BMW 120d – Ensaio Teste

By on 24 Novembro, 2020

BMW 120d – Ensaio Teste

Texto: João Isaac

Tração dianteira. E que mal tem isso?

As diferenças estéticas são óbvias, mas a principalmente

diferença nesta nova geração do BMW Série 1 não se vê, sente-se. A tração

faz-se agora às rodas da frente, contrariando a tradição da marca e do modelo. No

entanto, este 120, com motor Diesel de 190 cavalos, promete não só oferecer a

eficiência que todos valorizamos, bem como continuar com uma dinâmica

tipicamente BMW, ainda que seja, inevitavelmente, um pouco diferente. Considerando

a unidade que conduzimos, a versão desportiva M com a caixa automática

Steptronic, o 120d tem tudo para se destacar como um dos melhores compactos Diesel

com aspirações desportivas da atualidade, com um bom nível conforto de utilização

no quotidiano, mantendo as médias de consumo em valores simpáticos, e com uma

capacidade dinâmica acima da média.


Mais:

Dinâmica muito eficaz; qualidade de construção.

Menos:

Consumos superiores ao esperado; preço da unidade ensaiada.

Exterior

7/10

Exterior (7/10) Alvo de inúmeros comentários pouco positivos, a atual geração do Série 1 não tem tido uma vida fácil no que ao design diz respeito. Não só pelo sucesso das anteriores, herdando uma grande responsabilidade de o prolongar, como também, e principalmente, por soluções mais arrojadas como as grelhas sobredimensionadas. Globalmente, o Série 1 está indiscutivelmente mais atual, com uma linha de cintura que ganha altura ao aproximar-se da traseira, conferindo-lhe dinamismo, mas comparativamente às gerações anteriores, parece-nos agora menos distinto, um pouco mais anónimo, um pouco menos Série 1. Felizmente, quando equipado com a “estética M”, o mais pequeno dos BMW ganha músculo e destaca-se.

Interior

8/10

Interior (8/10) Começando pelo banco traseiro, este 120 não é uma referência em espaço e conforto, mas está longe de comprometer a sua utilização enquanto único carro “lá de casa”, contando, inclusivamente, com centímetros livres mais do que adequados para o transporte de dois adultos. Já o desenho do assento podia ser mais envolvente, com mais apoio para as pernas. A bagageira conta com um grande alçapão que permite esconder alguns objetos bem como criar um fundo plano com o rebatimento do encosto do banco.

Mais à frente, condutor e passageiro contam na unidade que guiámos com excelentes bancos integrais desportivos, claramente apontados à condução mais dinâmica, capazes de suportar o corpo nas curvas mais exigentes. A digitalização domina igualmente as atenções com os dois grandes displays para o painel de instrumentos e para o infotainment. Predominam os plásticos moles, agradáveis ao toque, e as portas e tablier contam inclusivamente com luz ambiente interior personalizável.

Equipamento

7/10

Equipamento (7/10) Equipamento não falta a esta unidade, mas tudo isso se traduz num preço final a pagar que é, no mínimo, desconfortável. Assim, como referimos, este 120d conta com linha desportiva M à qual adiciona as jantes de 18”, transmissão Steptronic com patilhas no volante, vidros escurecidos e bancos desportivos. Quanto a conforto, não lhe faltam elementos como o assistente de estacionamento e o pack Connectivity que adiciona várias soluções de conetividade wireless, controlo por gestos e carregamento de smartphones por indução, por exemplo.

Consumos

/10

Consumos (6/10) É verdade que não deixam de ser 190 cavalos, mas também é verdade que não puxando por eles, o motor de dois litros continua a revelar um pouco mais de sede do que o esperado. Recorrendo ao modo de condução Eco Pro e mantendo o pé direito bem comportado, acompanhando o ritmo do tráfego, é possível manter a média nos 6,4 l/100 km, mas esperávamos um desempenho um pouco melhor do 120d.

Ao Volante

9/10

Ao volante (9/10) O Série 1 é agora um “tudo à frente” e é segundo essa configuração que deve ser avaliado. E o “9” que lhe atribuímos justifica-se pelo excelente comportamento dinâmico que revelou, mesmo que as rodas da frente tenham agora de lidar com outro tipo de força que até há pouco desconheciam. A firmeza da suspensão anula com eficácia os movimentos da carroçaria e consegue aligeirar os mais de 1500 kg deste Série 1 quando o levamos até às curvas. É firme, mas não chega para ser considerado desconfortável. A direção é rápida e a pouca comunicação das rodas dianteiras com as mãos é compensada com o ótimo volante desportivo com aro grosso que não só dá muita confiança como complementa a excelente posição de condução. O elo mais fraco é mesmo a borracha que o liga ao asfalto, pois com melhores pneus, este 120d tornar-se-ia num osso muito duro de roer por alguns verdadeiros desportivos de potência equivalente.

