BMW M240i xDrive Coupé – Ensaio Teste

By on 27 Maio, 2022

Saudades do analógico

Noutros tempos, chamar analógico a um automóvel como o BMW M240i xDrive Coupé seria algo muito estranho, no mínimo, e que ia requerer uma explicação muito aprofundada do motivo que nos levava a essa linha de raciocínio. No meio de tantos carros eletrificados ou totalmente elétricos e marcas em mutação para um “um novo mundo”, sentarmo-nos ao volante deste Série M240i e premir o botão destinado a acordar o motor a gasolina de seis cilindros em linha, já com a janela aberta para ouvir os primeiros acordes a ecoar na garagem, parece mesmo uma experiência do passado. Mas uma daquelas que nos sabe tão bem e de que já tínhamos tantas saudades.

Texto: André Mendes


Mais:

– Comportamento
– Motor
– Posição de condução

Menos:

– Conforto e espaço nos lugares traseiros

Exterior

7/10

A linha estilística deste novo BMW Série 2 Coupé pertence àquela categoria do “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Tirando a parte das óticas traseiras, que essa é capaz de levar um pouco mais de tempo. De frente, nota-se de imediato o visual mais encorpado, com as cavas das rodas a sobressaírem na carroçaria e com os traços mais radicais do para-choques a demonstrar que estamos perante um M. O Cinza Brooklin escolhido para a carroçaria da unidade ensaiada é o mesmo da sua versão de lançamento, e faz destacar as diversas aplicações num tom mais próximo do bronze e do cobre com uma breve passagem pelo dourado, dependendo da forma como a luz incide sobre elas. As jantes de 19 polegadas com o símbolo da M, equipadas com um conjunto de Michelin Pilot Sport 4S e as pinças de travão azuis que se escondem por trás destas, revelam um pouco da surpresa que se esconde por baixo do capot.

Interior

7/10

A ausência de portas traseiras e a presença de um terceiro volume relembra que este não é um carro destinado à família. A bordo, o lugar mais importante é mesmo o do condutor, que poderá (ou não) levar mais pessoas consigo, sendo que as de trás não vão ter o espaço em altura ou para as pernas mais confortável do mundo. Os assentos dianteiros, por outro lado, oferecem um excelente apoio lateral e a posição de condução é excelente, praticamente desde o primeiro segundo. Os comandos são familiares aos de outros modelos da marca e, nesta versão, o painel de instrumentos já é totalmente digital. O monitor central no topo da consola já é o tátil, com uma excelente resolução, e através do qual temos acesso a diversos sistemas do infotainment. Com esta versão decorada com diversos elementos da M, os painéis das portas também incluem uma decoração especifica e bastante colorida, que acaba por melhorar a experiência.

Equipamento

7/10

Uma vez que se trata de um BMW, muito dos equipamentos mais desejados fazem parte apenas da lista de opcionais que, no caso da unidade ensaiada, ainda representa um investimento acima dos 16 mil euros. É lá que encontramos os Pack Innovation e Comfort, com muito conteúdo e também o ajuste elétrico dos assentos dianteiros, o sistema de som da Harman Kardon, os frisos interiores da M iluminados, a suspensão adaptativa e as jantes de 19 polegadas com um desenho mais desportivo do que as fornecidas de origem, entre diversos outros elementos.

Ainda assim, com o M240i, há também uma enorme lista de elementos que já estão incluídos no equipamento de série, tais como o pack aerodinâmico da M, as jantes de 19 polegadas, os faróis em LED, os bancos desportivos e o volante M forrado em pele, o BMW Live Cockpit e o sistema de som Hi-Fi. E tudo isto, além dos elementos mecânicos desta versão, tais como a caixa automática Steptronic, a suspensão desportiva da M, o diferencial traseiro da M e o sistema de travagem melhorado.

Consumos

6/10

10,2 litros a cada 100 quilómetros. Foi o melhor que conseguimos nos momentos em que nos concentrámos e que, de facto, conseguimos percorrer alguns quilómetros com um mínimo patamar de juízo. Fica um pouco longe dos 7,8 litros declarados pela marca, mas comparado com os valores de outros tempos, está longe de ser um número elevado. Bem pelo contrário. Este M240i até podia muito bem ser uma companhia do dia-a-dia, uma vez que esta configuração de seis cilindros também tem um lado mais dócil e tranquilo. Aliás, é para isso que serve o modo de condução “Confort”.

Ao Volante

8/10

Este é o ponto em que o M240i mais se destaca. A nobreza da configuração de seis cilindros em linha é equivalente a uma daquelas receitas de família que tem vindo a ser evoluída ao longo dos últimos anos e passada de geração em geração. Desde o momento em que premimos o botão “start engine” pela primeira vez, que somos premiados com um som abafado e rouco como a BMW tão bem sabe extrair deste tipo de motorizações. E assim que temos a primeira oportunidade, conseguimos dar autorização a todos os 374 cavalos para correrem à velocidade que quiserem, enquanto nos encostamos às costas do assento. As passagens de caixa são quase imediatas e ainda melhoram a sonoridade do motor, que sobe de regime com uma facilidade incrível e nos desperta emoções que já não sentíamos há uns tempos, daquelas que consomem gasolina e não quilowatts.

