Spectre é o primeiro Rolls-Royce elétrico e o futuro da marca de Goodwood
Depois de diversos quilómetros de testes e refinamentos, chega finalmente o momento de conhecermos a versão final (não camuflada) do novo Rolls-Royce Spectre, o primeiro automóvel totalmente elétrico da marca.
Há uns bons anos que os clientes da Rolls-Royce andam a desejar e a pedir um modelo totalmente elétrico e também já há algum tempo que a marca anda a tentar fazê-lo, tal como podemos ver em alguns dos concept ‘EX’ que fomos conhecendo. E se viajarmos um pouco mais para trás no tempo, vamos chegar ao ponto em era o próprio Charles Rolls a afirmar que a eletrificação era um caminho a seguir pela marca, pela disponibilidade imediata de binário e, ainda mais importante, pelo silêncio.
Os anos foram passando e o V12 sempre prevaleceu como a principal joia da coroa, mas agora, é finalmente o momento de conhecermos o primeiro automóvel 100% elétrico da Rolls-Royce, que é também aquele que serve de porta-estandarte para um futuro que está cada vez mais próximo.
O novo Rolls-Royce Spectre conta com as linhas de um coupé de quatro (verdadeiros) lugares, esculpidas com um nível de detalhe e sofisticação que têm no Phantom Coupé a sua inspiração, com a marca a indicá-lo mesmo como o seu antecessor espiritual. A plataforma é a mesma dos modelos mais recentes da Rolls-Royce, que já foi criada com as versões elétricas em mente, mas o que lhe confere a sua presença são mesmo as suas imponentes dimensões, não havendo qualquer dúvida de que se trata de um Rolls-Royce.
Na frente, e tal como acontece com diversos outros modelos 100% elétricos, a grelha seria perfeitamente dispensável, uma vez que já não está presente um motor V12 com uma imensa necessidade de refrigeração. No entanto, esta mesma grelha é um dos elementos que caracteriza qualquer um dos Rolls-Royce criados até hoje, pelo que a sua presença é mais do que obrigatória. É, no entanto, a mais larga de sempre a ser incorporada num modelo da marca e em vez de estar destinada a refrigerar o motor e outros componentes, as suas barras verticais estão posicionadas de forma a ajudar na aerodinâmica, fazendo com que o ar seja empurrado para os lados e que este seja o modelo da marca mais aerodinâmico de sempre.
Um pouco mais acima, no topo desta grelha, mantém-se o icónico Spirit of Ecstasy, a escultura que sempre associámos à Rolls-Royce e que também evoluiu em diversos aspetos, depois de um trabalho que demorou cerca de 830 horas, mas que incluiu uma postura mais agressiva da figura e também mais aerodinâmica, depois de diversas horas passadas num túnel de vento. Na secção traseira, o grande destaque está relacionado com o novo desenho das óticas, que nos remete para as barras verticais da grelha dianteira, mas um pouco mais abaixo, há também um difusor de ar que não só ajuda num ligeiro apontamento mais desportivo, como na aerodinâmica deste modelo.
As jantes do Spectre integram-se perfeitamente no resto do conjunto monolítico, como a marca lhe chama, ainda que a sua dimensão chegue às 23 polegadas de diâmetro. E só por isso, conseguimos ir percebendo a dimensão real deste novo modelo, muito próxima dos 5,5 metros de comprimento, sendo que 3,21 metros são apenas na distância entre eixos. A largura excede os dois metros e a altura é de 1,6 metros. Já o peso conta também valor bastante imponente, muito próximo das três toneladas.
Uma vez a bordo e depois de abertas as portas no sentido inverso ao habitual, tal como em outros Rolls-Royce de topo, encontramos uma imagem mais familiar e que não rompe totalmente com o passado pelo simples facto de se tratar de um modelo com outro tipo de tecnologia. A bordo do Spectre, é fácil perceber que entrámos num Rolls-Royce, não faltando o túnel central que costuma estar reservado para a transmissão (e que agora é preenchido com o conjunto de baterias), nem os detalhes mais exclusivos que a marca incorpora nos seus modelos.
Em termos de diferenças, o que existe é um ambiente um pouco mais tecnológico, com mais monitores e muitas mais ‘estrelas’, simuladas por um sistema de iluminação em LED e que agora já não se resume ao tejadilho, tendo descido para os painéis laterais do habitáculo. E claro que, a bordo, aproveitando o silêncio da melhor forma possível, há também um sistema de som de qualidade elevada e que, tal como o Spectre, tem o dom de nos transportar para outros cenários.
No que diz respeito ao sistema elétrico, ainda há valores que estão a ser definidos, tais como a potência total, as prestações e a autonomia. Mas a marca já nos transmitiu alguns valores preliminares e que nos indicam uma autonomia acima dos 500 quilómetros. A potência do sistema deverá rondar os 585 cavalos e o binário na fasquia dos 900 Nm. A versão final de produção do Spectre vai começar a chegar ao mercado no final do próximo ano, sendo que o preço indicativo de cada um deles vai rondar as 375 mil libras.
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