Motor

8/10

Motor (8/10) Colocando os consumos de parte, já avaliados em secção dedicada, e passando ao desempenho dinâmico do 2.0 do 120d, este mostra todo o seu pulmão no modo Sport, empurrando-nos com vigor contra o banco quando os 400 Nm “acordam” logo às 1750 rpm. Gostámos do seu desempenho nos regimes onde normalmente os motores Diesel já pouco têm para entregar, ainda que lá não tenhamos que chegar para ganhar velocidade com rapidez. Graças à presença de um circuito elétrico auxiliar de 48 V, o 120d é agora um mild hybrid capaz de rolar em absoluto silêncio quando o motor térmico, pura e simplesmente, adormece.

Balanço Final

8/10

Balanço final (8/10) Mesmo com uma configuração diferente, agora mais vulgar – em linha com o que se faz no segmento – o BMW Série 1 continua a ser uma das propostas mais dinâmicas do mercado e com a qualidade desde sempre reconhecida ao símbolo de Munique. Teríamos gostado de um consumo mais baixo, mas para além dos mais de 50 mil euros pedidos pelo 120d que guiámos, esse é também o preço a pagar pelo desempenho convincente do dois litros de 190 cavalos.

Concorrentes

Mercedes-Benz A 220 d, 1950 cc, gasóleo, 190 cv, 400 Nm; 0-100 km/h em 7,0 seg,; 235 km/h; 5,0 l/100 km; 131 gr/km de CO2; desde 44 200 euros

Ficha Técnica

Motor Tipo: 4 cilindros em linha, injeção common-rail, gasóleo Cilindrada (cm3): 1995 Diâmetro x Curso (mm): 84 x 90 Taxa de Compressão: 16,5:1 Potência máxima (CV/rpm): 190/2500-4000 Binário máximo (Nm/rpm): 400/1750-4000 Transmissão: automática de 8 velocidades Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente Suspensão (ft/tr): independente, tipo McPherson/independente, multibraços Travões (fr/tr): discos ventilados/discos ventilados Prestações e consumos Aceleração 0-100 km/h (s): 7,3 Velocidade máxima (km/h): 231 Consumo misto (l/100 km): 4,9 Emissões CO2 (gr/km): 129 Dimensões e pesos Comprimento/Largura/Altura (mm): 4319/1799/1434 Distância entre eixos (mm): 2670 Largura de vias (fr/tr mm): 1561/1561 Peso (kg): 1525 Capacidade da bagageira (l): 380 Deposito de combustível (l): 50 Pneus (fr/tr): 225/40 R18 Preço da versão base (Euros): 43.800 Preço da versão ensaiada (Euros): 52.927

Mais/Menos


Mais

Dinâmica muito eficaz; qualidade de construção.

Menos

Consumos superiores ao esperado; preço da unidade ensaiada.

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 52927€

Preço da versão base (Euros): 43800€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Exterior (7/10) Alvo de inúmeros comentários pouco positivos, a atual geração do Série 1 não tem tido uma vida fácil no que ao design diz respeito. Não só pelo sucesso das anteriores, herdando uma grande responsabilidade de o prolongar, como também, e principalmente, por soluções mais arrojadas como as grelhas sobredimensionadas. Globalmente, o Série 1 está indiscutivelmente mais atual, com uma linha de cintura que ganha altura ao aproximar-se da traseira, conferindo-lhe dinamismo, mas comparativamente às gerações anteriores, parece-nos agora menos distinto, um pouco mais anónimo, um pouco menos Série 1. Felizmente, quando equipado com a “estética M”, o mais pequeno dos BMW ganha músculo e destaca-se.

Interior

Interior (8/10) Começando pelo banco traseiro, este 120 não é uma referência em espaço e conforto, mas está longe de comprometer a sua utilização enquanto único carro “lá de casa”, contando, inclusivamente, com centímetros livres mais do que adequados para o transporte de dois adultos. Já o desenho do assento podia ser mais envolvente, com mais apoio para as pernas. A bagageira conta com um grande alçapão que permite esconder alguns objetos bem como criar um fundo plano com o rebatimento do encosto do banco.

Mais à frente, condutor e passageiro contam na unidade que guiámos com excelentes bancos integrais desportivos, claramente apontados à condução mais dinâmica, capazes de suportar o corpo nas curvas mais exigentes. A digitalização domina igualmente as atenções com os dois grandes displays para o painel de instrumentos e para o infotainment. Predominam os plásticos moles, agradáveis ao toque, e as portas e tablier contam inclusivamente com luz ambiente interior personalizável.