Em estradas mais secundárias e afastadas das maiores doses de trânsito, a distribuição de peso perfeita entre os dois eixos envolve-nos ainda mais na condução, mostrando-nos a agilidade de todo o conjunto e a facilidade que tem de passar de uma curva para a outra, acelerando, travando e mudando de direção de uma forma tão perfeita que não queremos que acabe. O diferencial traseiro da M e a caixa automática Steptronic de oito relações com comandos no volante ainda melhoram a experiência.

Motor

8/10

A verdadeira alma deste M240i está no bloco de três litros com seis cilindros em linha, capaz de nos oferecer 374 cavalos de potência e 500 Nm de binário, que podemos entregar às quatro rodas, com um pouco mais de percentagem a deslocar-se até ao eixo posterior. A entrega de potência, a facilidade com que sobe de regime e a sonoridade com que nos hipnotiza numa estrada que rompe pelo meio do campo e deixa que o ronco dos seis cilindros se ouça a alguma distância, são tudo argumentos que demonstram porque é que a marca investe neste formato há tantos anos.

Balanço Final

7/10

Mais do que nunca, um coupé desportivo com um motor potente e uma afinação do conjunto que nos cativa a cada quilómetro percorrido, são uma receita com a qual já tínhamos saudades de passar uns dias. É certo que, com a família a fazer parte da rotina diária, este poderá não ser o carro mais prático, mas o prazer que nos oferece é uma experiência que justifica o preço pedido por este M240i. Mesmo que não se goste muito do desenho das óticas traseiras.

Concorrentes

Porsche 718 Cayman S PDK
Motor: quatro cilindros, 2.5 litros, turbo; potência: 350 cavalos; consumo médio: 9,6 l/100km; preço base: 96.997 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: 6 cilindros em linha, injeção direta, gasolina, turbo
Cilindrada (cm3): 2.998
Potência máxima (CV/rpm): 374/5.500-6.500
Binário máximo (Nm/rpm): 500/1.900-5.000
Tração: Integral
Transmissão: Automática Steptronic de oito velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,7
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos misto (l/100 km): 7,8
Emissões CO2 (gr/km): 177

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.548/1.838/1.397
Distância entre eixos (mm): 2.741
Largura de vias (fr/tr mm): 1.581/1.568
Peso (kg): 1.710
Capacidade da bagageira (l): 390
Deposito de combustível (l): 52
Pneus (fr/tr): 245/35 ZR19 | 255/35 ZR19

Preço da versão ensaiada (Euros): 86.699 €
Preço da versão base (Euros): 73.044 €

Mais/Menos


Mais

– Comportamento
– Motor
– Posição de condução

Menos

– Conforto e espaço nos lugares traseiros

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 86699€

Preço da versão base (Euros): 73044€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

A linha estilística deste novo BMW Série 2 Coupé pertence àquela categoria do “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Tirando a parte das óticas traseiras, que essa é capaz de levar um pouco mais de tempo. De frente, nota-se de imediato o visual mais encorpado, com as cavas das rodas a sobressaírem na carroçaria e com os traços mais radicais do para-choques a demonstrar que estamos perante um M. O Cinza Brooklin escolhido para a carroçaria da unidade ensaiada é o mesmo da sua versão de lançamento, e faz destacar as diversas aplicações num tom mais próximo do bronze e do cobre com uma breve passagem pelo dourado, dependendo da forma como a luz incide sobre elas. As jantes de 19 polegadas com o símbolo da M, equipadas com um conjunto de Michelin Pilot Sport 4S e as pinças de travão azuis que se escondem por trás destas, revelam um pouco da surpresa que se esconde por baixo do capot.

Interior

A ausência de portas traseiras e a presença de um terceiro volume relembra que este não é um carro destinado à família. A bordo, o lugar mais importante é mesmo o do condutor, que poderá (ou não) levar mais pessoas consigo, sendo que as de trás não vão ter o espaço em altura ou para as pernas mais confortável do mundo. Os assentos dianteiros, por outro lado, oferecem um excelente apoio lateral e a posição de condução é excelente, praticamente desde o primeiro segundo. Os comandos são familiares aos de outros modelos da marca e, nesta versão, o painel de instrumentos já é totalmente digital. O monitor central no topo da consola já é o tátil, com uma excelente resolução, e através do qual temos acesso a diversos sistemas do infotainment. Com esta versão decorada com diversos elementos da M, os painéis das portas também incluem uma decoração especifica e bastante colorida, que acaba por melhorar a experiência.

