O Automais esteve na apresentação internacional do VW T-Roc
Apresentação Internacional: Volkswagen T-Roc
Texto: Francisco Cruz
A irreverência em pessoa!…
Já presente nos patamares médio e superior, a Volkswagen volta-se agora para os segmentos verdadeiramente importantes, como é o caso do C-SUV, com um modelo que, conforme refere a própria marca, surge “Ready to Roc”. Opinião que o Autosport teve, aliás, oportunidade de subscrever, após um primeiro contacto com o crossover que é – na marca alemã, pelo menos – a verdadeira irreverência em pessoa!
Depois da estreia com o Touareg, em 2002, e do reafirmar da aposta com o Tiguan, em 2007, a Volkswagen volta agora – finalmente! – a sua atenção para aqueles que são, no domínio dos cada vez mais apetecíveis SUVs e crossovers, os segmentos que verdadeiramente garantem volumes em termos de vendas – mais concretamente, o dos familiares compactos, ou C-SUV, e dos subcompactos, ou B-SUV. Mais precisamente, apresentando uma proposta que, inserida naquele que continua sendo o grosso do mercado europeu, também neste tipo de propostas, e em que o Nissan Qashqai continua rei, não deixa, ainda assim e muito graças à imagem de irreverência, de piscar o olho a clientes que, à partida, estariam destinados ao patamar abaixo em termos de dimensões, onde tentam singrar modelos como o Mazda CX-3.
Encarado pelo próprio fabricante como uma proposta de conquista de novos clientes, também graças a um produto final que procura combinar a atractividade das propostas SUV com o dinamismo de um hatchback compacto, o Volkswagen T-Roc surge assim como um produto em que os responsáveis da marca alemã colocam grandes esperanças. Desde logo e também em Portugal, onde a filial nacional acredita poder vir a conquistar, com este novo modelo, 10% de um segmento que, em 2019, deverá valer qualquer coisa como 24% do mercado, ou seja, cerca de 51 mil carros. E em que este novo produto made by AutoEuropa poderá vir a ser, graças a uma irreverência, jovialidade e emoção como há muito não víamos no construtor de Wolfsburgo, um player maior!
Exterior: adeus ao conservadorismo!
Embora tendo por base a mesma plataforma MQB utilizada pelo best-seller Golf, familiar compacto que, aliás, fornece também toda a base técnica a este novo crossover, a verdade é que este T-Roc não podia estar visualmente mais distante do famoso hatchback, assumindo-se, mesmo, como um dos modelos de linhas mais irreverentes que é possível encontrar na oferta actual da Volkswagen! Desde logo, graças a linhas exteriores extremamente jovens, materializadas num corpo que, especialmente quando visto de perfil, não esconde a inspiração coupé, embora com o piscar de olho a começar ainda na frente, onde, a uma grelha construída na horizontal e com ópticas integradas, junta-se ainda um pára-choques do qual sobressaem luzes diurnas em LED de formato quadrado. Infelizmente, de série apenas na versão de topo Sport.
Ligeiramente mais curto que um Golf, o T-Roc exibe um comprimento de 4,234 mm, 1,890 mm de largura e 1,573 mm de altura, além de uma largura entre eixos de 2,590 mm, jogando igualmente com uma linha de cintura mais elevada e a procurar transmitir maior protecção dos ocupantes, cavas de rodas bem marcadas e de protecções em plástico, a emoldurarem jantes que podem variar entre as 16 e as 19 polegadas (e que, pela primeira vez na marca, podem, inclusivamente, ostentar cor!), terminando numa traseira que, além de solidez, transparece igualmente personalidade. Fruto da opção por farolins 3D e de dimensões generosas, um pára-choques traseiro esculpido e com difusor integrado, além de (pretensas) ponteiras de escape com molduras em metal. Isto, claro está e mais uma vez, nas versões mais equipadas.
Contudo e ainda mais importante do que os níveis de equipamento, são, sem dúvida, as possibilidades de personalização que a Volkswagen criou para este modelo, o qual, além de 11 cores exteriores e quatro tonalidade distintas para o tejadilho, que podem funcionar de forma contrastante, tem ainda a possibilidade de estender toda essa inovação pictórica também a interior, e, nomeadamente, ao tablier, portas, consola central e bancos. Permitindo, assim, até 600 combinações cromáticas!