Equipamento

Equipamento (7/10) Equipamento não falta a esta unidade, mas tudo isso se traduz num preço final a pagar que é, no mínimo, desconfortável. Assim, como referimos, este 120d conta com linha desportiva M à qual adiciona as jantes de 18”, transmissão Steptronic com patilhas no volante, vidros escurecidos e bancos desportivos. Quanto a conforto, não lhe faltam elementos como o assistente de estacionamento e o pack Connectivity que adiciona várias soluções de conetividade wireless, controlo por gestos e carregamento de smartphones por indução, por exemplo.

Consumos

Consumos (6/10) É verdade que não deixam de ser 190 cavalos, mas também é verdade que não puxando por eles, o motor de dois litros continua a revelar um pouco mais de sede do que o esperado. Recorrendo ao modo de condução Eco Pro e mantendo o pé direito bem comportado, acompanhando o ritmo do tráfego, é possível manter a média nos 6,4 l/100 km, mas esperávamos um desempenho um pouco melhor do 120d.

Ao volante

Ao volante (9/10) O Série 1 é agora um “tudo à frente” e é segundo essa configuração que deve ser avaliado. E o “9” que lhe atribuímos justifica-se pelo excelente comportamento dinâmico que revelou, mesmo que as rodas da frente tenham agora de lidar com outro tipo de força que até há pouco desconheciam. A firmeza da suspensão anula com eficácia os movimentos da carroçaria e consegue aligeirar os mais de 1500 kg deste Série 1 quando o levamos até às curvas. É firme, mas não chega para ser considerado desconfortável. A direção é rápida e a pouca comunicação das rodas dianteiras com as mãos é compensada com o ótimo volante desportivo com aro grosso que não só dá muita confiança como complementa a excelente posição de condução. O elo mais fraco é mesmo a borracha que o liga ao asfalto, pois com melhores pneus, este 120d tornar-se-ia num osso muito duro de roer por alguns verdadeiros desportivos de potência equivalente.

Concorrentes

Mercedes-Benz A 220 d, 1950 cc, gasóleo, 190 cv, 400 Nm; 0-100 km/h em 7,0 seg,; 235 km/h; 5,0 l/100 km; 131 gr/km de CO2; desde 44 200 euros

Motor

Motor (8/10) Colocando os consumos de parte, já avaliados em secção dedicada, e passando ao desempenho dinâmico do 2.0 do 120d, este mostra todo o seu pulmão no modo Sport, empurrando-nos com vigor contra o banco quando os 400 Nm “acordam” logo às 1750 rpm. Gostámos do seu desempenho nos regimes onde normalmente os motores Diesel já pouco têm para entregar, ainda que lá não tenhamos que chegar para ganhar velocidade com rapidez. Graças à presença de um circuito elétrico auxiliar de 48 V, o 120d é agora um mild hybrid capaz de rolar em absoluto silêncio quando o motor térmico, pura e simplesmente, adormece.

Balanço final

Balanço final (8/10) Mesmo com uma configuração diferente, agora mais vulgar – em linha com o que se faz no segmento – o BMW Série 1 continua a ser uma das propostas mais dinâmicas do mercado e com a qualidade desde sempre reconhecida ao símbolo de Munique. Teríamos gostado de um consumo mais baixo, mas para além dos mais de 50 mil euros pedidos pelo 120d que guiámos, esse é também o preço a pagar pelo desempenho convincente do dois litros de 190 cavalos.

Mais

Dinâmica muito eficaz; qualidade de construção.

Menos

Consumos superiores ao esperado; preço da unidade ensaiada.

Ficha técnica

Motor Tipo: 4 cilindros em linha, injeção common-rail, gasóleo Cilindrada (cm3): 1995 Diâmetro x Curso (mm): 84 x 90 Taxa de Compressão: 16,5:1 Potência máxima (CV/rpm): 190/2500-4000 Binário máximo (Nm/rpm): 400/1750-4000 Transmissão: automática de 8 velocidades Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente Suspensão (ft/tr): independente, tipo McPherson/independente, multibraços Travões (fr/tr): discos ventilados/discos ventilados Prestações e consumos Aceleração 0-100 km/h (s): 7,3 Velocidade máxima (km/h): 231 Consumo misto (l/100 km): 4,9 Emissões CO2 (gr/km): 129 Dimensões e pesos Comprimento/Largura/Altura (mm): 4319/1799/1434 Distância entre eixos (mm): 2670 Largura de vias (fr/tr mm): 1561/1561 Peso (kg): 1525 Capacidade da bagageira (l): 380 Deposito de combustível (l): 50 Pneus (fr/tr): 225/40 R18 Preço da versão base (Euros): 43.800 Preço da versão ensaiada (Euros): 52.927

Preço da versão ensaiada (Euros): 52927€
Preço da versão base (Euros): 43800€