Equipamento

Uma vez que se trata de um BMW, muito dos equipamentos mais desejados fazem parte apenas da lista de opcionais que, no caso da unidade ensaiada, ainda representa um investimento acima dos 16 mil euros. É lá que encontramos os Pack Innovation e Comfort, com muito conteúdo e também o ajuste elétrico dos assentos dianteiros, o sistema de som da Harman Kardon, os frisos interiores da M iluminados, a suspensão adaptativa e as jantes de 19 polegadas com um desenho mais desportivo do que as fornecidas de origem, entre diversos outros elementos.

Ainda assim, com o M240i, há também uma enorme lista de elementos que já estão incluídos no equipamento de série, tais como o pack aerodinâmico da M, as jantes de 19 polegadas, os faróis em LED, os bancos desportivos e o volante M forrado em pele, o BMW Live Cockpit e o sistema de som Hi-Fi. E tudo isto, além dos elementos mecânicos desta versão, tais como a caixa automática Steptronic, a suspensão desportiva da M, o diferencial traseiro da M e o sistema de travagem melhorado.

Consumos

10,2 litros a cada 100 quilómetros. Foi o melhor que conseguimos nos momentos em que nos concentrámos e que, de facto, conseguimos percorrer alguns quilómetros com um mínimo patamar de juízo. Fica um pouco longe dos 7,8 litros declarados pela marca, mas comparado com os valores de outros tempos, está longe de ser um número elevado. Bem pelo contrário. Este M240i até podia muito bem ser uma companhia do dia-a-dia, uma vez que esta configuração de seis cilindros também tem um lado mais dócil e tranquilo. Aliás, é para isso que serve o modo de condução “Confort”.

Ao volante

Este é o ponto em que o M240i mais se destaca. A nobreza da configuração de seis cilindros em linha é equivalente a uma daquelas receitas de família que tem vindo a ser evoluída ao longo dos últimos anos e passada de geração em geração. Desde o momento em que premimos o botão “start engine” pela primeira vez, que somos premiados com um som abafado e rouco como a BMW tão bem sabe extrair deste tipo de motorizações. E assim que temos a primeira oportunidade, conseguimos dar autorização a todos os 374 cavalos para correrem à velocidade que quiserem, enquanto nos encostamos às costas do assento. As passagens de caixa são quase imediatas e ainda melhoram a sonoridade do motor, que sobe de regime com uma facilidade incrível e nos desperta emoções que já não sentíamos há uns tempos, daquelas que consomem gasolina e não quilowatts.

Em estradas mais secundárias e afastadas das maiores doses de trânsito, a distribuição de peso perfeita entre os dois eixos envolve-nos ainda mais na condução, mostrando-nos a agilidade de todo o conjunto e a facilidade que tem de passar de uma curva para a outra, acelerando, travando e mudando de direção de uma forma tão perfeita que não queremos que acabe. O diferencial traseiro da M e a caixa automática Steptronic de oito relações com comandos no volante ainda melhoram a experiência.

Concorrentes

Porsche 718 Cayman S PDK
Motor: quatro cilindros, 2.5 litros, turbo; potência: 350 cavalos; consumo médio: 9,6 l/100km; preço base: 96.997 €

Motor

A verdadeira alma deste M240i está no bloco de três litros com seis cilindros em linha, capaz de nos oferecer 374 cavalos de potência e 500 Nm de binário, que podemos entregar às quatro rodas, com um pouco mais de percentagem a deslocar-se até ao eixo posterior. A entrega de potência, a facilidade com que sobe de regime e a sonoridade com que nos hipnotiza numa estrada que rompe pelo meio do campo e deixa que o ronco dos seis cilindros se ouça a alguma distância, são tudo argumentos que demonstram porque é que a marca investe neste formato há tantos anos.

Balanço final

Mais do que nunca, um coupé desportivo com um motor potente e uma afinação do conjunto que nos cativa a cada quilómetro percorrido, são uma receita com a qual já tínhamos saudades de passar uns dias. É certo que, com a família a fazer parte da rotina diária, este poderá não ser o carro mais prático, mas o prazer que nos oferece é uma experiência que justifica o preço pedido por este M240i. Mesmo que não se goste muito do desenho das óticas traseiras.

Mais

– Comportamento
– Motor
– Posição de condução

Menos

– Conforto e espaço nos lugares traseiros

Ficha técnica

Motor
Tipo: 6 cilindros em linha, injeção direta, gasolina, turbo
Cilindrada (cm3): 2.998
Potência máxima (CV/rpm): 374/5.500-6.500
Binário máximo (Nm/rpm): 500/1.900-5.000
Tração: Integral
Transmissão: Automática Steptronic de oito velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,7
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos misto (l/100 km): 7,8
Emissões CO2 (gr/km): 177

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.548/1.838/1.397
Distância entre eixos (mm): 2.741
Largura de vias (fr/tr mm): 1.581/1.568
Peso (kg): 1.710
Capacidade da bagageira (l): 390
Deposito de combustível (l): 52
Pneus (fr/tr): 245/35 ZR19 | 255/35 ZR19

Preço da versão ensaiada (Euros): 86.699 €
Preço da versão base (Euros): 73.044 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 86699€
Preço da versão base (Euros): 73044€