Interior: espaçoso e com muito espaço de carga
De resto e se o exterior convida à irreverência, o interior não lhe fica atrás, com o T-Roc a somar às linhas horizontais e joviais, uma não menos importante funcionalidade, além de cor – solução que, embora paga à parte, se recomenda, até para disfarçar uma escolha de plásticos que, certamente, surpreenderá todos aqueles que já conhecem os produtos Volkswagen. E não pelos melhores motivos!…
Aliás e num habitáculo em que, confirmámo-lo, consegue acomodar até cinco ocupantes, mesmo com um túnel de transmissão algo saliente na zona dos bancos traseiros, gostámos, por exemplo da posição de condução, ligeiramente elevada mas correcta, além de confortável, graças também a volante e bancos ajustáveis tanto em altura como em profundidade. Tendo ficado igualmente convencidos com uma bagageira que, com os seus 445 litros de capacidade inicial, é já referência no segmento. Facto que, ainda assim, não impede que, mediante o fácil rebatimento 60:40 das costas dos bancos traseiros, totalmente na horizontal e na sequência do piso da mala, a capacidade possa subir até aos 1.290 litros.
Equipamento: segurança reforçada!
Disponível com três níveis de equipamento – Base, Sport e Style -, o T-Roc prima também por um enfoque especial nos domínios da tecnologia e conectividade, oferecendo, inclusivamente, soluções até aqui conhecidas de outros modelos mais estatutários da marca. Como é o caso, por exemplo, da última evolução do painel de instrumentos totalmente digital Active Info Display, opcional que é também uma estreia no segmento, ou ainda do novo sistema de informação e entretenimento, com ecrã táctil e reactivo ao movimento, em vidro. E que, além das funcionalidades mais básicas ou até mesmo da navegação, contempla ainda os novos sistemas de conectividade Volkswagen “Car-Net”, com as suas apps e serviços móveis online.
Oferecendo, logo a partir da versão base, que a Volkswagen acredita poder vir a representar uma percentagem apenas residual das encomendas, mas que ainda assim conta com elementos como o volante em couro, pacote Light&Vision, ar condicionado Climatic, barras de tejadilho em preto e rádio Composition Media de 8”, além de umas menos atraentes jantes de 16” em aço (em liga leve, só a partir do Style e do Sport), importante é o facto do crossover alemão contar, no domínio da segurança e em todas as versões, com mais-valias como o Front Assist com City Emergency Braking, uma ajuda inestimável nas situações de distracção que, sem esta tecnologia, só terminam com o embate no carro que segue em frente, e o Lane Assist, garantia de manutenção na faixa de rodagem, e com eficácia – comprovámo-lo, aliás, ao fazer uma boa parte da auto-estrada A5, entre Lisboa e Cascais, com a condução praticamente entregue ao T-Roc!
Depois e já recorrendo à lista de opcionais, é ainda possível incluir tecnologias como o Traffic Jam Assist, o Pré-Crash, o Blind Spot e o Park Assist, já para não falar no generoso tecto de abrir panorâmico com 1,364 mm de comprimento e 870 mm de largura . Embora tudo pago à parte.
Motores: de início, apenas a gasolina
Embora destinado a um segmento dominado até há pouco pelo diesel, mas com a gasolina a crescer cada vez mais, a Volkswagen decidiu lançar o crossover “português”, ao mesmo tempo, em dois tabuleiros, oferecendo motorizações, tanto a gasolina, como a diesel. Embora e no caso português, com o lançamento, na última semana de Novembro, a ter lugar apenas e só com um único bloco: o tricilíndrico 1.0 TSI de 115 cv.
No entanto e além deste pequeno bloco, a marca de Wolfsburgo tem previsto a disponibilização, ainda a gasolina, de um 1.5 TSI de 150 cv com sistema que desliga automaticamente até dois cilindros e caixa automática DSG, assim como um 2.0 TSI de 190 cv. Este último, o único bloco a gasolina não previsto para o nosso mercado, embora seja possível ser encomendado junto do importador.
