19 polegadas (as maiores que o Ateca pode levar, deixando ali um espaço ainda grande nas cavas das rodas), aumentou as entradas de ar dianteiras, aumentou o spoiler dianteiro e colocou lá o nome Cupra, oferece quatro saídas de escape, verdadeiras, diga-se, pintou as jantes de cobre e… pronto, está feito. A tatuagem, perdão, o símbolo da marca aparece na frente e na traseira e está feito: este é o Cupra Ateca.

Visíveis atrás das jantes os travões da Brembo – pelo menos a Cupra escolheu bem com quem se dar – os pneus Pirelli de topo e mais algumas coisinhas que não fazem mais que adicionar drama ao exterior. Seja como for, o Cupra Ateca tem bom aspeto, ar de SUV espigado que a malta gosta, espécie de tuning de qualidade feito pela marca. Não muito convencido com as poucas mudanças, confesso que gostei do Ateca nesta versão Cupra.

Interior

Pontuação 6/10

Exceção feita à tatuagem, bolas, ao logótipo da marca e ao painel de instrumentos digital, tudo igualzinho ao Ateca, num mar negro de materiais semelhantes aos do Seat Ateca. Para uma marca que diz ser não exclusiva, mas rara, não industrial, mas artesanal, não feita sobre medida, mas especial, não é adaptável, mas sim personalizável, a desilusão é grande, pois não há nada que me diga ser este um Cupra. Aliás, tirando o símbolo da marca e o centro do volante a imitar fibra de carbono, nada de muito diferente salta á vista. Bom, os Cupra na época em que eram versões desportivas e sufixos dos Seat, eram iguais: pespontos vermelhos no volante e nos bancos desportivos e os muito habituais fundos brancos nos instrumentos. No Cupra Ateca há zonas com imitação de fibra de carbono e pouco mais. Qualidade, sim, mas nada que nos faça dizer “wow!”. Habitabilidade e acessibilidade são iguais, naturalmente, ao Seat Ateca.

Equipamento

Pontuação 5/10  

A Cupra oferece muito equipamento de série no Ateca. Para lá das jantes de 19 polegadas, na longa lista destacamos os faróis Full LED, suspensão desportiva, volante e alavancada caixa forrados a pele, sensores de luz e chuva, bancos dianteiros com regulação em altura, iluminação interior LED, câmara multifunções, reconhecimento dos sinais de trânsito, assistente da manutenção na faixa de rodagem, alerta de trânsito cruzado á retaguarda, monitorização do ângulo morto e assistência à travagem de emergência, Cruise Control Adaptativo até 201 km/h com função “stop and Go”, ar condicionado automático com duas zonas, sistema de acesso e arranque mão livres, sistema de deteção de fadiga, câmara 360 graus, assistente automático de estacionamento, sistema d enavegação Plus, Seat Full Link e controlo de média via WLAN, Bluetooth, carregador por indução do telemóvel, painel de instrumentos digital, sistema de som Premium, vidros elétricos á frente e atrás, estofos em alcantara, e espelhos exteriores elétricos, aquecidos e com recolhimento automático.

As cores metalizadas custam 522 euros, as jantes de liga leve de 19 polegadas pintadas em cobre ficam por 910 euros, umas unidades maquinadas, custam 820 euros. Os estofos em pele custam 803 euros, se forem os bancos desportivos forrados a alcantara, ficam por 1.506 euros (preço revestimento e banco). O sistema de travagem Brembo custa 2.200 euros, o teto panorâmico fica por 982 euros, tem de pagar mais 223 euros pelo alarme, 120 euros pelos mapas europeus do sistema de navegação, sistema de som Beats custar-lhe-á 440 euros, abertura elétrica e mãos livres da bagageira fica por 437 euros, enquanto o gancho elétrico de reboque custa 705 euros.

Consumos

Pontuação 5/10

Equipado com o motor 2.0 litros TSI com 300 CV, esperar que o Cupra Ateca seja um pisco é a mesma coisa que plantar batatas e esperar colher milho. A marca reclama um consumo de 7,4 l/100 km, que em cidade se transforma em 8,9 l/100 km. Pois bem, nenhuma dessas cifras fui capaz de alcançar e a média final do ensaio ficou nos 9,2 l/100 km. Confesso que não andei a poupar nem preocupado em fazer baixar a média. Afinal, um carro com 300 CV conduzido como a minha avozinha não tem piada nenhuma. Portanto se espera aqui um carro poupado… esqueça.