Já a diesel, o oferta estende-se igualmente por três opções, entre as quais, o já conhecido 1.6 TDI de 115 cv com caixa manual de seis velocidades, bloco que, no entanto, só deverá estar disponível a partir de Março de 2018. Até lá e à venda desde o momento do lançamento, apenas um 2,0 litros turbodiesel com transmissão DSG e sistema de tracção integral 4Motion, a que se seguirão um 2.0 TDI de 150 cv e caixa manual, e um 2.0 TDI de 190 cv com DSG e 4Motion. Com a oferta diesel a ficar completa com uma outra variante do já referido 2.0 TDI de 150 cv com caixa DSG, mas apenas com tracção dianteira.
Ao volante: quando a base é boa…
Na apresentação dinâmica internacional que actualmente se encontra a decorrer na zona de Cascais, oportunidade para testar apenas as motorizações mais potentes e, nomeadamente, o 2.0 TSI de 190 com caixa DSG e 4Motion. Versão que, infelizmente, pouca ou nenhuma expressão terá em Portugal, ainda que a confirmar facilmente o bem berço em que este crossover nasceu!
Expedito graças, desde logo, a um quatro cilindros turbo somente bem insonorizado, como também com elevada disponibilidade e capacidade de aceleração, embora fruto igualmente do óptimo e discreto desempenho da caixa automática de sete velocidades, o T-Roc com que pudemos contactar agradou igualmente pelo bom compromisso entre eficácia e conforto, apoiado num pisar razoavelmente firme mas também a lidar bem os pisos mais degradados.Ainda que, para tal, não deixando de beneficiar da versatilidade do mesmo sistema de modos de cinco modos de condução já conhecido da quase totalidade dos restantes modelos Volkswagen. E que, por exemplo, com o modo Sport ou Individual (sinónimo de totalmente configurável) accionados através do ecrã táctil do sistema de info-entretenimento, tornam mais reactiva e até desportiva a resposta do motor, caixa de velocidades, direcção e até suspensão, garantindo dessa forma uma maior estabilidade e inserção em curva, quando em trajectos mais sinuosos e cumpridos a velocidades mais elevadas.
Ainda no caso da versão por nós testada, a segurança acrescida resultante da presença do conhecido sistema de tracção integral 4Motion, que, actuando à partida como um simples tracção dianteira, até por questões de consumos, não deixa de transferir parte da potência para as redes traseiras, sempre que o estado do piso a isso aconselha. Seja no fora-de-estrada, onde a capacidade de tracção pode livrar-nos de alguns situações mais constrangedoras, como no alcatrão, onde, mesmo com o piso molhado, a sensação de segurança e estabilidade não deixa de ser elevada.
Preços: diesel a partir de 27.473€… mas não já
Concebido, como já foi referido, com base na mesma plataforma rolante do Golf, o novo crossover da AutoEuropa rivaliza com o familiar compacto até mesmo no preço. Surgindo no mercado nacional, já a partir da última semana de Novembro, por valores a partir de 23.275€, preço da versão 1.0 TSI de 115 cv com nível de equipamento base. Com o Style, que a Volkswagen Portugal prevê vir a ter maior procura, a custar 26.652€, enquanto o Sport, disponível apenas com o 1.5 TSI de 150 cv e caixa DSG, a orçar em 31.032€.
Caso a preferência do leitor vá para os diesel e embora, na fase de lançamento, apenas uma pouco atractiva motorização 2.0 TDI 150 cv DSG 4Motion esteja disponível, ainda por cima com um preço base de 44.035€, a partir de Março, será possível encomendar um certamente bem mais cativante 1.6 TDI de 115 cv por 27.473€ (Base), 29.851€ (Style) ou 32.351€ (Sport). Ou, então, o já referido 2.0 TDI de 150, com caixa manual e tração dianteira, por 36.775€ (Style) e 39.593€ (Sport). Já como topo-de-gama, o mesmo turbodiesel 2,0 litros, mas com 190 cv, DSG e 4Motion, por 48,283€.
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