Ao volante

Pontuação 7/10

O Cupra Ateca recebe suspensões adaptativas e tem vários modos de condução (Normal, Comfort, Sport, Cupra, Individual). O motor é o 2.0 TSI com 300 CV, a caixa uma DSG com sete velocidades e patilhas no volante e o carro que a Seat cedeu para este ensaio, estava equipado com opcionais que são quase obrigatórios: os bancos desportivos e os travões Brembo. Tudo isto junto dá um carro desportivo que pode ser comparado a um Leon Cupra ST com 300 CV. Diferenças? Um nadinha mais pesado, menos veloz e com uma carroçaria que adorna mais que o Leon. De resto, é um SUV que curva depressa, anda muito depressa e por isso precisa dos travões Brembo para retirar algum nervosismo quando as curvas chegam depressa. O motor TSI tem um barulho desportivo que, oh yeah!!!, não é falso como Judas e quando puxado de forma consistente, consegue até oferecer algumas derivas da traseira. Poucas e nada recomendáveis, digo já. Para quem não gosta de um carro duro pode optar pelo modo Comfort que o Ateca fica como um Seat. Mas com 300 CV debaixo do pé direito, às malvas as dores nas costas e o Ateca tem de ser desfrutado no modo Cupra e deixado livre na estrada.

O sistema de tração integral é uma belíssima rede de segurança em piso molhado, em piso seco pareceu-me sempre muito “pendurado” na frente. Dai que algumas vezes a massa se passasse para a frente e a traseira, levezinha, derivasse um pouco. Seja como for, em seco é preciso abusar muito ou pensar que tem o talento do Jordi Gené. Rapidamente perceberá que não tem e dará graças a Deus pelo facto do Cupra Ateca ter tração integral e ESP. Enfim, um carro muito entretido, rápido e espigado, mas que tem o problema de ser SUV, ser mais pesado e não conseguir evitar os movimentos da carroçaria. Limitam, mas não impedem a paródia. E um SUV divertido de conduzir é sempre uma boa notícia!

Concorrentes

A Cupra reclama que o Ateca não tem rivais, oferecendo performances e comportamento de modelos do segmento superior a um preço inferior. Porém, porque não compará-lo com dois rivais da casa, o Audi Q5 2.0 TFSI e o Porsche Macan?

Audi SQ5

1984 c.c. turbo a gasolina; 252 CV; 370 Nm; 0-100 km/h em 6,3 seg,; 237 km/h; 6,8 l/100 km, 154 gr/km de CO2; nd

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Porsche Macan

1984 c.c. turbo a gasolina; 245 CV; 370 Nm; 0-100 km/h em 6,7 seg,; 225 km/h; 10,0 l/100 km, 227 gr/km de CO2; 80.285 euros

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Motor

Pontuação 7/10

O bloco 2.0 TSI do grupo VW é um velho conhecido e com os seus 300 CV e 400 Nm de binário, já prestou belíssimos serviços em quase todas as marcas do grupo Volkswagen. É rotativo, sobe ferozmente de rotação e com o binário espalhado entre as 2 mil e as 5200 rotações por minuto, a gestão feita pela caixa DSG é excelente. O modo manual poderia explorar melhor as capacidades do motor, mas não vale a pena criticar, pois é um belo motor e rima muito bem com o Cupra Ateca.

Balanço final

Pontuação 7/10

Vamos, então, ao elefante na sala: todos sabemos que por baixo do manto está um Seat. E pagar 60 mil euros por um Seat pode ser uma dor de cabeça ou um incómodo para muitos. Mas deixe que lhe diga o seguinte: por este preço dificilmente encontrará um SUV – se é de SUV que gosta – deste calibre. O carro é veloz, divertido e eficaz, apesar de tudo, tem bom aspeto e está bem equipado – vá lá senhores da Cupra, os travões da Brembo deveriam ser de série – não estando a ver nada que se equipare pelos 54 mil euros que custa. Sim, já sei que é um Seat com nome pomposo e que o Cupra era mais rebelde e louco quando era um sufixo e não uma marca própria. Mas lá está, os responsáveis da Seat devem entender que os adeptos dos Cupra de há 23 anos amadureceram e apesar de desejarem divertir-se, preferem uma rebeldia mais suave. Mas se a Cupra quer, mesmo, ser não exclusiva, mas rara, não industrial, mas artesanal, não feita sobre medida, mas especial, não adaptável, mas sim personalizável, querendo ser a redefinição da alta performance, da precisão e exclusividade, do mundo da competição, da sofisticação e design, terão de fazer algo mais. O rascunho está ótimo, esperemos pelos Cupra de raiz…

Mais

Performance / Estilo / Qualidade

 

 

Menos

Preço / Opcionais

Ficha técnica

Motor

Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo com intercooler, gasolina

Cilindrada (cm3): 1984

Diâmetro x Curso (mm): 82,5 x 92,8

Taxa de Compressão: 9,3

Potência máxima (CV/rpm): 300/5300 – 6500

Binário máximo (Nm/rpm): 400/2000 – 5200

Transmissão: integral permanente com caixa DSG de 7 velocidades

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/independente, multibraços

Travões (fr/tr): Discos ventilados/discos

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 5,2

Velocidade máxima (km/h): 247

Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 6,5/8,9/7,4

Emissões CO2 (gr/km): 168

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4376/1841/1615

Distância entre eixos (mm): 2631

Largura de vias (fr/tr mm): 1573/1547

Peso (kg): 1577

Capacidade da bagageira (l): 485

Deposito de combustível (l): 55

Pneus (fr/tr): 245/40 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 60069€
Preço da versão base (Euros): 52494€